CAP. 87 – NOVA FINAL CONTRA “ELES”. ADIVINHE QUEM PERDEU…

Depois de 1933, ano em que foi ocorreu pela primeira vez, o Torneio Rio-São Paulo só voltou a ser disputado de forma oficial em 1950 – houve uma edição, em 1940, que foi considerada extra e outra, em 1942, batizada de “Quinela de Ouro”, mas cujos resultados não contam para os índices oficiais da competição. Pois bem: na edição de 1950, o Verdão não foi lá essas coisas, tendo terminado em quarto lugar e, pior ainda, sendo obrigado a ver o Corinthians vestir as faixas de campeão.

Contudo, o ano seguinte foi simplesmente maravilhoso para o Palmeiras. Logo de cara, como lembramos no capítulo anterior, faturamos o título paulista de 50. Mas alegrias ainda maiores estavam reservadas aos palmeirenses, e a primeira delas foi justamente o bicampeonato do Rio-São Paulo. 

Sem sombra de dúvidas e sem medo de errar, pode-se afirmar que aquela edição do campeonato inter-regional foi uma das mais equilibradas de todos os tempos. Para tanto, basta lembrar que, embora disputado no sistema de turno, que sempre dá ao time que mais pontos soma a glória de ser o campeão, aquele Rio-São Paulo teve de ser decidido em dois jogos finais, aliás emocionantes.

Isso se deu porque duas equipes – Palmeiras e Corinthians – terminaram empatadas ao final da primeira fase, disputada por oito clubes em turno único. Após os sete jogos, ambos os times somaram 10 pontos, obtidos através de campanhas quase idênticas: 5 vitórias e 2 derrotas para o Verdão e 4 vitórias, dois empates e uma derrota para nosso maior rival. 

Assim foi que, cumprindo à risca o que mandava o regulamento, fomos para as duas partidas finais. A campeã seria a equipe que atingisse três pontos, e é claro que sempre vale lembrar: na época as vitórias garantiam apenas dois pontos – e não três, como hoje. Mesmo contando com um time superior, não tinha o alviverde a confiança da Imprensa da época. Talvez por ter sido derrotado na etapa classificatória pelo Corinthians por3 a 0, sobravam ao Verdão não dúvidas, mas praticamente certezas de que o bicampeonato alvinegro na competição estava certo. Mas não foi bem assim.

Em pé: Turcão, Palante, Oberdan, Sarno, Luiz Villa e Waldemar Fiúme; Agachados: Lima, Canhotinho, Achilles, Jair Rosa Pinto e Rodrigues Tatu. Este foi o time-base do Palmeiras que faturou o título do do Torneio Rio-SP de 1951.

Na primeira partida, disputada em 8 de abril de 1951, Liminha – que fora a maior contratação de nossa equipe para aquela temporada – abriu o placar logo aos 4 minutos. Com raça, Colombo empatou aos 34, mas o grande zagueiro Homero, numa infelicidade, marcou contra as suas próprias redes e deixou o Palmeiras na frente já aos 42 minutos. A vantagem no placar deu maior tranquilidade ao Verdão, que não se deixou abater nem mesmo diante de novo empate corintiano – Jackson, aos 3 da etapa final, deixou tudo igual no Pacaembu. Pouco depois, aos 20, Achilles fez o terceiro gol alviverde, decretando números finais ao derby.

Precisando apenas do empate na finalíssima, o Palmeiras entrou em campo consciente de que impedir o bi corintiano seria uma missão, ainda que reconhecidamente difícil, também amplamente possível. Para tanto, contudo, não poderia se valer da vantagem obtida no primeiro encontro e permanecer apenas na defesa, sob pena de ver tal vantagem e até mesmo o título se esvaírem. Por isso, começou o Verdão naquele 11 de abril de 1951 impondo o seu ritmo, o que lhe valeu dois gols de vantagem: Jair Rosa Pinto, aos 17, e Achilles, aos 33 minutos do primeiro tempo, fizeram explodir a galera palmeirense, que nem com o gol de Luizinho, o “Pequeno Polegar”, marcado um minuto mais tarde, parou de cantar nas arquibancadas do Pacaembu.

Tinha o Corinthians mais 45 minutos para tentar a virada e levar a decisão para o terceiro jogo, mas logo no começo da etapa complementar os sonhos alvinegros caíram por terra: Jair Rosa Pinto, aos 7 minutos, fez o terceiro gol do Verdão e garantiu, mesmo faltando ainda 37 minutos para o término da partida, o título alviverde. E como não poderia deixar de ser, no fim do jogo uma confusão se deu e dois jogadores acabaram expulsos: o corintiano Cláudio e o palmeirense Luís Villa. 

E então, amigo internauta, gostou de ver o Palmeiras vencer e o Corinthians perder? Pois, acredite: no próximo capítulo começaremos a relembrar algo que o deixará ainda mais feliz. Impossível? Então aguarde nosso encontro futuro.

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