NO SUFOCO TAMBÉM SE VENCE

Mesmo sem brilhar, Palmeiras vira mais uma e segue vivo na Libertadores

Meus amigos.

Eu nem quero imaginar qual seria o clima na Academia de Futebol se não tivéssemos conseguido virar o jogo e ganhar do Cerro Porteño/PAR nesta fria noite de outono paulistano no ainda mais frio – e distante – Morumbi. Se nossa equipe perdesse a segunda seguinte na Copa Libertadores nossas chances de classificação não se tornariam improváveis, mas ficariam infinitamente mais difíceis de serem obtidas.

Por isso eu, você e toda a galera alviverde temos que comemorar demais estes apertados 2 a 1 que impusemos ao bom time paraguaio. Um resultado justo, sem dúvida, mas que só foi possível obter graças a dois fatores: à mudança de comportamento da equipe no segundo tempo e, admitamos, à sorte com a qual fomos bafejados, já que os caras perderam dois gols feitos, um em cada etapa da partida.

Tais dificuldades, que a muitos podem até ter surpreendido, também se deveu a duas situações: a primeira é que o esquema tático inicial, com quatro jogadores no meio-campo e apenas dois atacantes, não surtiu o feito que se esperava porque fez com que perdêssemos força ofensiva pelo lado esquerdo e deixou isolado nosso centroavante. Além disso, vale e se merece ressaltar, a equipe do Paraguai é infinitamente melhor treinada do que a do ano passado, mesmo mantendo sete jogadores da equipe que goleamos duas vezes – 3 a 0 em Assunción/PAR e 5 a 0 na Arena Palestra Itália. Sobretudo nos aspectos de marcação e de saída de jogo, o Cerro de hoje é muito mais time e muito mais bem treinado do aquele que era dirigido pelo nosso inesquecível ídolo Arce.

Depois de dar muita sorte e encarar adversários bem mais frágeis nas três edições anteriores, o Verdão já percebeu que, para garantir sua presença na próxima fase e também chegar à final de uma nova Libertadores, desta vez terá que se dedicar ainda mais desde já, e não apenas nas etapas decisivas da competição.

 

WEVERTON – REGULAR
NOTA 5

Sem culpa nenhuma no gol que levou – aliás, quase o evitou – foi um mero espectador da partida, já que nos demais lances de perigo o adversário, graças a Deus, concluiu para fora.

MARCOS ROCHA – MUITO RUIM
NOTA 4

Voltou a ter uma atuação daquelas que o marcaram negativamente desde que chegou ao Palmeiras. Hoje, foi uma avenida na marcação e errou lances dignos de um perna-de-pau. Se Mayke estivesse no banco, certamente teria sido substituído. 

GUSTAVO GÓMEZ – ÓTIMO
NOTA 7

O melhor do Palmeiras e o segundo melhor da partida, sendo superado apenas pelo goleiro brasileiro Jean. Além de ter feito o gol e dado a assistência final para Rafael Navarro marcar o dele, foi ótimo também na marcação a Churín.

LUAN – MUITO BOM
NOTA 6,5

Para um jogador do qual nunca esperamos muita coisa viveu uma ótima noite. Muito firme na marcação e competente na saída de jogo.

 

VANDERLAN – BOM
NOTA 6

Foi melhor no primeiro do que no segundo tempo, pois quando a equipe jogou no 4-4-2 teve de aparecer – e apareceu muito bem – mais vezes no apoio, sendo quase uma espécie de falso ponta-esquerda.

ZÉ RAFAEL -  BOM
NOTA 6

Sei que a nota e avaliação acima parecem absurdas, já que foi por culpa dele que sofremos o gol. Contudo, ZR se recuperou bem do erro infantil que cometeu ao perder aquela bola ao desarmar várias jogadas ofensivas.

GABRIEL MENINO – RUIM
NOTA 4,5

Como sempre acontece, oscila entre ótimas, boas e más partidas. Hoje, viveu uma noite bem ruim, errando absolutamente em todos os lances de que participou e permitindo espaços demais à frente da nossa zaga.

ARTUR – BOM
NOTA 6

No primeiro tempo, foi mais uma vez prejudicado pelo esquema 4-4-2 inventado por Abel Ferreira, pois teve de atuar pelo lado direito do meio-campo. Lá, ele até sabe jogar, mas nem se compara ao futebol que rende quando atua aberto pela direita. Nesta posição, jogou na etapa final e foi muito importante para a virada palmeirense, participando diretamente de nossos dois gols.

JHON JHON – BOM
NOTA 6

Jogando na meia esquerda, sua real posição, o garoto foi bem melhor do que quando é improvisado em qualquer outro setor. Só lhe faltou um pouco mais de impetuosidade para realizar jogadas individuas pela ponta canhota, setor onde deveria ter aparecido com mais frequência.

