UMA VITÓRIA À 2015. MAS COM PINTA DE 2016.

Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, neste primeiro jogo de 2016, apresentaram os mesmos defeitos de 2015.

EM SÍNTESE - Qualquer um que esperasse um futebol de encher os olhos do Verdão nesta quarta-feira seria muito mais do que ingênuo – seria utópico. As primeiras partidas de cada temporada são sempre modorrentas, com os jogadores atuando como se estivesse com pesos de chumbo colados aos pés, sem muita noção tática e com técnica limitada. E mesmo apresentando todos estes problemas eis que o Verdão começa bem 2016, vencendo e se classificando para a primeira decisão do ano. Contudo, é bem verdade que o que se viu no Uruguai foi, muitas vezes, a mesma ligação direta que tanto nos incomodou e prejudicou no ano passado, um problema que, acredito, somente será de fato resolvido quando em nosso meio tivermos um meia de verdade, já que Cleiton Xavier parece ter tomado gosto pelo DM. Tenho certeza de que todos vocês se lembraram de Valdivia agora.

FERNANDO PRASS – 5
REGULAR 

Durante toda a partida foi um simples espectador, já que o time paraguaio mal conseguiu acertar o nosso gol.

 

LUCAS – 5
REGULAR 

Sem dúvida, um dos jogadores que mais sentiram este primeiro jogo. Foi ausente no campo ofensivo e defensivamente também não se destacou.

EDU DRACENA – 6
BOM 

Não fosse um erro no primeiro tempo, resultado de uma lambança anterior de Leandro Almeida, teria tido uma estreia melhor. Mesmo assim, já mostrou que nosso poder defensivo será bem maior em jogadas aéreas.

LEANDRO ALMEIDA – 5,5
SATISFATÓRIO 

Errou, e feio, ao recuar na “fogueira” para Dracena e quase permitir que o Libertad/PAR saísse na frente ainda no primeiro tempo. Mas seu erro se limitou a este pois, no decorrer da partida, apareceu bem nas antecipações e nas jogadas pelo alto.

ZÉ ROBERTO – 6
BOM 

Vinha tendo uma atuação apagada até o finzinho da partida, quando usou o gás que ainda tinha para melhorar na marcação e apoiar o ataque. No lance do segundo gol, foi de seus pés que saiu a bola para Moisés marcar.

MATHEUS SALES – 5,5
SATISFATÓRIO 

Começou bem, marcando em cima e ainda aparecendo como opção na saída de jogo. Mas, aos poucos, foi se cansando e, no fim do jogo, estava se arrastando. Demorou para ser substituído.

AROUCA – 5,5
SATISFATÓRIO 

Correu bastante, é verdade, mas tecnicamente esteve abaixo do que pode e sabe jogar. Assim que deixou o campo para a entrada de Moisés, o Palmeiras melhorou muito.

ROBINHO – 6
BOM 

Destacou-se mais em toques de primeira e nas bolas paradas do que propriamente na criação de nossas jogadas ofensivas. Mais um que “pregou” e teve de deixar o gramado.

DUDU – 6
BOM

Manteve neste primeiro jogo de 2016 o mesmo posicionamento tático de 2015 – pelo meio, mas chegando sempre ao gol adversário. Não reeditou, porém, o mesmo futebol que o trabnsformou em um dos destaques da conquista da Copa do Brasil, mesmo que tenha acertado o travessão em um lindo chute de fora da área.

ALECSANDRO – 5,5
SATISFATÓRIO 

Foi muito prejudicado pela forma como o time jogou, já que nenhuma bola – repito: nenhuma bola – lhe chegou em condições de concluir a gol. Assim, sua nota e sua avaliação se explicam pela dedicação e também por um bom lançamento que fez para Gabriel Jesus na etapa final.

GABRIEL JESUS – 5
REGULAR 

Esteve bem abaixo do que se esperava para um garoto de 18 anos. Não conseguiu realizar nenhuma jogada ofensiva de qualidade e acabou aparecendo mais na ajuda que deu a Zé Roberto na marcação. Deixou o campos reclamando de dores no joelho.

