“SOFRÊNCIA” NÃO É COM A GENTE, NÃO

Palmeiras vence mais uma fora de casa sem precisar “saber sofrer”.

De tempos em tempos, alguns modismos aparecem no futebol. Geralmente se referem a novidades táticas que, por sinal, de novas quase sempre nada têm. Ou então algumas expressões com palavras rebuscadas que, no fundo, nada mais são do que novas definições para velhas coisas. Uma delas, certamente a mais recente, é o tal do “saber sofrer”.

Dizem alguns dos meus colegas (e aqui me refiro apenas aos jornalistas profissionais, já que ex-boleiros não possuem diploma em nível superior que assim os classifique) que determinadas equipes ou, melhor, uma determinada equipe consegue seus objetivos porque não se importa de jogar totalmente fechada, sabe suportar a pressão adversária durante todo o jogo e, ao final deste, quando a vitória é obtida (geralmente pelo placar mínimo, claro), merece todos os aplausos, ainda que tenha realizado um desserviço ao futebol. Ou seja: retranca, agora, passou a ser digna de fartos elogios.

Graças a Deus, o Palmeiras não é assim, não. Nossa equipe está longe de ser perfeita, ainda não rendeu em campo tudo aquilo que dela se espera, perdeu de forma imperdoável um título paulista dentro de nossa casa para um adversário bastante inferior mas, pelo menos, joga futebol. O bom ou o ótimo resultado, é verdade, às vezes não vêm como nós, palmeirenses, gostamos e exigimos, mas quando acontecem normalmente nos enchem de orgulho. Foi assim na Argentina, há alguns dias, e foi assim hoje, no Paraná.

Bruno Henrique: mais um gol. E mais uma ótima atuação pelo Palmeiras.

Qualquer pessoa que entenda um mínimo de futebol sabe que as equipes comandadas por Fernando Diniz (aliás, ex-jogador do Verdão nos anos 90) possuem uma forma diferente de atuar. Raros são os jogadores que guardam posição, mais raros ainda são aqueles que se limitam a apenas uma função em campo. Tudo isso confunde muito seus adversários que, sobretudo agora, quando atuam diante da fanática torcida do Atlético/PR na Arena da Baixada, normalmente demoram tanto para entender o que se passa em campo que, quando conseguem, a vaca já foi para o brejo.

Confesso que era exatamente isso o que eu esperava neste domingo, pois podem apostar: pouquíssimos serão os times que neste Brasileirão conseguirão repetir o feito palmeirense desta tarde. Pensando comigo mesmo, cheguei à conclusão de que se voltássemos da encantadora Curitiba/PR com um pontinho na sacola já estaria muito bom, obrigado. Mas o Palmeiras não é, como disse acima, uma equipe que “sabe sofrer”. Por isso, em nenhum momento se viu fragilizado em relação ao Atlético/PR (mesmo perdendo seu articulador com apenas 5 minutos de partida!), sempre soube impor sua forma de jogar, exerceu enquanto possível a marcação alta (ih, olha eu aí também usando uma neoexpressão…), teve jogadas individuais e ensaiadas de muita qualidade e chegou à vitória por 3 a 1 com todos os méritos – e sem “sofrência” nenhuma.

Méritos, claro, a todo o grupo, mas principalmente ao técnico Róger Machado, que de fato não é uma “brastemp” na hora de promover substituições, mas a cada jogo parece mostrar que, taticamente, conhece a melhor forma de montar a equipe que tem em relação ao adversário que enfrentará. Vitórias como esta – ou como a que obtivemos sobre o Boca Juniors/ARG – servem de estímulo, aumentam a confiança e funcionam como uma mola propulsora capaz de levar uma equipe de futebol aos objetivos que ela mais almeja.

E no caso do Verdão, todo mundo sabe quais eles são.

P.S.: A camisa nº 2, que estreou hoje, é o mais lindo segundo uniforme que o Palmeiras já utilizou. Pronto: falei!

