AH, SE AINDA VALESSE ALGUMA COISA…

Palmeiras joga em ritmo de amistoso, perde do fraquíssimo Avaí/SC e vê Valentim cada vez mais longe

“Jogador de futebol só corre quando precisa – e olhe lá”.

Você já leu esta frase aqui muitas vezes, pois eu a escrevo de forma recorrente. E o motivo é simples: ela é a mais pura expressão da verdade. Nesta noite, mais uma vez ele pôde ser comprovada: sem chances de serem campeões mas com a vaga na fase de grupos da próxima Copa Libertadores da América já garantida, os jogadores do Palmeiras encararam a partida contra o Avaí/SC como se ela fosse amistosa. E até o era, porém apenas para o Verdão – - mesmo se levando em conta as duas bolas nas traves que chutamos.

Desesperado com a concreta possibilidade de retornar à Série B do Brasileirão em 2018 (algo que, por sinal, tenho quase certeza de acontecerá), o time catarinense encarou o jogo como se fosse a final da Copa do Mundo. E até o era, porem apenas para ele. E, mesmo assim, dada a extrema ruindade do seu elenco, o atual vice-campeão catarinense só conseguiu os 3 pontos devido a erros individuais do nosso time.

Keno: um dos poucos a se salvar em mais uma derrota do Verdão

Ou melhor: devido a erros individuais de um jogador do nosso time. Nesta segunda, o ótimo Mina viveu uma noite de Darinta, de Leandro Almeida, de Índio, Júnior Tuchê e de tantos outros horrendos zagueiros que, para nossa agonia, já vestiram a camisa do maior campeão do futebol brasileiro. Foi do colombiano a culpa exclusiva pelos dois gols que sofremos: no primeiro, lento e mal posicionado, permitiu ser ultrapassado pelo adversário, que acabou derrubado por Fernando Prass. No segundo, deu a bola nos pés de Marquinhos, que lançou Lourenço e viu o garoto marcar seu primeiro gol como profissional.

Mina, claro, tem crédito, e também direito de jogar mal, vez ou outra. Afinal, quase sempre joga bem, quase sempre se destaca na marcação e, não raro, também no ataque – e a prova disso são os 9 gols que já fez pelo Palmeiras (mais do que outros 557 jogadores em toda a nossa história). Quem, lamentavelmente, não pode ir mal é Alberto Valentim, que ainda sonha em ser efetivado como treinador na próxima temporada. Trata-se, sim, de um bom treinador, mas ainda despreparado, ao que me parece, para um cargo cujo ocupante é sempre tão pressionado.

Hoje, por exemplo, ele deu mais uma prova disso. Exatamente como já havia acontecido diante de Corinthians/SP e Vitória/BA, o time se perdeu completamente após levar um gol. Claro que não se pode responsabilizar Valentim pelas falhas cometidas por Mina, mas em momentos mais complicados é que a mão de um treinador deve ser notada – e isso, novamente, não aconteceu.

Ainda que os dois gols do Avaí/SC tenham acontecido quase que em sequência (exatamente da mesma forma como se dera diante “deles” e também do time baiano), sua primeira alteração foi óbvia: colocou um atacante (Willian Bigode) no lugar do principal marcador (Thiago Santos). Se eu já sabia que ele iria agir assim, é óbvio que o Claudinei Oliveira também. Outro problema: sob seu comando, nossa marcação é sempre alta e os zagueiros ficam muito próximos da linha de meio-campo, o que por um lado diminui o espaço para a articulação adversária, é verdade, mas também permite um sem número de contra-ataques.

Em síntese: não culpo Alberto Valentim por esta derrota, mas sua efetivação no cargo que ora ocupa fica cada vez mais improvável.

 

ANÁLISES INDIVIDUAIS

FERNANDO PRASS – 5,5
SATISFATÓRIO

JEAN – 5
REGULAR

MINA – 4
MUITO RUIM

LUAN – 6
BOM

MICHEL BASTOS – 6,5
  MUITO BOM

THIAGO SANTOS – 6
  BOM

TCHÊ TCHÊ – 6
  BOM

MOISÉS – 6
  BOM

DUDU – 6
BOM

BORJA – 5,5
SATISFATÓRIO

KENO – 6,5
MUITO BOM

ALBERTO VALENTIM – 5
  REGULAR

DEYVERSON – 6
BOM

GUERRA – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

WILLIAN BIGODE – 5,5
SATISFATÓRIO

FOTOS CAPA: CÉSAR GRECO/AG. PALMEIRAS

26 Responses to AH, SE AINDA VALESSE ALGUMA COISA…

  1. Júnior Colletti

    Bom dia!

    Como prometido, não estou assistindo mais aos jogos, a decepção da forma como impedidos de disputar o título ainda não passou. Embora concorde com os argumentos dos amigos de que perdemos jogos que quem quer ser campeão jamais perde!

