OU É UM OU É O OUTRO

Saiba por que Borja tem cada vez menos chances de ser titular enquanto Cuca dirigir o Palmeiras

Uma enquete realizada por um órgão de Imprensa nos últimos dias apontou que mais de 85% dos torcedores do Palmeiras querem ver Borja, e não Deyverson, como titular da equipe nesta reta quase final de Campeonato Brasileiro. Ao tomar conhecimento de tal número durante a entrevista que concedeu ontem, o treinador preferiu disfarçar seu incômodo fazendo piadas, mas desta forma nada mais conseguiu do que deixar ainda mais claro o quanto o assunto o irrita.

Natural: nenhum comandante aceita passivamente ter uma decisão contrariada ou mesmo discutida. Todo técnico de futebol, sem exceção, crê-se ser uma espécie de super homem, cujas opiniões devem ser aceitas por todo e qualquer ser vivo no planeta. Além disso, no caso do palmeirense, deve-se levar em conta que, pelo menos até o fim deste Brasileirão, ele continuará sendo o atual treinador campeão brasileiro.

Mas a pergunta que muitos torcedores vêm fazendo é a seguinte: se todos já vimos que Deyverson é tecnicamente, muito limitado, por que continua desfrutando da titularidade? As respostas, meus amigos, são, em síntese, três – uma tática, outra envolvendo a vaidade e, por fim, uma outra que diz respeito à personalidade. Sendo assim, vamos a elas:

Tática – Cuca não pensa o futebol sem que todos os jogadores ajudem na marcação. Ou seja: para o nosso treinador, uma equipe consegue ser vitoriosa se os atletas estiverem em campo se dispuserem, nem que seja um pouquinho, a marcar. Assim, na opinião do técnico, cabe ao centroavante do time voltar para buscar o jogo e, também, atrapalhar a saída de bola adversária. Além disso, não pode simplesmente desistir quando for driblado – ao contrário: deve continuar lutando para recuperar a bola. Borja, claro, não faz nada disso, e por uma razão simples: não está acostumado a fazer. O colombiano sempre atuou em equipes que o tiveram como referência, como solução, e jamais sequer se preocupou com a marcação adversária. E para lhes ser sincero, justamente por isso fez gols por onde passou.

Vaidade – Não existe um ser humano na face da terra que não seja vaidoso – uns ao extremo, outros mais ou menos, alguns minimamente: mas todos nós temos o nosso quinhão de vaidade, seja lá em que área for. Cuca é um ser humano e, portanto, também possui a sua dose que, por se tratar de um profissional vitorioso e reconhecidamente competente, é bastante significativa. Por isso, assim que indicou a contratação de Deyverson assinou consigo mesmo uma espécie de contrato, no qual garantiu a si próprio a titularidade do jogador. Parece-me claro que ele esperava mais do fraco centroavante, mas como justificar seu pedido à diretoria se o relegar à condição de reserva? Em outras palavras: com que cara ele olhará para Alexandre Mattos se o limitado atacante não estiver em campo? Enquanto Deyverson continuar sendo humilde, seguir ajudando na marcação na recomposição da equipe, permanecer buscando o jogo e tentando jogadas, dificilmente perderá seu lugar, ainda que finalizações e, sobretudo, gols, suas principais obrigações, sejam algo raríssimo em seu futebol.

Personalidade – Qualquer outro jogado com o status de Borja já teria chutado o balde, não só por não receber reais e seguidas oportunidades mas também, e principalmente, por estar sendo visivelmente “fritado” por Cuca – ou como pode ser classificado o ato de mandar o cara a campo faltando dois minutos para o jogo acabar? E mais: justamente por ser quem é e por ter feito o que já fez, nosso camisa 9 poderia, também, ter tentado atender às exigências do treinador. Claro que não conseguiria em sua totalidade, mas pelo menos mostraria a intenção de ajudar. Borja, não: mantém-se calado, não reclama da reserva, não cria problemas com ninguém e é querido no grupo (embora seja muito, mas muito reservado). Mas também não dá a menor bola para o que lhe pede seu comandante, talvez porque acredite que, quando se transferir para outro clube, poderá voltar a jogar como prefere e, assim, voltar também a ser o artilheiro que todos sabem que é.

