QUERER É PODER

Palmeiras prova que vencer jogando um ótimo futebol é possível. Basta ter vontade.

Toda vez que uma equipe supera um adversário infinitamente mais fraco, para muito pouco importa como esta equipe jogou – afinal, se o oponente não estava no mesmo nível, não se fez mais do que a obrigação. É aquela antiga comparação, hoje aliás pouco politicamente correta, de se “empurrar bêbado ladeira abaixo”.

Só que não é bem assim. Na partida desta noite, por exemplo, o Palmeiras de fato teve pela frente um time fraquinho de dar dó, sem nem mesmo as mínimas noções táticas e técnicas que se esperam de um clube inserido no mais importante torneio de clubes da América do Sul. Contudo, teve de enfrentar seus próprios fantasmas, como a eliminação antes da final do Paulistinha, as ácidas e merecidas críticas que, por isso, recebeu de torcedores e jornalistas e, sobretudo, o fato de ainda não ter exibido em uma sequência de partidas um futebol condizente com a qualidade do elenco que possui. Isso, claro, sem que falemos da altitude de Arequipa/PER que, mesmo não sendo tão grande, interferiu no desempenho de nossos atletas e a obrigação de voltar do Peru com a vaga garantida às oitavas-de-final da Libertadores.

Mas nem todos estes fatores foram capazes de impedir que o Verdão impusesse ao pobre Melgar/PER o peso de sua tradição e a qualidade de sua equipe. Muito mais importante do que vencer por 4 a 0 (que, aliás, tranquilamente poderia ter sido por 6 a 0, já que uma bola foi salva em cima da linha e outra chutada no travessão) ou o show de Gustavo Scarpa em sua melhor atuação desde que chegou à Academia de Futebol, foi a forma como o Verdão venceu. Mesmo após terminar a primeira etapa com uma boa vantagem, nossa equipe retornou com a mesma vontade de jogar, de atacar, de marcar gols – ou, se preferirem, com a mesma vontade de jogar futebol.

Hoje, meus amigos, não vimos as ligações diretas, os chuveirinhos ou os arremessos laterais se tornando as principais jogadas palmeirenses. Houve o toque de bola, houve a constante inversão de posicionamento entre nossos jogadores de meio-campo e de ataque, houve a segurança defensiva, houve a atuação segura de nossos laterais e do nosso goleiro.

É claro que, daqui pra frente, tudo ficará infinitamente mais difícil. Muito provavelmente, terminaremos esta etapa na primeira colocação do grupo e, se vencermos o San Lorenzo/ARG na última rodada, os 15 pontos que somaremos nos colocarão, certamente, entre os três melhores e, desta forma, nos darão a chance de decidirmos em casa em quase todas – ou até mesmo todas – as fases seguintes. De qualquer forma, o resultado desta noite e, como frisei, a forma como o obtivemos prova que nossos atletas podem jogar um futebol que, até pouco tempo atrás, era comum no Brasil, mas que ultimamente tem sido relegado a segundo plano: um futebol de qualidade (e o pior é que tem um bando de loucos que ainda bate palmas pra isso…).

Ou, em outras palavras, prova que, se o Palmeiras quiser, o Palmeiras pode.

ANÁLISES INDIVIDUAIS

WEVERTON – 6
BOM

MAYKE – 5,5
SATISFATÓRIO

LUAN – 6
BOM

GUSTAVO GÓMEZ – 6,5
MUITO BOM

VICTOR LUÍS – 5,5
SATISFATÓRIO

FELIPE MELO – 6,5
  MUITO BOM

BRUNO HENRIQUE – 6
  BOM

ZÉ RAFAEL – 5
REGULAR

GUSTAVO SCARPA – 9,5
  PERFEITO

DEYVERSON – 5
REGULAR

DUDU – 6,5
  MUITO BOM

LUIZ FELIPE SCOLARI – 7
ÓTIMO

MOISÉS – 6,5
MUITO BOM

LUCAS LIMA – 5,5
SATISFATÓRIO


HYORAN – 6,5
MUITO BOM

Créditos Fotos: César Greco/Palmeiras/Divulgação

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

08 a 8,5 – EXCELENTE
07 a 7,5 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
00 a 3,5 – PÉSSIMO

11 Responses to QUERER É PODER

  1. De fato valeu pelo esforço de continuar em busca dos gols mesmo sabendo que o jogo já estava ganho. Mas vamos ver quando chegar os clássicos, os jogos difíceis. É nesses jogos que eu quero ver eles jogando assim. Enquanto isso não acontecer vou continuar não me iludindo. Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Você tem razão, Ed.

