É MELHOR LAMBER OS BEIÇOS…

Palmeiras leva sorte com arbitragem e arranca empate com São Paulo/SP no Morumbi

Meus amigos.

Toda vez que escrevo que nosso time foi favorecido pela arbitragem recebo uma enxurrada de críticas. Uns discordam do fato e outros, mesmo concordando comigo, lembram jogos em que fomos prejudicados (e estes, admito, foram em muito maior número, é inegável). Só que um erro não justifica o outro, certo?

Acontece, porém, que em minha cerimônia de formatura fiz um  juramente, no qual dei minha palavra que jamais mentiria para quem me visse, lesse ou ouvisse. E é por isso que, hoje, digo a todos vocês que tanto o VAR quanto o árbitro de campo cometeram erros que nos favoreceram.

O primeiro deles foi do pessoal do vídeo. Eles deveriam ter sugerido a Candaçan que revisasse o lance que deu início ao gol das Trikas, pois ainda que sem ter tido a intenção o fato é que Richard Ríos acertou com muita violência o volante Pablo Maia, em lance que, se revisado, certamente teria gerado o cartão vermelho ao nosso volante. Já o segundo erro foi do próprio apitador: Piquerez fez, sim, pênalti em Luciano, já que sua entrada faz com que o atacante tricolor dobre o joelho e caia ao chão. E mesmo revendo o lance, o árbitro decidiu manter sua decisão – algo que é de seu direito, claro, mas que foi totalmente errado em minha opinião.

Então, prezado palmeirense, a verdade é que o empate por 1 a 1 nos ficou de ótimo tamanho, pois se tais falhas não tivessem acontecido teríamos jogado com um a menos desde os 24 minutos do primeiro tempo e, provavelmente, levado o segundo gol aos 22 da etapa final. Em outras palavras: é melhor lambermos os beiços.

PS.: peço desculpas se o que leram não lhes agradou. Mas, como disse acima, nunca menti e jamais mentirei a quem me ouve, lê ou assiste.   

WEVERTON – 4,5
RUIM

Foi um dos responsáveis pelo gol, pois tocou muito forte a bola para Ríos e, no chute de Alisson, viu a bola passar a apenas alguns centímetros de suas mãos e nem tentou a defesa. Depois, recuperou-se – mas apenas parcialmente – com uma boa defesa. Vive, sem dúvida alguma, a pior fase desde que chegou ao Palmeiras. 

MARCOS ROCHA – 4,5
RUIM

Quando tem que marcar, é um Deus nos acuda. Foi uma verdadeira avenida para Wellington e Ferreirinha, levando um banho de ambos. Graças a Deus saiu no intervalo.

LUAN – 5,5
SATISFATÓRIO

Fez um belo lançamento para Flaco López, logo no começo do jogo, e também, cuidou de perto de Luciano no primeiro tempo. Na etapa final, coube a ele a missão de marcar  e bem – Lucas após a saída de Aníbal Moreno.

MURILO – 7
ÓTIMO

O melhor do Palmeiras. Além de ter sofrido o pênalti, esteve ótimo nos desarmes e na cobertura. A convocação para a Seleção Brasileira parece lhe ter feito bem.

PIQUEREZ – 5
REGULAR

Hoje, pelo menos não nos levou à ira com erros de cruzamentos e de marcação. Mas cometeu, sim, um pênalti em Luciano que, para a nossa sorte, o árbitro preferiu não marcar.

ANÍBAL MORENO – 5
REGULAR

Teve hoje sua pior atuação com a nossa camisa. É verdade que quase fez mais um gol de cabeça, bem no comecinho do clássico, mas tinha como missão marcar Lucas e levou um banho de bola do são-paulino durante todo o primeiro tempo. Foi muito bem substituído, pena que só aos 28 da etapa final.

RICHARD RÍOS – 4,5
RUIM

Foi o principal responsável pelo gol que sofremos, pois apesar do mau passe de Weverton estava desatento e por isso perdeu a bola. E ainda deveria ter sido expulso no mesmo lance, já que atingiu com muita violência Pablo Maia. Assim que foi substituído, durante o intervalo, nosso time melhorou.

 

ZÉ RAFAEL – 5,5
SATISFATÓRIO

Preencheu bem o setor de meio-campo onde atuou, tanto defensiva quanto ofensivamente. Mas, mal posicionado, acabou impedindo um gol de Endrick.

RAPHAEL VEIGA  – 6
BOM

Só se destacou nas bolas paradas e, claro, no pênalti muito bem batido (forte, rasteiro e no canto, sem chance de defesa). No mais, foi mais uma vez “engolido” por Pablo Maia, assim como já acontecera na final da Supercopa do Brasil.

ENDRICK – 6
BOM

Ressalto que a nota e a avaliação acima foram adotadas sob a ótima tática, já que cumpriu à risca a dupla função que lhe foi designada: atuar pela ponta direita e voltar para ajudar na marcação. Tecnicamente, porém, ficou devendo, já que não criou um único lance de gol em toda a partida.

FLACO LÓPEZ – 5,5
SATISFATÓRIO

Muito bem marcado por Arboleda, só apareceu no lance do gol anulado devido ao toque de Zé Rafael para o fundo das redes. 

ABEL FERREIRA – 6
BOM

Nosso treinador, apesar das dificuldades que o time apresentou na vitória sobre o Novorizontino/SP, repetiu a formação 4-4-2. No começo do jogo, até que deu certo, pois criamos duas boas chances de gol. Mas não demorou muito para que o São Paulo/SP equilibrasse as ações e, sobretudo após ter aberto o placar, passasse a dominar as ações em campo.

