TÃO EMOCIONANTE QUANTO UMA SEGUNDA À NOITE

Empate com São Paulo/SP no Morumbi foi a cara do dia em que aconteceu

Meus amigos.

Por mais que eu entenda que existe um sem-número de jogos válidos por outro sem-número de competições, não consigo me acostumar com aberrações como a que vimos hoje. Um dos mais importantes clássicos do futebol brasileiro e que, ultimamente, teve capítulos que acirraram ainda mais a sua já gigantesca rivalidade, foi disputado no pior dia e no pior período que se conhece. Um São Paulo x Palmeiras merece muito, mas muito mais do que uma segunda-feira à noite – aliás, qualquer outro dia e qualquer outro período que não sejam um domingo à tarde jamais serão dignos de receber um Choque-Rei.

Talvez justamente por isso, ambas as equipes deixaram um tanto quanto a desejar, sobretudo no primeiro tempo. Para mim ficou claro que tanto para palmeirenses quanto para são-paulinos a vitória seria, claro, muito bem-vinda, mas se o que pintasse ao final dos acréscimos do segundo tempo fosse um empate, beleza também. O que nenhuma das equipes admitia era a derrota e, como certa vez muito bem definiu o técnico Wanderley Luxemburgo, “o medo de perder tira a vontade de ganhar”.

Analisando, agora, o nosso lado, empatar fora de casa com uma equipe que luta pelos mesmos objetivos não pode, jamais, ser considerado um mau resultado. O problema é que este 0 a 0 vem em um momento em que ocupamos apenas a 12ª colocação na tabela. Para se ter uma ideia, no ano passado, quando terminamos campeões, somávamos a esta altura da competição 10 pontos e éramos os vice-líderes do torneio. Isso significa que as chances do tri e do trideca não existem mais? Claro que não. Mas, com certeza, significa que se quisermos mantê-las vivas será preciso vencer vários dos próximos jogos que teremos nas próximas rodadas.

Time para isso todos nós sabemos que o Verdão possui. Só não pode entrar em campo como se fosse uma segunda-feira à noite.

WEVERTON – 5
REGULAR

Pouco exigido, não fez uma única defesa importante durante todo o clássico. Deu sorte quando Calleri acertou, de calcanhar, sua trave direita. 

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

Enquanto teve apenas Wellington a explorar seu setor e contando com a ajuda de Estêvão, não comprometeu. Mas quando Ferreirinha foi a campo rapidinho foi substituído, por motivos mais do que óbvios.

GUSTAVO GÓMEZ – 6
BOM

Comparando com suas atuações anteriores, hoje foi bem demais. Marcou Calleri em cima e ainda quase fez um gol de cabeça.

MURILO – 6,5
MUITO BOM

O melhor do Palmeiras, ao lado de Estêvão. Além de marcar em cima quem quer que aparecesse à sua frente, iniciou várias jogadas ofensivas com muita qualidade, dando inclusive passes que poderiam ter se transformado em gol. 

PIQUEREZ – 5,5
SATISFATÓRIO

Hoje, pelo menos, não cometeu nenhum erro que comprometesse o time, algo que infelizmente é muito comum. E ainda quase fez um belo gol de fora da área. 

ANÍBAL MORENO – 6
BOM

Errou alguns passes, é verdade, mas foi de longe o melhor homem de marcação do Palmeiras.

RICHARD RÍOS – 5
REGULAR

Como quase sempre, foi maios do mesmo: nem se destacou, nem atrapalhou.

RAPHAEL VEIGA  – 5
REGULAR

Outro que, se comparado ao que vinha jogando, hoje teve uma noite de Pelé. Além de ter participado mais do jogo, ainda colocou a bola na cabeça de Gustavo Gómez após cobrar um escanteio. Mas está longe, muito longe do que pode e sabe jogar.

ESTÊVÃO – 6,5
MUITO BOM

Como disse acima, foi o mais competente do Verdão, ao lado de Murilo. Além de boas jogadas individuais, ainda deu uma força muito grande na marcação. Mas seu ponto mais elogiável é a personalidade, que mesmo após lances errados parece ser inabalável

ENDRICK – 5,5
SATISFATÓRIO

Pra não dizer que não fez nada, desperdiçou uma ótima chance em lance anulado pelo bandeirinha (mas que se tivesse sido gol seria reavaliado pelo VAR) e, após ganhar uma disputa com Arboleda, deixou Lázaro na cara do gol. Mas a cada dia que se aproxima sua apresentação para a Copa América parece ficar mais distante, pelo menos em espírito, do nosso time.

