“SALUTI, FRATELLO!”

Vitória em Goiás/GO se deve à mudança na postura do time imposta por Mano Menezes

Quem me orgulha por acompanhar meu trabalho, caso específico de todos vocês, sabe que não foi uma, nem duas, nem três, mas sim inúmeras as vezes em que iniciei a crônica de um pós-jogo alertando que, apesar da vitória, o futebol apresentado pelo Palmeiras deixou um pouco – ou, em alguns casos, um muito – a desejar. Pois bem: hoje vencemos, mas ainda que tivéssemos perdido, eu começaria este texto dizendo justamente o contrário: que apesar da derrota, o Palmeiras jogou muito bem.

Para nossa alegria, e justamente no último lance da partida (perdoem-me, meus amigos, mas quando Scarpa mandou a bola pro fundo das redes foi impossível não me lembrar do time “deles”, que sempre marca no finalzinho dos jogos o gol que precisa marcar), o Verdão obteve não só o gol mas principalmente a justiça a que fez por merecer desde o início do jogo.

Só que esta justiça não foi fruto de mero acaso. Na verdade, desde o primeiro apito do árbitro, vimos um Palmeiras diferente daquele que estávamos vendo desde a retomada do Campeonato Brasileiro. Fomos um time que se impôs perante o adversário, ainda que este seja, indiscutivelmente, bem mais fraco. Buscamos o gol do primeiro ao último minuto, e ainda que a adversidade no placar tenha, por alguns minutos, gerado uma turbulência, ela durou apenas o tempo que poderia durar e não lhe causou grandes problemas.

Isso se deu, meus amigos, por obra e graça de Mano Menezes. Assim como quase toda a galera alviverde, também não gostei de sua contratação pois, em minha opinião, não era ele o nome mais indicado para assumir o comando palmeirense. E não porque já dirigiu a equipe “deles”, pois isso é uma idiotice, mas sim porque seu estilo de jogo se assemelha ao do seu antecessor. Ou seja: teria a nossa diretoria trocado seis por meia dúzia.

Contudo, pelo menos nesta estreia, nosso “Fratello” cumpriu o que prometeu alguns anos atrás em um programa de TV: ele alteraria, ainda que parcialmente, sua forma de montar a equipe caso um dia dirigisse o Palmeiras, pois nós jamais aceitaríamos um esquema que fosse mais defensivo do que ofensivo. Dito e feito: sem contar com Felipe Melo, optou por Ramires e não por Thiago Santos. O ex-jogador do Cruzeiro/MG foi bem? Não, tanto que até vacilou no gol do Goiás/GO, mas neste caso o que importou foi a mensagem que Mano quis passar a todos.

E quando teve de mexer no time, fez três alterações que colocaram o Palmeiras ainda mais no ataque, sendo que uma delas (Lucas Lima no lugar de Ramires), foi pra lá de ousada. Sejamos sinceros: fosse o técnico anterior, o que ele faria após Willian Bigode ter empatado o jogo aos 36 minutos do segundo tempo? Mas o atual continuou mandando o time para o ataque e, aos 55 de jogo, foi premiado com o gol da virada e da vitória. Ainda faltam 21 jogos para que o Verdão encerre sua participação neste Campeonato Brasileiro e, mesmo que algumas derrotas aconteçam, paciência.

Pois o Palmeiras pode até perder um jogo, só não pode perder a sua essência.


ANÁLISES INDIVIDUAIS

JAÍLSON – 5,5
SATISFATÓRIO

MARCOS ROCHA – 5
REGULAR

LUAN – 5
REGULAR

VÍTOR HUGO – 5
  REGULAR

DIOGO BARBOSA – 4
  MUITO RUIM

RAMIRES – 4,5
  RUIM

BRUNO HENRIQUE – 6
  BOM

GUSTAVO SCARPA – 6,5
MUITO BOM

DUDU – 6,5
  MUITO BOM

LUÍS ADRIANO – 5
REGULAR

ZÉ RAFAEL – 4
  MUITO RUIM

MANO MENEZES – 6,5
MUITO BOM

WILLIAN BIGODE – 6
BOM

LUCAS LIMA – 5
REGULAR

BORJA – 5,5
SATISFATÓRIO

Créditos Fotos: César Greco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO

16 Responses to “SALUTI, FRATELLO!”

  1. Eu não tenho absolutamente nada contra o Mano Menezes, apenas ficou claro pra mim que torcedor para o presidente e diretoria são nada, apenas moeda na arquibancada.