    Já sobre 2018, nomes já fechados e os especulados, me agradam. Quanto ao técnico, penso Abelão ser o ideal, neste momento. Mas, insisto, ainda quero ver Renato Gaúcho e sua filosofia ofensiva dirigindo nosso Verdão.

    Prass; Rafinha, Mina, E. Santos, D. Barbosa; F. Mello, Tchê Tchê, Moisés, L. Lima; Dudu e Borja (W. Bigode). Técnico: Abel Braga. Vai bem? O que acham?

  2. Esse time aí sem comentários, esses caras são patéticos, para não dizer outra coisa, qualquer atacante que chegar cara a cara contra essa múmia do nosso goleiro por mais que o atacante seje medíocre com certeza a bola acaba nos fundos da rede, o cara não pega uma.
    Ah quer saber de uma coisa, nota zero para todos esses vermes sem raça e sem vergonha na cara. abraços.

  3. Jorge Farani

    Se fosse jornalista com direito a escolher um titulo para a derrota de ontem esta seria minha manchete: “MAIS UMA ALMA FOI RESSUSSITADA PELO CEMITÁRIO PALMEIRENSE”. Vai matar o diabo com esse time!

    • Márcio Trevisan

      Seria uma manchete, Farani.

      Mas, por outro lado, seria um tanto quanto repetitiva. Infelizmente.

      Abs.

  4. Irineu Curtulo

    Só teremos uma identidade se fortalecermos o processo de valorização da Base. Criamos uma Base fortíssima, e daí? Contratamos promessas de outros clubes, e daí? Provavelmente, teremos muitos jogadores compondo elencos de outros clubes que se formaram na nossa Base. Penso que o elenco profissional teria que ter metade dos jogadores vindos do sub-20. Isso, sim, seria buscar identidade, e não gastando milhões e milhões com jogadores que nunca tiveram qualquer identidade com o Palmeiras. A identidade de um clube vencedor passa exclusivamente pela formação do profissional desde os primeiros contatos com a bola.

    • Márcio Trevisan

      Vc está certo, Irineu: esse negócio de identidade com o clube só acontece quando o cara vem de baixo – e olhe lá.

      Mas há um detalhe: historicamente, o Palmeiras sempre foi um clube comprador, e não revelador. Mais de 90% dos nossos maiores ídolos não começaram suas carreiras no Verdão.

      Por exemplo: dentre os 10 que mais vezes atuaram por nosso time, apenas dois (Waldemar Fiúme e Marcos) eram prata-da-casa. Os outros 8 (Ademir da Guia, Leão, Dudu, Valdemar Carabina, Luís Pereira, Djalma Santos, Nei e Dudu) vieram de outros clubes.

      O mesmo se aplica aos nossos 10 maiores artilheiros de todos os tempos. Destes, somente Heitor e Lima começaram nos à época chamados “segundos quadros”, enquanto César Maluco, Ademir da Guia, Servílio, Rodrigues Tatu, Humbeto Tozzi, Evair, Tupãzinho e Echevarrietta vieram de fora.

      Abração.

  5. Márcio, bom dia!

    Permita-me discordar. Jogadores correm também para receber seus salários em dia. Nada mais justo, mas a contrapartida deve ser considerada. O que não vem ocorrendo por parte deles este ano. Concorda?
    Outra coisa: se já se sabe que o Valentim não será o treinador do ano que vem, porque tanta demora para anunciar o novo treinador? Estamos cometendo o mesmo erro do ano passado, quando já se sabia que o Cuca não continuaria e demoramos para buscar o substituto, tendo que assinar com o EB que não era a primeira opção na época. Não acha? Abel Braga já!

    • Márcio Trevisan

      Olá, Hélio.

      Você tem toda a permissão de discordar. O espaço, aqui, é sempre democrático.

      Em relação ao anúncio do novo treinador, isso ainda não aconteceu porque ele está empregado.

      E acho que vc já sabe de quem estou falando…

      Abs.

  6. Ao invés de irem para Atibaia, o elenco profissional deveria treinar com as categorias de base, quem sabe assim reaprendem a jogar como campeões, pq 2017 eu classifico como um dos mais vexatórios da nossa historia.

    O time franco favorito a todos os títulos de 2017, melhor elenco da América do Sul, termina o ano envergonhando a torcida, perdendo para um dos piores times do campeonato, com um ex-jogador em atividade, lento e gordo, que mal conseguiu pular pelas placas de publicidade deitando e rolando sobre nossa defesa.

    Patético!!

    • Márcio Trevisan

      Foi feio, mesmo, Heber.

      Mas 2017 não foi um dos anos mais vexatórios da nossa historia.

      Vc já se esqueceu de 1968, de 2002, de 2012, de 2014…?

      Abs.

      • OK… mas nesses anos, tínhamos times ridículos liderados por diretorias caóticas.

