Verdão recua demais no 2º tempo, leva sufoco mas, ainda assim, chega à 14ª decisão em sete anos.

Meus amigos.

Vou começar lhes recordando o que escrevi neste site no fim de 2014, minutos após o empate com o Atlético/PR que nos livrou de mais uma queda para a Série B. Na oportunidade, lhes disse que a partir do ano seguinte tudo começaria a melhorar, pois além da Arena Palestra Itália teríamos também um novo e fortíssimo patrocinador e o incremento do Avanti. Sem querer dar uma de Mãe Dinah, eu estava mais do que certo.

Senão, vejamos: de 2015 para cá, o Palmeiras esteve em nada menos do que 13 finais, a saber:

2015 – Copa do Brasil (campeão) e Paulistinha (vice)
2016 – Copa Antel (vice)
2020 – Florida Cup (campeão), Paulistinha (campeão), Libertadores (campeão) e Copa do Brasil (campeão)
2021 – Libertadores (campeão), Supercopa do Brasil (vice), Recopa Sul-Americana (vice) e Paulistinha (vice)
2022 – Mundial Interclubes (vice) e Recopa Sul-Americana (campeão)

Detalhe: se considerarmos competições disputadas por pontos corridos, o número aumentará para 17 “finais”, pois fomos campeões brasileiros em 2016 e em 2018 e vices do Brasileirão em 2017 e do Paulistinha de 2018.

E eis que este sábado garantiu mais uma presença alviverde numa fase final de competição. A vitória por 2 a 1 sobre o Bragantino/SP, além de fazer justiça e colocar na grande decisão o melhor time do Paulistinha, serve também para comprovar que, quando o time quer chegar longe, chega. Hoje, contudo, o Verdão teve muito mais dificuldades do que precisaria ter.

Isso aconteceu, sobretudo, porque mais uma vez nossa equipe recuou demais na etapa final. No primeiro tempo, mais uma vez, o Palmeiras mostrou um futebol extremamente rápido, envolvente e mortal, abrindo o placar aos 2 minutos de jogo pela segunda vez seguida (já o fizera na partida contra o Ituano/SP, na quarta passada) e não se deixando abater mesmo após ter sofrido o empate – tanto que teve dois gols corretamente anulados, mas que provam o massacre que impôs ao adversário.

Já no segundo tempo… Bem, aí foi outra história. A equipe perdeu velocidade, intensidade e, por vezes, deu a impressão de ter perdido também a vontade de ganhar. Os contra-ataques foram raríssimos, e mesmo reconhecendo o bom time e o ótimo trabalho de Maurício Barbieri à frente do Massa Bruta, não aceito ser pressionado dentro de casa por uma equipe que não tem, nem de longe, a mesma qualidade da nossa, e que ainda estava desfalcada do seu melhor jogador, Artur.

Isso aconteceu porque, desta vez, Abel Ferreira não viveu uma de suas melhores tardes. Gustavo Scarpa, por exemplo, visivelmente pregou por volta dos 15 minutos, deixando de aparecer no ataque, perdendo bolas fáceis, errando passes simples e relaxando na marcação. Só que o nosso treinador só foi sacá-lo aos 33 minutos.

Outro erro do “Portuga” foi não perceber a má jornada de Jaílson, perdido à frente da nossa zaga e errando demais na proteção à nossa zaga. Com Gabriel Menino no banco, bastaria uma troca simples, tipo “seis por meia dúzia”, e certamente não teríamos levado o sufoco que levamos, que que só não se transformou no empate do Braga graças a duas grandes defesas de Marcelo Lomba. De qualquer forma, passamos, e agora acabou a brincadeira. Mesmo em se tratando de um título de menor expressão, não terá a menor graça perder para Trikas, como em 2021, ou para “eles”, como em 2018.

Então, é o tal negócio: dane-se que o Paulistinha vale pouco; agora teremos de ganhá-lo.

O MELHOR: DUDU
Ótimo – N0ta 7,5

Mais uma vez eel foi o nosso principal atacante e quase deixou louco o coitado do lateral-esquerdo Luan Cândido (aliás, revelado na base palmeirense). Imparável com a bola nos pés, foi o responsável por quase todas as jogadas de perigo do Palmeiras e, se tivéssemos um comandante de ataque de verdade, hoje teria dado pelo menos duas assistências certeiras.

MERECE DESTAQUE: RAPHAEL VEIGA
Ótimo – Nota 7

Neste sábado o cérebro do Verdão esteve alerta durante todo o jogo, até mesmo nos momentos finais – o que nem sempre acontece. Além de articular nossas jogadas, usou e abusou de lances individuais, deu ótimos passes e, percebendo que o Bragantino/SP se aproximava do empate na etapa final, jogou até como segundo volante, ajudando na marcação.

PALMAS PRA ELE: MARCELO LOMBA
 Ótimo – 7

Nosso goleiro reserva tem um problema que, espero, resolva o mais breve possível: sempre que faz o que antigamente se chamava de “ponte”, não estica os braços por completo. E, hoje, isso foi fundamental para que levasse o gol. Ou seja: não foi uma falha, mas ele poderia ter evitado. Contudo, rapidamente no segundo tempo se recuperou totalmente ao praticar duas grandes defesas – uma em cobrança de falta de Hyoran e outra evitando um gol olímpico.

Os demais profissionais ficam com as seguintes avaliações:

Murilo, Rony e Gustavo Scarpa: Bom – nota 6
Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Piquerez, Gabriel Veron e Wesley: Satisfatório - nota 5,5
Zé Rafael: Regular – nota 5
Jaílson e Abel Ferreira: Ruim – nota 4,5
Atuesta e Mayke – Sem avaliação. Sem nota

FOTOS: CESAR GRECCO/AG. PALMEIRAS