APERTADINHA E GOSTOSINHA

Na fase em que está, 1 a 0 sobre o Inter/RS vale como um “show de gols” para o Palmeiras

Meus amigos.

Sei que fui irônico no título desta crônica pós-jogo, mas lhes garanto que me ative àquilo que vi em campo. A vitória, de fato magérrima, por 1 a 0 sobre o Internacional/RS neste domingo, em casa, teve, sim, um agradável sabor por duas razões principais: a primeira é que não ganhávamos havia sete jogos (algo que não acontecia desde 2012) e, em situações como esta, quaisquer três pontos valem demais; e a segunda é que, mesmo sem brilhar, o Palmeiras conseguiu tirar parte do peso que lhe estava sobre as costas e – quem sabe? – com isso ampliar suas chances de reiniciar o caminho de volta às primeira colocações do Campeonato Brasileiro.

Viram? Eu disse “primeiras colocações”, e não “liderança”, “título” ou que tais. O resultado obtido não melhora muita coisa na atual situação palmeirense, até porque o líder momentâneo do torneio segue bem à nossa frente, mas serve para dar um pouco mais de tranquilidade para as duas próximas partidas nas quais, com todo o respeito a Ceará/CE e Sport do Recife/PE, apenas dois triunfos nos serão de fato benéficos. Estivesse o Verdão quase que garantido na fase de grupos de próxima edição da Libertadores talvez pudéssemos aceitar um empate na próxima quarta-feira, mas como isso, neste momento, ainda não é uma realidade, somente a soma dos seis pontos é que fará com que a equipe volte a respirar com um pouco mais de calma.

No que diz respeito à bola que jogamos, muito embora o único gol do jogo tenha acontecido já nos primeiros minutos da etapa final, gostei mais do primeiro do que do segundo tempo. Naquele, não sofremos pressão alguma, propusemos o jogo, fomos para o ataque e poderíamos ter aberto o placar logo aos 4 minutos, quando Marcos Rocha acertou a trave após ótima e veloz jogada de Luiz Adriano e Dudu; neste, ainda que jogando com um homem a mais (por sinal, vai aqui um “muito obrigado” a Edenílson), recuamos em demasia e não conseguimos acertar um único contra-ataque que poderia nos ter garantido a vitória bem antes do apito final de Bráulio da Silva Machado. Mas tal fato tem explicação: o Palmeiras de hoje é uma equipe insegura, intranquila e sem a autoconfiança inerente aos grandes times e constante nas últimas conquistas e classificações que obteve. Daí, é melhor segurar o pássaro que já está nas mãos do que tentar caçar o outro que nos sobrevoa, ainda que este pareça estar ao alcance das mãos.

Depois de ler este texto, será que vocês também já consideram gostosinha a apertadinha de hoje?

O MELHOR: RAPHAEL VEIGA

Ok: nem ele e nem nenhum outro jogador brilhou na Arena Palestra Itália. Mas, no caso do amigo aí de cima, pelo menos não se furtou à missão de armar nossas jogadas, de aparecer na grande área para concluir e também de cobrar, magistralmente, o pênalti que garantiu nossa vitória (nota 6,5).

MERECE DESTAQUE: MARCOS ROCHA

Ele poderia ter uma nota um pouco maior se não tivesse tido a falta de sorte de acertar a trave, e não o gol, bem no comecinho da partida. Mas após o tempo em que ficou de fora por causa de uma lesão, Marcos Rocha voltou bem tanto defensivamente quanto ofensivamente, talvez por saber que Felipe Melo, quando éramos atacados, formava uma linha de três zagueiros ao lado de Luan e Gómez. <as o que importa é que ele foi um dos melhores do Palmeiras nesta vitória (nota 6,5).

PALMAS PRA ELE: RONY

É claro que ele errou dribles, passes, chutes. Mas, se os acertasse, não seria Rony, e sim Heitor, César Maluco ou Evair. Este cara é assim mesmo: compensa sua pouca habilidade no trato com a bola com uma entrega elogiável, e por isso consegue, às vezes, se destacar. Hoje, além de puxar bons contra-ataques, ainda originou o pênalti que nos garantiu os três pontos (nota 6,5).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Weverton, Gustavo Gómez, Felipe Melo, Gustavo Scarpa e Luan – nota 6
Zé Rafael e Deyverson – nota 5,5
Piquerez, Dudu, Luiz Adriano, Danilo Barbosa, Patrick de Paula e Breno Lopes – nota 5

 