DUDU – MUITO BOM
NOTA 6,5

Partida muita boa de nosso principal jogador de ataque. Principalmente na segunda etapa, quando o Palmeiras teve de atacar mais para obter o resultado de que precisava, foi ele a melhor e mais eficaz arma ofensiva da nossa equipe. De seus pés saiu a bola que resultou no primeiro gol Verdão.

LÓPEZ – REGULAR
NOTA 5

Isolado durante todo o jogo, não repetiu as ótimas atuações dos últimos jogos. Parece render mais quando tem um outro atacante ao seu lado. 

ABEL FERREIRA – REGULAR
NOTA 5

Alguns de vocês têm me acusado de pegar no pé do nosso treinador, mas eu juro que não é isso. Eu apenas analiso suas decisões e suas ações a cada partida e, nesta, apesar de termos virado o placar, não fiquei satisfeito com o que vi. De cara, não entendi qual o motivo de ele ter sacado Endrick e colocado Jhon Jhon no time titular. Não que o menino tenha ido mal, mas na partida anterior, diante do Cuiabá/MT, López tivera sua melhor apresentação com a nossa camisa atuando mais recuado e ao lado da joia. Então, por que mudar algo que havia dado certo? Outra decisão do português da qual discordei foi montar o time no 4-4-2. Como já disse, até gosto deste esquema tático, mas para que seja adotado é preciso que se tenha jogadores compatíveis e que tenham treinado muito dentro desta esquematização. Foi por isso, ou seja, pela pouca quantidade de treinamentos, que tivemos uma primeira etapa bem abaixo do normal. No que diz respeito às substituições, Abel Ferreira foi um pouco melhor. No intervalo, já sacou GM e colocou em sue lugar Richard Ríos, o que melhorou nossa marcação e nossa saída de bola. Mas por que esperar mais 9 minutos para voltar a montar o time  no 4-3-3? Por que já não mandou a campo pelo menos um deles no meio do jogo? Por fim, não gostei da opção que teve por Garcia para melhorar nossa marcação pela direita – o mais correto seria ter mandado a campo Fabinho, reforçar nossa proteção no meio-campo e, desta forma, conseguir a mesma ajuda a Marcos Rocha. 

RICHARD RÍOS – SATISFATÓRIO
NOTA 5,5

Mesmo sem brilhar, melhorou muito nossa marcação na intermediária e também a saída de jogo. É muito bom jogador, mas precisa aprender a soltar a bola com maior rapidez.

RAFAEL NAVARRO – MUITO BOM
NOTA 6,5

Queira Deus que esteja, enfim, começando a explicar porque o Palmeiras investiu em sua contratação. Entrou para jogar um pouco mais recuado, na função de “falso 10″, e melhorou demais o nosso time. Acabou premiado ao marcar o gol da virada que foi, também, seu 8º pelo Verdão na Libertadores, o que o isolou no quarto maior artilheiro palmeirense em toda a história da competição (atrás apenas de Rony, com 18; de Veiga, com 14; e de Dudu, com 9).

BRENO LOPES – SEM AVALIAÇÃO
SEM NOTA 

Jogou apenas 7 minutos.

ENDRICK – MUITO BOM
NOTA 6,5

A verdade é que comete erros comuns a jogadores ainda em formação, e que certamente não mais cometerá dentro de pouco tempo. Mas também é verdade que, quando está em campo, o poder ofensivo do Palmeiras é sempre maior. Hoje, deu um trabalho danado à zaga paraguaia e quase fez um belo gol. E ainda sofreu pênalti claro não marcado de forma vergonhosa pela árbitro e pelo VAR.

GARCIA – SEM AVALIAÇÃO
SEM NOTA

Jogou apensas 15 minutos.

FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

14 Responses to NO SUFOCO TAMBÉM SE VENCE

  1. Quanto ao jogo em si não foi dos melhores, mas eu acho que muito disso foi em função do estádio, o Morumbi que ao longo de décadas foi o palco dos grandes jogos, parece que perdeu o clima, a impressão que passa é que o jogador não se sente bem de jogar ali. Seria muito melhor jogar em Barueri quando não poder jogar no Allianz. A torcida foi perfeita e fez a parte dela, compareceu e empurrou o time.

    • Márcio Trevisan

      Ed: o que acontece é que os jogadores do Palmeiras estão acostumados a, quando atuam em casa, ter o torcedor mais perto.

      No Morumbi, por uma questão de topografia, a galera fica mais distante do gramado e, por isso, sua participação não é tão efetiva.

      Abs.

  2. Por que o Abel não fez isso, por que o Abel não fez aquilo ?

    Talvez seja porque ele esteja prestes a se tornar o técnico mais vencedor da história do Palmeiras, já que em apenas em 3 anos ganhou quase o mesmo número de troféus que Osvaldo Brandão ganhou, com a diferença que este último levou 28 anos pra ganhar esse total de troféus. Vocês tem noção do que significa isso ? Pra alguns só vai cair a ficha quando passar muitos anos depois que o Abel tiver ido embora, vai demorar pra perceberem que estavam vivendo uma história que vai ser contada por muito tempo.
    Vai levar umas 10 gerações pra aparecer outro técnico como o Abel Ferreira. Aproveitem bastante cada momento, pois quando ele for embora, vamos passar por um processo ainda pior que o flamenguista no pós JJ, pois o JJ não fez história no Flamengo como o Abel está fazendo no Palmeiras, parem de caçar pelo em ovo, defeitos todos tem.

