CAP. 129: A SEGUNDA ACADEMIA- PARTE III

Exatamente uma semana após ter conquistado mais um título paulista, o Palmeiras estreou no Campeonato Brasileiro. Vale lembrar que, com a nomenclatura que mantém até hoje, aquela foi apenas a segunda edição deste torneio e, desta forma, caso viesse a conquistar o título o Verdão seria o primeiro dentre os clubes paulistas a obter tamanha glória. 

Assim, chegava a hora de outro importantíssimo desafio, talvez até mesmo maior do que o Paulistão. Naquele ano, participaram da Primeira Fase do Brasileirão 26 clubes, que foram divididos em quatro grupos (dois com 6 e dois com 7 equipes). Inserido na Chave B, o Palmeiras teve pela frente adversários de ponta, como Cruzeiro/MG e Flamengo/RJ, mas nem tomou conhecimento: terminou a etapa na liderança de sua chave, com 14 vitórias, 8 empates e apenas 3 derrotas.

Classificado à Segunda Fase, o Verdão teve de medir forças com São Paulo/SP, Coritiba/PR e América/RJ (vale lembrar que, se hoje luta para voltar aos seus melhores dias, na época a simpática equipe carioca tinha um time muito forte). Para complicar ainda mais as coisas, os jogos aconteceriam apenas em turno (ou seja: seriam somente três partidas para cada time), e unicamente o campeão de cada chave estaria classificado às semifinais. Em outras palavras: qualquer vacilo poderia ser fatal. E vacilamos feio logo de cara: no clássico paulista, perdemos por 2 a 0 no Morumbi. 

Ainda que tenhamos nos recuperado na rodada seguinte (vitória sobre o América/RJ por 3 a 1, no Pacaembu), um novo triunfo do Tricolor diante do Coxa (2 a 0) o deixou muito perto da vaga: afinal, sua equipe somava 4 pontos e a apenas um empate da classificação – já o Verdão somava apenas 2 pontos. Em resumo: na última rodada da Segunda Fase, teríamos de vencer o Coritiba/PR, no Palestra Itália, e ainda torcer por uma derrota do São Paulo/SP para o já eliminado time do Andaraí.

A classificação palmeirense era tida como um milagre, mas milagres, às vezes, acontecem. Goleamos o representante do Paraná por3 a 0 e, no Rio de Janeiro/RJ, o São Paulo conseguiu o que parecia impossível: perdeu por 1 a 0. Na classificação final, terminamos empatados em número de pontos (4), mas como tínhamos cumprido melhor campanha na fase anterior (somamos 36 pontos, contra somente 28 do nosso tradicional rival), ficamos com a vaga.

Troféu do Brasileirão de 1972 ganho pelo Palmeiras

Estávamos nas semifinais ao lado de Botafogo/RJ e Corinthians/SP, que disputaram um lugar na grande decisão, e Internacional/RS, nosso adversário. Por ter somado apenas um pontinho a menos, o time gaúcho precisou nos enfrentar no Pacaembu e com a obrigação de ganhar, já que apenas uma partida definiria os finalistas. E saiu na frente, com um gol de Tovar aos 25 minutos do primeiro tempo, resultado que segurou enquanto pôde: Nei, aos 25 da etapa final, empatou o jogo e nos garantiu na decisão. 

Após eliminar o time “deles” com uma vitória por 2 a 1 no Maracanã, o Botafogo e suas inúmeras estrelas – o time contava com craques como Jairzinho, Marinho Chagas, Brito, Osmar e Fischer, entre outros – tinham como missão impedir que o Palmeiras encerrasse a temporada de 1972 com outro título. Mais de 60 mil torcedores foram ao Morumbi (o mando foi alviverde devido à melhor campanha em todo o torneio) naquela tarde de sábado, antevéspera de Natal, e sofreram um bocado: melhor em campo, o Fogão por inúmeras vezes chegou bem perto de abrir o placar, mas uma defesa que contava com Luís Pereira e Leão, apenas para nos atermos a dois exemplos, não se vencia facilmente.

Assim, seguramos o empate sem gols que, novamente devido aos números mais positivos que tivemos em todo o torneio, nos garantiu aquele que, por muitos anos, foi considerado o primeiro dos títulos do Campeonato Brasileiro.  

Assim, o Palmeiras terminava 1972 exatamente da mesma forma como o começara: campeão. Aquele ano foi, sem dúvida alguma, o mais fértil de toda a nossa história, já que entre títulos de competições oficiais e de torneios amistosos o Verdão faturou quatro: Torneio de Mar del Plata, Torneio Laudo Natel, Campeonato Paulista e Campeonato Brasileiro. 

Repetir em 1973 o maravilhoso ano anterior seria algo praticamente impossível, mesmo a uma equipe tão fantástica quanto a Segunda Academia. Entretanto, não custaria nada tentar, certo? 

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