O IMPROVÁVEL NÃO É IMPOSSÍVEL

“Um campeão se mostra na derrota, na força pra lutar quando já cansou”

A frase que escolhi para ser a linha fina deste texto não é minha. Trata-se de um dos versos da canção “Volta ao Começo”, composta e gravada com muito sucesso nos anos 90 por Fábio Jr. E embora nada tenha a ver com futebol, acaba por servir como uma luva para o Palmeiras – afinal, que situação melhor para provar a todos a força de um grande campeão (aliás, o atual campeão brasileiro) senão perante uma adversidade daquelas?

Eu não vou, aqui, bancar o torcedor pacheco e fazer de conta de que tudo está muito bem, obrigado. Não, amigo palmeirense, não está – e nem poderia estar. Mesmo não sendo, nem de longe, a prioridade do clube, uma eliminação no Campeonato Paulista (e, pior ainda, para uma time do Interior) com certeza será uma marca bastante negativa a um clube que tem o elenco que tem e, mais ainda, investiu a grana que investiu para montar o elenco que tem.

Também não quero iludi-lo dizendo que, com certeza, faremos a festa no fim da tarde e começo da noite deste sábado, que será moleza, que passearemos em nossa Arena. Nada disso: você pode esperar um jogo complicadíssimo, com a Ponte Preta/SP armada numa retranca, digamos, quase corintiana. Vai ser todo mundo atrás da linha da bola, com duas linhas de quatro armadas em sua intermediária defensiva, sem dar espaços e esperando apenas um vacilo nosso para ligar um contra-ataque com Clayson, Lucca ou Pottker (aquele que foi para o Parque São Jorge, só que não).

Para ir à final do Paulistão/2017, o Palmeiras precisará demais da nossa torcida

Para conseguir uma vitória por pelo menos três gols de diferença e levar a decisão da vaga aos penais (ou, até mesmo, golear por 4 a 0 e garantir sua presença em mais uma decisão de Paulistão) o Verdão terá de ser paciente, mas não apático; terá de ser rápido, mas não apressado; terá de ser agudo, mas não afobado; terá, enfim, de ser raçudo, mas não truculento. Em outras palavras: para obter seu objetivo, o Palmeiras terá de ser o que sempre foi em seus mais de 102 anos de vida: simplesmente Palmeiras.

Apesar de todas estas dificuldades, será que eu ainda acredito? Sim, eu acredito. Por quê? Porque temos um elenco muito superior, porque temos um time bem mais forte, porque temos uma torcida que incentiva e acredita até o último minuto, porque jogaremos em nossa casa, porque conhecendo a história deste time como, modéstia à parte, poucos a conhecem, já vi tal situação acontecer inúmeras vezes, porque o improvável, meus amigos, não é e nunca foi impossível.

E, principalmente, por uma outra razão, na verdade uma síntese de todas estas: eu acredito simplesmente porque sou palmeirense.

12 Responses to O IMPROVÁVEL NÃO É IMPOSSÍVEL

  1. Se fizer o gol até os 15 do primeiro tempo, aí dá Verdão. Se terminar o primeiro tempo 1 a 0 vamos ter que torcer um bocado. Mas no fim, se der Verdão vou tomar um chopinho prá comemorar, se não der vou tomar de raiva. Abraços.

  2. Oh Marcio, vamos a pergunta já no inicio !
    Você assistiu o jogo do Grêmio ontem contra o Guarani do Paraguai, e pode constatar a PERFORMANCE do LORD Lucas Barrios ?
    Porque estou fazendo esta pergunta:-
    Desesperado com o futebol do craque Lucas Barrios, o que fez o Renato Gaúcho ?
    Simplesmente colocou a tarja de capitão no referido, pra ver se ele pelo menos se esforçaria e correria um pouco em campo.
    Resultado:- O Lord simplesmente perdeu 3 gols dentro da área pequena, não correu, não disputava lances com os adversários, TROTOU o tempo todo enquanto aquentou, e quando o Grêmio estava ainda perdendo por 1 x 0 , sozinho, sem disputar nenhum lance contra nenhum adversário, DESABOU no gramado e saiu com caimbras nas 2 pernas.
    A substituição foi tão inesperada pro Renato Ga[ucho, que só minutos depois ele percebeu que o Grêmio estava sem capitão em campo, ele mesmo correu, arrancou a tarja do ombro do Barrios e deu pra outro jogador.
    Mais 2 perguntas:-
    O Lucas Barrios tem uma aparência de mais de 40 anos, ele não seria um “super gato no futebol” ?
    Como nos Palmeirenses tivemos tanta paciência com este jogador ?

