RONY É BI. E DAÍ?

Atacante faz mais um gol de bicicleta e mantém Palmeiras tranquilo na liderança do Brasileirão

Meus amigos.

Se eu lhes afirmasse agora que o Palmeiras será o grande campeão do Campeonato Brasileiro de 2022 isso seria, sem dúvida, um exercício de futurologia e, também, uma prova de uma certa arrogância deste jornalista. Afinal, ainda faltam 14 rodadas para o fim da competição e, apenas por este motivo, é óbvio que tudo ainda pode acontecer.

Contudo, se me permitissem inserir três detalhes nesta afirmação talvez o exercício e o sentimento dos quais falei no parágrafo acima ganhariam um peso considerável. Então, farei de conta que vocês me deram o “ok” e vou lhes contar o seguinte:

1 – Após o término da 24ª rodada do Brasileirão de 2016, o Verdão ocupava a liderança da tabela, mas com apenas 47 pontos e somente 1 à frente do vice-líder na ocasião, o Flamengo/RJ.

2 - Após o término da 24ª rodada do Brasileirão de 2018, o Verdão ocupava somente a 3ª posição na tabela com 46 pontos, e 3 atrás do líder na ocasião, o Internacional/RS.

Agora, me respondam: quem foi o grande campeão brasileiro de 2016 e de 2018?

Com o empate que conseguimos na tarde deste sábado, no Maracanã, diante do bom time do Fluminense/RJ, terminaremos esta rodada com 8 ou, na pior das hipóteses, 7 pontos de vantagem sobre o segundo colocado (isso se o Flamengo/RJ vencer o Botafogo/RJ neste domingo). O que quero mostrar, prezado palmeirense, é que embora ainda não se possa afirmar que levantaremos o caneco no fim deste ano, os números mostram que estamos cada vez mais próximos disso.

Ou seja: se tudo continuar caminhando como está – e creio que continuará -, quem tem mais terá, em breve, não 10, mas sim 11.

O JogoO clássico interestadual envolvendo as duas melhores equipes do Brasileirão não poderia começar de um jeito melhor. Logo aos 7 minutos, após boa jogada individual de Dudu pela direita, Rony marcou mais um gol de bicicleta, este antológico dada à plasticidade do lance. Aliás, tivesse um pouco mais de ímpeto e, também, uma pequena dose extra de sorte, e o Palmeiras poderia ter ampliado a vantagem logo nos minutos seguintes.

Mesmo que não tenha conseguido tal feito, durante todo o primeiro tempo nossa equipe conseguiu abafar o ímpeto do adversário que, insuflado por sua torcida, partiu com tudo em busca do empate. Este, por sinal, só aconteceu (aos 38 minutos) em uma jogada de bola parada, na qual Gustavo Scarpa e Zé Rafael vacilaram na marcação e permitiram que Manoel subisse mais alto e cabeceasse no canto inferior esquerdo de Weverton, que nada pôde fazer.

Se foi relativamente bem na etapa inicial, o Palmeiras foi consideravelmente bem pior no segundo tempo. Não demorou muito para que os comandados por Fernando Diniz percebessem que o melhor caminho era pelas pontas, nas quais Marcos Rocha – e depois Mayke – e Piquerez sofreram bastante. Aliás, a verdade é que só não perdemos porque a sorte esteve ao nosso lado, sobretudo quando Ganso acertou a trave com um lindo toque de primeira.

Mas como bem disse nosso treinador na coletiva pós-jogo, talvez o maior problema palmeirense nesta noite não tenha sido nenhum destes citados acima, mas sim a falta de coragem para, no mínimo, encarar de igual para igual um adversário que, no máximo, é quase tão bom quanto o nosso time. E, como sempre dizia Wanderley Luxemburgo, quando o medo de perder tira a vontade de ganhar dificilmente se consegue algo melhor do que o Verdão conseguiu hoje. 

O MELHOR: RONY
Ótimo – Nota 7,5

É claro que ele não teve uma atuação de encher os olhos, mas somente pelo gol que fez já fez por merecer aparecer aqui com a avaliação que lhe foram aplicadas. De fato, está longe de ser um jogador técnico, mas não se pode negar que Rony tem uma personalidade e uma autoconfiança praticamente impossíveis de ser encontradas em jogadores do seu nível.

