MELHOR DO QUE NADA

Palmeiras poderia ter garantido a classificação já nesta noite. Agora, terá de sofrer no Sul… 

Minutos finais do primeiro tempo. Borja recebe em profundidade, invade a área e, em vez de bater cruzado, prefere dar um drible a mais. Resultado: chuta para fora e perde ótima chance.

Minutos finais do segundo tempo. Dudu recebe a bola em contra-ataque e a carrega com velocidade rumo ao gol. À sua esquerda, Erik está absolutamente livre, só esperando receber o passe para fazer o segundo gol e ampliar muito a vantagem do time. Mas Dudu, individualista ao extremo, prefere chutar prensado e perder o gol.

Queira Deus, meus amigos, que estes dois lances acima não façam diferença alguma na partida do próximo dia 31, no Beira Rio. Mesmo assim, ambas as jogadas devem ser evitadas ao extremo: a primeira porque o preciosismo jamais ajuda time nenhum, e a segunda porque  individualismo é um dos principais caminhos para o “racha” dentro de um elenco.

De qualquer forma, vencer um jogo válido pelo Copa do Brasil uma equipe que está na Série B mas tem glórias equivalentes a equipes de Série A e sem tomar gol dentro de casa é sempre um bom resultado. Afinal, qualquer empate em Porto Alegre/RS garantirá ao Palmeiras a vaga na próxima etapa do torneio. E se nosso time conseguir marcar um golzinho que seja já obrigará o Inter/RS a fazer pelo menos três.

Porém fica, aqui, minha irritação com Borja e Dudu, jogadores imprescindíveis ao Verdão, mas que precisam entender que fazer o simples e jogar para o grupo não é mais do que a obrigação de cada um.

O jogo – Quem esperava mais uma goleada palmeirense com certeza não entende muito de futebol. E o motivo é simples: mesmo desfalcado de vários jogadores (dentre estes os ótimos Edenílson e Valdívia) e sendo obrigado a escalar seu quarto goleiro, o Inter/RS tem um time muito superior ao do Vasco/RJ. Além disso, ciente da inferioridade técnica em relação ao Palmeiras, nosso ex-zagueiro Antônio Carlos não teve vergonha de montar um esquema que privilegiou a marcação quando sua equipe não teve a posse de bola.

Isso atrapalhou muito a vida alviverde, que não encontrava espaço pelo meio e não podia usar os lados do campo como gostaria porque era justamente por lá, com William pela direita e Marcelo Cirino pela esquerda, que o time gaúcho mais atacava. A solução, neste caso, ficava restrita a jogadas individuais e em velocidade, exatamente como se deu o único gol da noite, marcado contra pelo zagueiro Léo Ortiz.

O ponto positivo da nossa equipe foi conseguir anular completamente o cerebral D’Alessandro. Quando livre, ele se torna o mais perigoso jogador adversário e, não raro, coloca os atacantes de sua equipe na cara do gol. Sabedor disso, Cuca designou Tchê Tchê para “colar” no camisa 10 colorado e, desta forma, o também perigoso Nico López mal tocou na bola o jogo todo.

Em síntese, meus amigos: esta “vitória borboleta” está longe de ter sido um mau resultado. Só não sei se será um suficiente resultado.