Resumindo: Borja titular enquanto Cuca for seu treinador pode até não ser impossível, mas é pra lá de improvável. E o pior é que o mais triste desta já bem triste trilogia – tática, vaidade e personalidade – é que quem mais perde é o Palmeiras.

8 Responses to OU É UM OU É O OUTRO

  1. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    Marcio: Vc foi perfeito na sua analise. O Cuca ficou entre a cruz e a espada ao pedir esse menino chamado Deyverson, que alias, não tem futebol nem pra ser reserva no verdão. Quanto ao Borjas, nada mais vai ser do que um Barrios ou Henrique Ceifador que o clube deixou ir embora e estão marcando gols até de olhos fechados. O Borjas deve merecer mais chances, mas jogar os 90 minutos e o Senhor Cuca, deve montar um esquema para que a bola chegue até ele dentro da area. O seu estilo é esse, não adianta pedir pra voltar, jamais dara certo. Eu, se fosse o Borjas, já tinha mandado o Cuca para aquele lugar e dane-se, pois ele esta sendo humilhado como atleta. Personalidade sim, mas bobo não.

  2. Não acompanho mais nada do que o Cuca fala, pois sistematicamente fala uma coisa e faz completamente o oposto do que fala !
    Pra mim ele é o “marcelinho carioca do Palmeiras” !

  3. PAULO SERGIO

    Disse e repito, fui um dos milhares de palmeirenses que pediram a volta do Cuca.
    Muito pelo que ele fez em 2016 e muito pelo que NÃO fez o E.Batista.
    Porem voltou com status de pop star.
    A humildade ficou para trás.
    Se considera importante e imprescindível ao clube.
    Toma decisões unilaterais.
    Não escuta ninguém.
    Adora deixar uma pontinha de incerteza em sua continuidade no clube.
    Citou esses dias novamente o problema familiar ainda não resolvido.
    Creio que está deixando uma brecha em caso de decidir sair.
    Se ele gosta de jogador “operário” que vá dirigir o Brasil de Pelotas, o Cianorte, o Ferroviário, ali sim ele iria ver os jogadores lutando bravamente em campo.
    Faltaria como sempre em jogador operário uma dose de capacidade técnica e trato com a bola.
    Creio que jogadores como Messi, Benzema, e o pr´prio Fred não teriam chances com o Cuca afinal não são jogadores esforçados taticamente.
    Menos Cuca,você é apenas um bom treinador.Somente isso.
    Ainda não atingiu um patamar de um top 10

    • Márcio Trevisan

      Então, PS, este talvez tenha sido a razão: o cara fez um excelente trabalho no Brasileirão de 2016 e pode ter voltado com um salto altíssimo.

      De qualquer forma, com esta campanha, pelo menos agora a gente sabe que dele ele já desceu.

      Abs.

  4. Antonio Manara

    E por esse motivo que faço críticas pesadas ao Cuca, ou Jumento como costumo chamá-lo quando me dirijo a sua pessoa. Na minha opinião ele é contra qualquer jogador que não seja indicado por ele ou seja gringo. Ele acabou com 5 dos gringos contratados pelo Gareca, não que eles fossem craques, mas não deu chances a maioria deles. Sinceramente desejo que no fim deste ano esteja terminada a era Cuca no Palmeiras.

    • Márcio Trevisan

      Manara: isso dependerá de como o Palmeiras se sair nesta reta quase final de Brasileirão.

      Se dermos trabalho e, pelo menos, enchermos o saco “deles” até o fim, dificilmente Cuca sairá. Mas se a equipe cair de produção, aí pode ser possível que ele saia.

      E se isso acontecer, já tenho meu preferido: Abel Braga.

      Abs.

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