AGORA É QUE SÃO ELAS

Tranquilo, Palmeiras garante vaga nas quartas da Liberta e enfrentará o São Paulo/SP

Meus amigos.

Não foi nem uma, nem duas e nem três, mas sim inúmeras as vezes em que mesmo após uma goleada escrevi neste espaço que não estava muito satisfeito com o desempenho do Verdão. Mas houve outras “n” oportunidades em que, mesmo não tendo vencido ou então ganhado por uma pequena margem de gols, esfreguei as mãos e ri à toa com o futebol apresentado pelo nosso time. Nesta quarta-feira, na Arena Palestra Itália, esta segunda situação de novo se repetiu.

Muito embora o placar tenha apresentado apenas a vitória simples sobre o Universidad Católica/CHI, a bola que o Palmeiras jogou deveria ter proporcionado uma vantagem muito, mas muito maior. E por que isso não aconteceu? Primeiro porque, caprichosa, a bola acertou a trave duas vezes, e também porque o goleiro Pérez resolveu tirar a noite para ter uma das melhores atuações de toda a sua carreira, seja com grandes defesas, seja com uma sorte daquelas.

O ponto mais elogiável da equipe foi o fato de procurar o gol desde o começo da partida, e mesmo após tê-lo conseguido continuar a buscá-lo. Esta situação – seguir no ataque, e não apenas no contra-ataque após abrir o placar – não tem sido algo corriqueiro para a gente, e me deixou bastante esperançoso de que possa se tornar, se não constante, ao menos mais presente nas atuações alviverdes.

Agora, o próximo adversário será nosso velho conhecido. Será fácil eliminá-los? Claro que não – afinal, trata-se de um clássico. Mas poderemos eliminá-los? Claro que sim – afinal, temos não apenas mais time, mas também mais elenco. Se jogar o que sabe e o que pode, o Palmeiras atingirá mais um patamar nesta Copa Libertadores.

P.S.: O termo “elas”, presente no título desta crônica pós-jogo, refere-se às estrelas são-paulinas.

O MELHOR

Tempos atrás, todo time que queria algo a mais do que apenas participar dos campeonatos precisava ter o seu “carregador de piano”, ou seja, um jogador que normalmente não dispunha de muita técnica e que jogava mais para o time do que par si próprio ou para a torcida. No Palmeiras de hoje, este é Zé Rafael, com a diferença de que ele tem, sim, técnica de sobra. Hoje, assim como vem acontecendo já há algum tempo, ele de novo foi ótimo na marcação, na saída de jogo e até mesmo na chegada à área adversária. Continuando assim, continuará a carregar nosso piano com competência e qualidade (nota 7,5).

MERECE DESTAQUE

A ótima fase de Gustavo Scarpa está durando tanto que que já começo a pensar que não se trata apenas de uma ótima fase, mas sim que o cara joga essa bola toda, mesmo. Se antes de ser efetivado em sua real posição ele, vez ou outra, já havia se destacado, após assumir a função de “camisa 10″ ele se tornou o mais importante jogador do Palmeiras. Hoje, mais uma vez foi figura de destaque, dando assistências que por muito pouco não se transformaram em gols e também aparecendo sempre com perigo no campo de ataque (nota 7).

PALMAS PRA ELE

Não é apenas quando o Verdão joga com três zagueiro que Marcos Rocha tem mais chances de se destacar. Em partidas como a de hoje, em que o outro lateral praticamente se limita apenas à marcação, ele tem mais liberdade para apoiar e, quando isso acontece, normalmente ele se destaca. Desta vez, não apenas pela gol que marcou, mas por todas as vezes em que foi mais um ponta do que um lateral, fez por merecer o destaque que aqui lhe damos (nota 6,5).

OS DEMAIS

O Palmeiras descobriu mais uma ótima opção no elenco. Mesmo zagueiro, Renan quebra muito bem o galho na lateral esquerda, tanto que hoje foi um dos melhores da equipe. É verdade que o apoio não é – e nem obviamente poderia ser – uma de suas qualidades, mas ainda assim quase marcou aquele que seria o nosso segundo gol. Aliás, é melhor ele ir se acostumando, pois se Viña de fato for embora a posição será sua até que um novo lateral-esquerdo – tomara que seja o Jorge! – seja contratado, a posição será sua (nota 6).

Os demais jogadores ficam com as seguintes avaliações:

Danilo e Wesley – nota 6
Weverton, Gustavo Gómez, Raphael Veiga e Deyverson – nota 5,5
Mayke, Felipe Melo, Kuscevic, Dudu e Breno Lopes  – nota 5
Gabriel Veron – sem nota

O TREINADOR

Com exceção do irritante hábito de tentar pautar os jornalistas e nos dizer o que devemos e o que não devemos lhe perguntar (o que prova sua inocência no assunto), algo que infelizmente se repetiu na entrevista coletiva desta noite, nosso treinador está em ótima fase. Hoje, seu maior acerto foi manter a equipe em busca do gol desde o primeiro até o último minuto da partida. Desta vez, não vimos o que normalmente vimos: o Palmeiras recuar e jogar apenas nos contra-ataques após abrir o placar – ao contrário: mesmo com o 1 a 0 de vantagem, nossa equipe seguiu impondo o seu jogo e só não chegou à goleada pelos motivos acima já explicados. Outro ponto positivo de Abel Ferreira foi nas substituições: sacou Marcos Rocha e Felipe Melo, advertidos com o cartão amarelo, mais uma vez deu minutos de jogo a Dudu e promoveu, mesmo que apenas nos últimos minutos de partida, o retorno de Gabriel Veron (sim, meus amigos: ao contrário do que se imaginava, o garoto anda está vivo!). A partir da semana que vem, com mais tempo para treinar entre uma partida e outra, a tendência é que o português faça nosso time jogar ainda melhor. (nota 7).