  2. Trevisan,

    Concordo com você. Só ganhou porque propôs o jogo e insistiu até o último segundo. Claro que em dois dias não se faz mudanças drásticas, mas só de ver o Palmeiras com uma postura diferente, já me anima. Insistir o jogo todo em lateral para área e casquinha do centroavante é muito pouco para quem tem vários títulos e já foi campeão do mundo como nosso antigo técnico. Agradeço imensamente por 99 e o culpo com o mesmo fervor por 2012. Não tinha mais como extrair nada dos jogadores que ele dirigia fora que daria para enumerar várias linhas apontando os seus erros de escalações, substituições e esquemas táticos. Portanto, vida que segue!

    O Fratello entendeu cedo o que é a Sociedade Esportiva Palmeiras.
    Boa sorte!

    • Márcio Trevisan

      Bergo: tomara que Fratello tenha, mesmo, entendido o que é o Palmeiras.

      Se isso acontecer, ainda teremos alguma chance de título neste ano.

      Abs.

  3. Gd Márcio!

    No corre-corre preciso que o dia aumente para 25hs. rsrs
    Concordo com a saída do Felipão Sim! por tudo o que voce disse, e não acho que a culpa é só dele, o Dayverson, o Willian etc mas quem escala quem não na tava jogando bem era ele ou não???
    Quem o Mattos contratou? foi por que ele chegou lá e contratou sem o aval do presidente ou do técnico? Será que o Felipe Pires e o Carlos Eduardo foi contratado por conta propia, não foi isso que ouvimos nos jornais.
    Felipão deveria sair porque, tinha os mesmo jogadores de antes da parada da copa, os outros técnicos se atualizaram, estudaram o esquema dele e teimoso como é insistiu no mesmo esquema, inventou começar jogando com o Willian vindo de longa datas sem jogar, Deyverson errando tudo, não grita não reclama não da piti com jogador.
    Agora é outro técnico se não der certo, a fila anda.

    • Boa tarde, Antonio.

      Felipão é teimoso? Sim, mas uni o elenco e sua presença traz respeito, diferentemente dos outros técnicos que passaram pelo Palmeiras depois da renovação do futebol que se iniciou em 2014 (Dorival Junior, Oswaldo de Oliveira, Alberto Valentin, Marcelo Oliveira, Cuca, Eduardo Baptista e Roger Machado não são – nem de longe – melhores do que ele).

      Felipão é turrão e arrogante? Sim, mas não deixava a emissora que manda no futebol brasileiro insinuar situações que valorizavam o queridinho de São Paulo e o outro do Rio de Janeiro. O Palmeiras estava sempre à frente de qualquer coisa e defendia o clube sempre.

      O que os outros técnicos estudaram tanto para desmontar o esquema de Felipão? Nada, porque técnico de futebol brasileiro raramente faz isso. Com certeza dormimos em berço esplêndido achando que já éramos campeões, mas isso não foi só culpa do Felipão. Esse foi nosso maior erro e os jogadores – de modo geral – tem grande culpa nisso.

      Parafraseando Valdívia em um dos seus mais recentes posts: aparecer só pra levantar taça e ganhar dinheiro com a negociação de jogadores é fácil. Essa diretoria precisa acordar e entender que estão brincando com o dinheiro dos outros (Crefisa). Duvido que se o dinheiro fosse dele ele contrataria os jogadores que trouxe esse ano.

      Um abraço.

      Valter

    • Márcio Trevisan

      Valeu pelo post, Antônio.

      Abs.

  4. Boa tarde, Márcio.

    O que realmente mudou? Será que não estamos valorizando demais algo que já existia? Os jogadores – que são os mesmos – aprenderam novamente a jogar futebol?

    Se me permitem, o que aconteceu foi o seguinte: pegamos um adversário fraquinho. Se não ganhássemos, uma hora dessas o CT já estava cercado de vândalos e nenhum dos atletas saía de casa. O medo de uma crise ainda maior fez os jogadores correrem mais do que o usual.

    Me desculpem os mais otimistas, mas não vi nada de “dedo” do mano. Aliás, reitero aqui o meu mais absoluto repúdio pela demissão do Felipão. Ele foi o boi de piranha em um rio cheio cobras. Antes dele, deveriam ter saído Mattos e uma dezena de jogadores medíocres que também jogaram sábado e que não fizeram nada. Felipão pagou o pato por uma série de erros que não foram cometidos por ele.

