É triste, mas situação do Palmeiras já nos obriga a fazer as contas. E para não cair.

Talvez a mais desagradável das funções inerentes à minha profissão é o fato de ter de falar e escrever a verdade, independentemente de qual ela seja. É que muitas vezes nós, os jornalistas, gostaríamos bem mais de contar uma mentira agradável do que jogar na cara do nosso público informações que, sabemos, irão desagradá-lo. E este é exatamente o caso desta crônica.

Meus amigos: apesar de ainda faltar um turno inteiro para o fim do Brasileirão, não os enganarei: o Palmeiras nem em sonho poderá ser campeão neste ano, nem por milagre disputará a próxima Libertadores, nem com muita sorte conseguirá uma pré-vaga à Sulamericana do ano que vem. Nosso objetivo até o fim de 2014 será lutar, e muito, apenas para não passarmos mais um vexame de um novo rebaixamento. Sei que isso é horrível, sobretudo quando se refere ao maior campeão nacional, mas é a mais pura verdade.

Sendo assim, analisei a tabela que teremos pela frente, levantei dados das últimas oito edições do Campeonato Brasileiro (quando o torneio passou a ter 20 clubes) e cheguei aos números que, tenho certeza, serão suficientes para nos mantermos na elite da bola tupiniquim. São eles: 47 pontos e 12 vitórias.

Explicando: desde 2006, nenhum clube que atingiu estes dígitos foi rebaixado, conforme você pode conferir na lista abaixo, que mostra os 16ºs colocados em cada competição:

2013 – Criciúma/SC (46 e 13)
2012 – Portuguesa/SP (45 e 10)
2011 – Cruzeiro/MG (43 e 11)
2010 – Atlético/GO (42 e 11)
2009 – Flamengo/RJ (46 e 11)
2008 – Náutico/PE (44 e 11)
2007 – Goiás/GO (45 e 13)
2006 – Palmeiras/SP (44 e 12)

Como se vê, o Verdão até poderá escapar com números ainda mais modestos, mas para não chegar à última rodada precisando de algum resultado o ideal serão, de fato, 47 pontos e 12 vitórias.

Bem, como sabemos, o time conta, hoje, com 18 pontos e 5 vitórias. Assim, precisará somar neste returno de Brasileirão mais 29 pontos (ou seja: 7 vitórias, 8 empates e no máximo 4 derrotas em 19 partidas). Claro que se pode atingir estes 29 pontos com outras campanhas (por exemplo: com 6 vitórias e 11 empates. Mas neste caso a equipe só poderá perder duas vezes…). De qualquer forma, 29 pontos representam um aproveitamos de 50.8% dos pontos em jogo – ou pouco mais da metade.

Dorival Jr é a nossa maior esperança

Outro detalhe importante é que, embora todas as vitórias representem a soma de três pontos algumas delas – em razão da vergonhosa campanha neste primeiro turno – na prática valerão mais do que outras. Se quiser respirar aliviado o quanto antes, o Palmeiras terá, obrigatoriamente, de vencer Criciúma/SP, Vitória/BA e Chapecoense/SC em casa. Se obtiver a mesma sorte diante de Bahia/BA e/ou Coritiba/PR como visitante, tanto melhor. É que estes clubes, muito provavelmente, serão os que disputarão a permanência na Série A contra a gente até o fim.

Creio ser importante ressaltar, também, que algumas derrotas, parecem certas. É provável que percamos para Cruzeiro/MG, São Paulo/SP e Inter/RS fora de casa, pois estes resultados quase sempre acontecem. Desta forma, para que somemos pontos também longe da Capital, o ideal é mirar as partidas diante de Goiás/GO, Figueirense/SC e Botafogo/RJ – se ganharmos ao menos uma destas, já será ótimo, pois é claro que também temos condições de superar Atlético/PR e Sport/PE diante de nossa torcida.

Sei bem, prezado internauta, que este texto é também um exercício de futurologia. Mas meu objetivo ao escrevê-lo foi apenas deixá-lo ciente do quão delicada é a situação do clube que tanto amamos.

Como podemos ver, aquele ex-presidente de origem árabe e mais Belluzzo, Tirone e Nobre já conseguiram manchar as glórias tão brilhantemente obtidas por Bianco, Heitor, Jair Rosa Pinto, Oberdan, Djalma Santos, Dudu, Ademir da Guia, César Maluco, Luís Pereira, Marcos, Velloso, Sérgio, César Sampaio, Edmundo, Evair, Rivaldo, Paulo Nunes, Arce, Oséas, Zinho, Valdivia, Marcos Assunção, …