    • Fábio P. R.

      é que ele fazia gols aqui

      • Márcio Trevisan

        Nem tantos, Fábio: fez 14 em 44 partidas, ou 1 a cada três jogos, mais ou menos.

        Pouco pelo que custou à Crefisa.

        Abs.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Jair.

      Não vi o jogo. Mas não me surpreendo com o que vc contou.

      Ainda acho que Barrios é muito técnico, mas me parece um Dodô da vida: se ganhou, beleza; se perdeu, beleza também.

      Abs.

  3. Márcio:
    Se o goleiro ao invés de ir com os pés na bola defender com as mãos, se o Zé Múmia ir para a reserva,se o Felipe melo fechar a matraca e jogar um pouquinho mais de bola, se o Cone treinador não colocar o Alecgordo, se o time tiver mais vergonha na cara e respeitar a torcida e o clube que pagam eles em dia eu acredito! Abraços.

  4. Bom dia, Marcio.

    Sou como você, acredito porque simplesmente sou palmeirense.

    De tudo o que você escreveu, apenas um fator me preocupa: a nossa torcida.

    Se começarmos bem, abrindo o placar até os 20 minutos do primeiro tempo, teremos mais de 33 mil apaixonados apoiando o time. Porém, se nos mostrarmos impacientes e errarmos lances considerados simples, teremos mais de 33 mil críticos no estádio torcendo para que o tempo não passe e cobrando muito.

    A torcida do Palmeiras é assim, uma dicotomia. Pode ajudar muito, mas pode vir a ser o que há de pior no estádio. Somos Italianos e a emoção sempre falará mais alto.

    Avanti Palestra! Scoppia che la vittoria è nostra!

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Valter: vc tem razão no que diz porque conhece a nossa torcida.

      Mas, talvez, ela esteja mudando um pouco e aos poucos. A postura nos dois jogos da Libertadores em casa foi um exemplo disso, ou não?

      Abs.

      • Foi, é verdade. A torcida nestes dois jogos mais apoiou do que “cornetou”.

        Espero que tenhamos o mesmo comportamento neste sábado.

        Um abraço.

  5. Irineu Constantino Curtulo Junior

    Ainda que saiba da potencialidade de qualquer time escalado, dentre um elenco extremamente qualificado, e supondo que esse mesmo time, incluindo aí o banco de reservas, esteja com os brios contestados, e por isso mesmo apto a se entregarem para essa batalha como se fosse a final de um Campeonato Mundial de Clubes, observo que nossos jogadores não entendem exatamente o que o nosso comandante deseja como esquema tático, e diante de uma adversidade tamanha, como essa que enfrentarão no sábado, sinto que se o resultado final nos for favorável, a “culpa” será exclusivamente de cada jogador somando-se aí a inesgotável “Esperança Verde” de toda uma Nação Palestrina. Tenhamos, pois, dedicação, amor a esse Manto e sorte aos nossos guerreiros nessa empreitada. Até lá!

    • Márcio Trevisan

      Olha, Irineu, não costumo analisar o trabalho de ninguém em apenas alguns jogos.

      Mas tenho que admitir que vc e todos aqueles que não confiam muito no Eduardo Baptista têm a sua parcela de razão, pois é fato que estamos bem na Libertadores e ainda vivos (ainda que respirando por aparelhos) no Paulistão, porém algumas das nossas principais vitórias foram no sufoco ou na sorte. E mais: quando o time precisou, de fato, do treinador, ele me pareceu meio que sem saber exatamente como agir.

      Mas, de repente, a gente reverte esta situação, chega às finais do Paulistão, consegue dois bons resultados (dois empates, por exemplo) seguidos na Liberta e tudo se ajeita.

      Torçamos, pois.

      Abs.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado Campos obrigatórios são marcados *

*

Você pode usar estas tags e atributos de HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>