TÃO FÁCIL QUANTO O SÃO PAULO/SP

Palmeiras goleia por 4 a 0 mais uma vez. E nem era final de Paulistinha…

Meus amigos.

Existe uma distância abismal entre o futebol brasileiro e o futebol venezuelano – se é que o que se joga por lá pode ser considerado como tal. Por isso, o passeio que o Palmeiras deu em San Cristóbal/VEN já me era esperado, pois qualquer outro resultado que não uma vitória do nosso time seria uma daquelas aberrações inaceitáveis e só muito raramente vistas. Afinal, de um lado estava uma humilde equipe da Venezuela e, do outro, o atual bicampeão da América do Sul e vice-campeão mundial.

Daí que nem mesmo o fato de ter atuado com apenas quatro titulares – Weverton, Gómez, Veiga e Dudu, creio que não por coincidência os que formam a espinha dorsal da equipe – tornou o Verdão um time mais lento e menos interessado em campo. Quando nosso camisa 7 abriu o placar, coincidentemente logo aos sete minutos, já poderia tê-lo feito se não tivesse perdido uma chance incrível aos três. Aliás, antes mesmo que o cronômetro completasse a terceira volta, já havíamos conseguido dois escanteios.

As deficiências do Deportivo Tachira/VEN foram tantas e tão flagrantes que se torna difícil analisar taticamente a maneira como Abel Ferreira montou a equipe que, hoje, devido à suspensão do nosso treinador, foi mais uma vez dirigida por João Martins. O que se pode dizer, muito resumidamente, é que o esquema 4-3-3 foi mantido, porém desta vez de forma mais aguda, já que na ponta esquerda atuou um verdadeiro ponta-esquerda, Wesley, e não um meia adaptado, Gustavo Scarpa.

Tal fato, claro, deu mais velocidade ao Palmeiras, mas ela de pouco adiantou porque jogamos o primeiro tempo sem um centroavante. Eu sei: temos jogado sem este há muito tempo, mas quando está em campo Rony, pelo menos, tenta desempenhar tal função. Já Gabriel Veron não tem a menor intimidade com a posição, e a prova disso foi não apenas o seu fraco futebol, mas também o imperdoável gol que perdeu após linda jogada. Não à toa, a paciência de Martins acabou e, já no intervalo, ele mandou a campo Rafael Navarro.

Este detalhe, e apenas ele, melhorou demais o Verdão. Em apenas nove minutos, o comandante de ataque balançou as redes duas vezes – muito embora estivesse impedido no primeiro gol – e tornou ainda mais fácil a vida já bastante tranquila do alviverde. O placar, aliás, só não foi ainda maior porque Jaílson conseguiu algo incrível – ser expulso quando o seu time já goleava por 4 a 0, resultado idêntico ao do último domingo – e porque, claro, outras chances claras, frutos de contra-ataques, foram de novo desperdiçadas.

No fim das contas, prezado internauta, o que mais importou para o Palmeiras foi começar a Libertadores com a digna postura de quem é o seu dono há dois anos, e provar a quem ainda duvida de sua capacidade que é capaz de golear também em torneios importantes, e não apenas nos Paulistinhas da vida.

O MELHOR: RAFAEL NAVARRO
Ótimo – N0ta 7,5

Fico muito feliz em inseri este rapaz neste espaço. Hoje, enfim, parece que ele estreou no Palmeiras, pois não precisou nem mesmo de dez minutos para marcar dois gols e ser, pelo menos nesta partida, o centroavante do qual o time tanto precisa. É claro que se deve levar em consideração a fragilidade do time venezuelano, mas o que espero é que, a partir de agora, Navarro tenha mais tranquilidade para jogar no Verdão o futebol que jogava no Botafogo/RJ.

MERECE DESTAQUE: RAPHAEL VEIGA
Ótimo – Nota 7

Veiga vive, sem dúvida alguma, a melhor fase de sua carreira. Tanto que tem funcionado, e muito bem, como meia de armação, meia de conclusão e até como falso centroavante. Hoje, realizou grandes jogadas com os homens do nosso lado direito, Mayke e Dudu, e ainda por cima marcou um belo gol de fora da área.

