CAP. 114 – CHORA, PELÉ!

Em nosso mais recente encontro, lembramos uma das páginas mais gloriosas de toda a história da Sociedade Esportiva Palmeiras – o famoso jogo contra a seleção do Uruguai quando, representando o Brasil, todos os jogadores palmeirenses trocaram as camisas verdes pelas amarelas. Mas o ano de 1965 ainda reservaria outra alegria além das muitas que os palmeirenses tiveram naquela temporada – depois do selecionado do vizinho país, foi a vez de Pelé e seus amigos sentirem a força do Verdão.

Todo mundo sabe que ganhar do Santos/SP na década dos 60 era algo dificílimo. Vencê-lo por goleada, então, podia ser considerada uma tarefa praticamente impossível. Por isso, os 7 a 1 que o Verdão impôs na histórica vitória pelo Torneio Rio-São Paulo, em 31 de março de 1965 (três gols de Ademar Pantera, dois de Servílio, um de Tupãzinho e outro de Rinaldo) foram, claro, muito comemorados e assunto por muitos dias depois. Contudo, um detalhe tornou o feito um tanto quanto opaco: naquela noite, o Peixe jogou com a equipe totalmente reserva. Por isso, não foram poucos os que afirmaram que, se tivesse contado com seu time titular, jamais a equipe da Vila Belmiro teria sofrido uma derrota tão vexatória.

Dizem que o tempo é o senhor do destino, e isso é mesmo verdade. Eis que Palmeiras e Santos/SP voltam a se enfrentar novamente, agora pelo Campeonato Paulista. No primeiro turno (19/09), uma vitória alviverde simples, por apenas 1 a 0 (gol de Pantera), masem plena Vila Belmiro.Aliás, aquela foi a única derrota do Santos em todo o turno inicial daquele Paulistão. Como o jogo aconteceu na última rodada, conseguimos diminuir a diferença e terminamos a apenas dois pontos do adversário:24 a26, respectivamente.

Tão pequena distância entre ambas as equipes prometia um returno ainda mais equilibrado. Mas alguns tropeços seguidos logo nas primeiras rodadas fizeram com que o Verdão, aos poucos, fosse se distanciando da primeira colocação, local de onde o Peixe parecia não estar nem um pouco propenso a sair.

E assim se deu. Quando Palmeiras e Santos mais uma vez se viram frente a frente, na rodada que encerrou o Campeonato Paulista de 1965, o time da Vila Belmiro já havia garantido a taça de campeão – somava 54 pontos, contra apenas 49 da nossa equipe. Mas nem por isso poupou seus principais atletas na partida disputada no Palestra Itália; ao contrário: mandou a campo o que tinha de melhor, certamente na tentativa de se vingar das duas derrotas que já sofrera para os palmeirenses na temporada. 

Só que, do outro lado, na chamada Primeira Academia, estavam 11 atletas loucos para carimbar a faixa obtida pelo adversário e, de quebra, não só aumentarem a vantagem no histórico do confronto como também devolverem a eliminação que haviam sofrido nas semifinais da Taça Brasil, poucos mais de um mês antes. Por isso, Gilmar, Pelé, Pepe, Carlos Alberto Torres, Mengálvio, Toninho Guerreiro e todas as outras inesquecíveis estrelas santistas tiveram de se curvar diante de um Palmeiras arrasador, que ainda na primeira etapa do jogo já goleava por3 a0.

No fim, o incontestável placar de 5 a 0 (três de Dario e dois de Servílio) no Palestra Itália, naquele 12/12, tornava indiscutível uma certeza: o Peixe era o legítimo campeão paulista de 1965, mas nem mesmo Pelé era capaz de impedir que o Verdão exibisse seu talento e provasse o quão genial era o seu time.

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