CAP. 116 – ANOS DOURADOS (PARTE I)

Se a primeira metade dos anos 60 foi um período bastante profícuo ao Palmeiras – tanto que naquela época surgiu a chamada “Primeira Academia” –, ainda melhores foram os cinco anos restantes daquela inesquecível década. Mesmo tendo que medir forças com equipes fortíssimas, como a do Santos/SP de Pelé ou a do Botafogo/RJ de Garrincha, o Verdão soube, e muito bem, ocupar com brilhantismo o espaço que lhe cabia dentro dos cenários nacional e internacional. 

Logo após carimbar as faixas santistas (assunto que abordamos em nosso mais recente encontro nesta seção), o Palmeiras já iniciou a temporada de 1966 com mais um título. Tratou-se do Torneio Interestadual João Havelange, disputadoem São Paulo/SP e do qual participaram também o Flamengo/RJ, o Corinthians/SP e a hoje extinta Seleção da União Soviética. Na competição, o Verdão venceu tanto os cariocas quanto os russos e faturou a taça. 

O técnico Mário Travaglini

O ano seguiu e a primeira competição oficial foi o Torneio Rio-São Paulo. Campeão em 1965, o Palmeiras era um dos favoritos a mais uma taça, mas o desempenho ficou bem abaixo do esperado – fomos apenas o 6º colocado dentre 10 participantes.  

Em razão da precoce eliminação e também da Copa do Mundo, o Verdão ficou com nada menos do que cinco meses sem ter uma competição oficial, já que o Campeonato Paulista começaria apenas em agosto – ou seja, após o Mundial da Inglaterra. Daí a diretoria ter aproveitado o tempo para fazer um pouco de caixa, disputando 10 amistosos em solo nacional e promovendo, também, mais uma excursão ao exterior. 

O local escolhido foi o Peru, onde o Palmeiras disputou quatro amistosos e… Ganhou os quatro! As vitórias sobre o Universitário (2 a0), Defensor Arica (3 a1), Alianza (2 a1) e Atlético Miguel Grau (5 a1) serviram não apenas para treinamento como também de moral-extra ao nosso time, que desta forma se preparou condignamente para a disputa do Paulistão. 

No primeiro turno daquele campeonato, a bem da verdade, o time da Vila Belmiro – sempre nosso principal adversário – cumpriu uma campanha bem abaixo da média. Motivo: Pelé se machucou na quarta partida e ficou vários jogos de fora. Isso fez com que o Peixe não tivesse pernas para acompanhar o Verdão que, após os 14 primeiros jogos da competição, terminou seis pontos à frente do, à época, seu maior rival em termos técnicos:22 a16. O maior jogador de todos os tempos retornou nas primeiras rodadas do returno, mas em nenhum momento o Palmeiras teve sua liderança seriamente ameaçada. 

O atacante peruano Gallardo

E olha que também tivemos lá os nossos problemas: após uma derrota para o São Paulo/SP por3 a0, o treinador paraguaio Fleitas Solich deixou o comando da equipe. Em seu lugar assumiu Mário Travaglini, que trabalhava nos Juvenis do clube. Sob o seu comando, o alviverde retomou o caminho das vitórias.

Quando faltavam apenas três rodadas para o término daquele Paulistão, o Verdão foi a Ribeirão Preto/SP enfrentar o Comercial local. Na época, tinha o alvinegro um time respeitável, que contava com nomes como Rosan, Jair Bala, Paulo Bim e Peixinho, dentre outros. Mas o quanto poderiam estes se, do outro lado, estavam craques consagrados como os da Primeira Academia? 

Para piorar a vida deles e melhorar a nossa, os coadjuvantes palmeirenses eram quase tão estrelas quanto. E um deles, o peruano Gallardo, estava particularmente possesso. Foram dele três dos cinco gols que o Verdão impôs ao Comercial/SP, deixando a linda Ribeirão Preto/SP com uma mão e meia na taça de campeão. Ficamos, na verdade, a uma vitória do título, mas nem dela precisamos. Na rodada seguinte, o Santos perdeu para a Portuguesa Desp./SP no Pacaembu e nos entregou, de mão beijada, o troféu de campeão.

Desta forma, o título do Campeonato Paulista de 1966 foi o primeiro que o Palmeiras faturou na segunda metade dos anos 60. O primeiro, mas nem de longe o último. Outras festas alviverdes ainda aconteceriam, como começaremos a relembrar a partir de nosso próximo encontro.

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