Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, embora muito prejudicados pelo tal do Marielson mostraram garra e talento para vencer o Grêmio/RS.

EM SÍNTESE - Se tem um negócio que eu odeio é criticar árbitro e assistentes, e por uma simples razão: sempre que assim ajo, temo dar a entender de que um mau resultado do Palmeiras seja, em minha opinião, responsabilidade exclusiva dos caras. Só que há jogos que simplesmente não dá pra deixar pra lá só porque vencemos, e hoje foi um deles. Não é possível que o apitador e, sobretudo, o bandeirinha Rodrigo Correa não tenham visto o absurdo impedimento de Bressan no lance do primeiro gol gremista. Se fosse uma jogada difícil, em que por centímetros o gremista estivesse impedido, vá lá. Mas, não: o zagueiro gaúcho estava pelo menos 3 metros (isso mesmo: 3 metros!) em situação irregular, e ainda assim o gol foi validado. Aí, fico pensando: gol de Gabriel Jesus mal anulado contra a Ponte Preta/SP, possível falta em Dudu no lance que originou o gol do São Paulo/SP e, agora, isso: será que já estamos incomodando, tão cedo assim? Fica a dica para a nossa diretoria: se tivermos de perder, que seja por mérito do adversário ou por erro nosso. Roubado não!!!

FERNANDO PRASS – 5,5
SATISFATÓRIO

Por incrível que pareça, levou três gols mas não foi muito exigido. Parece estranho, e por isso explico: ele não teve culpa alguma em nenhuma das bolas que viu entrar em sua meta, e nas demais vezes em que foi chamado a intervir o fez de forma tranquila, sem grande trabalho. 

JEAN – 5,5
SATISFATÓRIO 

Hoje precisou se fixar na lateral-direita porque o Grêmio/RS tem o ótimo Éverton no setor. E justamente por isso teve um trabalho dos infernos, terminando a partida completamente estafado. Também por esta razão não apareceu tanto no apoio. 

THIAGO SANTOS – 7
ÓTIMO

Improvisado no miolo de zaga após o erro de Thiago Martins no domingo, começou nitidamente sentindo dificuldades – tanto que não uma, mas várias vezes abandonou a posição e foi visto jogando à frente da defesa, ou seja, onde sempre atua: na cabeça da área. Orientado por Cuca no intervalo, corrigiu este problema e fez um excelente segundo tempo, no qual foi premiado com o seu primeiro gol pelo Palmeiras. Mas não sei se será mantido como titular diante do Flamengo/RJ.

VÍTOR HUGO – 6,5
MUITO BOM

A verdade é que foi envolvido pela rotatividade do ataque gremista, que a cada jogada coloca um dos seus jogadores pelo meio, fazendo a função de comandante de ataque. Talvez por isso acabou cometendo uma falta idiota no meio-campo, recebendo de forma infantil mas também merecida o cartão amarelo. Mas houve o outro lado: bola na área, ele sobre até o 5º andar e faz o gol da virada, que nos deu grana virada e a moral para obter a vitória.

ZÉ ROBERTO – 4,5
RUIM

Não vou discutir a importância que ele ainda tem para o grupo e muito menos o quão ele já contribuiu para o nosso clube, mas a verdade é que de lateral-esquerdo parece que não dá mais. Ofensivamente, devido ao seu talento, ainda é muito útil em um cruzamento ou mesmo em uma jogada individual, mas defensivamente… Basta o adversário ter um lateral ou um atacante apenas razoáveis e é certo que teremos problemas (se bem que isos também aconteceu quando Egídio joga…). Não à toa, no lance do gol da virada não estava na posição e só chegou à nossa área quando a bola já estufava as redes de Prass. Em resumo: se um Edílson da vida consegue se sobressair, é porque de fato tivemos problemas. 

MATHEUS SALES – 6,5
MUITO BOM

Voltou a atuar muito bem, assim como já o fizera diante do Fluminense/RJ, seu mais recente jogo. Hoje, anulou completamente o veterano Douglas e ainda foi o jogador que mais trabalho deu ao excelente Luan. Se continuar assim, vai ficar ruim do Arouca voltar ao time.

TCHÊ TCHÊ – 6
BOM 

Com Moisés e Dudu se alternando na armação, coube a ele nesta noite ser apenas o segundo volante do time. E cumpriu bem esta missão, povoando o nosso meio-campo defensivo quando não tivemos a bola e tentando aparecer no ataque nos momentos em que partimos pra cima. Não brilhou, é fato, mas ajudou bastante nesta vitória.  

MOISÉS – 6
BOM

Se dividíssemos sua atuação em tática e técnica, diríamos que na primeira foi ótimo, nota 7, e na segunda foi regular, nota 5 – daí a avaliação e a nota que acima lhes foram imputadas por este jornalista. Cumpriu com exatidão a função que lhe foi imposta por Cuca (iniciar nossas jogadas ainda no campo de defesa), mas por vezes a bola lhe pareceu queimar nos pés. Se tivesse aproveitado o perfeito cruzamento de Dudu, no fim do primeiro tempo, certamente ganharia mais elogios. 

