CAP. 123: BRASIL, TRI. VERDÃO… QUASE!

O ano de 1970 eternizou-se na história nacional, e não sem motivo: afinal, foi naquela temporada que o mundo conheceu a primeira seleção tricampeã mundial de futebol. A equipe comandada por Zagallo (e que, vale lembrar, contava com dois palmeirenses entre os reservas – o zagueiro Baldocchi e o goleiro Leão) deu um show no México e, liderada pelos cinco camisas 10 – Pelé, Rivellino, Gérson, Tostão e Jairzinho – chegou com todos os méritos ao título e fez com que o Brasil se tornasse, definitivamente, o País do Futebol. 

Mas esta história todo mundo sabe. Já o que pouca gente sabe é que, naquele mesmo 1970, o Palmeiras também esteve próximo, muito próximo de ser tricampeão. Tivemos naquela temporada a última edição do Torneio Roberto Gomes Pedroza mas, antes de falarmos sobre a participação alviverde nesta competição, vale um breve relato das atividades do nosso futebol antes que chegasse a hora do famoso Robertão. 

Justamente devido à Copa do Mundo, não houve competições importantes no primeiro semestre. Assim, nossa equipe se dividiu entre amistosos na Bolívia, no Nordeste Brasileiro e também na disputa da Taça Cidade de São Paulo, na qual terminou invicto, mas com apenas duas vitórias em sete jogos disputados. Pouco depois, o alviverde foi até a Grécia, e de lá trouxe o título de um quadrangular disputado contra equipes locais. Em seguida, um giro pela Europa e mais uma série de amistosos na extinta Iugoslávia, na Itália e na Rússia. 

Passada a euforia pela conquista da Seleção Brasileira, chegava a hora dos torneios estaduais. Porém, com o calendário pra lá de apertado, o Paulistão teve de ser disputado por apenas 10 times e em somente três meses. Até que não fomos mal, já que ficamos com o vice-campeonato, mas os cinco pontos que nos separaram do líder e campeão São Paulo mostram bem o quão longe ficamos da taça. 

Em 20 de setembro de 1970 teve início o Robertão, como era apelidado na época. Disputada por 17 equipes divididas em dois grupos (um com 8 e outro com 9 equipes), a competição teve em sua fase inicial todos jogando contra todos, em turno único, com os dois primeiros de cada chave garantindo vaga no quadrangular final. Ganhamos o nosso grupo somando 23 pontos, e logo atrás se classificou o Atlético/MG, com 21. Na outra chave, Cruzeiro/MG e Fluminense/RJ, com 21 e 20 pontos, respectivamente, também se garantiram. 

Repararam? O Verdão cumpriu a melhor campanha de toda a etapa inicial e, por isso, levaria vantagem caso terminasse empatado em número de pontos com qualquer outro dos três finalistas. O regulamento daquele quadrangular não mudou em relação aos anos anteriores: as três equipes se enfrentaram em turno único. 

Estreamos contra o Flu, no Maracanã, no dia 13 de dezembro, e levamos a pior. A derrota por 1 a 0 nos relegou à lanterna, já que no clássico mineiro aconteceu um empate por 1 a 1. Na segunda rodada, três dias mais tarde, ao Palmeiras não restava outra alternativa: ou vencia o Galo no Pacaembu ou então praticamente daria adeus às chances do tri no torneio. Não deu outra: goleamos por 3 a 0, com gols de César, Edu e Ademir da Guia. Porém, no Mineirão o Tricolor carioca surpreendeu e venceu a Raposa por 1 a 0. 

Assim, nossa situação seguiu delicada. Para conseguir mais um Robertão, os comandados de Rubens Minelli teriam de vencer, no dia 20/12, o já eliminado Cruzeiro/MG, novamente no Paulo Machado de Carvalho, e ainda torcer para que no Maraca e diante de mais de 115 mil pessoas o Flu perdesse para o Atlético/MG. Se isso acontecesse, ambas as equipes somariam quatro pontos e, como lembramos acima, o Verdão ficaria com a taça devido à melhor campanha na Primeira Fase. Fizemos a nossa parte, aplicando um sonoro 4 a 2 (dois gols de César, um de Fedato e outro do Divino), mas no Rio de Janeiro o Fluminense/RJ também fez a parte dele: segurou um empate por 1 a 1 e abocanhou a taça.

O único consolo ao Verdão é que o vice-campeonato nacional de 1970 nos deu o direito de ser o representante nº. 2 do Brasil na Copa Libertadores da América em 1971.

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