CAP. 141 – 1978: NO BRASIL, NÃO. SÓ NO JAPÃO. (PARTE II)

Se a campanha no começo do Brasileirão de 1978 já era animadora, imagine então após a conquista do título da Copa Kirin, torneio que o time disputou no Japão em meio à competição. Daí que todas as apostas eram de que o Palmeiras com certeza partiria para a conquista daquele que, na época, era considerado o tricampeonato nacional com toda a força, até porque – vale lembrar – jogava sem seus dois mais importantes atletas: Leão e Jorge Mendonça, que disputavam a Copa do Mundo da Argentina. 

Depois de passar sem nenhuma dificuldade pela Primeira Fase, o Verdão encarou um grupo bem mais equilibrado na etapa seguinte daquele Brasileirão. Clubes tradicionais como o Inter/RS ou os gigantes mineiros Cruzeiro e Atlético, além da na época fortíssima Ponte Preta/SP, foram páreos duríssimos, daí nossa equipe ter vencido apenas três das oito partidas que disputou, com o detalhe de mais uma surpreendente derrota – para o minúsculo Goytacaz/RJ. Mesmo assim, a terceira colocação nos garantiu com folgas a sequência na competição. 

À medida que o campeonato avançava evidentemente ficava mais difícil, ainda que as fórmulas pra lá de confusas muitas vezes deixassem o pobre torcedor completamente perdido. E na Terceira Fase daquele Brasileirão o Palmeiras, mesmo tendo os craques da Seleção de volta, por pouco não foi eliminado: é que o regulamento previa que, ao contrário de vitórias simples, as que fossem obtidas por pelo menos três gols de diferença valeriam três, e não apenas dois pontos. 

Assim, Verdão e Botafogo/RJ chegaram à última rodada lutando pela segunda e última vaga da chave (a primeira já era do Grêmio/RS). Para nos roubar a classificação, o time carioca teria, porém, de vencer o já eliminado São Paulo/SP, no Morumbi, por pelo menos três gols de diferença e torcer para que, no Estádio Olímpico, fôssemos derrotados pelo tricolor gaúcho. Mas nada disso aconteceu: o Fogão ganhou, sim, mas só por 2 a 1, enquanto Jorge Mendonça garantiu o empate no Sul por 1 a 1. 

Das inacreditáveis 74 equipes que haviam iniciado o torneio, apenas oito nele permaneciam. Nosso adversário nas quartas-de-final foi o Bahia/BA, o qual vencemos por 2 a 1 no primeiro jogo, no Pacaembu, com dois gols do centroavante Toninho. Na partida de volta, mesmo com a Fonte Nova lotada (o borderô informou exatos 80 mil pagantes), seguramos um empate por 1 a 1 (mais um gol do nosso camisa 9) e carimbamos nosso passaporte às semifinais. 

E é aí que estava o problema: a tentar impedir nossa ida à grande decisão estava o Inter/RS e craques como Batista, Falcão, Jair e Valdomiro, além de um lateral-esquerdo de qualidade técnica bastante discutível chamado Wanderley… Luxemburgo. Mais de 60 mil pessoas (59.495 pagantes) foram ao Morumbi naquele 3 de agosto de 1978 e viram uma atuação quase perfeita do Verdão, que venceu por 2 a 0 – mais uma vez com dois gols de Toninho. Na partida de volta, nem todo o frio e a força da torcida colorada foram capazes de segurar o Verdão: perdíamos, é verdade, até os 41 minutos do segundo tempo, mas um gol de Jorge Mendonça calou o Beira Rio e levou o Palmeiras a mais uma decisão de Campeonato Brasileiro. 

Nela, o adversário não poderia ser mais surpreendente: o Guarani/SP. Sim, meus amigos, o pequeno porém talentoso time campineiro era a primeira equipe interiorana a ter a honra de disputar um título em nível nacional. 

Você, claro, sabe que perdemos, mas em nosso próximo capítulo você saberá por quê. 

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