DUDU – 9
QUASE PERFEITO

Se você buscar as análises tática e técnica do pós-jogo contra o São Paulo/SP verá que o amigo aí de cima jogou hoje exatamente o dobro do que jogou domingo. Isso mesmo: Dudu dobrou sua nota – de 4,5 para 9. Hoje, ele teve mais uma de suas quase perfeitas atuações pelo Palmeiras – participou diretamente de três dos quatro gols, fez outros dois cruzamentos perfeitos, pelo menos três lançamentos brilhantes, buscou o jogo pelo meio, caiu pela ponta-direita, enfim: foi um tormento para o Grêmio/RS e o melhor jogador do time e de toda a partida.

ALECSANDRO – 4,5
RUIM 

Desta vez nosso centroavante deixou a desejar. Pareceu disperso, sem conseguir entrar no ritmo da partida e nada fez durante todo o primeiro tempo. Quando o sacou já no intervalo, Cuca acertou em cheio.

GABRIEL JESUS – 8
EXCELENTE

Confesso que temia que sua não convocação para a Copa América apenas porque não tinha o visto de entrada nos EUA pudesse lhe gerar um abatimento e a consequente queda no rendimento. Mas estava errado: logo de cara, com apenas 1 minuto e meio, já mostrou faro de gol e fez com que começássemos a partida em vantagem. Depois, foi sempre uma ótima opção de desafogo pelo lado esquerdo e, na etapa final, passou a atuar centralizado, como comandante de ataque, continuando a se destacar bastante. Se jogar assim neste Brasileirão e também nas Olimpíadas, ficará difícil mantê-lo. 

CUCA – 7
ÓTIMO

Nosso treinador não pensou duas vezes em sacar Thiago Martins da equipe titular após a bobagem que o zagueiro cometeu no domingo. O mesmo fez em relação a Róger Guedes, que também foi mal diante do São Paulo/SP e, nesta noite, começou sentado no banco de reservas. Isso prova que ele está ligado no que acontece com o time e, ao mesmo tempo, que não guarda rancor de quem joga mal – tanto que durante a partida colocou ambos os sacados. Mas a visão de Cuca foi mais além: sabendo que o Grêmio/RS não joga com um centroavante fixo, optou para o lugar de Martins pela entrada de um cabeça-de-área (no caso, Thiago Santos) e não por um outro zagueiro; já para a vaga de Guedes, escalou um meia de armação (Moisés), que tanta falta nos fizera no primeiro tempo do Choque-Rei. Ou seja: ao contrário de seus antecessores, o atual técnico do Palmeiras não é adepto da famosa troca “seis por meia dúzia”. Por falar em substituições, ele foi muito bem nesta chuvosa quinta-feira ao tirar Alecsandro e colocar Róger Guedes pela esquerda, centralizando desta forma Gabriel Jesus, pois tal alteração nos deu uma presença infinitamente maior no campo de ataque e um trabalho gigantesco à marcação gremista. Quando optou por um zagueiro no lugar de Moisés, quatro minutos após termos virado o jogo, ele visou diminuir os espaços de articulação do Grêmio/RS, o que de fato aconteceu, sem que isso resultasse numa equipe defensiva, pois Dudu continuou livre para jogar como bem quisesse. Por fim, acertou também ao promover a estreia de Fabrício, mas errou tanto no momento (deveria tê-lo feito antes) quanto no jogador substituído (o correto teria sido Zé Roberto, e não Tchê Tchê, embora este tenha sido outro a não conseguir terminar o jogo devido ao cansaço). Vamos ver, agora, como a nossa equipe se sairá sem seu treinador nos dois próximos jogos.

RÓGER GUEDES – 7
ÓTIMO

Ainda que o golaço que fez tenha sido sem querer, já que seu objetivo era cruzar para a pequena área, o fato é que o lance foi fundamental à nossa vitória, pois surgiu apenas um minuto depois de termos tomado a virada. Mas o jovem aí da foto foi bem mais do que apenas o autor de um gol meio espírita: ele tornou nosso ataque muito mais forte, deu mais opções para Moisés e Dudu e, desta forma, recuperou-se completamente da partida ruim que fizera diante “delas”.

THIAGO MARTINS – 5
REGULAR

Quando Cuca o mandou a campo confesso que me preocupei: faltavam ainda, com os acréscimos, mais de 20 minutos de jogo, tempo suficiente para ele fazer uma ou mais bobagens. Mas, graças a Deus, desta vez ele ficou na dele e, se não brilhou, pelo menos também não entregou o ouro.

FABRÍCIO – 4,5
RUIM

O estreante da noite jogou apenas 12 minutos, mas não foi bem por uma única razão: no lance do terceiro gol gremista, deveria estar marcando Edílson, já que Zé Roberto, então, já se tornara meio-campista. Ele falhou e nós levamos o gol.

FOTOS DA CAPA: César Greco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE