CAP. 119 – ANOS DOURADOS (PARTE IV)

O ano de 1968 começou com muita expectativa para o Palmeiras. Afinal, o título do Torneio Roberto Gomes Pedroza, obtido na temporada anterior, o qualificou como um dos representantes do Brasil na Copa Libertadores da América – o outro foi o Náutico/PE, vice-campeão nacional. E ainda que naquela época o principal torneio sul-americano não tivesse – para nós, brasileiros – a importância que possui hoje, vencê-lo era um dos objetivos palmeirenses na temporada.

Para tanto, nossa diretoria manteve os craques no elenco e contratou parta comandá-los um antigo ídolo dos torcedores: Alfredo González. Ex-ponta-direita do Verdão nos anos 40, este argentino começava a obter como treinador o mesmo sucesso e o mesmo respeito dos tempos em que entortava seus marcadores com dribles secos e sempre em direção ao gol.

A campanha na Primeira Fase foi excelente. Ao todo, foram cinco vitórias e um empate em seis jogos. Confira: 

21.01 – Náutico/BRA 1 x 3 Palmeiras: Ademir da Guia (2) e Tupãzinho

04.02 – Dep. Galícia/VEN 1 x 2 Palmeiras: Ademir da Guia e Diaz (contra)

07.02 – Dep. Português/VEN 1 x 2 Palmeiras: Tupãzinho e Ademar Pantera

18.02 – Palmeiras 2 x 0 Dep. Galícia/VEN: Servílio e Tupãzinho

22.02 – Palmeiras 3 x 0 Dep. Português/VEN: Servílio (2) e Ademir da Guia

03.03 – Palmeiras 0 x 0 Náutico/BRA 

Campeão de sua chave com 11 pontos (na época, vale lembrar, cada vitória valia apenas dois pontos), o Verdão teve pela frente, na etapa seguinte, dois tradicionais adversários: o Universidad Católica chileno e o Guarany paraguaio. Mas apesar das dificuldades, nosso desempenho continuou muito bom. Veja: 

21.03 – Palmeiras 4 x 1 Univ. Católica/CHI: Tupãzinho (2), Ademar Pantera e Rinaldo

24.03 – Guarany/PAR 2 x 0 Palmeiras

31.03 – Univ. Católica/CHI 0 x 1 Palmeiras: Dudu

04.04 – Palmeiras 2 x 1 Guarany/PAR: Júlio Amaral e Tupãzinho 

A classificação às semifinais daquela Libertadores, porém, chegou a ficar ameaçada. Precisando da vitória para garantir sua presença, o time paraguaio jogou no ataque e saiu na frente (García marcou aos 37 minutos). Para a nossa sorte, Júlio Amaral – que havia ganhado a posição de Dudu – conseguiu empatar aos 44. Como a igualdade nos garantia a classificação devido ao melhor saldo de gols (2, contra apenas 1 do adversário), jogamos com mais tranquilidade na etapa final, principalmente após Tupãzinho virar o jogo, aos 29. 

Tupãzinho: destaque do Palmeiras na Libertadores/68

O Verdão chegou às semifinais tendo pela frente um fortíssimo adversário. Contando em seu elenco com jogadores que integravam a seleção nacional, como o goleiro Mazurkievcz, o lateral-direito Mendez e, principalmente, os meias Héctor Silva (o mesmo que pouco depois defenderia o próprio Palmeiras) e Pedro Rocha (este o maior nome de toda a história do futebol de seu país), o Peñarol/URU era apontado como favorito à grande decisão.

Mas o Palmeiras também tinha um “senhor” time. No primeiro jogo, disputado no Pacaembu, vencemos por1 a 0 – gol de Tupãzinho – e, com isso, o empate nos bastaria na partida decisiva. Mais de 40 mil uruguaios quase lotaram o tradicional Estádio Centenário, em Montevidéu/URU, certos de que o aurinegro local reverteria o placar. De fato, após muita pressão, o Peñarol/URU abriu o placar aos 39 minutos com um gol de Héctor Silva.

No ímpeto de marcar logo o segundo e praticamente garantir a vitória, nosso adversário se descuidou

da defesa e, após um contra-ataque, Tupãzinho empatou a partida, já nos acréscimos da etapa inicial. O Verdão voltou para o segundo tempo com o mesmo esquema de atuação e, aos 10 minutos, novamente Tupãzinho silenciou o estádio, virando o jogo. Daí em diante, por mais que tentasse, a grande equipe do Peñarol/URU não conseguiu nem mesmo o empate e, com isso, o alviverde garantiu a vaga na segunda decisão de Copa Libertadores de sua história. 

A história de nossa segunda final neste torneio será o tema do próximo capítulo de “Nossa História”. Até lá!

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