      É claro que quando enfrentarmos adversários mais fortes os gols não acontecerão com tanta facilidade.

      Mas não é este o ponto: o ponto é a forma como nos apresentamos, e isso você mesmo salientou logo em suas primeira palavras.

      Abs.

  2. Antônio Manara

    Bom dia Márcio, entendo ser o Melgar um time fraco, com poucas qualidades técnicas e táticas que tinha a seu favor a altitude. Mas o que me deixou contente, foi a seriedade do time que em momento algum, menosprezou o adversário, tentando humilhar seus atletas. O Palmeiras jogou sério, pra frente e sempre buscando o gol, sem dar tiquinhos, canetas ou chapéus. Esse é o futebol,que prefiro assistir.

  3. Boa tarde a todos!
    Excelente Vitória.
    Lógico que o Melgar é muito fraco, mas tivemos uma atuação elogiavel.
    Mas temos muito que melhorar, pois fomos envolvidos até com certa facilidade pelo Melgar.

    • Márcio Trevisan

      Silva: não vi envolvimento algum por parte dos caras.

      Um ou outro lance com um pouco mais de perigo, mas nada além disso.

      Abs.

    • Márcio Trevisan

      Silva: não vi envolvimento algum por parte dos caras.

      Um ou outro lance, muito esporádico, e nada mais.

      Abs.

  4. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    Vamos vêr se domingo nosso time continue a apresentar o belo futebol, pois o Fortaleza, com todo respeito, não é la grande coisa. Quanto ao Felipão, acho que ele não precisa ficar de briguinha com aqueles trabalhadores que foram ao Peru torcer para o nosso time. AH! Não eram trabalhadores. Só porque estavam numa quinta-feria as 23 horas (horario daqui) em outro país?
    Essa pequena parte da torcida precisa dizer de que organizada é e assim, tudo ficara mais facil de ser conversado.
    Enfim, ganhamos bem, mas acho o meu time de veterano ganharia do Melgar tambem.
    Tenho convicção que esse ano levantaremos canecos, mas libertadores é obrigação.
    Avanti meu palestra e que Deus nos abençõe pelo resto do ano.

    • Márcio Trevisan

      lldebrando: no que diz respeito à Libertadores, neste ano está bem mais difícil do que no ano passado.

      E por dois motivos: não estamos jogando o que jogávamos e nossos adversários se reforçaram bastante.

      Abs.

  5. Bom dia, Marcio e Colegas.

    Sou sincero em dizer que assisti apenas o primeiro tempo, mas parece que o Verdão passeou em campo. Há, porém, uma pergunta que eu gostaria de pedir a sua opinião.

    O que o Felipão ganha entrando em confronto com meia dúzia de “torcedores” que foram até o estádio e dando entrevistas ameaçando deixar o clube caso a torcida queira?

    Sinceramente, eu acho uma tremenda infantilidade. Apenas favorece o que a imprensa e algumas pessoas querem, ou seja, criar instabilidade no Palmeiras. O Felipão, com a experiência que tem, jamais deveria ser atraído para esse tipo de armadilha que alguns alucinados preparam.

    Para mim, teve o comportamento de um menino mimado, onde ninguém pode desaprovar o seu trabalho. Pelo amor de Deus, pare com isso! Foque no trabalho e nos campeonatos que temos pela frente e deixe de dar atenção para esse bando!

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Olá, Valter.

      Você me perguntou e você mesmo respondeu: LFS é um profissional extremamente vaidoso, que não aceita ser criticado e sempre aparece com ameaças ou ofensas quando isso acontece.

      Em síntese: é um bobão.

      Abs.

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