CAP. 145: DO CÉU AO INFERNO. E EM APENAS 80 DIAS.

Muito embora ostentasse o status de vice-campeão brasileiro, título obtido pouco mais de um mês antes, a verdade é que o Palmeiras que Filpo Nuñes encontrou quando reestreou no comando da equipe era muito, mas muito diferente daquele que dirigira pela última vez havia exatos 9 anos, 2 meses e 24 dias. De 22 de junho de 1969 a 17 de setembro de 1978, o Verdão havia encantado o País com a Segunda Academia, é verdade, mas também perdera quase todos os principais jogadores daquele fantástico time (os únicos que permaneceram foram Jair Gonçalves, Alfredo Mostarda e Nei que, claro, não mais exibiam a mesma forma física e técnica de anos antes).

Mas, apostando em seu estilo pra lá de ofensivo e também no inegável talento de alguns dos nomes que faziam parte daquele grupo, o treinador argentino se manteve firme em sua maneira de pensar o futebol e, para a alegria de toda a coletividade alviverde, conseguiu logo em seguida nada menos do que sete vitórias consecutivas – e duas delas em clássicos: 2 a 0 no Corinthians/SP e 2 a 0 no Santos/SP.

O sucesso, até certo ponto inesperado, deste seu recomeço no Palmeiras tinha como alicerces o goleiro Gilmar, os laterais Rosemiro e Pedrinho, o meia Jorge Mendonça, o ponta-de-lança Escurinho e o centroavante Toninho. Ou seja: era uma base jovem, veloz e, acima de tudo, muito talentosa. E, claro, o folclórico comandante não perderia a chance de criar um novo nome para o seu esquema tático: Ciclone.

Filpo só não contava com a repentina e quase inexplicável mudança de fase pouco tempo depois. Só para se ter uma ideia, se dos primeiros oito jogos sob seu comando o Verdão empatou e venceu sete (e como lembramos acima, seguidos), nos oito jogos seguintes nossa equipe conseguiu ganhar apenas um. Isso se deu, claro, por uma queda no rendimento do time como um todo, mas sobretudo por dois problemas: fosse por contusão, por suspensão ou mesmo por indecisão sua, ele não conseguia se decidir pela dupla de zaga titular – ora escalava Marinho Peres e Alfredo Mostarda, ora optava por Beto Fuscão e Marinho e Peres, ora escolhia Fuscão e Mostarda.

Além disso, o homem-gol da equipe, o centroavante Toninho, queria porque queria ser negociado, começou a criar problemas com a diretoria e, por isso, foi afastado do restante do grupo. Sob um quadro desses, o “El Bandoneón” resistiria a apenas mais sete jogos e, após uma nova derrota (para o Guarani/SP, no Palestra Itália), já em fevereiro de 1979 (o Paulistão de 78 invadiu o ano seguinte), foi demitido. Em seu lugar, exatos sete dias mais tarde, assumiria Telê Santana, cuja linda – porém infrutífera – passagem pelo nosso clube relembraremos a partir do próximo capítulo de “Nossa História”.

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