    Eu não critico absolutamente nada que esse cara faz pois eu sei que ele sempre tem um plano e não cabe a mim entender qual é esse plano, só sei que vai dar certo.

    Abraços !!!

    • Olá Ed
      Ainda bem que você mandou mensagem novamente, mesmo dando 1 cutucada em mim.
      Faz tempo que eu e você não sentamos o porrete no Valdivia.
      Abçs.

      • Márcio Trevisan

        Jair: o Ed não “cutucou” ninguém.

        Ele apenas expôs a opinião que tem sobre um fato.

        Abs.

      • De forma alguma foi uma cutucada pessoal, vejo que está sendo muito comum esse tipo de crítica ao Abel e falei de forma generalizada, eu pessoalmente não concordo com as críticas, claro que o Abel não é imune de críticas mas pra mim, por tudo que ganhou desde que chegou, o respeito que ele reconquistou dos adversários em relação ao Palmeiras, ele tem muito, mas muito crédito + bônus pra gastar ainda…rs.

        Abraços Jair, Márcio e demais amigos palestrinos.

      • Jair nem me lembre desse chinelinho…rs. Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Ed.

      Em primeiro lugar, estou muito, mas muito feliz de vê-lo de novo por aqui, já que fazia muito tempo que você não aparecia nesta seção (onde, aliás, sempre foi muito bem-vindo).

      Mas, vamos lá:

      1 – De fato: Abel está muito perto de se tornar o técnico mais vencedor de toda a história do Palmeiras (se bem que, proporcionalmente, já o seja). Mas isso não o torna imune a erros e críticas.

      2 – De fato: assim que terminar a passagem do portuga pelo Palmeiras a tendência é que nosso time caia de produção. Isso é normal quando um ciclo vitorioso se encerra e no próprio Palmeiras aconteceu algumas vezes.

      3 – De fato: não cabe a você e nem a nenhum torcedor entender quais são os planos do nosso treinador, mas você e qualquer torcedor têm o direito de querer entender. E é isso o que eu, humildemente, tento fazer por aqui.

      Abs.

      PS.: Agora que voltou, não “desvolte”.

  3. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa sua crônica deste jogo, já disse está competição vai ser mais acirrada , portanto temos que lutar para conseguir a classificação, vitória de virada importante com muita garra no segundo tempo, agora vamos buscar uma vitória fora de casa.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Muito obrigado pela parte que me toca.

      Olha, vou ser bem sincero: nem mesmo o empate nos interessa muito no jogo do Equador, pois na mesma rodada provavelmente o Cerro vencerá o Bolívar/BOL e chegará aos 6 pontos, isolando-se assim na liderança. E detalhe: nosso jogo seguinte será contra eles, e em Assunción/PAR.

      Abs.

  4. SALVADORA e maravilhosa vitória com um futebol nota Pi, ou seja, nota 3,1416.
    Qual é a explicação possível pro cara deixar o Endrick no banco de reservas por quase 60 minutos, os 45 minutos iniciais + acréscimo do 1° tempo + 9 minutos do 2° tempo ?
    Mas, sensacional mesmo, foi a resposta que o Deus Sol deu quando foi perguntado como ele analisava a QUALIDADE da apresentação do Palmeiras.
    Ele simplesmente reiterou todas as criticas ao calendário do futebol, indiretamente sentando o pau na Comembol, Cbf, Federação Paulista, etc…
    Sobrou indiretamente até pra Fifa e pra Uefa, quando ele disse que a 50 anos o calendario do futebol brasileiro esta errado e que até na copa da Europa dos clubes e mundial de clubes estão querendo aumentar o numero de times competidores.
    Que megalomaniaco !!!
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      A tática utilizada pelo Abel Ferreira quando o time joga mal ou não consegue um bom resultado é antiga: ele se desvia da resposta e fala sobre outros temas.

      Isso até no tempo de Oswaldo Brandão acontecia.

      O que falta, na verdade, é repórter mais corajoso e que pergunte diretamente: “Por que você sacou Endrick?”.

      Abs.

  5. Salve meu caro tutor Trevisan. Ó, ó eu aqui ó, em primeiro de novo. O duro é assistir o jogo com 5 horas de fuso horário. O jogo prá mim terminou quase 4 horas da manhã. Mas não tem problema não, o Palmeiras pode contar comigo, qualquer dia, qualquer horário. Dá-lhe Verdão. Dá-lhe Sangue VERDE.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      Rapaz: se todos os jogadores do Palmeiras em todos os tempos tivessem a mesma disposição e a mesma postura que você, teríamos vencido todos os 6.291 jogos que disputamos até hoje.

      Abs.

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