À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA

Quase idênticos tática e tecnicamente, Verdão e Galo ficam no empate na Arena Palestra Itália

Meus amigos.

Sei que, teoricamente, não vencer uma partida jogando em nosso estádio e diante de quase 40 mil torcedores pode ser considerado um resultado negativo. Mas, na prática, nem sempre é assim: afinal, nosso adversário de hoje é o atual campeão brasileiro, da Copa do Brasil e da Supercopa do País.

Outro detalhe que torna este empate por 0 a 0 um placar, digamos, aceitável, é que ambas as equipes são muito parecidas tanto nos aspecto técnico quando no tático: no primeiro caso, ambas atuaram sem titulares que serviam às suas seleções e sem suplentes que estavam contundidos, tiveram mais de um jogador capaz de resolver o jogo em um lance individual, não viram seu principal craque ter uma grande atuação (no nosso caso devido a uma lamentável contusão; no caso deles, devido a uma perfeita marcação) e, por fim, precisaram contar com o auxílio de jovens valores. 

Mas foi no segundo caso que a semelhança chamou a atenção. Tanto Palmeiras quanto Atlético/MG iniciaram o jogo não só com o mesmo esquema tático – o 4-3-3 -, mas também com jogadores de características idênticas formando, sobretudo, suas linhas ofensivas – Verdão e Galo começaram com um ponta aberto pela direita (Dudu e Ademir), um centroavante fixo (Rony e Hulk) e um segundo atacante pelo lado esquerdo (Scarpa e Sasha).

Até mesmo nos pontos mais cruciais tanto o nosso time quanto o time deles foram iguais. Pelo lado deles, uma fortíssima marcação em nossa saída de bola e também na intermediária ofensiva, impedindo que criássemos as jogadas de ataque com as quais tanto já nos acostumamos; pelo nosso lado, criando as mais claras chances de gol – sobretudo com a que desperdiçou, mais uma vez, Rafael Navarro, praticamente no último lance do primeiro tempo. Não à toa, nossa diretoria já contratou um e deverá oficializar a contratação de outro centroavante já nesta semana.

Em síntese, prezado palmeirense: este equilíbrio entre as duas equipes seguirá não somente até o fim deste Brasileirão, mas também em todas as outras competições nas quais possam se encontrar no decorrer desta temporada. E como são muito boas, tanto uma quanto a outra podem se dar melhor.

Torçamos para que seja a nossa.

O MELHOR: MURILO
Ótimo – Nota 7

Mais difícil do que ter de marcar um dos melhores atacantes do País é saber que, inicialmente, esta nem seria sua missão, já que tal ação quem costuma realizar é Gustavo Gómez. Mas não é que o amigo aí de cima, mais uma vez, provou que sua contratação foi um acerto da diretoria? Hoje, Hulk mal conseguiu tocar na bola e não foi nem sombra do perigoso jogador que costuma ser. Graças a Murilo, o “super herói” não viu a cor da bola.

MERECE ELOGIOS: GABRIEL MENINO
Muito Bom – Nota 6,5

É claro que nem é possível compará-lo a Danilo, até porque ambos têm características diferentes, mas a verdade é que Gabriel Menino cumpriu muito bem a função de substituir o titular da equipe. Hoje, além de um perfeito posicionamento à rente da nossa zaga, não “arregou” para Nacho Fernández quando o argentino tentou intimidá-lo, logo no começo da partida. Aliás, parece que os 3 a 0 sobre o River Plate/ARG em Buenos Aires/ARG ainda estão bem vivos na memória do meia atleticano.

PALMAS PRA ELE: PIQUEREZ
Muito Bom – Nota 6,5

Confesso que quando vi que uruguaio aí de cima voltaria à equipe fiquei muito preocupado. Afinal, ele teria de encarar o ótimo Ademir, um dos melhores jogadores do País em sua posição. E, de fato, Piquerez levou uma canseira do ágil e veloz atacante atleticano, mas também ganhou muitas das disputas que manteve com ele. Bom seria se tivesse sempre atuações seguras e elogiáveis como a desta tarde.

