QUANDO NEM O MÁXIMO É O SUFICIENTE

Palmeiras joga o que pode, e mesmo assim perde para um Flamengo/RJ repleto de reservas

Meus amigos.

Uma das razões que fazem o futebol ser o mais apaixonante dos esportes é que nem sempre o melhor time vence. Ocorre, porém, que resultados inesperados (as chamadas “zebras”) são ocasionais – ou seja: na esmagadora maioria das vezes, quem joga melhor, quem é melhor, ganha.

Por isso, mesmo antes do apito inicial, eu já sabia que o Palmeiras, muito provavelmente, seria derrotado pelo Flamengo/RJ na tarde deste domingo, na Arena Palestra Itália. E ainda que ciente dos cinco desfalques da equipe carioca (Felipe Luís, Rodrigo Caio, Diego, Gabriel e Bruno Henrique), o máximo que esperava é que nossa derrota não seria tão vexatória quanto as que foram impostas por nosso adversário de hoje aos seus mais recentes adversários.

E por que eu já sabia que hoje o Verdão seria derrotado? Elementar, meu caro palmeirense: porque o rubro-negro, mesmo sem cinco titulares – e com o detalhe de ter perdido mais um, De Arrascaeta, ainda no primeiro tempo – é bem superior à nossa equipe. Aliás, não só à nossa, diga-se de passagem.

As avaliações e notas abaixo, em sua maioria, foram baixas, mas isso não significa que o Palmeiras jogou mal. Aliás, acho até que começamos bem tanto a etapa inicial quanto a final. O problema é que, após a chegada de Renato Gaúcho, o único problema flamenguista foi resolvido. Com um sistema defensivo sólido, os caras não se importam se seu oponente, mesmo tendo a qualidade de um Palmeiras, abra o placar. Isso porque o empate, dadas a qualidade de seu meio-campo e a velocidade de seus atacantes, é apenas uma questão de tempo. Por sinal, nesta tarde de domingo todos vimos o quanto este tempo pode ser irrisório, certo?

A diferença técnica do Flamengo/RJ em relação a todos os demais clubes brasileiros e até mesmo sul-americanos é gigantesca, inconteste, brutal. Então, prezado internauta, é simples: você, assim como eu, tem todo o direito de estar chateado com esta que foi a nossa quarta derrota em cinco jogos seguidos do Brasileirão. Mas, se permite um conselho deste jornalista, não fique com raiva, pois o que aconteceu com o nosso time já vinha acontecendo e continuará a acontecer.

Em outras palavras: aceitemos, que assim dói menos.

O MELHOR: WESLEY

Se teve um jogador do Palmeiras que conseguiu ser ao menos um pouquinho melhor nesta partida este jogador foi Wesley. Além do belo gol que marcou, mostrou que pode ser útil também no lado direito, onde até hoje jamais havia jogado no Verdão. E uma boa prova disso foi o imenso trabalho que deu ao lado direito da defesa flamenguista. Sua substituição logo após levarmos a virada foi um erro de Abel Ferreira (nota 6).

O PIOR: MARCOS ROCHA

Em uma partida na qual sete dos 16 jogadores foram muito mal, o amigo aí de cima conseguiu ser o pior dentre todos. Além de ter falhado no primeiro e no terceiro gols, ainda por cima foi nulo no apoio. Às vezes, parece que é titular só porque sabe cobrar laterais com muita força. Será que Gabriel Menino, mesmo improvisado, é pior do que ele (nota 4)?

VAIAS PARA ELE: PIQUEREZ

Quando o cara é ruim de bola, não são precisos muitos jogos para se saber que não dará certo. O antigo titular da posição, Viña, nunca me arrancou suspiros, já que sempre mostrou ser fraco na marcação e apenas razoável no apoio. Então, o que se pode esperar do jogador que é seu reserva na seleção do Uruguai? Piquerez é muito, mas muito limitado em todos os aspectos, e nem de longe parece ter condições de vestir uma camisa como a do Palmeiras. A falha que teve no gol de empate foi apenas o ápice de toda uma atuação abaixo da crítica. Graças a Deus a estreia de Jorge está cada vez mais próxima (nota 4,5).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Weverton, Breno Lopes, Dudu e Gustavo Scarpa – nota 5,5
Gustavo Gómez, Danilo, Patrick de Paula e Zé Rafaelnota 5
Luan, Willian Bigode, Raphael Vega, Rony e Luiz Adrianonota 4,5


O TREINADOR: ABEL FERREIRA

Apesar do mau resultado, não vou crucificar o nosso treinador. Em minha opinião, ele fez o que poderia fazer dado o adversário que enfrentou. Manteve a escalação inicial da última partida, a qual vencemos e, ciente de que o lateral-esquerdo do Flamengo/RJ seria apenas a terceira opção para a posição, colocou seu atacante mais ágil e driblador em seu setor. E deu certo, tanto que Wesley foi o melhor palmeirense em campo neste domingo. Só que, como falei acima, nem sempre o máximo é o suficiente, e por isso ele não teve muito o que fazer para evitar o pior. É claro que sofrer o empate exatamente no lance seguinte à abertura do placar foi um complicador, mas ainda que isso não acontecesse naquele momento com toda a certeza aconteceria pouco depois. Em relação às substituições, acertou em cheio ao sacar o mais uma vez sonolento Raphael Veiga e colocar Gustavo Scarpa, e depois mais ainda ao deslocar o meia para a lateral esquerda visando a uma dobradinha com Willian Bigode. Não deu certo, é verdade, mas valeu pela tentativa. Sua única falha grave no jogo foi tirar Wesley para colocar Breno Lopes, mesmo sendo este um finalizador mais competente do que aquele. Sem seu mais habilidoso e rápido jogador, o ataque palmeirense morreu (nota 5,5).