MARCELO OLIVEIRA – 6
BOM

Nosso treinador manteve a base do time que terminou em alta 2015 – apenas três titulares não atuaram: Jackson (que voltou para o Inter/RS), Vítor Hugo e Lucas Barrios, poupados – e neste pontoa acertou. Os reforços devem entrar aos poucos e somente quando o apertadíssimo calendário de jogos deste começo de 2016 assim o exigir. Com o estádio praticamente vazio durante a maior parte do jogo, pode-se perceber sua intensa atuação à beira do granado, orientando os jogadores não só taticamente, mas também em relação à qual melhor jogada realizarem a todo momento. Dois detalhes não muito positivos, porém, também me chamaram a atenção: o primeiro é que o time continua abusando da ligação direta, dos chutões, um problema que foi constante no ano passado e que não poderá, de jeito nenhum, se repetir neste. Mesmo sem poder contar, de novo, com Cleiton Xavier (volta, Mago!!!), ele terá de dar um jeito e resolver esta pendência, sob pena de termos mais dificuldades do que já se espera nos torneios que disputaremos daqui pra frente. O segundo senão foi uma certa demora para mexer na equipe, mesmo sabendo que poderia realizar cinco substituições. Talvez esta decisão tenha sido a principal responsável por termos aberto o placar somente aos 36 minutos da etapa final. Menos mal para o amigo aí de cima que dois de seus escolhidos para deixar o banco foram os principais destaques da partida – Allione e Moisés.

ERIK – 6,5
MUITO BOM

Muito boa a estreia deste rapaz. Mesmo perdendo uma boa chance segundos após entrar, não se deixou abater e continuou ajudando a equipe – ora pela esquerda, ora pela direita. Foi dele a jogada e o lindo passe finais para o gol de Allione. Te cuida, Jesus!

CRISTALDO – 5
REGULAR 

Entrou para prender mais a bola no campo de ataque e segurar os zagueiros, funções que conseguiu cumprir. Mas paramos por aí: no mais, uma atuação sem brilho algum.

MOISÉS – 7
ÓTIMO 

Este rapaz aliou à raça com que disputou todas as bolas uma técnica bastante considerável, tendo sido o jogador que iniciou a jogada do nosso primeiro gol. Como prêmio, recebeu um cruzamento perfeito de Zé Roberto mas, mostrando que também sabe cabecear, deslocou o goleiro com um lindo toque. Deus queira que não tenha sido apenas sorte de principiante, pois se este cara de fato jogar a bola que jogou hoje nosso treinador terá um sério problema pela frente: encontrar um lugar para ele no time titular.

ALLIONE – 6,5
MUITO BOM 

Confesso que fiquei muito feliz quando o Palmeiras não aceitou negociar o amigo aí de cima. Sei que em muitos jogos ele deixa a desejar, mas é inegável sua qualidade técnica e o enorme potencial que possui. Hoje, saiu de novo do banco e, com um lindo toque, desses que só quem sabe jogar consegue dar, fez o nosso primeiro gol.

THIAGO SANTOS – 6
BOM 

Defensivamente foi melhor do que Matheus Sales. Fundamental na marcação quando o Libertad/PAR saiu para o jogo, ocupou os espaços e ajudou a impedir que o adversário nos sufocasse.

17 Responses to UMA VITÓRIA À 2015. MAS COM PINTA DE 2016.

  1. Para inicio de temporada está bom!
    Márcio gostaria da sua opinião sobre a participação do Palmeiras na copinha!
    Pelo que eu vi temos um futuro negro pela frente se depender dos jogadores que disputaram, moleques sem personalidade nenhuma.
    Você ainda estava como assessor quando o Palmeiras fez a final contra o Santo André?
    abraços.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Maciel.

      Perdoe-me pela demora na resposta.

      Concordo contigo: não vi nada de muito interessante neste time da Copa SP. Talvez o atacante Kauê possa dar em alguma coisa, mas mesmo assim não ponho muita fé.

      E respondendo à sua pergunta, era eu o assessor de Imprensa quando fomos roubados na final da Copa SP de 2003.

      Abs.

