CAP. 126: BRASILEIRÃO/1971 – PLANTA-SE A SEMENTE

O Campeonato Brasileiro, cuja primeira edição oficialmente aconteceu em 1971, na verdade começou a ser disputado quatro anos antes. A única diferença é que seu nome homenageava um importante dirigente do futebol paulista, Roberto Gomes Pedroza – daí o apelido que carinhosamente recebeu: “Robertão”. E a maior prova disso foi que os campeões e vices de 1967, 1968, 1969 e 1970 representaram o Brasil na Copa Libertadores do ano seguinte. 

Na verdade, o que fez com que a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, entidade que à época comandava o futebol no País) alterasse o nome da competição foi o enorme sucesso que a última edição do Robertão fizera, já que se aproveitara da conquista do tricampeonato mundial pela Seleção Brasileira no México, meses antes. Assim, se a ideia era tornar a competição oficialmente nacional, por que não passar a nomeá-la “Campeonato Brasileiro”? 

Além disso, havia evidentemente a questão política, já que no começo dos anos 60 o País começava a viver o período mais duro da Ditadura Militar e, claro, qualquer propaganda positiva em favor do governo era sempre muito bem-vinda. Ou seja: dar à principal competição em nível nacional a denominação de “brasileira” ia ao encontro de uma das máximas apregoadas pelos ditadores da época: “Brasil: ame-o ou deixe-o”.

Uma outra alteração em relação à edição de 1970 se deu no aumento do número de clubes, que passou de 17 para 20. Mas, como critério técnico nem sempre foi a tônica em nosso futebol, foram simplesmente “desconvidados” e ficaram de fora o Atlético/PR e a Ponte Preta/SP, mesmo tendo estas duas equipes cumprido, no Robertão/1970, campanhas superiores, por exemplo, às de Vasco/RJ e São Paulo/SP. Por outro lado, foram chamados ao torneio cinco novos times: América/MG, Ceará/CE, Coritiba/PR, Portuguesa Desp./SP e Sport do Recife/PE. 

Como registro histórico vale ressaltar que o primeiro jogo do Palmeiras na história do Brasileirão registrou – e nem poderia ser diferente – também a nossa primeira vitória. A partida ocorreu no estádio do Pacaembu, diante de uma velha conhecida, a Lusa, e quem esperava vida fácil para o Verdão se surpreendeu.

Ainda que tivesse um time indiscutivelmente superior, o Verdão esbarrou no sistema defensivo da equipe do Canindé. O clássico foi muito equilibrado, e a retranca armada por João Avelino por pouco não valeu à Lusa resultado melhor do que a derrota por 1 a 0. Nosso único gol foi marcado pelo centroavante César Maluco (foto acima). 

No restante da competição, contudo, nosso desempenho não foi dos mais empolgantes. Na primeira fase, ganhamos oito, empatamos seis e perdemos cinco dos 19 jogos que disputamos, o que nos valeu a classificação à etapa seguinte, sim, porém apenas como donos da penúltima vaga disponível do grupo. 

O Verdão caiu, então, em uma chave com Botafogo/RJ, Grêmio/RS e Coritiba/PR, mas com quatro empates e somente uma vitória nos seis jogos que disputou ficou bem longe do triangular que apontou o campeão. No fim das contas, um pra lá de humilde 7º lugar na classificação final foi o que nos restou. 

Fim de temporada e um ano perdido, já que nenhuma conquista importante houvera sido obtida? Nem tanto: em 1971, o Palmeiras plantou a semente que rapidamente germinaria e que se transformaria numa equipe tão sensacional que ficaria conhecida como a Segunda Academia. E será justamente todos os feitos destes memoráveis atletas que iniciaremos a relembrar em nosso próximo encontro. 

Esperarei por vocês.

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