O TREINADOR: ABEL FERREIRA

Se compararmos a sua atuação neste domingo às que vinha tendo nos últimos jogos poderemos dizer, sem medo de errar, que hoje ele deu um show. Afinal, seu único erro grave foi ter sacado, de uma só vez, os dois mais importantes jogadores da de criação e finalização da equipe – Dudu e Raphael Veiga. Se, no caso do atacante que vem jogando pelo meio não se pode culpar nosso treinador, já que sua atuação estava “bem mais ou menos” sobretudo no segundo tempo, no que diz respeito ao principal armador de nossas jogadas ele poderia ter lhe dado um pouco mais de tempo, até para corrigir o pouco empenho defensivo que autor do único gol da partida passou a mostrar assim que ficamos à frente do placar e com um homem a mais em campo. Tivesse o Inter/RS mais velocidade ou o mesmo número de atletas no gramado, este erro de Abel certamente nos teria causado um grande dano. De qualquer forma, devem-se aqui salientar também seus acertos, como as entradas de Gustavo Scarpa e Deyverson, que tornaram o Palmeiras um pouco mais presente no campo de ataque a partir da metade final do segundo tempo, e também a mudança de posicionamento de Felipe Melo quando fomos atacados e quando saímos de trás, o que propiciou a Piquerez e Rocha a possibilidade de apoiar com maior frequência. Não à toa, ambos quase abriram o placar logo no começo de jogo (nota 5,5).

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AGÊNCIA PALMEIRAS

9 Responses to APERTADINHA E GOSTOSINHA

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, apertada mais muito boa está vitória do Palmeiras, jogando sério e com os Titulares melhorou, pena que perdeu mais chances de marcar Gols.

    Agora é focar mais vitórias afim de garantir vaga na próxima Libertadores.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Alfano: vc lembrou bem.

      Temos de garantir um lugar no G4, caso contrário teremos de disputar duas ou até mesmo quatro partidas da fase inicial da Libertadores.

      A não ser, claro, que sejamos tri em 27/11. Mas, no momento, é meio difícil acreditar nisso.

      Abs.

  2. José Aparecido

    Bom dia a todos!

    Pelas circunstâncias, foi uma ótima e importante vitória!!
    Apesar das deficiências, o time teve uma postura elogiável.
    Até o LA tava procurando o jogo, mas a Inhaca tá muito presente nele em todos os aspectos.
    Ótima analise também Márcio.
    Mas me permita algumas ponderações.
    O Roni, vc explicou muito bem.
    Ele com sua entrega ajuda muito no sistema tático do portuga, mas ontem na parte técnica ele se superou (na minha raiva)no primeiro tempo (e não foi muito diferente no 2 tempo) e.
    Cravei que não voltaria no 2 tempo.
    E também pensei, que ao fazer 1×0 e o inter com 1 a menos, o portuga poderia ter colocado o GV, pois o muleke é rápido e tá precisando pegar mais confiança.
    Tem jogador que se sente queimado pelo portuga, e ontem achei que ele fez isso com o GV.
    Notei também que o time erra passes absurdos e propiciou contra ataques, que se “fosse outro time”, ia ser f…
    Creio também que já tá na hora de ir testando um substituto pro MR, pois creio que mayke e GM não são confiáveis ( devido ao histórico clínico).
    Ou terá efeito suspensivo?
    Não vou nem falar nada do deiverson e nem do ZR.

    • Márcio Trevisan

      Zé: não existe efeito suspensivo na Libertadores.

      Marcos Rocha não jogará a decisão.

      Em relação ao Rony, ele é sempre isso aí: um Deyverson pouco ou quase nada melhorado.

      Por fim, da mesma forma que o time está meio sem confiança, o treinador também o está. Daí não ter partido logo pro segundo gol.

      Ainda bem que não fez falta.

      Abs.

  3. Bom dia, Márcio.

    Vou confessar que quando li o título da sua crônica tive um misto de espanto e nostalgia. Me lembrei da época de adolescente em que, aos sábados, alugava filmes para o fim de semana e alguns deles tinham títulos bem parecidos.

    Eu gostei do jogo do Verdão, afinal, comparado com aquilo que vínhamos assistindo foi uma evolução tremenda. Já estávamos em uma situação em que meu filho perguntava para mim “de quanto vamos perder hoje, pai?”.

    Parece que o barulho fez efeito, pois vi mais entrega e disposição em campo. Torçamos para que a má fase tenha ido embora.

    Porém, mantenho minha campanha: fora Anderson Barros!

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      Somos, creio, da mesma geração e também aluguei muitos filmes semelhantes (era o que se tinha naquele momento) – daí minha lembrança na hora de escolher o título.

      Em relação a Barros, creio que você pode ficar tranquilo: nem mesmo a conquista do tri da Liberta o manterá no cargo.

      Abs.

      • JORGE MARCOS TEIXEIRA FARANI

        Tenho uma sugestão a dar quanto ao cargo de diretor de futebol: convoca o ex-técnico Luis Felipe Scolari. Quem sabe dê certo, pois como técnico, já era!.

  4. Enfim a vitória. Magrinha magrinha, como disse nosso tutor Márcio Trevisan, mas muito boa. E que bola jogou o Rocha ontem Hem ?! Vai fazer falta na final contra os mulambos.

    • Márcio Trevisan

      Pois é, Tadeu: nem sempre MR joga bem como ontem, o que é uma pena.

      De qualquer forma, na final da Liberta deveremos ter ou Mayke ou Gabriel Menino na posição.

      Abs.

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