  2. Marcio, é evidente que qualqquer time iniciando uma pré-temporada fica travado até por não estarem 100% fisicamente. porém o time do primeiro tempo foi o mesmo de 2015 com exceção do E.Dracena, então pelo menos taticamente não tem muita desculpa não. E obedecendo a lógica os erros continuaram.
    Observando friamente parte consideravel da culpa pelos chutões e ligação direta é do Robinho. Ele não se apresenta para receber a bola da defesa, e quando recebe quer ser Gerson, e fazer lançamentos que viram chutões.
    A defesa com a presença de Dracena ficou mais estável, e as bolas altas ele começou a arrumar a casa pelo sentido de colocação, coisa que deva ser passada para o Vitor Hugo e melhorar a colocação e consequente melhora defensiva. Agora o L.Almeida errou tambem no 2º tempo quando deu um bote de primeira, tomou o drible e expôs toda a defesa, o atacante acabou errando.
    Allione foi bem e espero que venha a crescer e ganhe espaço no time, o Eric foi muito bem também, o Moisés deixou muito boa impressão, mas me parece um segundo volante, se for, serão 7 volantes, e ninguém na armação. Ou seja, corrigiu a deficiencia de 2015 e a armação continuará deficitária porque o C. Xavier vai perder mais uma vez a pré temporada e 2016 estará comprometido novamente. O fato bom é que o Matheus Salles ganhará a posição de uns dos volantes se continuar nesta pegada.

    • Márcio Trevisan

      Marcos: o time que começa 2016 é bem mais forte do que o time que começou 2015.

      Portanto, espero por resultados melhores neste ano em relação ao ano passado.

      Se isso não acontecer, alguém terá de ser responsabilizado. Adivinhe a quem me refiro.

      Abs.

  3. Irineu Curtulo - Araras - SP

    Não falta o camisa 10 para esse time evoluir. Jogadores posicionados completamente fora de suas características é que faz o time estar acéfalo.

    • Perfeito Irineu, mas só para complementar, do meio pra frente estão estáticos em suas posições o que facilita a marcação adversaria. Estão muito pressos no famigerado 4,2,3,1 sem variação nenhuma, e o Centro Avante fica totalmente isolado. Ai o MO que tem culpa.

  4. Irineu Curtulo - Araras - SP

    Boa tarde, Márcio!
    Prass – passa segurança á defesa; Lucas – praticamente foi um defensor (orientação do técnico?); Edu Dracena – passa segurança á defesa; Leandro Almeida – sei lá!; Zé Roberto – praticamente foi um defensor (orientação do técnico?); Matheus Sales – na minha opinião é um ótimo segundo volante, pois como volante ainda está muito imaturo; Arouca – é aquele que tem a responsabilidade de conduzir a bola, de aparecer como elemento surpresa, e me parece que não correspondeu a isso; Robinho – se o técnico insistir com ele aberto pela direita e ajudando na marcação por esse setor perderemos um ótimo terceiro volante; Dudu – se o técnico insistir com ele na função de armador perderemos um ótimo atacante; Alecsandro – se a bola não chega fica difícil analisar o desempenho do centroavante; Gabriel Jesus – se o técnico insistir com ele apenas aberto pela esquerda e ajudando na marcação por esse setor perderemos um ótimo atacante; Erik – mostrou que sabe; Moisés – jogador moderno, mas ainda muito cedo para avaliação; Allione – se movimenta mais pelo campo; Thiago Martins – ladrão de bola, e por favor, a entregue no máximo em um segundo após roubá-la; Marcelo Oliveira – gosto do técnico que aproveita as melhores qualidades de cada jogador em variações táticas conforme o jogo, e esse não é o caso do nosso treinador. Usa muito mal o potencial de cada jogador apenas para impor o seu esquema tático, que não é mudado em ocasião alguma. Técnico que precisa mudar o time no intervalo é porque escalou de forma inadequada o time. Gosto do Marcelo e respeito seus títulos, mas não está me convencendo de ser um técnico que estude os adversários, que faça variações táticas conforme o jogo, enfim, temos um bom elenco, um ótimo time e um treinador que ainda não me convenceu – espero que ele cale minha boca e tenha uma carreira vitoriosa no Palmeiras.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Irineu.

      Apenas uma correção: o nome do cabeça-de-área que jogou ontem é Thiago Santos, e não Thiago Martins (este é zagueiro e acabou de voltar do Paysandu/PA).

      Abs.

  5. É sim, eu fui um dos que estava iludido. Achei que o Palmeiras estaria voando para mostrar ao mundo o quer este ano. Mas o que mostrou? Apenas que nada mudou. Os titulares estão acomodados, precisam ser sacudidos pq senão o Palmeiras vai ficar no meio da tabela. Ou esse técnico tartaruga mostra aos titulares que a fila anda ou vai ser um ano de amarguras.

    • Márcio Trevisan

      Tadeu: vamos com calma.

      Jogamos apenas uma vez, ganhamos de 2 a 0 e vc já fala em “ano e amarguras”? Menos, meu amigo, bem menos.

