CAP. 122: ANOS DOURADOS (PARTE VII – FINAL)

Conforme prometemos em nosso mais recente encontro, pouco mais de uma semana após ter obtido aquele que seria o primeiro dos três Troféus Ramón de Carranza que, até agora, já conquistou, o Palmeiras estreou no Torneio Roberto Gomes Pedroza.  

O internauta amigo sabe qual a diferença entre o popular “Robertão” e o atual Campeonato Brasileiro da Série A? Na prática, apenas o nome. Afinal, tanto quanto este, também aquele envolvia os melhores times do País, e uma das provas disso é que seu campeão e vice representavam o Brasil na Copa Libertadores da América. Por isso que sua equiparação ao principal torneio nacional, referendada há três anos pela CBF, nada mais foi do que o reconhecimento da importância que a competição possuía.

Daí a importância que a conquista do bicampeonato deste torneio tem para o Verdão. O título, por sinal, começou com uma ótima campanha na Primeira Fase, na qual se classificou em primeiro lugar numa chave que contava com rivais de expressão como São Paulo/SP, Fluminense/RJ, Grêmio/RS e Vasco/RJ.

Como campeã de seu grupo, nossa equipe garantiu a vaga no quadrangular final ao lado de Cruzeiro/MG, Botafogo/RJ e Corinthians/SP. O campeão brasileiro – sim, palmeirense, era desta forma que o vencedor já era chamado na época – seria o clube que mais pontos somasse após apenas três partidas, já que o regulamento previa jogos em turno único. 

Na estreia, empatamos com nosso principal rival por 0 a 0, no Morumbi, enquanto no Maracanã cariocas e mineiros também foram iguais, só que em 2 a 2. Ou seja: ninguém levou vantagem. Na segunda rodada, arrancamos um novo empate em Belo Horizonte/MG (1 a 1), mas em São Paulo/SP o time “deles” bateu o Botafogo/RJ por 1 a 0 e saltou para a liderança – somava 3 pontos, contra 2 do Verdão e da Raposa e apenas 1 do Fogão.

Ou seja: o título estava nas mãos dos nossos maiores adversários. Bastava a “eles” vencerem o Cruzeiro/MG em BH, chegarem aos 5 pontos e, assim, seriam campeões, algo que, na época, não acontecia havia já 14 anos. Ao Palmeiras, restava vencer o praticamente eliminado Botafogo/RJ, no Morumbi, e torcer por um empate em Minas ou, então, para que uma derrota corintiana não fosse por uma larga diferença.

Os campeões brasileiros de 1969.  Em pé: Eurico, Leão, Nelson, Luís Pereira, Dé e Dudu; agachados: Edu, Hector Silva, César Maluco, Ademir da Guia e Pio. Na foto, falta apenas Baldocchi, zagueiro central titular naquela campanha.

Ambas as partidas começaram no mesmo horário e, nem bem tocara na bola, o Palmeiras já começava a perder o título. É que o Cruzeiro/MG, que ainda tinha chances de ser campeão, abriu o placar logo aos 50 segundos de partida – àquela altura, o time mineiro subia a 4 pontos, deixando ambos os adversários paulistas com apenas 3 e o time do Rio de Janeiro com 2. Por sorte, o Verdão abriu 3 a 0 nos primeiros 45 minutos e, desta forma, éramos os virtuais campeões ao fim das etapas iniciais, pois somávamos os mesmos 4 pontos do time mineiro mas tínhamos um melhor saldo de gols – 3, contra apenas 1.

Nossas chances de faturar o caneco, entretanto, ficaram ameaçadas quando Ferreti, aos 10 minutos do segundo tempo, diminuiu para os comandados de Zagallo. Nossa apreensão, entretanto, durou pouco, pois apenas dois minutos mais tarde Rivellino empatava o jogo na capital mineira. Àquela altura, a classificação era a seguinte: Palmeiras, 4 pontos e 2 gols de saldo; Corinthians/SP, 4 pontos e 1 gol de saldo; Cruzeiro/MG, 3 pontos; Botafogo/RJ, 1 ponto.

O bi do Robertão se aproximava, mas aos 23 minutos o craque Dirceu Lopes de novo colocou os alvicelestes em vantagem sobre os alvinegros paulistas. Ou seja: a equipe somava os mesmos 4 pontos do Verdão, ficando atrás apenas no critério de desempate saldo de gols –1 a 2, respectivamente. Isso significava dizer que mais um gol do Cruzeiro/MG no Mineirão ou mais um gol do Botafogo/RJ no Morumbi fariam o título viajar do Palestra Itália para a Toca da Raposa.

Os momentos finais de ambas as partidas foram angustiantes e emocionantes, com os torcedores no Morumbi e no Mineirão com olhos nos gramados e ouvidos nos radinhos de pilha, única fonte de informação instantânea existente na época. Mas quando Arnaldo César Coelho e Armando Marques encerraram as partidas, nada mais havia se alterado nos placares e não só o título, mas também uma das vagas na Libertadores, eram mais uma vez alviverdes graças ao nosso melhor saldo de gols.  

O jogo das faixas aconteceu três dias mais tarde, tendo a honra de “enfaixar” os novos campeões brasileiros a Seleção de Gana. A partida aconteceu no Palestra Itália e o Verdão não permitiu que os africanos carimbassem a prova do feito: vencemos por 3 a 1, gols de Ademir da Guia, César e Cardoso. 

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2 Responses to CAP. 122: ANOS DOURADOS (PARTE VII – FINAL)

  1. Carlos R.Pucci

    O jogador a direita do Luis Pereira é o Nelson Coruja, o da esquerda é o Dé e o agachado entre Edu Bala e Cesar Maluco é o Hector Silva.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Carlos.

      De fato, me enganei. Agradeço muito a correção que me enviou e peço desculpas pelo erro cometido.

      Aproveito para lhe dar as boas-vindas ao nosso site. Escreva sempre, ok?

      Abs!

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