CAP. 155 – 1984: + 17 – 17 É IGUAL A… ZERO! (PARTE II – FINAL)

Após o vexame no jogo de compadres com o Operário/MS e, em seguida, na perda da vaga na sequência do Campeonato Brasileiro para o Fortaleza/CE, o Palmeiras mergulhou em uma enorme crise – e, cá entre nós, não sem motivos. Para piorar, a próxima competição, o Paulistão, começaria apenas em 01/07 – ou seja: haveria um hiato de exatos três meses até que o time novamente pudesse entrar em campo de forma oficial. 

Ciente disso e, também, diante da eliminação de vários grandes clubes naquele Brasileirão (sim, amigos, não fomos os únicos a passar vergonha), a CBF inventou um torneio, o qual batizou de Heleno Nunes, em homenagem ao ex-presidente da entidade aquando ela ainda se chamava CBD, e que contou com a participação de 10 equipes que não haviam se classificado para a sequência do torneio nacional, a saber: Palmeiras, Botafogo/RJ, São Paulo/SP, Internacional/RS, Sport/PE, Bahia/BA, Atlético/MG, Santa Cruz/PE, Cruzeiro/MG e Guarani/SP. 

Mário Sérgio, o craque

O sistema de disputa era simples: contra todos, em turno único, sagrando-se campeão o time que mais pontos somasse. Este foi o representante gaúcho, tendo o tricolor baiano como seu vice. O Verdão? Bem, nossa campanha foi quase tão ridícula quanto à da competição anterior: apenas duas vitórias e a pra lá de humilde 8ª colocação (só os representantes pernambucanos conseguiram ser piores do que a gente…). Tal desempenho causou a demissão do técnico Carlos Alberto Silva após o último jogo (0 x 3 Guarani/SP, no Brinco de Ouro). 

Para tentar amenizar a situação, dez dias após nossa última partida nossa diretoria acertou a participação da equipe em um quadrangular festivo. Tratava-se do Torneio Cinquentenário de Londrina/PR, mas conhecido como “Torneio do Café”. Nele, sob o comando do interino Fedato (isso mesmo: o atacante da Segunda Academia), eliminamos o São Paulo/SP na semifinal (2 a 0, gols de Jorginho e Luís Pereira) e batemos o time da casa na decisão por 1 a 0, gol de Baltazar, o “Artilheiro de Deus”. Viram? O Palmeiras voltava a ser campeão! Pena que de um campeonato sem a menor expressão. 

Mas, enfim, chegou o Paulistão e, com ele, um novo treinador: Mário Travaglini. De volta ao clube que defendeu como atleta nos anos 50 e que o revelou como treinador na década seguinte, ele retornava ao Parque Antártica na condição de ídolo da torcida após 13 anos de ausência. E seu início de trabalho não poderia ter sido melhor: nada menos do que oito vitórias nos oito primeiros jogos. Tal campanha encheu de esperanças todos os palmeirenses especialmente por um motivo: naquele ano, o Campeonato Paulista foi disputado no sistema de pontos corridos, e desta forma já largávamos bem à frente de nossos principais rivais. 

O maior responsável por resultados tão expressivos era um craque genial, um dos melhores meias que o futebol brasileiro já produziu: Mário Sérgio. Comandando nossa equipe, ele ditava o ritmo dos demais jogadores e arrancava aplausos incessantes a cada partida. Tudo ia muito bem até 09 de setembro, quando o vencemos o São Paulo/SP, no Morumbi, por 2 a 1. Sorteado para o exame antidoping, a urina do nosso camisa 11 apontou a presença de substâncias indicadoras do consumo de cocaína, que ocasionaram não só a suspensão do atleta como também a perda dos pontos daquele clássico. 

Sem seu principal jogador por vários jogos, nossa equipe não conseguiu manter a força e, apesar de algumas outras vitórias, encerrou sua participação no Paulistão e na temporada com quatro empates, uma derrota e apenas a quarta colocação. Muito pouco para um time que liderou quase todo o torneio e era apontado como seu virtual campeão.

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