Com as duas substituições que fez no intervalo, alterou o esquema para o 4-3-3 e provou que tem o time nas mãos, fazendo com que novamente passássemos a ter o controle do clássico: Mayke resolveu o problema de marcação pela direita e Lázaro ocupou bem, tanto ofensiva quanto defensivamente, o lado esquerdo. Talvez porque o Palmeiras tivesse melhorado e chegado ao empate, demorou demais para sacar Aníbal Moreno, que não conseguiu marcar Lucas, substituindo-o somente quando o Choque-Rei já se encaminhava para o final. Naquele mesmo momento, mandou a campo o ex-são-paulino Caio Paulista e, com isso, recuou Piquerez para a quarta-zaga – desta forma, o Verdão atuou até o final no 3-5-2. 

Ou seja: em uma mesma partida, nosso time jogou com três esquematizações táticas distintas. E isso só é feito por quem conhece.

LÁZARO – 6
BOM

Outro que ganha nota e avaliação positivas pelo empenho tático que demonstrou. Ofensivamente, segurou Ígor Vinícius na etapa final e, defensivamente foi muitas vezes o nosso ala pela esquerda.

RONY – 5
REGULAR

A fase não é das melhores. Não chega a atrapalhar, mas está longe daquele jogador que participava de inúmeros lances de perigo.

GABRIEL MENINO – 5,5
SATISFATÓRIO

Entrou para melhorar a marcação em nosso meio-campo e para ser mais um a tentar incomodar Wellington. Foi bem também em um importante desarme, impedindo um ataque muito promissor.

CAIO PAULISTA – 5
REGULAR

Se eu disser que jogou mal, estarei exagerando. Mas, limitado tecnicamente, perdeu bolas bobas e nem deu as caras no ataque, como se esperava.

FOTOS: FÁBIO MENOTTI/AG. PALMEIRAS

7 Responses to É MELHOR LAMBER OS BEIÇOS…

  1. José Aparecido - Mogi das Cruzes

    Bom dia a todos!
    Muito boa sua crônica, só discordo um pouco do lanc do pênalti das trikas. Eu até pensei que o árbitro daria, mas vejamos, o Luciano tem uma fama de cai cai, no lance ele que esperou o contato para se jogar (que é o mal de todo jogador brasileiro) e o árbitro deve ter analisado isso, ou seja a fama do Luciano o prejudicou.
    Mas com relação ao time, na minha opinião só o Murilo que se salvou.
    Wewerton, RR, Veiga, MR, CP, GM, Piquerez, FL(não sabe dominar uma bola), Endrik(tá ficando mimizento), Roni (é uma afronta com a 10).
    Fora o portuga que virou o professor pardal, colocar o endrik de lateral.
    Se continuar com essa bolinha na libertadores, que é nossa prioridade, já era.

  2. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa sua crônica pois demonstra o que foi está partida, não gostei da mudança de posição do Endrick , é bom ir se preparando para fase do mata-mata, não podemos cometer erros banais!!!

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Agradeço o elogio.

      Creio que Endrick não m ais atuará desta forma, pois se viu – inclusive durante o jogo – que não é a dele. Tanto que na etapa final ele voltou a jogar mais perto da área.

      Em relação ao restante do Paulistinha, deveremos passar com tranquilidade pela Ponte Preta/SP nas quartas, mas seria melhor não encararmos o SPFC nas semifinais, o que deverá acontecer.

      Abs.

  3. Bom dia, Márcio.

    Estou com os trikas engasgados na garganta. Depois do que passamos na final da Super Copa do Brasil, meu desejo era ter goleado os caras de novo em pleno Morumbis (que trocadilho ridículo foi esse. Eu teria nomeado Morumbambis).

    Tenho comigo que Weverton e Abel Ferreira foram os dois principais responsáveis pelo empate. Weverton pelo que você bem escreveu em sua crônica e Abel pela iniciativa absurda de colocar Endrick na lateral. O menino foi contratado para ser o camisa 9 do Real Madrid e o Abel me tira da cartola que ele iria atuar na lateral? Acabou com o futebol do garoto.

    Quanto ao pênalti, penso o seguinte: se existem diferentes opiniões a respeito de um determinado assunto, não há certo ou errado. Se não há uma forma objetiva e analítica de se verificar o lance, sendo o resultado da decisão meramente interpretativo, então, poderia ser pênalti ou não. Logo, a decisão nos favoreceu, como nos prejudicou em outras situações. Por isso, bola pra frente.

    A verdade é que o futebol do Verdão tem sido mais pragmático do que envolvente. Faz tempo que não assisto uma partida de encher os olhos, daquelas que você se sente convencido do resultado no fim do jogo. Estamos colhendo bons resultados com isso e por mim tudo bem, mas tivemos poucos desafios de verdade até agora.

    Um abraço.

    Valter

    P.S. Você chamou o RR de Aníbal Moreno em sua crônica.

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Sua linha de raciocínio está correta, mas se aplica apenas ao pênalti que o árbitro não marcou para o São Paulo/SP. Mas o maior erro do cara foi a não expulsão do RR.

      Agora, pense: já imaginou o tamanho da nossa ira se os mesmos erros fossem cometidos contra a gente?

      Abs.

      P.S.: Obrigado pela correção. Já foi feita.

  4. Todo mal pros bambes é pouco. Tomara que nem se classifiquem.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      Desejo o mesmo. Até porque, no caso de classificação das Trikas, provavelmente serão elas nossas adversárias nas quartas-de-final.

      E eu não tô a fim de mais uma decisão com elas em tão pouco tempo.

      Abs.

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