Derrota para o Guarani/SP baixa a bola e abre os olhos de todo o elenco

No futebol, dizem que perder nunca é bom. Mas não é bem assim: existem derrotas que podem, sim, se tornar positivas, e a que o Palmeiras sofreu nesta noite para o Bugre tem boas chances de ser uma delas.

É claro que, se analisarmos apenas o resultado, chega a ser até mesmo vergonhoso deixar Campinas/SP com um 2 a 1 nas costas. Afinal, o Guarani/SP é um dos piores times da Série B do Campeonato Brasileiro e, ocupando no momento a penúltima colocação na tabela após vencer apenas uma das oito partidas que disputou, neste momento tem como objetivo principal não ser rebaixado à Terceira Divisão nacional do ano que vem. Sob esta ótica, não termos vencido – ou até mesmo goleado – no Brinco de Ouro da Princesa é motivo de extrema preocupação.

Só que existe um outro aspecto que merece ser analisado. O Verdão vinha de 15 partidas invictas e de 10 vitórias consecutivas em jogos válidos por competições de alto nível, como o Paulistinha, a Libertadores e o Brasileirão. É óbvio que os jogadores, no íntimo, já se sentiam a última bolacha do pacote, e muito embora pregassem o salutar, mas nem sempre sincero, discurso da humildade, do “ainda não ganhamos nada”, no íntimo já se preparavam, mesmo que ainda em julho, para as voltas olímpicas de novembro e dezembro.

Edu Dracena fez o gol do Palmeiras no amistoso com o Guarani/SP

Outro detalhe que deve ser entendido como positivo é que se o Palmeiras tem, de fato, o melhor elenco do País, isso não significa que possui, também, dois times no mesmo nível. Muito embora jogadores importantes sequer tenham sido relacionados para este amistoso, como Scarpa e Gómez, e outros ainda não tenham sequer estreado, casos de Angulo e Ramires, ficou provado que, se escalados todos juntos, muitos suplentes deixam a desejar. Gente: até o Fabiano jogou… E de zagueiro!

Assim, que esta indolor derrota nos sirva de alerta e que dela possamos tirar a melhor lição para o que está por vir a partir da próxima semana, até porque o que virá, já se sabe, será uma sucessão de pedreiras – e com rochas pontiagudas.

Se o Verdão assim agir, rapidamente perceberá que, no futebol, perder pode até nunca ser bom, mas às vezes pode ser benéfico.

Fotos: Luciano Claudino / Estadão Conteúdo