ANÁLISES INDIVIDUAIS

FERNANDO PRASS – 7
ÓTIMO

JEAN – 6
BOM

MINA – 6,5
MUITO BOM

EDU DRACENA – 6,5
MUITO BOM

ZÉ ROBERTO – 5,5
SATISFATÓRIO

FELIPE MELO – 5,5
SATISFATÓRIO

TCHÊ TCHÊ – 6
BOM

GUERRA – 6
BOM

WILLIAN BIGODE – 6
BOM

BORJA – 5
REGULAR

DUDU – 6
BOM

CUCA – 6
BOM

FABIANO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

RÓGER GUEDES – 5,5
SATISFATÓRIO

ERIK – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

FOTOS: CÉSAR GRECO/AG.PALMEIRAS


19 Responses to MELHOR DO QUE NADA

  1. Não tive tempo pra entrar e comentar antes. Meu comentário será breve.

    Borja pra mim não passa de um jogador comum. Não to falando que é ruim, mas é nível Henrique Dourado. Não faz nada de diferente com a bola. Não é aquele jogador que pega a bola e pode fazer uma jogada surpresa, um chute diferente. Qualquer bom zagueiro marca pois se a bola cair no pé direito ele vai chutar com o pé direito, se cair no esquerdo ele vai ajeitar e chutar com o esquerdo, se vier no alto ele vai fechar os olhos e cabecear sem nem pensar se vai cabecear pro chão, pro canto, não importa, é daqueles atacantes comuns que fecham o olho e chutam ou cabeceiam e se der sorte a bola entra. Jogador mais que previsível. Ganhou na loteria ter sido contratado por esse valor milionário.

    Quanto ao Dudu eu sei porque ele não passou a bola pro Erik. Eu também não passaria.

    Abraços.

  2. Márcio parabéns pela sua análise, nem preciso acrescentar nada, mas advinha quem eu vou culpar se formos desclassificados na segunda partida???? abraços.

    • Márcio Trevisan

      Maciel: agradeço o elogio.

      Bem, vc eu não sei, mas se formos eliminados na segunda partida a responsabilidade, em minha opinião, será de Borja e, principalmente, de Dudu.

      Abs.

  3. Irineu Constantino Curtulo Junior

    O comentário abaixo não se refere ao pessoal do seu blog, mas aos comentários que li noutros:

    Pessoal se esquece que o Cuca não fez a pré-temporada. O pessoal se esquece que o Cuca teve apenas alguns treinos, pouquíssimos, para desconstruir o que não estava construído. O pessoal se esquece que tivemos um dia de treino após jogarmos com extrema intensidade no domingo e vivenciarmos uma situação atípica de muita ansiedade em relação ao retorno do Cuca. O pessoal se esquece que o Cuca não conhece ainda todo o elenco que tem em mãos. O pessoal se esquece que teremos outro jogo dificílimo nesse fim de semana por um campeonato completamente diferente do que disputamos ontem. O pessoal se esquece que muitos jogadores estrangeiros demoram muito mais tempo pra se acostumarem nas suas novas agremiações. O pessoal se esquece que somos, por natureza, um bando de torcedores corneteiros, que somos técnicos sem nunca termos adentrado num vestiário para comandar uma equipe amadora de futebol. Enfim, tenhamos paciência com todos, pois sabemos que estamos no caminho certo.

    • Márcio Trevisan

      Irineu, salve.

      Pedir paciência a palmeirenses é o mesmo que pedir fiado a traficante – Rs…

      Abs.

  4. Boa tarde, Marcio.

    Será que vamos mesmo sofrer no Sul? Claro que vai ser um jogo difícil mas, se entrar decidido a vencer, acho que o Palmeiras traz pelo menos o empate, o que nos classifica. Empatar lá, com o time atual do Inter, não é tão complicado. Sabemos que temos mais time e podemos conseguir isso, se quisermos.

    Eu só não entendo essa dificuldade em rodar o elenco. Acho válido essa iniciativa de entrar com o mesmo time de domingo passado para se conseguir um entrosamento maior, mas será que não dava para poupar alguns jogadores visando o jogo do Brasileirão de sábado? Por que não dar chances a Jailson, Keno, Egídio, Thiago Santos, Rafael Veiga e outros?

    Como resultado, já li notícias de que o Verdão vai com o time reserva para Chapecó. A preferência é a Copa do Brasil, então?

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Válter, salve!

      É claro que dá pra empatar no Sul. Aliás, dá até pra ganhar. Mas o Inter/RS vai passear na Série B e com certeza priorizará a Copa do Brasil. Além disso, no próximo jogo nomes como Edenílson, Valdivia e outros estarão à disposição, o que tornará a equipe deles mais forte.