FLACO LÓPEZ – 4,5
RUIM

Foi de uma nulidade ímpar. No primeiro tempo, isolado, mal tocou na bola, e deveria ter sido sacado já no intervalo.  

ABEL FERREIRA – 6
BOM

Nosso treinador, até certo ponto, me surpreendeu com a escalação inicial. Estava certo de que ele começaria no 3-5-2 mas, talvez prevendo que o adversário jogaria com apenas dois atacantes, corretamente montou o time com apenas dois zagueiros. 

Isso, por um lado, deu uma segurança maior defensivamente, já que Moreno recuava e por vezes fazia a função de terceiro zagueiro. Mas, ofensivamente, não surtiu o efeito esperado, pois nossos laterais, sobretudo Marcos Rocha, sempre incomodado por Wellington, pouco apoiaram.

Após um primeiro tempo bastante equilibrado, o portuga conseguiu mais uma vez mudar a forma do time jogar e, nos primeiros 15 minutos da etapa final, foi o Palmeiras quem deu as cartas no Morumbi. Aliás, só não abrimos o placar porque Endrick e, principalmente, Lázaro desperdiçaram chances claras. Com o passar dos minutos, foi sentindo que o empate não seria um resultado tão ruim e segurou o jogo com posicionamentos defensivos mais efetivos.

Nas substituições, Abel deveria ter sacado López logo no intervalo, tamanha foi sua ineficiência em campo. As entradas de Lázaro e Rony foram corretas, pois com eles o Verdão deveria se tornar mais efetivo no ataque (o que aconteceu, mas só por 15 minutos). Com relação a Mayke e Vanderlan, foram o que se chama de “seis por meia dúzia”, pois taticamente nada alteraram o time. Por fim, no que diz respeito a Luís Guilherme, seu erro não foi mandá-lo a campo, mas sim sacar Estêvão em vez de Raphael Veiga que, àquela altura, aos 20 do segundo tempo, mais uma vez se arrastava em campo.   

LUÍS GUILHERME – 5
REGULAR

Entrou pela direita, onde não gosta de jogar pois tem de voltar para ajudar na marcação. Aí, não consegue render o mesmo que quando tua pelo meio.

MAYKE – 5
REGULAR

Entrou para marcar Ferreirinha pois Rocha já estava cansado. Mas se não fosse pela força de Luís Guilherme não teria conseguido.

LÁZARO – 5
REGULAR

Teve a bola do jogo e não poderia, de jeito nenhum, tê-la desperdiçado. Leva um desconto porque havia acabado de entrar e porque, depois, ainda teve um lance individual de qualidade.

 

VANDERLAN – 5
REGULAR

Substituiu Piquerez porque o uruguaio estava visivelmente cansado e se limitou apenas a marcar.

RONY – 5
REGULAR

Infelizmente, desperdiçou mais uma boa chance apresentando um futebol simplório e que nem de longe lembra o que já mostrou no Palmeiras.

FOTOS: CESAR GRECCO/AG. PALMEIRAS

8 Responses to TÃO EMOCIONANTE QUANTO UMA SEGUNDA À NOITE

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, gostei pois foi toma lá da cá, pena que faltou nosso Gol!!!

    Abraço.

  2. Caros, os trikas saíram no lucro, eles estão habituados nesse jogo pau a pau.

  3. Bom dia, Márcio.

    A preocupação de ambas as equipes em não levar gols, fez com que ambas as equipes abrissem mão de fazer gols. A rivalidade entre estes dois clubes está tão acirrada, que o empate se transforma na melhor alternativa para ambos.

    Da mesma forma que você, achei um jogo chato pra caramba. Acredito que os 55 mil torcedores que compareceram ao Panetone se decepcionaram com tamanha falta de técnica.

    Destaco a sonolência do nosso ataque. Uma das piores partidas de Endrick, Flaco López, Rony e cia. Um joguinho para esquecer.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Como eu disse: quanto mais se aproxima a data de se apresentar à Seleção Breasileira ou ao Rela Madrid/ESP, mais Endrick faz partidas comuns.

      O corpo dele ainda está aqui, mas a cabeça parece já ter ido.

      Abs.

  4. Bom dia
    Precisamos treinar finalizações!fundamentos!,empatar lá com o São Paulo é lucro. A sorte continua sorrindo.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Eduardo.

      Vc tem razão: apesar de quase sempre ter o melhor ataque das competições que disputa, o que o Palmeiras perde de gols é inadmissível. Tomara que, para o lugar de Endrick, contratemos um centroavante que, de fato, mais faça do que perca gols.

      Contudo, discordo de você quando diz que o empate foi lucro para nós. Apesar da bola na trave do Calleri, creio que estivemos mais próximos da vitória do que eles.

      Abs.

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