JAÍLSON – 7
ÓTIMO

MARCOS ROCHA – 7
ÓTIMO

ANTÔNIO CARLOS – 5,5
SATISFATÓRIO

EDU DRACENA – 6,5
MUITO BOM

DIOGO BARBOSA – 6
BOM

FELIPE MELO – 5,5
  SATISFATÓRIO

BRUNO HENRIQUE – 7
ÓTIMO

MOISÉS – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

KENO – 7
ÓTIMO

WILLIAN BIGODE – 7
ÓTIMO

DUDU – 6,5
  MUITO BOM

 

RÓGER MACHADO – 7
ÓTIMO

LUCAS LIMA – 6
BOM

HYORAN – 6,5
MUITO BOM

THIAGO SANTOS – 5,5
SATISFATÓRIO

Créditos Fotos: César Greco/Agência Palmeiras

31 Responses to “SOFRÊNCIA” NÃO É COM A GENTE, NÃO

  1. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    Rapaz, eu gosto muito do estilo que o atletico joga, mas não serviria para ser seu torcedor, pois meu coração não aguentaria. Eu esperava um jogo dificil, mas o verdão dominou geral. Acabou se tornando um jogo “tranquilo” e bonito de se vêr. Agora estou ansioso pelo derby e mais ainda contra o grêmio. Alias, esse sera o melhor jogo da primeira fase do brasileirão.

    • Márcio Trevisan

      Teoricamente sim, Ildebrando.

      Mas é preciso saber como ambas as equipes estarão em 06/06, quando acontecerá a partida em Porto Alegre/RS.

      Abs.

  2. José Aparecido - Mogi das Cruzes

    Boa tarde a todos!
    Excelente vitoria e melhor ainda que.jogamis bem.
    Apesar de muitas oportunidades perdidas e erros de passes.
    Lamento mais uma contusão em Moisés. Agora que ele tava começando a engrenar.
    O ponto negativo na minha opinião foi o imbecil do FM ter tomado o 3 amarelo.
    Até pareceu de propósito, só pra não jogar contra os gambás.
    Aliás este imbecil tá devendo, principalmente contra eles.
    O custo benefício do FM é um déficit enorme.
    Nos momentos decisivos ele “some”.

  3. Próximo jogo será duríssimo.
    Além dos 11 INIMIGOS, olha só quem o “coroné” sorteou pra “assoprar” o apito e favorecer novamente o time da av. marginal sem número !

  4. Boa tarde a todos!
    Excelente vitoria e melhor ainda jogamos bem.
    Apesar dos gols perdidos e muitos erros de passes.
    O ponto negativo foi o imbecil do FM ter tomado o 3 amarelo e não vai jogar contra os gambás.
    Parece que este imbecil tomou de propósito só pra não jogar.
    Aliás o custo benefício do FM pra mim é um déficit enorme.
    Momentos decisivos este imbecil some.

    • Márcio Trevisan

      Amigo: tenho meio que certeza de que FM forçou o terceiro cartão.

      Afinal, domingo é Dia das Mães…

      Abs.

      • Isso só vai mudar o dia que o clube obrigar o jogador que tomou o terceiro amarelo a ficar concentrado com o time, ouvir preleção, fazer tudo que iria fazer caso fosse jogar e só ser liberado após o fim da partida.

  5. Olá Márcio e amigos,

    Tudo bem?

    Obrigado por mais uma ótima crônica Márcio. A propósito demorou vc nos brindar com um livro de nosso querido Palestra!

    Gostei da formação deste último jogo. Pena que Moisés teve que sair. Aliás, rrpararam que todos que substituem o LL saem por algum motivo? Seria urucubaca?? Rs.

    Essa formação de ataque muito solta e rápida deveria ser o padrão e Borja ser opção de banco para jogos especificos e mais truncados. Apesar de que achei que perderam muitas oportunidades e erraram muitos passes na intermediária, isso com o tempo e muito treino tende a ser minimizado, pelo menos assim espero. Não é saudável perdermos tantas chances qdo as temos. Abs!

    • Márcio Trevisan

      Olá, Carlos.

      Eu é que lhe agradeço por acompanhar meu trabalho com tanto interesse e carinho.

      Em relação ao livro, de fato ele está nos meus planos. O problema é que seria necessária uma autorização do Palmeiras, e talvez isso seja algo complicado de se conseguir. De qualquer forma, você pode acompanhar a nossa história aqui no site, todos os sábados.

      Por fim, o tal do LL tem um santo forte demais.

      Abs.

  6. Todo esse seu belo texto vai por água abaixo se perderem pra eles,vc sabe disso. Deram show contra o Boca,Alianza Lima e Atlético PR fora,e aí quando chega contra eles parece que nunca jogaram bola juntos. Quero só ver. Não vpu perdoar se fizerem papelão de novo.

    • Márcio Trevisan

      Vc tem razão, Ed: de nada terão valido estas três vitórias seguidas, sendo duas delas muito importantes, se perdermos dos caras outra vez.

