EN”TRAVE” À VITÓRIA

Por duas vezes, pau salva São Paulo/SP de perder mais uma para o Palmeiras

Meus amigos.

Como diz um dos versos da antiga canção, “bola na trave não altera placar”. E, para a sorte do nosso adversário desta tarde, tal verdade mais uma vez se confirmou. Com um chute de Ramires no primeiro tempo e uma cabeça de Luiz Adriano na etapa final, o Verdão poderia, tranquilamente, ter vencido mais um Choque Rei, algo que aliás aconteceu em seis dos últimos dez confrontos.

Mas se dissesse aqui que deixamos de ganhar apenas por causa disso, estaria mentindo. Se não voltamos de Araraquara/SP com mais três pontos foi porque também erramos. Dudu, exatamente como já havia acontecido nos quatro jogos deste ano, perdeu mais uma chance clara de gol logo no começo do clássico. Além disso, nosso principal jogador esteve em uma tarde atípica, na qual errou 90% das jogadas e foi um peso morto para a equipe. E para sua total falta de sorte, nas tribunas estava ninguém menos do que Cléber Xavier, auxiliar-técnico da Seleção Brasileira que foi à Fonte Luminosa justamente para vê-lo. Mas o camisa 7 palmeirense é sempre assim: todo começo de temporada ele fica bem abaixo do que pode render e parece acordar somente a partir do fim de março e começo de abril.

Um outro problema que senti no Palmeiras foi a dificuldade de finalização. Com exceção dos dois lances nas traves e do gol perdido por Dudu, raríssimas foram as outras oportunidade criadas pela equipe. Tocamos bem a bola, fizemos a inversão de jogadas, buscamos lances individuais mas, na hora do chute, ou acertamos as pernas e cabeças dos marcadores ou, então, erramos o alvo e mandamos a bola às alturas. Situações inerentes a um início de ano? Talvez, mas que por motivos mais do que óbvios precisam ser resolvidas rapidamente. Também me preocupou um pouco a facilidade que o Tricolor teve para chegar à frente de Weverton, tanto em bolas paradas quanto em movimento – como, por exemplo, no incrível gol desperdiçado por Daniel Alves.

Contudo, nem tudo foi ruim neste 0 a 0. Observamos mais uma atuação segura de Gustavo Gómez, o jogo praticamente inequívoco do novo zagueiro da equipe, Felipe Melo, e a nova atuação elogiável de Lucas Lima, que nos enche de esperanças de que, enfim, ele possa jogar no Verdão algo parecido com o que jogou em sua ex-equipe. Outro ponto positivo, a meu ver, foi a mudança do esquema tático do 4-4-2 para o 4-3-3, o que provou que Wanderley Luxemburgo, ao sacar Raphael Veiga e colocar Gabriel Veron, foge à teimosia inerente a quase todo treinador brasileiro, que insiste o quanto pode – e o quanto não pode também – em suas convicções, das quais só abre mão mediante a derrotas seguidas e, muitas vezes, acachapantes.

Por fim, meus amigos, muito embora acostumados a quase sempre ganhar este jogo, creio que diante do que fizemos e do também do que deixamos de fazer em campo, o resultado acabou ficando de bom tamanho.

É que sempre fica mais difícil ganhar de um time quando este pode contar com a ajuda do pau.

 

WEVERTON – 6
BOM

MARCOS ROCHA – 5,5
SATISFATÓRIO

FELIPE MELO – 6,5
MUITO BOM

GUSTAVO GOMEZ – 6
BOM

VICTOR LUÍS – 5
REGULAR

GABRIEL MENINO – 5
REGULAR

RAMIRES – 6,5
MUITO BOM

LUCAS LIMA – 6,5
MUITO BOM

GABRIEL VERON – 5
REGULAR

DUDU – 4
MUITO RUIM

LUIZ ADRIANO – 5
REGULAR

WANDERLEY LUXEMBURGO – 6
BOM

PATRICK DE PAULA – 5
REGULAR

WILLIAN BIGODE – 5
REGULAR

ZÉ RAFAEL – 5
REGULAR

CRÉDITO FOTOS: CESAR GRECO/AG. PALMEIRAS

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO


 

14 Responses to EN”TRAVE” À VITÓRIA

  1. Roberto Alfano

    Boa tarde, nem sempre o Dudu é herói, com muito calor não rendeu, mais tem muitos méritos.