PALMAS PRA ELE: KUSCEVIC
Muito Bom – 6,5

E não é que o amigo aí da foto resolveu dar as caras nesta noite? Tá certo que jogar ao lado de Gómez facilita a vida de qualquer zagueiro (que o digam Luan, Renan, Murilo, etc.), mas nesta partida o chileno esteve muito bem na marcação, nos desarmes e no jogo aéreo. Ah, sim: e por pouco não marcou seu primeiro gol com a nossa camisa, cabeceando uma bola no travessão.

Os demais profissionais ficam com as seguintes avaliações:

Dudu e João Martins: Muito Bom – nota 6,5
Mayke: Bom – nota 6
 Gustavo Gómez, Jorge, Giovani e Breno Lopes: Satisfatório – nota 5,5
 Weverton, Jaílson, Wesley, Zé Rafael, Atuesta e Gabriel Menino: Regular - nota 5
 Gabriel Veron: Ruim – nota 4,5

 

FOTOS: CESAR GRECCO/AG. PALMEIRAS

8 Responses to TÃO FÁCIL QUANTO O SÃO PAULO/SP

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, até o Rafael Navarro marcou, mesmo com os desfalques o Palmeiras jogou bem e ainda perdeu Gols.

    Gostaria de destacar o Dudu está em boa fase e ajudando a Equipe.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Dudu vem muito bem, mesmo. Tomara que continue assim por muito tempo.

      Já RN tem de ser mantido no time, numa sequência de jogos, para provar se pode ou não ser o nosso centroavante.

      Abs.

  2. Gustavo Cantieri

    Bom dia,Márcio.

    Excelente fase do time. Tomara que seja o Rafael Navarro firme-se no time. Pena que Menino e Veron não estejam rendendo mais.

    Agora quanto a “aberrações inaceitáveis”, outro dia, um time que é “todo poderoso” perdeu para o Club Always Ready da Bolívia. Também pudera, o time boliviano está “sempre pronto”.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Gustavo.

      Em relação ao Navarro, o momento é agora. Espero, sinceramente, que ele seja titular no sábado, pois somente jogando é mostrará se pode ou não ser o dono da posição. E como fez dois gols (um impedido, mas aí o problema não é dele) está animado.

      Quanto às aberrações inaceitáveis, se elas continuarem a atingir os outros times, sem problemas.

      Abs.

  3. Bom dia, Márcio.

    O jogo de ontem foi aquele joguinho baba. Pra ser sincero, faltando 15 minutos pra acabar o jogo, fui dormir.

    Confesso que esperava mais do Deportivo Tachira. Afinal, são os mais recentes campeões venezuelanos e, por mais fraco que seja o futebol de lá, não dá pra esperar que jogando em casa os caras levassem uma lavada. Com todo o respeito, os caras são muito fraquinhos.

    Eu gostaria de chamar a atenção para um ponto: não é de hoje que o Weverton tem pisado na bola em alguns lances. Ontem, no início do jogo, ele protagonizou dois lances bizarros. Aliás, faz tempo que eu não vejo uma atuação de encher os olhos. Penso que o período que ele ficou na seleção não fez muito bem para ele. Parece que falta ritmo e tempo de bola.

    Será que estou sendo muito corneta?

    Um abraço.

    Valter

    • Bom dia Valter,

      A minha teoria é que a defesa proporciona tão poucas oportunidades aos adversários, que o Weverton está se desconcentrando do jogo.

      Abraços

      • Márcio Trevisan

        Olá, Adauri.

        Pode ser por aí também.

        Mas intensidade de treinamento diferente e falta de ritmo de jogo atrapalham bastante.

        Abs.

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Não, vc está certo em seu comentário sobre Weverton.

      Além de ficar sem ritmo de jogo, o tipo de treinamento também é diferente. E isso, claro, acaba por atrapalhar seu desempenho no clube.

      Agora, ele relação ao Deportivo Tachira/VEN, devo avisá-lo: se você achou o time dos caras fraco, então se prepare para ver o Deportivo Petrolero/BOL na próxima terça. Ontem, vi o fim o segundo tempo do jogo deles contra o Emelec/EQU e fique impressionado com a ruindade. Detalhe: Cristaldo, aquele que já foi nosso, é reserva lá.

      Abs.

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