      Mas concordo contigo: o elenco hoje é formado por pelo menos 18, 19 jogadores em condições de serem titulares. Portanto, quem bobear irá dançar.

      Abs.

  6. Renan Teles

    Bom dia Marcio!

    Concordo com você que esperar um futebol espetacular nesse primeiro jogo seria utopia, contudo fiquei extremamente decepcionado com os mesmo erros do ano passado.

    O MO reclamava (ano passsado) que nao tinha tempo para treinar a saída de bola e que o Gabriel (1 jogador num universo de mais de 30!!) fazia mta falta e quebrou a “engrenagem” do time…pois bem, agora ele está tendo tempo e a diretoria contratou “200″ jogadores para fazer a transição no meio….e o time que deveria ao menos mostrar o minimo de evolução nesse ponto, estagnou!

    Espero estar errado, mas pelo que vimos ontem, pode contratar o Kross e o Iniesta para esse meio de campo…que nao vai resolver! Nosso técnico é refém de apenas 1 sistema de jogo e NAO CONSEGUE variação tática durante a partida…mesmo tendo ótimos jogadores pra isso no banco ou em campo para tanto!

    Este time nao pode mais ser considerado “em construção”, pois joga junto há mais de 1 ano…e basta assistir aos jogos dos outros times que mantiveram seus elencos para ver a distancia que o Palmeiras está deles no quesito saída de jogo, compactação, etc. (leia-se Atletico-MG, Bambis, Inter-RS)

    Até os gambas que perderam um caminhão de jogadores, mostrou mais padrão que o Palmeiras. Triste…

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Renan.

      Creio que a equipe merece um pouco mais de tempo como crédito, pois foi apenas o primeiro jogo do ano. Mas vc tem razão: que ninguém ouse falar em “time em construção”, pois isso será motivo de piada geral.

      Aproveitando que este foi o seu primeiro comentário, seja muito bem-vindo e, a partir de agora, escreva sempre.

      Abs.

  7. Marcio,

    Claro que não esperava um Palmeiras voando, mas foi decepcionante ver os mesmos erros do ano passado. O MO simplesmente não consegue corrigir o problema da saída de bola. Incrível!

    Engraçado que nos últimos anos tínhamos o armador e não tínhamos time. Agora temos time e só falta o armador…

    Os pontos positivos foram Erick, muito bom de bola (eu já dito que ele ia ser a sombra de Jesus; e olha que se mantiver assim ele vai começar querer dar farol alto e seta pra esquerda); e Moisés, que é o tal do meio-campo moderno, que defende e ataca muito bem.

    Abraço! Hudson

    • Márcio Trevisan

      Olá, Hudson.

      De fato> MO terá de arrumar um jeito de corrigir esta saída de bola, pois não sabemos em que condições voltará ao time o Gabriel.

      Quanto a Erik e Moisés, de fato ambos foram muito bem, mas me chamou a atenção a personalidade do segundo volante – parecia até um veterano no clube.

      Abs.

  8. Roberto Alfano

    Por ser o primeiro jogo do ano está bom, porém com os mesmos erros!!!!

    Está comprovado que ainda falta um camisa 10, percebe-se que temos elenco agora, nas substituições feita apesar da demora.

    Temos que tocar mais a bola e organizar as jogadas sem chutões, creio que vamos melhorar ao longo do ano, pois as disputas serão muitas.

    Força Verdão.

    Abraço.

  9. Marcio, bom dia.

    O Gabriel Jesus precisará mostrar mas futebol para continuar no time. Desde o ano passado, salvo raras exceções, tem se destacado mais pela ajuda na marcação do que sua principal característica de desequilibrar.
    Sei que é só o primeiro jogo da temporada, mas se no Paulista e principalmente na libertadores, o Palmeiras continuar com estas ligações diretas, nosso técnico receberá enorme pressão, e com razão.

    Abs

    • Márcio Trevisan

      Olá, Rodrigo.

      Concordo em relação a Jesus: talvez na intenção de agradar ao treinador, ele parece mais preocupado em recompor o sistema de marcação do que em atacar, o que fere totalmente as suas características. É preciso que receba orientação no sentido de dosar corretamente ambas as funções.

      Em relação às ligações diretas, aposta-se que com a entrada de Cleiton Xavier no time isso se resolva. O problema é que CX10 parece ter se apaixonado pelo DM.

      Abs.

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