QUEM MUITO EMPATA NADA GANHA

Palmeiras – de novo – deixa vitória escapar no fim. Depois, não adianta reclamar…

Meus amigos.

Desde que eu acompanho futebol, e isso já se vão aproximadamente 45 anos (e quase 32 destes profissionalmente), ouço uma máxima que parece ser imutável: para se ter boas chances de se ganhar um campeonato, independentemente de qual ele seja e sob qual fórmula é disputado, basta vencer os jogos em casa e empatar as partidas disputadas no campo do adversário. O time que conseguir tal façanha, ou algo que a valha, é quase certo que será o campeão.

Pois bem: até agora, o Palmeiras disputou 10 partidas neste Brasileirão, quatro como mandante e seis como visitante. Fazendo as contas, deveríamos somar, então, 18 pontos (12 obtidos dentro de casa e outros seis fora dela). E quantos pontos temos? Os mesmos 18, porém obtidos de forma exatamente inversa: seis jogando sob nossos domínios e 12 no estádio dos outros.

Isso significa que o Palmeiras está no caminho certo? Infelizmente, não é bem assim. Os números acima, ao contrário do que muitos podem pensar, de fato são bem mais positivos do que negativos, mas acabam por mascarar uma situação que vem se repetindo frequentemente neste ano: nossa equipe já perdeu pontos praticamente ganhos nos últimos minutos dos jogos. Contando com a partida que empatamos neste domingo, neste ano já foram cinco as partidas que deixamos a vitória nos escorrer pelos vãos dos dedos, todas terminadas em 1 a 1: Corinthians/SP (08.08), Goiás/GO (15.08), Bahia/BA (29.08), Internacional/RS (02.09) e Grêmio/RS (21.09). Detalhe pra lá de importante: em todos estes jogos, levamos o empate após os 35 minutos da etapa final.

Isso é muito mais do que uma simples coincidência. Na verdade, prova duas situações: a primeira é que a inserção de vários jovens jogadores (por mais qualificados que sejam) na equipe de cima e principalmente no time titular, sempre gera um custo – a falta de experiência. O segundo é que, por mais badalado que seja o nosso elenco, a verdade é que temos falhas, sejam individuais ou coletivas, que se tornam visíveis e indiscutíveis a cada rodada. E, claro, está mais do que óbvio que, mais cedo ou mais tarde, uma hora esta compensação de pontos ganhos e perdidos dentro e fora de casa cairá por terra. Para tanto, bastará sofrermos uma derrota e, no jogo seguinte, não conseguirmos vencer.

A partida desta tarde, em Porto Alegre/RS, foi mais um exemplo disso. O Verdão foi dominado no primeiro tempo por um adversário desfalcado de sete titulares. Ok: também tivemos nossas baixas, mas nem se comparavam às do time gaúcho. O fato de não termos sofrido muitos lances de perigo nos primeiros 45 minutos (aliás, Weverton fez apenas uma defesa no jogo todo, após uma cobrança de falta) aponta apenas uma segurança defensiva, jamais um bom futebol e muito menos uma superioridade técnica.

Foi preciso uma mudança de postura e, também, três alterações pra lá de ofensivas promovidas por Wanderley Luxemburgo para que o jogo se equilibrasse e o Palmeiras passasse a comandar, ainda que muito veladamente, as ações. Foi graças ao nosso treinador que abrimos o placar, é fato, mas também foi devido a um erro cometido por ele que deixamos mais uma vitória escapar: quando, aos 41 minutos, ele optou pela saída de Raphael Veiga e a entrada de Vítor Hugo, perdemos um jogador que poderia segura a bola no meio-campo. O resultado? Somente cinco minutos mais tarde, sofremos o gol numa bola parada.

Se olharmos a classificação, veremos que o Verdão ocupa a 4ª posição e tem apenas três pontos a menos do que o líder momentâneo, o Atlético/MG. Mas há um detalhe importantíssimo que não podemos deixar de lado: neste Brasileirão, o Galo já venceu sete vezes, contra apenas quatro do Palmeiras. E, vale lembrar, o primeiro critério de desempate é justamente o maior número de vitórias.

E então, amigo palmeirense: o título desta crônica pós-jogo ficou claro para você?

ANÁLISES INDIVIDUAIS

WEVERTON – 5,5
SATISFATÓRIO

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

FELIPE MELO – 6
BOM

GUSTAVO GÓMEZ – 6
BOM

VIÑA – 6,5
MUITO BOM

RAMIRES – 5,5
SATISFATÓRIO

GABRIEL MENINO – 5
REGULAR

DANILO – 5
REGULAR

RAPHAEL VEIGA – 6
BOM

WILLIAN BIGODE – 5
REGULAR

RONY – 5,5
SATISFATÓRIO

WANDERLEY LUXEMBURGO – 6
BOM

LUIZ ADRIANO – 5
REGULAR

GABRIEL VERON – 5,5
SATISFATÓRIO

BRUNO HENRIQUE – 5,5
SATISFATÓRIO

VÍTOR HUGO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

WESLEY – 5,5
SATISFATÓRIO

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO

12 Responses to QUEM MUITO EMPATA NADA GANHA

  1. José Aparecido-Mogi das cruzes

    Bom dia a todos!
    Novamente deixamos escapar a vitória por incompetência.
    3 zagueiros e tomamos gol de cabeça de anão.
    Novamente o eterno apagão aéreo.
    Esta droga de invencibilidade de empates não é nada bom. É péssimo.
    Mais vantajoso 1 derrota e 1 vitória do que 2 empates.

