CAP. 144: A QUEDA DE VIEIRA. E A VOLTA DO “PIM-PAM-PUM”.

Perder a final do Campeonato Brasileiro para uma interiorana, ainda que superior tecnicamente, foi inaceitável para a diretoria do Palmeiras. Por isso, o presidente Brício Pompeu de Toledo não pensou duas vezes e, apenas dois dias após a derrota para o Guarani/SP, aceitou o pedido de demissão do técnico Jorge Vieira.

Sentindo-se desprestigiado havia já algum tempo, o treinador se desentendera dias antes das finais do Brasileirão com alguns dirigentes, que o acusaram de ter perdido o controle sobre o grupo, e a indisciplina (tanto dentro quanto fora de campo) envolvendo o goleiro Leão (relembrada em nosso último encontro) acabou se tornando a prova que eles precisavam para “fritar” o técnico vice-campeão nacional. 

Jorge Vieira

O problema é que a estreia no Campeonato Paulista de 1978 se daria apenas alguns duas mais tarde – aliás, exatamente uma semana depois da derrota no Brinco de Ouro. Por isso, nossos dirigentes saíram à busca de um novo treinador, mas só ouviram uma série de “nãos”: Diede Lameiro, Evaristo de Macedo, Zé Duarte, Carlos Froner e até mesmo Oswaldo Brandão não aceitaram a missão. A solução foi optar por Valdir Joaquim de Moraes, então auxiliar-técnico do clube, que assumiu o comando de forma interina. 

No fundo, o que os dirigentes palmeirenses esperavam era que o goleiro da Primeira Academia desse certo e, de repente, a solução caseira se tornasse definitiva. Na estreia, uma vitória por 1 a 0 sobre a Ferroviária (gol do ponta-esquerda Baroninho) encheu de esperanças, mas depois disso… Foram seis jogos e nenhuma vitória, com derrotas vergonhosas, tipo para o Marília, em casa, por 2 a 0, e até para o Pirassununguense por 3 a 2, em um amistoso no Interior. É: não daria para WJM continuar e, assim, o jeito foi voltar no tempo e tentar um nome que dera certo no passado: Ernesto Filpo Nuñes. 

O “El Bandoneón”, como era conhecido, assumiu a equipe numa crise danada. Só para se ter uma ideia, o Verdão ocupava a penúltima colocação de um grupo que contava, também, com XV de Jaú, América de Rio Preto, Botafogo de Ribeirão e Ferroviária.

Desempregado havia meses, morando em Mar del Plata/ARG e sem dirigir um grande clube desde 1976 (o último fora o Corinthians, o qual levou à penúltima colocação no Paulistão daquele ano), ele não era nem sombra do genial treinador que dirigira a Primeira Academia, mas aceitou o desafio de trazer de volta o seu pra lá de ofensivo esquema tático, jocosamente apelidado por ele mesmo de “pim-pam-pum”. E, em seu primeiro mês de trabalho, não foram poucos os que acreditaram que a magia estava de volta ao Parque Antártica, como poderemos recordar em nosso próximo encontro. 

Até lá! 

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2 Responses to CAP. 144: A QUEDA DE VIEIRA. E A VOLTA DO “PIM-PAM-PUM”.

  1. Roberto Alfano

    Bom dia, como sempre caro Trevisan, resgatando a rica história do Palmeiras com esta passagem que eu me lembro bem, pois já frequentava o Palestra Itália e ainda era mais fanático do que hoje, pois ficava muito nervoso quando perdia.

    Parabéns pelo seu rico trabalho neste site.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Fico muito feliz e envaidecido com seu reconhecimento.

      De coração, muito obrigado.

      Abs.

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