CRÉDITO FOTOS CAPA: MARCOS RIBOLLI/GLOBOESPORTE.COM
CRÉDITO FOTOS INTERNAS: CESAR GRECO/AGÊNCIA PA
LMEIRAS

10 Responses to QUANDO NEM O MÁXIMO É O SUFICIENTE

  1. Leonardo Madureira

    Boa Tarde Márcio,

    (In)felizmente eu não vi o jogo, era meu aniversário e estava churrasqueando com os amigos. Mas pelas crônicas palmeirenses e pela sua, eu só queria ver quatro mudanças no time.
    Felipe Melo no Luan
    Patrick de Paula no Zé Rafael
    Scarpa de titular
    e o Wesley jogar uma partida até o fim.
    Se isso acontecer, e o Palmeiras não melhorar, eu juro que fico quieto com as teimosias do nosso treinador. Abraço

  2. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, muito boa sua crônica e olha que o Flamengo estava desfalcado, já imaginou como seria!!!

    Agora me desculpe, ficar treinando por duas semanas e tomar um baile tático e técnico não da para o nosso torcedor engolir, que se cuide no próximo dia 21-09.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Agradeço seu elogio.

      Contra o Galo, na Libertadores, teremos de jogar 110% do que podemos e torcer para que eles não joguem mais do que 60%.

      Será a nossa única chance.

      Abs.

  3. Bom dia, Márcio.

    Que o time titular do Flamengo é muito melhor que o time titular do Palmeiras eu não tenho dúvida. Se jogarmos 10 vezes contra o time titular do Flamengo acho que perdemos 11.

    Agora, não dá pra aceitar uma derrota em casa para um time com 6 desfalques e levando um baile de bola do Michael. Aliás, levar um gol de cabeça de um jogador de 1,66 metro é muita incompetência.

    Atribuo essa derrota aos seguintes pontos:

    1. Não temos esquema tático. Ficamos duas semanas em “treinamento” e vimos o que? Nada de diferente do que estávamos vendo anteriormente. Jogadores ruins, mal preparados fisicamente e com lombrigas podem ficar um ano treinando que nada mudará;

    2. Esse Abel está começando a me cansar. É impressionante como o cara mexe mal no time e escolhe mal quem deve compor o time titular. Tirar o Wesley ontem – que era o melhor em campo – e manter Dudu no lugar de Scarpa são atitudes que não entram na minha cabeça. Imagine a cabeça do Scarpa: era destaque do campeonato e foi para o banco para dar lugar a um ídolo que está visivelmente sem fôlego e fora da sua posição original. Qual a vontade do Scarpa entrar e mudar o jogo?

    3. Essa diretoria do Palmeiras é extremamente incompetente. Veja como os demais clubes buscam alternativas no mercado para reforçar seus elencos e o Palmeiras satisfeito com esse bando de manés sem a menor garra. Veja a cara do Luiz Adriano quando ele vai entrar em campo e você verá o espírito coletivo do Palmeiras.

    Não dá para aceitar nem essa derrota, nem essa incompetência técnica e administrativa que rondam o Palmeiras hoje.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Válter, salve!

      Seus pontos de vista são válidos.

      Mas o que mais me incomoda em Abel Ferreira não são sem os erros que comete ou as invenções que faz, mas sim a arrogância que demonstra em suas entrevistas.

      Caso o público volte aos estádios ainda neste ano, não sei se ele ficará em 2022.

      Abs.

  4. Marcio
    Há muitos anos venho acompanhando o seu site.
    Em 99,99 % das vezes, concordei com seus ótimos comentários e notas.
    Hoje porém DISCORDO veementemente de 5 notas.
    Abel Ferreira = Marcos Rocha = Luan = Zé Rafael = Rafael “bibelo” Veiga = O (ZERO) , um redondo ZERO pra todos eles !
    O SR. Abel passou 16 dias treinando ou estudando nosso adversário e insiste em escalar Luan, Zé Rafael e Rafael “bibelo” Veiga mesmo estes 3 jogadores dando provas jogo a jogo que os 3 não tem a minima condição de serem titulares do Palmeiras.
    Enquanto o Sr Luan estava machucado o Palmeiras estava numa ascendente e tinha uma das melhores defesas do campeonato.
    Bastou esta tralha se recuperar e virar titular novamente, ai esta o resultado, dos 9 1ºs colocados o Palmeiras tem a pior defesa.
    Qual é 1 das funções de um zagueiro central pela direita?
    Dar apoio pro lateral direito.
    Se o Marcos Rocha estava mal, o Sr. Luan tinha que dar um minimo de cobertura.
    Luan falhou nos 3 gols, sim senhor !
    Zé Rafael, esta análise é curta e grossa, simplesmente Patrick de Paula é 10 vezes mais jogador que Zé Rafael !!!
    Rafael “bibelo” Veiga, atleta pro “Periquitos em Revista”, jamais, jamais, e jamais ser titular de um gigante a nível mundial chamado Sociedade Esportiva Palmeiras.
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Jair: vc bem sabe que o espaço, aqui, é democrático.

      Esteja à vontade para concordar e discordar de mim sempre que quiser.

      Abs.

  5. José Aparecido

    Bom dia a todos!

    Simplesmente decepcionante.
    Os caras com um monte de desfalques, onde achei que o Palmeiras se aproveitaria, pois estava descansado e treinou por 15 dias, coisa que o portuga sempre reclamava.
    Brasileirão, a meta agora é uma vaga na libertadores de 22.
    Ah, e por falar em Libertadores…é melhor deixar pra lá.

    • Márcio Trevisan

      Zé: chances de título ainda temos, mas se compararmos o que jogamos ao que jogam Galo e Urubu fica mesmo muito difícil.

      Abs.

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