MERECE DESTAQUE: ABEL FERREIRA
Muito Bom – Nota 6,5

Gostei bastante da atuação de Abel Ferreira nesta noite. Primeiro, dada a importância da partida, acertou em mandar a campo o time considerado titular, mesmo tendo pela frente, já na terça-feira, o primeiro jogo das semifinais da Libertadores. Depois, acertou ao sacar Raphael Veiga, hoje pouco inspirado, e também dar um pequeno descanso a três importantes titulares – Zé Rafael, Dudu e Rony. Além disso, se hoje o Palmeiras não venceu tal não foi por falta de incentivo e de ações de nosso treinador, que a todo momento pedia, da beirada do gramado, para a equipe atacar.

PALMAS PRA ELE: GUSTAVO GÓMEZ
Muito Bom – Nota 6,5

Falar bem de Gustavo Gómez está ficando muito enfadonho. Parece até que nosso time não tem outros jogadores que merecem aparecer em destaque nesta seção. Mas o que eu posso fazer se ele consegue anular Cano, o maior goleador do futebol brasileiro neste ano, mesmo em uma partida disputada na casa do cara? O paraguaio foi tão bem que o argentino sequer terminou o jogo.

Confira abaixo avaliações de todos os demais profissionais que participaram do jogo de hoje:

Dudu e Gustavo Scarpa - Bom: nota 6
Murilo e Zé Rafael - Satisfatório: nota 5,5
Weverton, Marcos Rocha, Piquerez, Raphael Veiga, Mayke, Gabriel Menino, Wesley, Bruno Tabata e López – Regular: nota 5
Danilo – Ruim: nota 4,5

FOTOS: CÉSAR GRECO/AG.PALMEIRAS

16 Responses to RONY É BI. E DAÍ?

  1. José Aparecido da Silva

    Boa tarde a todos!

    Para uma equipe ser campeã é necessário competência, preparo físico e psicológico e uma boa dose de sorte.
    Lógico que num passado não muito distante,o Palmeiras perderia essa partida e talvez de goleada.
    O tempo mudou e nosso time se tornou cascudo e é difícil os adversários nos envolverem.
    Mas me preocupa, e faz tempo, nossa defesa nas jogadas aéreas.
    Contra os mulambos perdemos quase todas as disputas pelo alto e contra o florminenCe tomamos o empate de forma juvenil.
    Na libertadores ia caras vão vir babando, principalmente em jogadas aéreas.
    Espero que o time tenha outra postura e que a sorte não nos abandone.

    • José Aparecido da Silva

      Esqueci de complementar:
      Foi uma pena a atuação da equipe ter ofuscado o golaço do Roni.

      • Márcio Trevisan

        De fato, amigo.

        Se o Palmeiras tivesse ganhado, a repercussão teria sido infinitamente maior.

        Abs.

    • Márcio Trevisan

      Zé: também notei isso nos últimos jogos.

      Mas, levando-se em conta o pequeno número de gols que sofremos, creio ter sido um problema pontual. Pelo menos, assim espero.

      Abs.

  2. José Eduardo Berti

    Boa tarde

    Não concordo com umas partes o Abel insiste em colocar o Weslei em detrimento a outros como Breno Lopes Merentiel e principalmente o Giovanne e tirar jogadores para poupar se tiveram uma semana de descanso e precisa rever Scarpa e Veiga juntos e principalmente contra times inferiores tem que colocar o Lopes de centroavante junto com o Rony Obrigado

    • Márcio Trevisan

      Olá, Berti.

      Wesley tem a preferência porque é o atacante reserva mais rápido e mais habilidoso que temos, características que em jogos nos quais precisamos manter a marcação do lateral adversário são fundamentais.

      Merentiel não vem tendo chances, é verdade, mas é preciso saber como ele vem se comportando nos treinamentos e também em relação à sua adaptação ao grupo. E como os treinos são frechados à Imprensa, não temos como avaliar estas questões.

      Realmente parece que o português se esqueceu do Giovani, o que é uma pena. Talvez seja porque estamos em retas finais dos torneios e ele prefira contar com jogador mais experientes.

      Em relação a Veiga e Scarpa juntos, isso só se dá quando o esquema muda do 4-3-3 para o 4-4-2, o que não parece ser uma preferências do português.

      Por fim, López e Rony juntos talvez possamos ver já nesta terça, contra o Atlético/PR, já que Scarpa está suspenso e o “bi” poderá ser deslocado para a ponta esquerda.

      Abs.

