SEM LIMITES PRA SONHAR

Com elenco, time e futebol elogiáveis, Palmeiras vence de novo no Brasileirão. E quer mais.

Meus amigos.

Dona Regina Cazzarotto, minha avó (ou, como eu a sempre chamei, minha “nonna”), adorava provérbios. Um dos que ela mais me dizia em meus tempos de menino (ou, como ela sempre me chamou, de “ragazzo”) era o seguinte: “Chi vuole tutto, non ha niente” – ou, em bom português, “quem tudo quer, nada tem”. Lembrei-me da mãe de meu pai, que retornou ao Plano Espiritual já há muitos anos (mais precisamente em 1986) ao assistir a mais uma vitória do Palmeiras nesta gelada noite de outono na maravilhosa cidade de Curitiba/PR.

Os 2 a 0 que o Palmeiras impôs ao Coritiba/PR em um Couto Pereira quase lotado fazem com que não apenas nossos jogadores ou nossa Comissão Técnica, mas principalmente nós mesmos, seus torcedores, sonhem com um segundo semestre ainda mais feliz do que foram os primeiros seis meses de 2022. Por mais que a equipe paranaense seja inferior tecnicamente à do Verdão e que tenha somente nesta temporada retornado à elite do futebol nacional, é inegável que se trata de um time muito bem dirigido e que, até ontem, tinha o melhor aproveitamento atuando em seus domínios (13 pontos em 15 disputados, ou incríveis 86.6%!).

Ou seja: ao impor ao adversário deste domingo sua primeira derrota em casa, o Verdão não fez apenas valer sua superioridade técnica ou histórica, mas mostrou novamente que tem todos os atributos necessários para lutar pelos três títulos que ainda tem pela frente nesta temporada. Digo isso porque tecnicamente a esmagadora maioria de nossos jogadores são, sim, muito bons – alguns inclusive ótimos -, e taticamente temos variações às quais todos os atletas, sem exceção, adaptam-se com facilidade e cumprem com fidelidade. E isso acontece apenas porque o grupo como um todo comprou as ideias de Abel Ferreira ou, se preferirem, está fechado com o nosso treinador.

Neste domingo, por exemplo, não houve um só momento do jogo em que o Coritiba/PR foi superior. Por mais que tentassem buscar o jogo ou então anular nossas jogadas, seus jogadores só conseguiam assistir à nossa equipe jogar. O belo gol de Dudu, que abriu o placar aos 22 minutos, poderia ter acontecido bem antes, tanto com ele quanto com outros nomes. O mesmo se aplica aos 2 a 0, que vieram com Rony aos 17 da etapa final. E mais: nos raríssimos momentos em que o Coxa Branca criou algum perigo, nossa defesa e, sobretudo, nosso goleiro, mostraram porque estão invictos há seis jogos no Brasileirão e há quatro no geral. E por falar em invencibilidade, já são 17 as partidas sem perder…

Sei que há muitos jogos e muitos campeonatos pela frente, e que derrotas fatalmente virão. Mas principalmente pelo sangue nos olhos que vejo em cada atleta palmeirense admito que meu otimismo me permite sonhar – por que não? – com uma tríplice coroa até o fim deste ano.

Scusa, nonna“.

O MELHOR: RONY
Ótimo – Nota 7,5

Vive, sem dúvida alguma, a melhor fase de sua carreira. Além de importunar os zagueiros adversários por não desistir de jogada alguma, ainda por cima tem acertado jogadas e conclusões até bem pouco tempo não muito comuns a seu futebol. Hoje, Rony foi aplaudido até por torcedores adversários.

MERECE ELOGIOS: ZÉ RAFAEL
Ótimo – Nota 7

Demorou um pouco, é verdade, mas enfim parece ter encontrado sua real posição e a melhor consciência tática para render seu ótimo futebol. Em mais uma noite apenas discreta de Danilo, Zé Rafael chamou para si o protagonismo no início de nossas jogadas ofensivas sem, no entanto, se esquecer de suas responsabilidade defensivas.

PALMAS PRA ELE: DUDU
Ótimo – Nota 7

Fico muito feliz quando, além de jogar bem, Dudu consegue marcar um gol. É que, como atacante, precisa sempre balançar as redes, pois é disso que vivem jogadores como ele. Mas, como quase sempre acontece, hoje ele foi além de apenas abrir o placar da partida: de seus pés saíram as mais perigosas jogadas ofensivas do Palmeiras. 

