CAP. 42 – SE A CABEÇA NÃO PENSA, O CORPO PADECE

Palestra Itália perde chance de ser campeão devido à decisão errada de seus dirigentes

Um antigo e bastante popular ditado afirma que quando a cabeça não pensa o corpo padece. E foi exatamente devido a uma atitude impensada que o Palestra Itália desperdiçou a chance de conquistar um título paulista.

Após terminar novamente em 3º lugar no Campeonato Paulista de 1929 (disputado em apenas um turno devido ao Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais), o Verdão chegou com fome de vitória a 1930. Com o fim da LAF – Liga Amadora de Futebol -, o gigante Paulistano resolveu extinguir seu departamento de futebol e, com isso, faz nascer um novo time, formado por alguns de seus jogadores e outros da A. A. das Palmeiras, que também já se preparava para deixar de existir. O novo clube passa se chamar São Paulo da Floresta – e aqui vale lembrar que este time nada tem a ver com o atual São Paulo Futebol Clube.

Graças também à extinção do grande “papão” de títulos estaduais, em campo nosso time cumpria uma boa campanha, tendo vencido quatro e perdido apenas um dos seis primeiros jogos. Chegou, então, o dia 4 de maio, data do clássico com o Corinthians/SP, sempre cercado por muita rivalidade. Superior, o Verdão vencia por 1 a 0, gol de Heitor, quando o mesmo centroavante ampliou o placar. Contudo, o árbitro Francisco Santa’nna invalidou o lance, alegando falta do atacante palestrino.

Heitor: pivô da confusão.

Revoltados, nossos jogadores abandonaram o gramado e a partida teve de ser decidida no famoso “tapetão”. Neste, o Palestra Itália foi merecidamente punido em duas frentes: teve todos os seus jogadores titulares suspensos por um jogo e, claro, perdeu os dois pontos que estava somando (recordando mais uma vez: naquela época, vitórias valiam apenas dois, e não três pontos, como hoje). Após o incidente, o alviverde seguiu sua vida normalmente, sendo representado na partida seguinte – vitória por 2 a 1 sobre a Portuguesa Desp./SP – pelos aspirantes.

O detalhe que nenhum jogador ou dirigente do nosso clube poderia imaginar era que tal impensada atitude poderia lhes custar a chance de disputar o título. Ao final do segundo turno, a taça de campeão ficou com o arquiinimigo do Parque São Jorge, que somou 44 pontos. Terceiro colocado, o Palestra abocanhou apenas 40.

Porém, vencíamos aquele clássico do primeiro turno e, se nossos atletas não tivessem abandonado o gramado, não teriam dado os dois pontos em jogo para o rival. Então, façamos as contas: dois pontos a mais para nós e dois a menos para eles resultariam em ambas as equipes empatadas com 42 pontos.

O regulamento do torneio previa que, em caso de empate entre dois times na primeira colocação, o título seria decidido num jogo-extra. Neste, o Verdão teria a chance de sair vencedor e de somar mais uma conquista em seu longo histórico de glórias.

Mas se isso iria ou não iria acontecer jamais saberemos com certeza…

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One Response to CAP. 42 – SE A CABEÇA NÃO PENSA, O CORPO PADECE

  1. Que história interessante do nosso clube, sabe,quando vejo o Palmeiras, em alguns jogos, ser roubado, principalmente quando contra o time da marginal sem número, fico tão indignado que dá vontade de ver o time abandonar o campo em forma de protesto, mas nunca imaginei que isso já tivesse ocorrido antes e contra elas. Certamente também, teríamos sido campeões.

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