    Aguardo ansiosamente para ver o que o Mano fará de diferente e espero que tenha a mesma postura do Rogério Ceni, o qual aplaudo a entrevista coletiva que deu após a derrota do Cruzeiro para o Grêmio. Suas palavras foram mais ou menos essas: “Se eu não tiver apoio da diretoria nas mudanças drásticas que precisam ser feitas, minha presença aqui não se faz necessária e eu talvez não deva ficar”.

    Um abraço.

    Valter

    • Concordo 100 % com você Walter
      Já tinha escrito isto no ultimo post do Marcio
      Abçs.

    • Concordo 100 % com você Walter

    • Márcio Trevisan

      Valter: Ceni e Mano vivem situações completamente opostas, pois o primeiro luta para não ser rebaixado e o segundo ainda sonha com o título. Assim, qualquer comparação entre ambos, neste momento, não faz sentido.

      O que eu disse é que a escalação inicial e as alterações promovidas pelo Fratello foram muito mais ousadas do que as do antigo treinador, mesmo levandi em conta que o adversário era fraco – assim como será o desta terça.

      Em meu modo de ver, houve, sim, uma mudança de postura.

      Abs.

      • Márcio,

        Desculpe, mas acho que você não pode afirmar que a comparação não faz sentido. Talvez, você devesse se interessar sobre o por quê da comparação antes de fazer tal afirmação. Afinal, não somos donos absolutos da verdade e podemos aprender um pouco uns com os outros através de diferentes pontos de vista, não é mesmo?

        A sua análise se restringe apenas à posição dos times na tabela. A minha é mais abrangente e diz respeito a comportamento frente às necessidades de mudanças que precisam ser feitas, independentemente da atual situação de ambas as equipes. Mano e Ceni tem em comum a necessidade de agir de forma diferente – claro que em situações distintas – mas com o mesmo propósito: melhorar ambas as equipes.

        E para fazer isso, necessariamente precisarão contrariar uma série de interesses que extrapolam as 4 linhas e demandam apoio incondicional de ambas as diretorias. Se isso não acontecer, ambos fracassam.

        Um abraço.

        Valter

  5. Roberto Alfano

    Boa tarde, valeu pelo trabalho em campo e a mudança de postura demonstrada.

    Agora temos que recuperar os pontos perdidos e ameaçar esse tal de Flamengo daquela derrota que está engasgada!!!!

    Força Verdão, vamos acordar que da tempo.

    Abraço.

  6. Caro amigo Trevisan. Eu acho que Lucas L até entrou bem no jogo mas foi expulso, e por isso acho que 5,0 acabou sendo uma nota um pouco alta. É essa a nota dele mesmo? AbÇs.

    • Márcio Trevisan

      É, sim, Tadeu, porque ele, enquanto esteve em campo, melhorou nosso time.

      Sua expulsão foi justa, mas também acidental.

      Abs.

  7. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    MARCIO … estou sendo o primeiro a dar opinião, então vamos la: 1-Bruno Henrique, me desculpe, mas pra mim deve ir para o banco.2 – Ramires, deve saber que o futebol Brasileiro não aceita muita cadência de jogo quando se esta perdendo. Pra mim ainda não esta adaptado. 3 – Lucas Lima, eu já sabia. Mostrou que mesmo tendo oportunidade de jogar, não quer. Prefere ficar parado recebendo seus quase 1 milhão por mês. 4 – Nossos laterais precisam cair na real. Jogam com raça ou vão perder espaço. 5 – Mano Menezes, mano não né? Fratello Menezes, pois mano é coisa deles. Vamos ver amanhã contra o FlorminenC e ai, começo a ter uma opinião melhor. 6 – Zé Rafael, forte, mas parece meio sem tecnica. 7 – Luiz Adriano, não seria melhor ele jogar mais aberto pela direita e abrir espaço para um centroavante de area?. Sendo assim, onde entraria Willian? Ahhhh ! já sei, na direita e o Luiz Adriano de centroavante de area, mas funciona? …. sei la. Enfim, se o Santos ganhar do Flamengo no fim de semana, embolaremos tudo novamente. EU ACREDITO.

    • Márcio Trevisan

      Ildebrando: também gostaria de ver Luiz Adriano pela ponta.

      Neste caso, Borja ganharia chances no comando do ataque.

      Quanto ao Bigode, um banquinho poderá lhe fazer bem.

      Abs.

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