POR QUE O FUTEBOL URUGUAIO ESTÁ MORTO

Perdoe-os, Obdulio Varela. Desculpe-os, Pedro Rocha. Ignore-os, Rodolfo Rodríguez. Esqueça-os, Rubén Paz. Não os leve a mal, Enzo Francescoli.  

Vocês não têm culpa do que aconteceu nesta quarta-feira à noite, na mesma Montevidéu/URU onde vocês e tantos outros craques sempre elevaram o nome do seu país aos mais altos postos. 

Não os leve a mal, Obdulio Varela. Esqueça-os, Pedro Rocha. Perdoe-os, Rodolfo Rodríguez. Ignore-os, Rubén Paz. Desculpe-os,  Enzo Francescoli.  

A ignorante atitude tomada pelos animais que vestem – mas não honram – a camisa aurinegra do Peñarol/URU após a derrota de 3 a 2 para o Palmeiras mancha, mais uma vez, a história do futebol do nosso vizinho do Sul. Gratuitas, já que o time brasileiro nada mais fez do que jogar futebol, a violência e a insanidade que tomaram conta das apodrecidas mentes de jogadores e dirigentes do time uruguaio foram também imperdoáveis, revoltantes e enojantes. Foram como um soco na cara, aliás semelhante ao que levou Willian Bigode. 

Desculpe-os, Obdulio Varela. Perdoe-os, Pedro Rocha. Esqueça-os, Rodolfo Rodríguez. Não os leve a mal, Rubén Paz. Ignore-os, Enzo Francescoli.  

Durante toda a partida, sua torcida cantou e apoiou, vibrou e se emocionou, mas não mereceu – porque foi conivente e igualmente violenta – o dantesco espetáculo visto ao soar o último apito do árbitro paraguaio. Enquanto a bola rolou, nenhuma falta mais violenta foi feita por qualquer jogador palmeirense ou uruguaio, mas bastou o fim do jogo e a quase eliminação do Peñarol/URU para que começasse o que já se esperava – toda vez que um time desse país perde uma partida importante tenha ganhar na briga, e quase toda vez também nesta perde – que o diga o cafajeste Mier, que tentou agredir Felipe Melo e dele levou um soco bem no meio da cara).

Ignore-os, Obdulio Varela. Não os leve a mal, Pedro Rocha. Desculpe-os, Rodolfo Rodríguez. Perdoe-os, Rubén Paz. Esqueça-os, Enzo Francescoli.  

Na verdade, deveriam os uruguaios do Peñarol/URU esmurrar seus próprios espelhos. Eles mesmos é que deveriam ser o alvo de tamanha violência. Afinal, são eles os grandes culpados pela morte de um gigante, capaz de ganhar duas Copas do Mundo. Mas quando o vandalismo é orquestrado por quem deveria comandar, um canalha que mandou fechar o portão de acesso aos vestiários palmeirenses, a fim de que os jogadores pudessem ser massacrados por centenas de uruguaios que invadiram o campo, o que se pode esperar dos comandados? Se alguém ainda duvidava da morte do futebol uruguaio, até entusiasmado (como eu) com as boas campanhas nas última edições de Copas do Mundo, na noite desta quarta-feira teve de amargar o sabor de mais uma derrota. Não a do campo, pois que esta faz parte do futebol – ainda que eles insistam em não a aceitar -, mas sim a derrota da esperança de que o futebol do nosso vizinho do Sul poderia ressuscitar. Mas não: o Uruguai está definitivamente morto. 

Esqueça-os, Obdulio Varela. Ignore-os, Pedro Rocha. Não os leve a mal, Rodolfo Rodríguez. Desculpe-os, Rubén Paz. Perdoe-os, Enzo Francescoli.  

Vocês fizeram a sua parte.

16 Responses to POR QUE O FUTEBOL URUGUAIO ESTÁ MORTO

  1. Fábio P. R.

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%ADas_Mier

    Henry Matías Mier Codina[1] (Montevidéu, 2 de agosto de 1990[2]) é um futebolista uruguaio que ficou mais conhecido como o Uruguaio a levar um cruzado no queixo do Felipe Melo, como prometido. Porém momentos em que não esta apanhando atua como meia. Atualmente, joga pela Peñarol, emprestado pelo Universidad Católica.

  2. Ainda sobre os uruguaios briguentos lembro de um jogo da Copa América, naquela época chamado de Copa Sul-Americana, ou Copa Roca, em 1959, na Argentina em que o Brasil ganhou do Uruguai no campo do River Plate por 3 X 1 e o pau quebrou feio. Nesse jogo o jovem Pelé, um menino franzino de apenas 19 anos mostrou ser bom de briga e encarou os raçudos jogadores uruguaios.

