4+2+4=0

Palmeiras testa esquema ofensivo e o resultado é um ataque inoperante

Meus amigos.

Segundo o livro “A História do Futebol Para Quem Tem Pressa”, de autoria de um velho companheiro de todos vocês (adivinhem a quem me refiro), entre os anos de 1959 e 1978 – portanto, por quase duas décadas -, o esquema tático predominante no Brasil e até mesmo em várias partes do mundo foi o 4-2-4. Tal formação tática deixava as partidas muito mais abertas e foi o principal responsável, também na opinião do tal jornalista e escritor, por consolidar a modalidade como a mais popular em todo o planeta.

Ocorre, porém, que para tamanho sucesso era necessário ter no meio-campo (ou seja: no “2″ da referida esquematização) uma dupla de muita qualidade. No nosso time, por exemplo, Zequinha e Chinesinho ou, claro, a mais famosa de todas, Dudu e Ademir da Guia. E dentre os quatro atacantes, nomes inesquecíveis como Julinho Botelho, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo ou, se preferirem, Edu, Leivinha, César Maluco e Nei.

Daí eu ter estranhado muito a formação inicial do Verdão para o jogo deste domingo. Não pela presença de 10 suplentes, claro, pois teremos mais uma final na próxima quarta-feira, mas sim pelo fato de Abel Ferreira ter montado a equipe no 4-2-4. Claro que, de cara, achei uma boa ideia, pois isso teoricamente deixaria a nossa equipe bem mais ofensiva, mas bastaram os primeiros minutos do jogo para eu perceber que não seria bem assim.

Marcelo Lomba: uma grande defesa, um verdadeiro milagre e o melhor em campo em Limeira/SP

Ainda que aliado ao insuportável calor e ao altíssimo gramado, é fato é que a inoperância do ataque alviverde se tornou flagrante principalmente por um detalhe: o talento um tanto quanto discutível tanto dos dois homens de meio-campo como dos quatro jogadores do ataque. Em outras palavras: ou não havia qualidade para que a bola saísse do meio-campo e chegasse ao ataque ou, então, não havia qualidade no ataque quando a bola lhe chegava do meio-campo. Isso sem que falemos que só não terminamos o jogo com a derrota graças a mais uma grande atuação de Marcelo Lomba.

Claro que entendo a decisão do nosso treinador, e também a respeito. Afinal, a classificação palmeirense à próxima fase do torneio está muito bem encaminhada, já que temos dois pontos a mais e dois jogos a menos do que o terceiro colocado da chave, e o Paulistinha serve principalmente para treinamento e para se testar jogadores e formações táticas distintos. Por isso, não critico o Portuga por ter tentado, mesmo que o resultado não tenha sido o esperado.

Até porque, prezado internauta, admitamos: vencer no 4-4-2 com nomes como Julinho, César Maluco, Servílio ou Leivinha é muito fácil. Difícil – ou talvez até mesmo impossível – é conseguir o mesmo com Breno Lopes, Rafael Navarro, Deyverson e Wesley.

Confira as notas dos profissionais que participaram da partida de hoje:

Marcelo Lomba - nota 7,5
Mayke, Kuscevic, Zé Rafael, Wesley, Geovani, Gabriel Veron e Rony - nota 6
Jorge, Breno Lopes, Deyverson, Patrick de Paula, Atuesta e Abel Ferreira - nota 5,5
Renan e Rafael Navarro – nota 4,5

CRÉDITO FOTOS: DENNY CESARE/AG. PAULISTÃO

8 Responses to 4+2+4=0

  1. Trevisan me perdoe por vir tanto aqui. Aliás, muito obrigado pelo espaço.
    É muito triste ver certas coisas que se passam no nosso amado Palmeiras.
    A contratação por 5 mi de US$ do cristalzinho Atuesta é de doer. E o mais inacreditável é o rapaz ser inscrito e disputar uma final de mundial … por pedir e assistir DVDs, por não ter a menor ideia de como o time joga. Surreal. Com a palavra nosso profeta Abel Ferreira!
    Caímos em mais um conto do vigário, uma negociata, com o tal Pedro Bicalho (vichi, tem uns 10 melhores que ele na série B tal qual Atuesta). Poderoso o empresário. Deram “migué” que fariam o contrato do pereba e que ele seria emprestado para o Bahia. Pois bem: o rapaz já foi incorporado ao elenco e já jogou. Avanti Palestra.

  2. Ah, Sr. Orlando Ribeiro: Para onde quer o Sr. vá, seja feliz. Mas jamais apagará de teu curriculum ter sido o treinador que conseguiu a proeza de fazer endrick não ter sido campeão em todas as categorias em que jogou.

  3. Acaba de sair a noticia da demissão do Sr. Orlando Ribeiro, o famigerado “treinador” do sub-17 que cometeu o crime de deixar fora Endrick e Giovani na partida final contra o Curica, depois do que eles fizeram no primeiro jogo, principalmente o endrick com seu gol antológico (não é só por ser de antes do meio campo, mas pela absurda velocidade mental, visual e física com que o menino definiu a jogada).
    Cada vez mais eu creio que realmente a diretoria do Palmeiras lê com muita atenção teus posts, por tua honestidade e qualidades. Fizemos aqui alguns comentários sobre esta aberração deste Orlando. Na semana seguinte, o mesmo “cavou” uma matéria aberrante na imprensa esportiva. Agora, demitido.
    Onde tem fumaça, tem fogo!

  4. Caro Trevisan eu, particularmente, preferiria não comentar as notas dos jogadores. Acho desumano, apesar da completa nitidez de que falta futebol para alguns dos que jogaram. Porque a escalação do 4 2 4 com 34 graus, qualidade do campo,…, jogadores como água e óleo, … só tem 1 nome e sobrenome: nosso profeta ungido pelos deuses do futebol Abel Ferreira. Inacreditável. Mesmo nos anos trágicos, não me recordo de algo tão horrível do ponto de vista tático.

  5. roberto alfano

    Bom dia caro Trevisan, acredito que a Sina da Inter de Limeira ainda dura, pois se não fosse as defesas do Marcelo Lomba não sei!!!

    Agora para Quarta-Feira é jogar sério e buscar a vitória.

    Abraço.

  6. Eu posso estar enganado, mas parece que o Abel Ferreira conseguiu…
    Acabou com a carreira do Patrick de Paula no Palmeiras.
    Atuação a nível de Atuesta tanto que até você Marcio mencionou o Zé Rafael 2 vezes e não relacionou o Patrick de Paula nas notas dos participantes da partida.
    Abçs.

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