      Em relação à rodagem do elenco, ela acontecerá no jogo que teria mesmo de acontecer. E o motivo é simples: na quarta-feira que vem, teremos a última partida pela fase de grupos da Libertadores.

      Abs.

  5. Não concordo com relação ao Dudu. Em sua defesa, o zagueiro foi muito bem, deixando o lado direito para o Dudu correr e marcando o passe para o Erik. Se Dudu passasse a bola, o zagueiro iria fazer o corte. Abs.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Marcelo.

      Foi exatamente isso o que falou o Cuca, numa clara intenção de quebrar o galho do Dudu.

      Pode até ser que o zagueiro do Inter/RS se posicionou bem, mas é melhor errar por ação do que por omissão. O que ele não podia era fazer o que ele fez: ou seja, nada.

      Abs.

  6. Bom resultado, mas parece que os caras não estão muito interessados na Copa do Brasil.
    Considero que o Palmeiras deveria sim disputar todos os campeonatos pra vencer, não apenas a Libertadores, vide o que aconteceu com o Flamengo ontem.
    Pergunta do post.
    Será que o Lord Lucas Barrios, NASCEU pra jogar contra o Fluminense ?

    • Márcio Trevisan

      Então, Jair, o Flu parece mesmo ser a vítima preferida do Barrios, que já havia marcado gols contra o time carioca enquanto defendia o Palmeiras.

      Mas a verdade é que ele começou bem demais no Grêmio/RS: são 9 gols em 12 jogos (0.75 por ogo). Só para efeito de comparação: pelo Verdão, ele marcou 14 gols em 44 partidas (0.31).

      Abs.

  7. Trevisan,

    - Quase quebrei a TV quando o Dudu não passou a bola.

    - O Borja se abala muito emocionalmente quando perde um gol. Ele praticamente “desistiu” do jogo depois daquele lance infeliz.

    - Roger Guedes me pareceu entrar sem saber o que tinha que fazer em campo

    - Se eu sou o Erik teria dado um bronca homérica no Dudu.

    Abraço!! Hudson

    • Márcio Trevisan

      Hudson: comentei com meu filho exatamente a mesma coisa.

      Quando Borja perdeu o gol, eu falei pro meu moleque: o jogo acabou pra ele. É incrível como ele se abate quando faz uma bobagem. Não deu outra.

      Já eu, se sou o Erik, dou é uma porrada no Dudu.

      Abs.

  8. José Aparecido- Mogi das Cruzes

    Bom dia! Os lances do Borja e Dudu foram realmente lamentáveis…como vc falou pode rachar o grupo.
    E tem mais: as bolas alçadas em nossa área continuam um tormento.Prass ainda dando chorões.FM toda hora se estranhando com um adversário…é irritante…se jogarmos desta forma na LIBERTADORES…Adeus!!

    • Márcio Trevisan

      Oi, Zé.

      É preciso, sim, que treinemos melhor as jogadas aéreas. Talvez a chegada do Juninho melhore este ponto.

      E também temos de ter mais tranquilidade na Libertadores, como vc bem falou. Até porque a Conmebol faz o que pode e o que não pode para prejudicar clubes brasileiros.

      Abs.

  9. Bom dia Márcio e Palestrinos.

    Concordo, mas esqueceu de comentar o lance do Guerra no primeiro tempo que isolou depois de boa finta no zagueiro.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Fagner: aí não foi chance clara desperdiçada.

      O Guerra fez um ótima jogada e pegou mal na bola, só isso. Ele não estava na cara do gol como o Borja e nem como estaria o Erik se Dudu lhe tivesse passado a bola.

      Abs.

  10. Antonio Manara

    Concordo com suas opiniões, apesar de achar que o Palmeiras não se esforçou para obter a vitória por uma maior margem de gols.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Manara.

      Até se esforçou, mas apenas enquanto viu que poderia, mesmo, ampliar a vantagem.

      No fim, preferiu tentar as jogadas de contra-ataque, e a única que conseguiu o Dudu desperdiçou.

      Abs.

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