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO (AG. PALMEIRAS)

13 Responses to AGORA É QUE SÃO ELAS

  1. roberto alfano

    Boa tarde caro Trevisan, e olha que o melhor em campo foi o goleiro deles.

    Muito boa está vitória, agora temos que jogar bem a primeira partida contra o São Paulo, e não cometer os erros da decisão do Paulistão.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      De fato, Alfano.

      O cara pegou tudo e mais um pouco, além de ter dado uma sorte incrível.

      Creio que temos chances de nos classificarmos porque possuímos time e elenco melhor. Basta jogar com seriedade e vontade, o que não aconteceu nas finais do Paulistinha.

      Abs.

  2. José Aparecido

    Boa tarde a todos!

    Jogamos pro gasto e perdemos muitos gols, fato que não pode acontecer nas quartas.
    Dudu mesmo sem de rítimo e fora de forma não pode ficar fora do time.
    Aproveitar o Brasileirão pra aprimorar os passes e chutes.
    Nosso histórico de confrontos contra elas na Libertadores não é nada favorável.
    Temos e vamos mudar isso.
    Rumo ao tri!!!!

    • Márcio Trevisan

      Olá, Zé.

      Também penso desta forma. Se o Palmeiras jogar seriamente e com vontade, ao contrário do que fez nas finais do Paulistinha, se classificará.

      Abs.

  3. Bom dia.
    Hoje só vou rir com o PS.
    De resto muito satisfeito com o time!!

    P.S.: O termo “elas”, presente no título desta crônica pós-jogo, refere-se às estrelas são-paulinas.

  4. Bom dia, Márcio.

    Mais um passo rumo ao tri da Libertadores.

    Nestas quartas de final, eu realmente espero que o histórico não nos penalize. Você, como bom historiador, pode confirmar isso, mas acho que o Verdão nunca eliminou o São Paulo em um confronto de Libertadores.

    Se for realmente verdade, espero que sejamos mais felizes este ano.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter, salve!

      De fato, na Libertadores sempre nos demos mal contra o time “delas”. Confira:

      1974 – 0 x 2 e 1 x 2
      1994 – 0 x 0 e 1 x 2
      2005 – 0 x 2 e 0 x 1
      2006 – 0 x 0 e 1 x 2

      Ou seja: em oito jogos, empatamos dois e perdemos seis. Mas vale lembrar que na Libertadores de 1974 jogamos com meio time reserva, já que seis jogadores serviam à Seleção Brasileira que se preparava para a Copa da Alemanha.

      Porém, sinto que desta vez será diferente, pois temos mais time e mais elenco.

      Abs.

  5. Ótima vitória.
    Maravilhosa classificação
    Vamos ver se desta vez as arbitragens não beneficiam o São Paulo, como em outras vezes nas partidas da libertadores.
    Abçs.

  6. Valter Soares de Oliveira

    Márcio, permita-me discordar apenas da avaliação do Abel. Entendo que ele não quis pautar o que os jornalistas perguntam, mas fez referência a como as perguntas são direcionadas a depender do clube. Entendo também que ela estava defendendo a instituição e não a ele mesmo. Está irritante a perseguição à ele, e sabemos que é porque ele está no nosso Palmeiras.
    E mais, entendo também que ele pode, e deve, rebater aquilo que lhe perguntam, na mesma moeda, sem ser deselegante, é claro.
    Sobre o jogo, bem jogado e com boas alternativas.
    E a imprensa já dizendo que o Palmeiras não tem o que melhorar, já o time “delas”, com muitos “desfalques” tende a melhorar, E MUITO… É esperar para ver.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Valter.

      Abel quer pautar os jornalistas em todas as entrevistas coletivas, seja quando ganha, seja quando perde.

      Gosto do trabalho que ele faz, mas como é europeu se julga superior a todos os que não o são. É arrogante e tem a sorte de eu não participar das coletivas, pois se participasse já teria levado esculachos semelhantes a que dei em treinadores como Carlos Alberto Silva, Luiz Felipe Scolari, Estevam Soares e Candinho (e olha que este sempre foi meu amigo – até para o meu casamento o convidei).

      Mas vc tem razão quando fala sobre a forma de tratamento dada ao Palmeiras por parte da Imprensa. Não temos muitos torcedores na mídia e o resultado é uma cobertura muito parcial e tendenciosa, negativamente falando. Isso senti na pele quando passei pela assessoria de Imprensa do clube.

      Aproveito para lhe agradecer pelo post e lhe dar as boas-vindas a esta seção. Escreva sempre.

      Abs.

      • Fábio P. R.

        “Não temos muitos torcedores na mídia”, e quando temos, estes acabam tratando mal o Palmeiras, talvez para tentar demonstrar imparcialidade (diferente dos jornalistas torcedores rivais, que fazem questão de ser parciais), ou talvez para não ficar mal com os colegas, sei lá…

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