PORQUE O RIO SÓ CORRE PARA O MAR

Palmeiras ganha quando joga bem. E quando não joga ganha também.

Meus amigos.

Hoje, estive pensando com meus botões: se o Palmeiras faturar o título do Brasileirão ao final deste ano, será ao mesmo tempo tricampeão (porque terá vencido três edições consecutivas) e tridecampeão brasileiro (pois terá obtido seu 13º título na competição). Há coisas que somente o nosso clube pode, mesmo, conseguir, não é mesmo?

Mas falando mais especificamente sobre nossa estreia no Brasileirão de 2024 a verdade é que bola, mesmo, jogamos muito pouco. Aliás, ambas as equipes me surpreenderam negativamente – o Verdão que, mesmo desfalcado de cinco titulares, poderia ter apresentado um futebol superior, e o Vitória/BA que, atuando em seu estádio completamente lotado por sua fanática torcida e ainda embevecido pelos títulos da Série B do ano passado e do Campeonato Baiano deste ano, acreditava ter qualidade suficiente para nos dar muito mais trabalho do que de fato deu.

Com tanto tempo de futebol nas costas (47 anos, sendo 36 destes profissionalmente), creio que diante do que expus no parágrafo acima o principal motivo que explica a vitória por 1 a 0 no Manuel Barradas é que, como diz o antigo ditado e também o título desta crônica pós-jogo, o rio só corre para o mar. Ou seja: mesmo quando as coisas não saem muito bem para o nosso lado, quase sempre quem ganha é a gente. Como vem acontecendo já há alguns bons anos, nosso time vence quando joga bem e, quando não joga, acaba vencendo também. 

Isso é fruto, claro, da qualidade do nosso elenco, da capacidade da nossa comissão técnica, da força da nossa torcida e da tradição da nossa camisa, entre outros fatores. E tais detalhes, podem acreditar, são essenciais para que esta fase de vitórias perdure por mais e mais tempo. Assim, que esta tenha sido – e foi, é certo – apenas a primeira de muitas vitórias palmeirenses no Brasileirão.

Porque eu quero ser tri. E trideca também.  

WEVERTON – 5,5
SATISFATÓRIO

Dada a ineficiência do ataque adversário, teve muito pouco trabalho. Fez uma ou duas defesas simples, no máximo. 

MAYKE – 5
REGULAR

Começou mal demais, errando três passes fáceis no primeiro tempo. Recuperou-se na etapa final, quando apoiou um pouco mais.

LUAN – 5
REGULAR

Sem ter muito o que fazer, já que o tal do Alerrandro só não é pior do que seu reserva, Luiz Adriano, quase nem sujou o uniforme.

MURILO – 6,5
MUITO BOM

O melhor do Palmeiras, ao lado de Ríos. Iniciou várias jogadas de ataque e foi bem demais nos desarmes e antecipações.

VANDERLAN – 5
REGULAR

Sofreu o diabo com o tal do Matheusinho, que ganhou quase todas as disputas que travaram (e que lhe causaram uma bronca daquelas de Abel Ferreira). Mas deu sorte com as mudanças de Léo Condé e, quando passou a ter o veterano Osvaldo em seu setor, pôde respirar aliviado.

GABRIEL MENINO – 5,5
MUITO BOM

Hoje atuou um pouco mais atrás, como primeiro volante, no lugar de Aníbal Moreno. Cumpriu bem o seu papel ao marcar Dudu e, depois, Matheus Gonçalves.

RICHARD RÍOS – 6,5
BOM

Um dos raros destaques do Verdão, ao lado de Murilo. Além do gol (que, admitamos, só aconteceu porque seu chute fraquinho ganhou força e altura após desviar na zaga baiana), lutou bastante, ajudou na marcação e saiu para o jogo sempre que foi possível.

RAPHAEL VEIGA  – 4,5
RUIM

Durante os pouco mais de 60 minutos em que esteve em campo, arrastou-se no gramado. Pareceu estafado e nem nas bolas paradas conseguiu algum destaque.