Os demais profissionais ficam com as seguintes avaliações:

Marcelo Lomba, Marcos Rocha, Dudu e Gustavo Scarpa: Bom – nota 6
Zé Rafael, Rony e Gabriel Veron: Satisfatório – nota 5,5
Abel Ferreira, Luan e Fabinho: Regular – nota 5
Rafael Navarro: Muito Ruim – nota 4
Raphael Veiga, Pedro Bicalho e Breno Lopes: Sem Avaliação – Sem nota

FOTOS:
CÉSAR GRECO /AG. PALMEIRAS

13 Responses to À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA

  1. Até quando vamos ter que aturar essa obsessão ridícula do Rony fazer gol de bicicleta, semi bicicleta ou voleio.

    • Márcio Trevisan

      Jair, boas!

      Pois é: o cara mal sabe chutar uma bola direito pro gol, e quer fazer um gol de craque.

      Mas é simples acabar com isso: basta o português enfiar o dedo no rabo do cara.

      Abs.

  2. Gustavo Cantieri

    Boa tarde, Márcio.

    Que ruim o Danilo desfalcar o time em dois jogos e o Tite não escalá-lo nesses jogos pela Seleção.

    E o Palmeiras jogar de branco em casa? Confundiria muito o uniforme verde com o uniforme preto e branco do Atlético? Aliás, outro dia, o Palmeiras, como visitante jogou de verde e o Juventude de branco. Como são esses entendimentos entre as diretorias dos times? Será que se acertam dias antes ou minutos antes do início das partidas? Parece que antigamente o mandante usava o uniforme titular e o visitante o uniforme reserva. Hoje em dia, dá a impressão de uma “gentileza” do mandante.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Gustavo.

      O Palmeiras jogou de branco (e de meias cinzas, um horror!) porque domingo foi o Dia Mundial do Meio Ambiente e o Depto. de Marketing quis mostrar a falta de que o verde faz. Particularmente, achei uma idiotice sem precedentes, e o fato me irritou tanto que preferi nem tocar no assunto na crônica.

      Quem define a forma como joga é o clube mandante. Em Caxias do Sul/RS, o Juventude/RS preferiu jogar de branco e, por isso, atuamos de verde. Isso é informado nos vestiários, geralmente pelo quarto árbitro.

      Antigamente, mas bem antigamente, era o contrário: o time da casa fazia a gentileza de mudar de camisa para que o visitante se sentisse mais à vontade. A partir do começo dos anos 90, a situação se inverteu, mantendo-se até hoje.

      Outra diferença é que, até o meio da década dos 90, bastava a camisa ser diferente. A partir de então, a FIFA definiu que calção e meias também não podem ser da mesma cor.

      Por fim, em relação ao Danilo, nenhuma surpresa: o acordo com o empresário do jogador era para sua convocação. Se fosse para colocá-lo em campo, os termos do acordo seriam outros.

      Abs.