    • Márcio Trevisan

      Roberval: confesso que deste jogo não me lembro.

      Abs.

      • Olá Márcio.

        O jogo era da Copa América, naquele ano disputada na Argentina. A briga começou quando o Almir Pernambuquinho pisou em um jogador uruguaio e os orientais vieram pra cima dele. O Djalma Santos deu uma bela voadora em um deles e então o tempo fechou. Brigaram os 22 jogadores em campo, até o Pelé, que era um adolescente ainda. O jogo já estava 3 X 1 para a Seleção Brasileira, recém campeã da Copa da Suécia.

        Um abraço

        Roberval

  3. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    MARCIO … meu Deus, evito assistir o programa daquele famoso “filho do filho do meu avô”, o tal do Neto(rsss), mas ontem estava de boa em casa e decidi ver o que ele falaria sobre o verdão. Por sinal e por costume, só falou besteira e desceu a “lenha” no Felipe Melo. Mas, deixemos isso prá la, hj eu posso dizer que não concordo com algumas escalações do E.B, que ele não demonstra esquema tatico e etc, mas depois daquela entrevista após o jogo, esse cara tera meu respeito. Respeito eu disse, mas não ficara fora das minhas criticas quando eu o julgar errado em algum ato.

    • Márcio Trevisan

      Até porque, Ildebrando, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.

      Continuo acreditando que ele não é o cara certo para comandar nosso time, mas de fato o jornalista ao qual ele se referiu foi maldoso no que escreveu.

      Abs.

  4. Olá Márcio.
    Grande abraço.

    Faço minhas as tuas palavras, eu, sobre meus portentosos 60 anos que acompanho o futebol, e que sou um admirador inconteste do futebol uruguaio (para mim, o Uruguai é o maior celeiro de jogadores de futebol do mundo, haja visto que um país de míseros 3 milhões de habitantes sempre teve jogadores (craques) jogando no mundo inteiro, muito mais que Brasil e Argentina, pseudo-celeiros segundo a mídia).

    Uruguai, tetra campeão mundial ( Bi-campeão em Copa do Mundo, 1930 e 1950 e Bi-campeão Olímpico, 1924 e 1928, que considero como campeões mundiais).

    Somando o Peñarol e o Nacional, não há como negar a superioridade interclubes em títulos conquistados no futebol sul-americano, como já disse nos 3 milhões de habitantes.

    Que o Peñarol não gosta de perder, é compreensível (eu também não gosto), pois faz parte da famosa garra uruguaia, que desde Artigas, sempre deu um “calorão” nos habitantes de Pindorama.

    De novo, um grande abraço, Márcio.

    Roberval

    • Márcio Trevisan

      Olá, Roberval.

      Rapaz: vc estava sumido. Quem bom que voltou!

      Abs e obrigado pelo post.

      • Olá Márcio…

        Andei meio ocupado esses dias, mas nunca deixei de ler o post, mesmo atrasado, às vezes.

        Um abraço

        Roberval

  5. PAULO SERGIO

    Marcio , isso não vem de hoje.
    E invariavelmente sempre o Penarol.
    Talvez por ser a grande maioria no Uruguai( dizem que 70% é Penarol e 30% são outros).
    Não vejo o Nacional ser tão ignorante.
    Como disse ,isso não vem de hoje.
    Olhe a final da Libertadores de 2011.

    https://www.youtube.com/watch?v=y70bXPeDK6M

  6. E uma coisa temos que reconhecer: Felipe Melo é um homem de palavra kkkkkkkkkkkkkk

    • Márcio Trevisan

      Discordo, Ed: ele não tem palavra, não.

      Prometeu dar tapa na cara e acertou um cruzado de direita.

      Abs.

  7. Isso não aconteceria se tivessemos pessoas sérias no comando da Comebol e da FIFA. Clubes que proporcionam atitudes como essa deveriam ser banidos de todo e qualquer torneio por pelos menos uns 2 anos com a pena dobrando em caso de reincidência. Não há mais espaço pra isso no futebol.

    • Márcio Trevisan

      Ed: os uruguaios agem assim desde que o futebol começou no mundo.

      Antes, até a seleção uruguaia agia assim – vc se lembra do Rivellino correndo do Ramírez em 1976? Isso só não acontece agora porque 98% dos jogadores atuam na Europa e, portanto, ficaram um pouco mais civilizados.

      Abs.

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