ESTÊVÃO – 5
REGULAR

Claro que não esperava a reedição do que jogou na quinta-feira, até porque é jovem demais e a oscilação faz parte de seu desenvolvimento como jogador. Mas hoje ficou um pouco mais abaixo do que pode e sabe render.

RONY – 4,5
RUIM

Estava bem até o fim do segundo tempo, dando trabalho à marcação e ajudando bastante na marcação na saída de bola. Mas conseguiu perder um gol absolutamente sem goleiro que poderia ter nos causado seríssimos problemas. Erros acontecem, claro, mas alguns deles não podem ser relevados. 

ENDRICK – 5
REGULAR

Outro que nem parecia ser quem é, de tanto que deixou a desejar. Não fosse um única jogada individual e uma ajuda quando perdemos uma ou outra bola, teria passado totalmente despercebido em campo.

ABEL FERREIRA – 6,5
MUITO BOM

Nosso treinador, em meu modo de enxergar e entender o futebol, foi muito bem nessa noite.

Seu primeiro acerto foi poupar alguns titulares para esta partida – além de Zé Rafael, contundido, ele também deixou de fora da escalação inicial Gustavo Gómez, Piquerez, Aníbal Moreno e Flaco López. Ou seja: começamos na estreia do Brasileirão com uma equipe mista, já que não contávamos com cinco dos nossos principais jogadores.

Tal decisão foi corretíssima, pois jogamos na quinta-feira (ou seja, menos de 72 horas antes) e tivemos de virar o placar de uma partida que, na prática, já começamos perdendo. Em outras palavras: o desgaste foi além do esperado. Além disso, o gramado alto faz com que os atletas precisassem do dobro da condição física durante todo o jogo, algo que poderia “estourar” um ou alguns deles.

Um outro ponto em que o portuga se destacou foi não perder muito tempo para corrigir (ou pelo menos tentar corrigir) os problemas que o Verdão demonstrava em campo. Como de praxe, só altera a equipe no intervalo se estivermos perdendo, mas neste domingo, mesmo ganhando do Vitória/BA desde os 20 minutos de jogo, logo aos 15 da etapa final sacou os sonolentos Endrick e Estêvão e colocou Luís Guilherme e Lázaro, o que deixou nossa equipe ligeiramente mais agressiva. Melhor ainda ele fez quando, apenas seis minutos mais tarde, tirou o “amarelado” Richard Ríos e o ausente Raphael Veiga e colocou Flaco López e Fabinho, decisão que simultaneamente visou deixar o time mais forte na marcação e mais presente no ataque.

Se hoje vencemos na estreia do Campeonato Brasileiro, muito devemos a Abel Ferreira que, quando não inventa, é mesmo um grande técnico.

LÁZARO – 5,5
SATISFATÓRIO

Entrou para dar mais ofensividade à nossa equipe. Não conseguiu, mas pelo menos segurou mais a bola pela ponta esquerda.

LUÍS GUILHERME – 5
REGULAR

Outro que não reeditou a apresentação da última quinta-feira. De qualquer forma, tentou algumas jogadas individuais.

FLACO LÓPEZ – 5
REGULAR

É simples: só funciona se bolas cruzadas, principalmente pelo alto, chegarem até ele. Quando isso não acontece, ajuda muito pouco. 

FABINHO – 5,5
SATISFATÓRIO

Entrou no lugar do “morto” Veiga e, ao menos, conseguiu melhorar um pouco a marcação em nosso meio-campo.

NAVES – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 7 minutos, sem tempo para ser analisado.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

4 Responses to PORQUE O RIO SÓ CORRE PARA O MAR

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, começou o Brasileirão 2024 em pontos corridos quanto mais vitórias melhor, portanto começamos bem valeu Palmeiras.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Vc tem razão: em campeonatos com este tipo de regulamento e, também, longos como o Brasileirão, quanto mais vencermos, melhor.

      Até porque teremos dois jogos muito complicados pela frente: Inter/RS e Flamengo/RJ.

      Abs.

  2. Opa, ó eu aqui ó, em primeirão já hem. Márcio, um pequeno erro de digitação em: ‘sacou os sonolentos Endrick e Estêvão e colocou Luís Guilherme e Estêvão’. Abraços.

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