      Mas algo me diz que isso não irá acontecer.

      Abs.

  7. Bom agora se ganhar do time ladrão, o Roger Machado vai crescer e muito no meu conceito, vou esperar para elogiá-lo, mas gostei muito do time, jogou com vontade, isso que nós torcedores queremos. Abs.

    • Márcio Trevisan

      Não só com vontade, Maciel, mas com qualidade técnica.

      É difícil pacas ganhar do Furacão em sue estádio, e nós ganhamos com propriedade.

      Abs.

  8. Júnior Colletti

    Boa tarde!

    Assim todos os clubes brasileiros fossem como Palmeiras, CAP e Grêmio, que jogam futebol, e não outra coisa que estão querendo implantar em nossas canchas.

    E eu pensando o TT no lugar do Bruno Henrique, nesta última semana. O cara jogou muito ontem, assim como toda a equipe, que fez uma das melhores partidas do ano.

    Andei refletindo o momento político/ético que estamos passando e fiz uma analogia entre Palmeiras x ORCRIM de Itaquera. É impressionante a semelhança, senão vejamos:

    - Palmeiras, como um clube de vanguarda, hoje liderado por pessoas empreendedoras que visam, sim, resultados, no entanto, dentro dos limites da ética e respeito por sua história centenária; honra com todos seus compromissos tributários e previdenciários, estando num país com a maior carga tributária do mundo; nunca esteve envolvido em páginas policiais; nos dias atuais, encampa uma luta contra a corrupção no esporte, rompendo com federação e outras “otoridades”; por sua governança de primeiro mundo, consegue atrair parceiros que injetam ainda mais recursos para garantir seu crescimento sustentável. Detalhe: não é refém destes investimentos, podendo caminhar por suas próprias pernas na falta daqueles.

    - A ORCRIM de Itaquera, bem, trata-se de um clube à caminho da falência, pela incompetência e ganância de seus dirigentes. A culpa, eles põem na sociedade opressora que prejudica todos os setores da economia zzzzz… Desta forma, por ser de cunho esquerdista-comunista, pensam que o Estado é quem deve arcar com sua incapacidade e usam dinheiro de estatal como patrocínio master. Não satisfeitos, o Estado também deve dar a sua “moradia”, causando um enorme rombo nas contas públicas, sendo tal dívida hoje impagável. E eles, claro, creem que deram um golpe de mestre e conseguiram tal “residência” de maneira gratuita. Felizmente, trata-se de um sistema falido e logo o preço chega!

    É, ou não, o retrato do Brasil atual? Achei demais isso!!!

    Abraços!

    • ANTONIO o VERDÃO

      clap clap clap clap clap,
      Eu já vinha refletindo sobre essa analogia há algum tempo, e eu diria mais algumas coisas, mas respeitarei o foco do blog que é Futebol. Mas gostei muito do texto. clap clap clap.

      • Júnior Colletti

        Bom dia Verdão!

        Grato pelos elogios. Tem razão, se formos levar a fundo as analogias com a ORCRIM de Itaquera, o Márcio nos bloqueia, rs!

        Forte abraço, amigo!

    • Márcio Trevisan

      Olá, Colletti.

      Sua comparação entre nós e “eles” é muito perspicaz.

      Mas me permita uma única correção: não é verdade que o Palmeiras nunca esteve envolvido em páginas policiais. Se quiser saber quando isso aconteceu, acesse o link http://www.senhorpalmeiras.com.br/web/wp-admin/post.php?post=25604&action=edit.

      Abs.

  9. Roberto Alfano

    Boa tarde, sem dúvida nenhuma caro Trevisan, o Verdão jogou uma boa partida e poderia ter marcado mais Gols!!!!

    E olha que jogar lá não é fácil.

    Vamos nos preparar para o próximo jogo do Brasileirão com ELES!!!!!!

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Pois é, Alfano: “eles” de novo.

      Vamos ver se, desta vez, não haverá interferência externa.

      Abs.

  10. Paulo Eduardo

    Olá Márcio !
    Bom futebol apresentado, bom resultado ! Todos foram bem, inclusive o Lucas Lima, que se apresentou para o jogo e deu sequencia nas jogadas. Dez minutos, após o jogo, já fiquei pensando numa escalação contra o América/MG. Espero que o RM poupe os jogadores titulares para jogarem contra a gambazada, escalando quase mesmo o time que jogou no Peru, com as exceções do Jailson, do Moises, que em virtude de lesão daria lugar ao Guerra e no ataque, pouparia o Willian, mas não sei quem entraria para manter o mesmo esquema. O Thiago Santos poderá jogar os jogos, pois está com a lenha toda. O Arthur já está recuperado ? Com a sua opinião ?
    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Paulo.