Os demais profissionais ficam com as seguintes avaliações:

Weverton e Abel Ferreira: Muito Bom – nota 6,5
Marcos Rocha, Luan, Gustavo Scarpa e Gabriel Veron: Bom – nota 6
Jorge: Satisfatório – nota 5,5
Murilo, Piquerez, Danilo, Garcia, Fabinho, Rafael Navarro e Wesley – Regular – nota 5

FOTOS: CÉSAR GRECO /AG. PALMEIRAS

12 Responses to SEM LIMITES PRA SONHAR

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, valeu pela quebra do Tabu no Couto Pereira e pelo bom futebol apresentado por toda nossa Equipe.

    Em frente Verdão continua mostrando sua Força.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      De fato: nossa última vitória sobre o Coxa na capital paranaense acontecera em 25.03.1997 (dia em que completei 29 anos). Ganhamos por 1 a 0 em jogo válido pela primeira partida da Segunda Fase Copa do Brasil. Desde então, jogamos lá outras 16 partidas, empatamos seis e perdemos 10.

      Só por curiosidade, confira o nosso time naquela vez: Velloso; Cafu, Cléber (Sandro Blum), Wagner e Júnior; Leandro Ávila, Galeano, Marquinhos e Rincón; Viola e Luizão. Técnico: Márcio Araújo. Nosso gol foi marcado por Marquinhos aos 15 minutos do primeiro tempo.

      Naquele jogo, Luizão foi expulso aos 5 da etapa final e só não levamos uma goleada graças à grande atuação de Velloso.

      Abs.

  2. Gustavo Cantieri

    Bom dia, Márcio. Não assisti aos dois últimos jogos do Palmeiras, apenas acompanhei pelo rádio. Mas interessantes as análises pós-jogos, sobre o que os adversários tentaram taticamente contra o Palmeiras. Na quinta-feira, o Botafogo tentou marcar o lado direito para neutralizar os toques entre Marcos Rocha, Scarpa e Dudu. Ontem, o Coritiba tentou jogar de igual para igual, pressionando a saida de bola e atacando o Palmeiras. Ambas as estratégias deram errado.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Gustavo.

      Foi isso mesmo: só que ambas as equipes são inferiores ao Palmeiras, e também por isso perderam.

      Abs.

  3. Vitória consistente.
    E vamos somando os pontos pra estabilizar no bloco da ponta da tabela do campeonato brasileiro, numa temporada com calendário atípico, é extremamente importante na hora das decisões da Copa Libertadores da América e da Copa do Brasil.
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      É isso mesmo, Jair.

      Quanto mais pontos somarmos agora, quando ainda temos um adversário mais fácil na Libertadores, melhor será para nós.

      É a tal da gordura que teremos para queimar no momento em que todas as competições estiverem nas retas decisivas.

      Abs.

  4. Bom dia, Márcio.

    Como moro em Curitiba, tive o prazer de assistir ao vivo o massacre do Verdão no Coxa, e com todo o respeito, o time do Coxa é muito fraquinho. Claro que o Palmeiras não tem nada com isso, mas a impressão que dava para quem assistia era que o Palmeiras resolveria a situação a qualquer momento.

    Eu sentei bem atrás do banco de reservas do Verdão, o que me fez comprovar uma situação que já era aparente: todos os atletas respeitam muito o Abel. Independentemente de quem entra ou sai, todos o cumprimentam ao se dirigir ao banco. Quando marcamos um gol, todos o cumprimentam.

    O Portuga realmente ganhou o elenco.

    Um abraço da gelada Curitiba.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Que bom que você pôde ir ao jogo.

      Mas discordo do amigo: o Coritiba/PR não é tão fraquinho assim – aliás, há muitos times mais fracos neste Brasileirão.

      O que aconteceu é que o Palmeiras mais uma vez impôs a sua superioridade técnica, e aí fica difícil pra qualquer adversário.

      Em relação ao Abel Ferreira, você tem razão: os caras gostam dele e, posso afirmar com conhecimento de causa, quando isso acontece os objetivos são mais facilmente alcançados.

      Por fim: que saudades da gelada Curitiba/PR!

      Abs.

  5. Ó nós em primeiro lugar ó. Márcio, como é bom ganhar do Choritiba hem. Nossos jogadores estão começando a sentir o peso da temporada ? Isso preocupa ? Ontem foi o Rocha. Vamos Palmeiras. Salve Sangue VERDE.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      Ganhar é sempre bom, não importa de quem. Mas é claro que quando a vitória se dá fora de casa o sabor é ainda melhor.

      As contusões musculares são comuns em meio de temporadas, e é isso o que vem acontecendo com alguns de nossos jogadores.

      Mas é uma fase. E vai passar.

      Abs.

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