CAP. 105: TROPEÇOS MARCAM INÍCIO DA DÉCADA

Ainda embriagado pela inquestionável e maravilhosa conquista do Campeonato Paulista de 1959, façanha que obteve nos primeiros dias do ano seguinte, o Palmeiras deu início à sua história na década dos 60 com uma pra lá de vitoriosa excursão pela América do Sul, onde disputou vários amistosos na Colômbia, no Peru e no Equador. Ao todo, foram 12 partidas, com sete vitórias, quatro empates e apenas uma derrota. Detalhe: de férias, Oswaldo Brandão não dirigiu a equipe, função que ficou a cargo do ex-craque Canhotinho, então comandante das equipes de base do Verdão.

De volta, o time encarou sua primeira competição oficial da temporada: o Torneio Rio-São Paulo. Tricampeão, o Verdão já amargava, no entanto, cinco anos sem a conquista desta que, na época, era a mais importante competição interclubes do Brasil. O começo, aliás, foi muito bom, com nosso time vencendo quatro e empatando uma das cinco primeiras partidas, com destaque para uma goleada sobre o São Paulo/SP por 4 a 1. Inexplicavelmente, porém, o time caiu de produção e perdeu os quatro jogos seguintes, campanha que o deixou na apenas simplória 6ª colocação entre 10 participantes. 

Antes que começasse a luta pelo bicampeonato estadual, o Verdão ainda se dividiu entre amistosos e a disputa de um quadrangular promovido pelo Juventus/SP batizado de Troféu Roberto Ugolini. Apesar de ter chegado à decisão, nossa equipe foi superada pelo Corinthians/SP e ficou somente com o vice-campeonato.  

Contusão de Geraldo Scotto complicou o Verdão no começo de 1960

No Paulistão propriamente dito, o Palmeiras entrou como um dos favoritos principalmente porque, além de ter mantido quase todos os jogadores da vitoriosa campanha anterior, ainda por cima repatriou um dos melhores e mais importantes ídolos de sua história, o meia ofensivo Humberto Tozzi, que trocara o Jardim Suspenso pela Lazio italiana alguns anos antes. Desta forma, apesar do reconhecido talento dos craques do Santos/SP, havia quem apostasse – e não eram poucos – que o bicampeonato aconteceria. 

Entretanto, sofreu nossa equipe – que já oscilava na competição – uma grande baixa: o lateral-esquerdo Geraldo Scotto, melhor do País em sua posição e que vivia excelente fase, contundiu-se com gravidade em setembro daquele ano, e o Verdão perdeu toda a força que tinha pelo lado canhoto do gramado, tanto defensiva quanto ofensivamente falando. Além disso, um outro problema apresentado pelo time foi no comando do ataque, onde nenhum dos sete jogadores utilizados – Abílio, China, Ênio Andrade, Moacyr, Nardo, Walter Prado e até o ponta-esquerda Romeiro, que atuou improvisado -, conseguiu se firmar. 

Perdendo oito e empatando 10 das 34 partidas que disputou pelo Campeonato Estadual, o Palmeiras teve de se contentar apenas com a 4ª colocação na classificação geral, um resultado muito aquém não só do que se esperava mas principalmente do que a equipe poderia apresentar. 

Estaria, desta forma, perdido o primeiro dos 10 anos daquela década? Certamente, mas só se aqui estivéssemos contando a trajetória de qualquer time de futebol, e não a do Palmeiras. Em nosso próximo encontro você verá que, apesar de nada conquistar nos 350 primeiros dias de 1960, ainda faltavam outros 16 até o fim da temporada, tempo mais do que suficiente para que o Verdão fizesse mais uma festa.

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