        2017 não…. começamos o ano com o status de “time a ser batido em 2017″ e vimos o catado de final de feira do entulho de Itaquera ser o protagonista do ano.

        E como você mesmo postou, Valentim da sinais claros que não tem bagagem para dirigir o Palmeiras em 2018.

        De nada vai adiantar contratarem Lucas Lima, Diogo Barbosa, Rafinha, Lucas Moura e o c… a quatro se o comandante for alguém fraco como o Valentim.

        O técnico de 2018 já deveria estar contratado….

  7. Leonardo Madureira

    Bom dia Márcio.

    Eu já falei aqui outras vezes, mas insisto, cadê nosso cara da bola parada? A gente sempre teve tradição neste quesito. Tá dando asco ver cada bola parada nossa, nossos laterais que já não sabem cruzar (como conseguem ser laterais se não sabem cruzar?) acham que batem falta. Decepcionante.

    Para o ano que vem, acho essencial trazer um cara para isso.

    • Márcio Trevisan

      Leo: ele pode não ser “o” especialista nesta função, Mas Lucas Lima sabe bater bem uma falta.

      Quanto aos laterais, relaxe: serão outros os donos das camisas 2 e 6.
      Abs.

  8. Roberto Alfano

    Agora só restam dois jogos para fazer valer alguma coisa, um absurdo perder do Avái.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Pois é, Alfano, o time catarinense é fraco de dar dó e será rebaixado, pode apostar.

      Mas a gente perdeu do Vitória/BA, duas vezes pra Chapecoense/SC, pro Coritiba/PR, pro Atlético/PR em casa…

      Abs.

  9. Irineu Curtulo

    Tá na hora, sim, de levantar a tal da lebre das dispensas, ou a diretoria ainda acredita que esse elenco merece respeito faltando apenas 2 jogos para o (ufa!) encerramento do ano? Prass, obrigado pelas defesas, pela liderança, mas… Jean, Fabiano, Michel Bastos, Egídio, Mina (seleção colombiana e Barcelona, tchau), Luan, Juninho, Dracena, Antonio Carlos???, Felipe Melo, Guerra, Roger Guedes, Erik, Zé Roberto. Tchê Tchê, Arouca, Maike, Deiverson e Borja, segunda chance. Moedas de trocas e dispensa. Hyoran e Veiga, emprestaria. Retornaria Thiago Martins, Artur e Vitor Luiz. Técnico: Renato Gaúcho

    • Márcio Trevisan

      Irineu: se todos estes jogadores que você citou forem dispensados, teremos de montar não um novo time, mas um novo elenco, assim como fizemos em 2015.

      Não é por aí, meu amigo: contratações já estão sendo feitas, assim como dispensas e saída acontecerão. Mas o numero será bem menor, pode crer.

      Abs.

  10. O mais importante de tudo é saber quem estará na barca do “MUITO OBRIGADO PELOS SERVIÇOS PRESTADOS E SEJAM FELIZES NO SEU NOVO CLUBE!”
    Meus tripulantes:-
    Fabiano
    Jean
    Arouca
    Juninho
    Egidio
    Zé Roberto (pela idade)
    Antonio Carlos
    Bruno Henrique
    Roger Guedes
    Eric

    • Irineu Curtulo

      É verdade, me esqueci desse gambá, o Bruno Henrique

    • Márcio Trevisan

      Olá, Jair.

      Não acredito que todos estes sairão. Por exemplo: Jean, Arouca e Bruno Henrique deverão ficar (a menos que surjam propostas a eles, o que não creio que acontecerá).

      Os demais que você citou, sim, têm enormes chances de ir embora.

      Abs.

  11. bom dia, marcio, esta tal de marcaçao alta deixa a gente de coração nas maos, fomos garfados no jogo contra o cruzeiro e gambas, mas um time que oerde para o avai, chape(2 vezes)coritiba vitoria atletico paranense não pode almejar grande coisa um abraço cxanuso

    • Márcio Trevisan

      Acho que vc foi muito feliz, Canuso: os árbitros, como quase sempre acontece, nos prejudicaram, mas se tivéssemos vencido dois ou três destes jogos que você citou ainda estaríamos na briga pelo título.

      Abs.

  12. Bom dia Márcio.

    Ouvi dizer que o prêmio em dinheiro pelo segundo lugar seria de 11 milhões, pelo terceiro 7 e pelo quarto 4 milhões. Assim não seria o caso desses indolentes ao menos mostrarem mais garra e buscar uma melhor posição por conta desse prêmio? Abs.

    • Márcio Trevisan

      Carlos: os prêmios são estes, sim, mas não para os jogadores – são para os clubes.

      E pode estar certo de que clube nenhum no Brasil premia jogadores por vice-campeonato. O que eles já garantiram foi o prêmio pela classificação à Libertadores do ano que vem, e tanto faz se terminarem em 2º, 3º ou 4º lugar.

      Abs.

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