  3. Caro Trevisan, peço desculpas a você e demais por me alongar. Vamos lá:
    1- Parabéns, parabéns mil vezes, pela tua análise, isenta e, principalmente, honesta (é um absurdo o que se tornou as encomendadas matérias oriundas do Palmeiras na mídia). Análise disparadamente melhor e real do que qualquer pseudo comentarista de futebol. AtlMg veio para bater. Quem joga ou jogou futebol sabe, cristalinamente, que a pegada do tal Nacho no Veiga (joelho, de lado, foi contundente, similar ao caso do Moisés!). Sem dúvida, o tal Nacho ainda não assimilou ter sido engolido por Danilo, GMenino, PPaula e GScarpa.
    2- Do Murilo, só faltou você comentar sobre a questão do Sr. Abel colocar o Murilo para marcar o Hulk e não nosso “monstro Luan”. Sr. Abel e seus “amados”.
    3- GMenino, apesar de 2 erros, até por lado psicológico, foi muito bem. O que assusta são as palavras do Sr. Abel na entrevista sobre “seriedade”. Sr. Abel com certeza leu e releu a obra de Maquiavel. Sr. Abel maquiavélico. Gmenino que se cuide.
    4- Fico muito feliz sobre tua análise do Piquerez. Achava uma injustiça certas colocações sobre o futebol e a pessoa dele;
    5- MAS, FALTOU VOCÊ MENCIONAR A DEPLORÁVEL, INFAME, ESTÚPIDA, INACREDITAVEL ATITUDE DO MKT EM JOGAR DE … BRANCO (com meia cinza). NO DIA MUNDIAL DO VERDE. CHAMAMOS “PALMEIRAS’, O GENIAL MARKETING DEFINIR JOGARMOS DE … BRANCO. Muito triste. Poderiamos ter feito “N” atitudes de mkt. MENOS DEIXAR de JOGAR DE … VERDE. ACORDA LEILAAAAAAA!!!!!!!
    6- Peço, por aqui, tua gentileza quanto a possibilidade de agendar um breve encontro com o Sr. Seraphim Del Grande, grande, enorme e honesto palmeirense como você.
    Abç

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jurandir.

      Muito obrigado por suas palavras.

      Não toquei no assunto de jogar de branco e de meia cinzas (isso é inaceitável) porque fiquei tão irritado que certamente escreveria alguns palavrões. Às vezes, penso que no Depto. de Marketing do Palmeiras só trabalham corintianos.

      Abs.

      • Caro Trevisan: a estupidez foi tão imensa, que mesmo gambás infiltrados não seriam capazes de tal aberração. É imbecilidade pura e simples. A dúvida é se Tia Leila estava previamente informada?

  4. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa sua crônica, mais o adversário bateu muito, olha as contusões!!!

    Valeu como teste, pois podem se encontrar na Libertadores de novo.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Boas, Alfano.

      Muito obrigado pelo elogio.

      Todas as equipes que nos enfrentam batem bastante. Faz parte do jogo.

      Quanto a um Palmeiras x Atlético/MG na Libertadores, é quase 100% garantido.

      Abs.

  5. José Eduardo Berti

    Bom dia

    Uma vez tivemos um ataque que era chamado o ataque do riso Tato Rodinaldo e Mauro agora temos um ataque bisonho Rony Navarro Wesly

    • Márcio Trevisan

      Olá, Berti.

      Apesar de reconhecer as limitações dos atacantes atuais, creio que sua comparação é injusta: Tato, Rodinaldo e Mauro eram muito, mais muito piores.

      Abs.

  6. Bom dia, Márcio.

    Muito boa a sua crônica pós jogo. Parabéns pela análise precisa e bem resumida.

    Um jogo com tamanho equilíbrio realizado por duas equipes extremamente competitivas – para mim, as duas melhores do país na atualidade – é decidido nos detalhes, e eu diria que estes detalhes estiverem mais próximos do Verdão do que do Galo. Para mim, geramos mais condições para sairmos vitoriosos e se não fosse a falta de habilidade de Rony e Navarro para concluir a gol teríamos terminado com uma vitória.

    Assistindo ao jogo de ontem, creio que temos totais condições de sairmos vitoriosos dos próximos confrontos com o Galo. Como todo o Palmeirense é otimista, não vejo o bicho papão que todos pregam nesse galinho Chicken Little.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Muito obrigado pelos elogios.

      Mas vamos com calma, meu amigo: eles podem ser o Galo forte e vingador que tanto apregoam, mas também não são o Chicken Little que vc citou.

      De qualquer forma, vc tem razão: se nos encontrarmos nas quartas de final da Libertadores, teremos chances de sairmos classificados. Mas vai ser duro pacas, pode apostar.

      Abs.

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