    Agora até o Brasileirão vai ter que melhorar e muito.

    Abraço.

  2. Fábio P. R.

    Outro ponto positivo do jogo de ontem é o Ramires. Parece estar voltando à velha forma e capacidade.

    • Márcio Trevisan

      Fábio: se Ramires jogar o que jogou no Cruzeiro/MG e no Chelsea/ING, Bruno Henrique terá de ser o primeiro volante do time se quiser jogar.

      Abs.

  3. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    MARCIO … Se a bola não chega no centroavante, ele não faz gol. O G. Menino, jogou abaixo do que pode e pode escrever, se comprarmos um meia, ele ira para o banco e assim, sera com o Veron se o Rony vier. Vitor Luiz, pra mim foi pior que o Dudu. Com relação a esse segundo, não faço critica mais ferrenhas, pois todos nós sabemos que ele não rende tanto em inicio de temporada, é a natureza dele. De resto o time foi bem.

    • Márcio Trevisan

      Pois é, Ildebrando.

      Mas parece que Dudu está com problemas pessoais e isso pode estar afetando seu desempenho, que já não é bom no começo de cada ano.

      Abs.

  4. E tem torcedor que insiste em comparar Dudu com o Edmundo. Não tem a menor possibilidade dessa comparação. Edmundo era implacável na frente do gol, num clássico desse ele chamaria a responsa e faria uns 2 gols com extrema facilidade. Dudu é bom para a geração e futebol atual carente de bons jogadores.

    • Márcio Trevisan

      Ed: tem razão.

      Edmundo foi infinitamente melhor do que Dudu.

      Mas, para os padrões de hoje, nosso atual camisa 7 é um dos melhores jogadores do Brasil.

      Abs.

  5. Concordo em 100 % com o ótimo comentário.
    Discordo da nota do Dudu, ele foi PÉSSIMO DOS PÉSSIMOS !
    Pergunta do post:-
    Marcio do fundo do seu coração e da sua alma você acredita que com o Dudu sendo nosso principal atacante um dia o Palmeiras vai ganhar a Libertadores da América e o Mundial de Clubes ?
    Não vou ficar em cima do muro:-
    Minha Resposta:- Chance ZERO !

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      Muito obrigado pelo elogio.

      Respondendo à sua pergunta: sim. Dudu está mal, como sempre mal está todo o começo de temporada. Desta vez, o que me preocupa um pouco mais é que parece que o jogador enfrenta sérios problemas pessoais, e isso pode estar afetando seu rendimento em campo.

      Dudu já é um dos principais nomes da história do Palmeiras, e digo mais: se quisermos faturar o bi da Liberta e o bi Mundial teremos de mantê-lo no time.

      Abs.

  6. Bom dia, Márcio.

    Sua análise do jogo foi muito boa e gostaria de reforçar um parágrafo escrito acima:

    “Também me preocupou um pouco a facilidade que o Tricolor teve para chegar à frente de Weverton, tanto em bolas paradas quanto em movimento – como, por exemplo, no incrível gol desperdiçado por Daniel Alves”.

    Me parece que essa facilidade está no posicionamento incorreto do FM. É possível notar que em vários momentos durante o jogo ele liga o piloto automático e volta a ser volante, deixando a zaga desprotegida. Sinto que os novos conceitos que a nova posição exige ainda escapam de vez em quando. Natural para quem ainda está se adaptando, mas isso pode ser fatal.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Olá, Valter.

      Agradeço o elogio.

      FM, por vezes, parece, sim, se esquecer que mudou de posição, mas não creio que seja este o motivo do problema que ressaltei.

      Talvez ele aconteça devido ao nosso meio-campo ter perdido um “mordedor”, já que Menino, Ramires ou mesmo Bruno Henrique não são apenas marcadores.

      Abs.

  7. Complicado. O pai estava a favor delas.

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