      No Peru atuamos com apenas dois titulares. Acho arriscado repetirmos isso, mesmo diante de uma adversário mais fraco do que nós.

      Eu mesclaria titulares e reservas e escalaria o time assim: Fernando Prass; Marcos Rocha, Luan, Thiago Martins e Victor Luís; Felipe Melo, Tchê Tchê, Lucas Lima e Hyoran; Dudu e Borja.

      Em relação ao Artur, ele está em fase inicial de treinamentos físicos. O mais provável é que fique à disposição apenas após a Copa do Mundo.

      Abs.

  11. Opa caro amigo Márcio. Demorou para sair o seu artigo desta vez, ainda mais com uma vitória dessa eu fiquei ansioso pela sua redação. E vc matou a pau caro amigo, quando disse que palmeirense gosta de ganhar vendo o time jogando bem. É a herança da eterna academia. Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Tadeu.

      Reconheço que às vezes me demoro um pouco na inserção do material pós-jogo, mas é que tenho outras atribuições profissionais e elas também me tomam muito tempo.

      Agradeço muito o seu interesse e o fato de sempre acompanhar meu trabalho tão de perto.

      Abs.

  12. Irineu Curtulo

    Boa tarde, Márcio! Para que tenhamos um time qualificado é necessário que criemos uma identidade tática – isso, nos dias atuais, é importantíssimo para que um planejamento tenha resultados positivos. Para que criemos uma identidade tática é necessário mantermos uma comissão técnica que tenha competência para criar tal identidade. Somados a esses fatores,nossa estrutura administrativa e técnica, base e elenco já contam com uma organização acima da média. Esse é o Palmeiras que será GIGANTE para todo o sempre, e se seguirmos essa cartilha, o que me parece coerente com a comissão técnica atual, ergueremos muitas e muitas taças ao longo dos próximos anos.

    • Márcio Trevisan

      Irineu: vc tocou em um ponto importante.

      Somente com sequência de trabalho é que as coisas acontecem no futebol.

      Mas, como perdemos o título paulista, o clima ficou mais acirrado pra cima do RM (que, por sua vez, também deixa a desejar no quesito alterações na equipe).

      Abs.

  13. Marcio

    Na minha opinião, apesar do Lucas Lima, foi o melhor jogo do Palmeiras na temporada,pois soube neutralizar totalmente o time do Paraná. É também verdade que precisou de um tempo para isto, pois mesmo com a melhor tática, o Palmeiras precisou de inteligência velocidade para compreender totalmente as peças e encaixar seu jogo.
    Pra mim, a grande sacada do RM foi sacar o Borja neste jogo, pois ele comprometeria a movimentação na frente.

    • Márcio Trevisan

      De fato, Rodrigo.

      Era um jogo para um ataque totalmente veloz, e Borja não tem na velocidade uma de suas características.

      Abs.

  14. PAULO SERGIO

    O Palmeiras tem um elenco muito bom.As vezes as coisas não saem como o esperado muito mais por um desacerto tático do que propriamente por deficiência técnica.
    Respeitando a opinião de todos, mas ainda acho que o Palmeiras deveria utilizar 2 meias de criação e 2 atacantes.
    Ao insistir com 3 atacantes acaba interferindo na característica dos jogadores.
    Exemplo: Keno não pode ser marcador de lateral ..Dudu não pode ficar estático em um canto do campo.
    Com 2 meias acabamos com a correria e passamos as triangulações , tabelas.
    E.Baptista , de tristes lembranças, “casou” com o 4-1-4-1…e sucumbiu…
    Hoje está dirigindo time da Serie B.
    Portanto , não se deve fugir das características de um elenco.
    Nenhum treinador deve chegar a um clube com esquema definido, aquele que num cursinho de treinadores, dizem que é o esquema moderno …
    Se não tiver jogadores que se encaixem no esquema , nenhum dará certo.

    • Márcio Trevisan

      PS: também gosto mais do esquema com dois meias de armação e dois atacantes.

      Mas, confesso: se fosse o treinador do Palmeiras, não saberia dizer agora quem em sacaria da equipe titular.

      Abs.

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