  3. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, como bem informada na sua boa crônica, esse empate foi bom e estamos no caminho do Título, com a devida seriedade da equipe podemos alcançar.

    Que Golaço do Rony ao estilo Pelé, são poucos que fazem assim.

    Agora vamos para a decisão na próxima Terça-Feira, mais uma batalha.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Rony é limitado tecnicamente, mas tem uma autoconfiança poucas vezes vistas em um jogador de futebol.

      Abs.

  4. Bom dia a todos,

    Concordo que somamos pontos valiosíssimos nos ultimos 3 confrontos, mas agora, temos que começar a ganhar.
    Um único tropeço contra o RB na próxima semana com vitória do VARmengo já nos colocará pressão.

    Abs

    • Márcio Trevisan

      Olá, Rodrigo.

      Vc está correto. Imagine que, sábado, empatemos com o Bragantino/SP fora de casa (resultado possível) e, no domingo pela manhã, o Flamengo/RJ vença o Ceará/CE no Maracanã (resultado mais do que provável). Neste caso, a distância entre nós e eles diminuirá para 5 pontos e, como vc bem disse, nos colocará certa pressão.

      Mas como já disse a outros amigos, o mais importante é não permitirmos que o vice, seja lá quem fora, fique a menos de quatro pontos de distância, pois esta margem ainda nos deixa dependendo apenas de nossas forças.

      Anbs.

  5. Bom dia, Márcio.

    Eu confesso que não gostei da postura do Verdão no jogo contra o Fluminense. Da mesma forma que fez contra o Flamengo, parecia que estávamos muito satisfeitos com o empate e isso, realmente, tira o ímpeto da vitória.

    Claro que não existe justiça no futebol, mas sim bola na rede. Se houvesse justiça, penso que teríamos perdido, pois o Fluminense buscou mais a vitória do que o nosso time e fez mais por a merecer.

    Eu não tenho dúvidas de que estamos em uma posição relativamente confortável na tabela e que o nosso concorrente ao título é o Flamengo. Isso é, na verdade, o que me preocupa.

    O time dos caras é muito bom – melhor que o nosso – e vem em uma crescente vertiginosa. Da mesma forma que o Verdão, é um time cascudo e que não perde fácil. Não podemos dar bobeira, senão os caras chegam pra valer.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Concordo com tudo o que vc disse.

      Creio que a estratégia é não permitir que o Flamengo/RJ, ou qualquer outro time, fique a menos de quatro pontos de distância.

      Enquanto mantivermos pelo menos esta vantagem, dependeremos somente de nossas forças. E isso é o mais importante.

      Abs.

  6. JORGE FARANI

    Empatamos com o maior sofrimento com o Atlético-MG, Flamengo e Fluminense e eu pergunto: até quando vamos ter que esperar que os resultados caiam do céu? O jogo que o Palmeiras está apresentando é perigoso e um dia a casa pode cair. Na terça já vamos ter um jogo que se apresenta como complicado, até porque vamos jogar desfalcado de dois jogadores que não temos substituto à altura.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Farani.

      Permita-me discordar parcialmente.

      Contra o Galo nem teríamos como empatar, já que jogamos 57 minutos com um homem a menos e 13 com dois a menos. O resultado foi heroico, meu amigo, digno de ser lembrado por muito tempo.

      Contra o Flamengo levamos a vantagem de eles não jogarem o te po todo com todos os titulares, é verdade, mas só não vencemos porque não foi marcado o pênalti sobre o Gustavo Gómez no últimno lance do jogo.

      Agora, contra o Flu, concordo contigo e com o Abel: se tivéssemos um pouco mais de coragem poderíamos ter vencido.

      Abs.

  7. Caro Trevisan, se 4 pontos nestes últimos três jogos era bom, 5 então foi melhor. Concordo com vc quando disse que jogamos razoavelmente bem no primeiro tempo mas, no segundo tempo, meu Deus que angústia. E decepção também, afinal de contas nosso time estava descansado e eles tinham jogado a três dias. Mas blz, agora é virar a chavinha e encarar o furacão. Ah, já ia me esquecendo, olha nós aqui em primeirão ó.

    • Márcio Trevisan

      Tadeu: vc é quase sempre o primeiro!

      Como disse o nosso portuga, no segundo tempo o Palmeiras teve respeito demais.

      Mas, por enquanto, sem problemas. O que não podemos é deixar o vice-líder, seja ele quem for, ficar a menos de quatro pontos de distância.

      Abs.

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