QUEM DISSE QUE O PAULISTINHA NÃO SERVE PRA NADA?

Mais um jogo, mais uma vitória. E o Palmeiras está pronto para uma nova final.

Meus amigos.

Seja devido a fórmulas de disputa no mínimo questionáveis, seja porque o surgimento de novas competições diminuiu o espaço que tinham no calendário, seja porque, enfim, tanto técnica quanto financeiramente os demais torneios se tornaram imensamente mais interessantes, o fato é que os campeonatos estaduais perdem força a cada ano, e não são poucos os jornalistas, torcedores, jogadores e dirigentes que, hoje, defendem abertamente a simples extinção deste tipo de disputa.

Todavia, pelo menos no que diz respeito ao Paulistinha, até que este tem lá a sua serventia. Nesta agradável tarde de sábado paulistana, por sinal, tivemos um bom exemplo disso. A vitória do Palmeiras sobre o Santo André/SP por 1 a 0 manteve nossa equipe invicta, na liderança de seu grupo e com a melhor campanha dentre os 16 participantes, mas tais detalhes estão longe de ser o que de mais importante obtivemos. 

Na verdade, nosso maior lucro com a partida na Arena Palestra Itália foi deixar o time mais bem preparado e, também, ainda mais motivado para a decisão da Recopa Sul-Americana, cuja primeira partida acontecerá na próxima quarta-feira, fora de casa, contra o Atlético/PR. Abel Ferreira, mesmo sem poder contar com três titulares, montou um esquema tático que, se Scarpa reunir condições de jogo, certamente não será utilizado em Curitiba/PR, mas que ainda assim mostrou novidades muito interessantes.

Ao contrário do que sempre acontece quando o Verdão atua n0 4-4-2, Rony não jogou como centroavante, mas sim pela ponta – por sinal, sua real posição. Aliás, hoje, nem centroavante tivemos: o que vimos foi Raphael Veiga ocupar o setor sempre que nosso time atacava e também ser o primeiro homem de marcação na saída de bola do Santo André/SP. Tais funções não fizeram dele um “9″ e nem mesmo um “falso 9″, mas sim um “10″, ou seja, um meia que, além de armar, também apareceu mais vezes para finalizar.

Weverton, com grande atuação, garantiu mais uma vitória do Palmeiras no Paulistinha

Utilizando uma denominação do passado mas que, tenho certeza, o prezado internauta saberá entender, hoje o cérebro palmeirense foi um “ponta-de-lança”. Ou, em outras palavras, Veiga atuou nesta tarde não na mesma função em que atuavam Ademir da Guia ou Valdivia, mas sim como jogavam Pelé ou Zico. Obviamente, guardadas todas as devidas e imensas proporções entre ele e os quatro craques com os quais seu estilo hoje – repito: hoje! – tive a ousadia de comparar.

O mérito disso foi do nosso português, mas ele fez mais. O treinador alviverde também surpreendeu com outra alteração no aspecto tático ao segurar Danilo na função de primeiro volante e dar mais liberdade a Jaílson e Atuesta, transformando-os mais em dois meias de articulação e também de chegada do que de desarme e marcação. Tal ação valeu para treinamento e para que ambos, sobretudo o colombiano, mostrassem um futebol superior ao que vinham apresentando. Contudo, gerou um problema: sem ninguém para ajudá-lo na marcação, Piquerez (como sempre) foi o ponto fraco de nossa defesa – por isso, não à toa Weverton deixou o gramado como o melhor do Palmeiras graças a duas grandes defesas que praticou quando o jogo ainda estava empatado.

Tudo o que aconteceu hoje não garante, é óbvio, que o Verdão ganhará no meio de semana, mas pelo menos justifica o título desta crônica pós-jogo, certo?

Confira as notas dos profissionais que participaram da partida de hoje:

Weverton  - nota 7,5
Raphael Veiga - nota 7
Marcos Rocha, Dudu, Gustavo Gómez, Murilo, Danilo, Jaílson, Atuesta e Rony – nota 6,5
Piquerez – nota 6
Wesley e Rafael Navarro – nota 5,5
Patrick de Paula e Breno Lopes – sem nota

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

4 Responses to QUEM DISSE QUE O PAULISTINHA NÃO SERVE PRA NADA?

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa sua crônica quanto ao Paulistinha, vale a pena para preparar o Time as próximas Decisões e clássicos que teremos a frente.

    Agora a quantidade de Gols perdidos assusta!!!

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Obrigado, Alfano.

      Este problema, o da perda de chances claras, só será resolvido quando a diretoria tiver a vergonha na cara de contratar um centroavante de verdade.

      Abs.

  2. Não assisti o jogo.
    Somente vi os melhores momentos.
    Pau a pau as chances do Palmeiras e do Santo Andre.
    Gol de penalti do Palmeiras.
    Mas o que eu vi realmente nesta semana foram as centenas de bajulações e atitudes programadas pra endeusar o Luan, e… agora vem a noticia da contusão pra tirar o pereba dos jogos contra o Atlético Paranaense.
    Alguém dentro do Palmeiras acha que nós todos torcedores apaixonadas somos um bando de IMBECIS !!!
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Jair: não posso assegurar que a contusão de Luan seja “fake”.

      Mas que é estranho o cara jogar quase 120 minutos sem sentir nada e, assim que chega, tem uma lesão até certo ponto grave, isso ninguém discute.

      A única explicação é que o problema já existia antes.

      Abs.

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