  2. Roberto Alfano

    Bom dia, um absurdo com a vitória na mão, toma o empate, me desculpe o que interessa em pontos corridos são as vitórias, temos que melhorar para disputar a ponta!!!

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Alfano: para disputar a ponta não temos apenas de melhorar.

      Temos de melhorar muuuiiittttoooo.

      Abs.

  3. Gol tomado de bola centrada na 1º trave contra o Bolivar = falha do Bruno Henrique.
    Gol tomado de bola centrada na 1º trave contra o Gremio = falha do Luiz Adriano e Gustavo Gomes.
    Nas vitórias e nos milhares de empates da pra analisar quem não tem mais a mínima condição de vestir a camisa do Palmeiras.
    Bruno Henrique, Ramires POR FAVOR !!!!!!!!!!
    Abçs.

    • Márcio Trevisan

      Jair: creio que são dois casos distintos.

      Bruno Henrique não tem mais vontade de jogar no Palmeiras e está muito incomodado com a reserva.

      Já Ramires é um ex-jogador em atividade.

      Abs.

  4. Bom dia, Márcio.

    Olhando a sequencia de jogos que tivemos até o momento, eu prefiro olhar para o copo pela metade como “meio cheio”, e não “meio vazio”. O Verdão, diferentemente dos outros times que estão participando das mesmas competições e vivendo o mesmo desgaste, vai muito bem, obrigado.

    Não atribuo os empates que temos sofrido à inexperiência dos jovens atletas que vem jogando, pois estes mesmos atletas já contribuíram de forma muito positiva em outras situações muito mais complicadas. Basta ver a personalidade de PP no título paulista e na vitória contra o Santos neste Brasileiro e os jogos realizados por Gabriel Menino na Libertadores.

    Também não atribuo o empate contra o Grêmio a um erro de substituição de Luxa. Ele fez o certo, tentando fechar o time com três zagueiros nos minutos finais para tentar garantir uma vitória fora de casa contra um time que, mesmo desfalcado, será muito competitivo ao longo do Brasileirão.

    Atribuo os empates obtidos até o momento a uma desatenção de todos os jogadores em campo nos minutos finais, por acreditarem que a vitória já estava no papo. Quando eu digo “todos” me refiro tanto aos novatos como aos veteranos. Aliás, no gol de empate do Grêmio, tivemos uma falha de marcação de vários veteranos do Verdão em um garoto do time adversário.

    Claro que não gosto dos empates que estamos obtendo, pois isso minimiza nossas chances de título do Brasileiro. Porém, estou satisfeito com a eficiência do time comandado por Luxa. Não é um futebol de encher os olhos – aliás, não vejo nenhum time no Brasil com esse privilégio – mas é um futebol consistente e de resultados.

    Vamos deixar o pofexô trabalhar!

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Olá, Valter.

      Também quero que Luxa trabalhe, mas a verdade é que sobretudo contra Bahia/BA e Grêmio/RS, e ambos fora de casa, deixamos quatro pontos escaparem.

      Se tivéssemos feito o básico, ou seja, segurar a bola mais longe da nossa área, teríamos hoje 22 pontos e estaríamos na liderança.

      Mas concordo contigo: muitos clubes estão muito pior e, a menos que o Flamengo/RJ reencontre o futebol do ano passado, neste ano o equilíbrio será muito maior.

      Abs.

  5. JORGE FARANI

    Marcio,

    1. Parodiando “de grão em grão a galinha enche o papo” eu digo: “de empate em empate o palmeirense está enchendo o saco”
    2. Não me lembro se foi 2012 ou 2014, mas gostaria que você como sabe tudo do clube, informasse quando foi o ano que o palmeiras empatou uma tonelada de jogos e não ganhou nada.
    3. No mais gostaria de sugerir a você que faça uma promoção dando um brinde ao torcedor do Palmeiras que adivinhar o dia que o jogador de 35 milhões, o PT (pereba tonta) vai fazer o primeiro gol no clube.

    • Márcio Trevisan

      Farani, salve.

      Respondendo à sua pergunta: em 2012, o Palmeiras disputou 74 partidas, e empatou somente 16 (foram, também, 30 vitórias e incríveis 28 derrotas).

      Já em 2014 jogamos 64 vezes e empatamos somente 9 (além disso, ganhamos 29 e perdemos 26).

      Creio que você se refira aos anos de 2010 e 2011, quando empatamos 23 e 24 partidas, respectivamente.

      Abs.

  6. Paulo Bergo

    Trevisan,

    Vc não acha que falta ambição ao Palmeiras?

    Bom dia a todos

    • Márcio Trevisan

      Bergo: não creio que seja este o problema.

      O que falta ao Palmeiras é autoconfiança.

      Abs.

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