SHOW DE BOLA. E DE ESPERANÇA.

Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, logo na estreia do Brasileirão, não só venceram ou golearam, mas apresentaram um futebol de campeão.

EM SÍNTESE - Vencer o Atlético/PR dentro de casa é um resultado comum – afinal, isso já havia acontecido 14 vezes. Golear o Atlético/PR, por sua vez, já não é um resultado tão comum assim – afinal, o máximo que já havíamos conseguido fora um 4 a 2, em Curitiba/PR, e no longínquo ano de 1975. Mas vencer por goleada e apresentar um futebol de encher os olhos e, principalmente, de esperanças era algo que o Palmeiras não fazia há muito tempo. Como sempre digo por aqui, nem sempre quando o Verdão vence ele nos convence, mas nesta tarde de sábado, meus amigos, ele teve sucesso em ambas as ações. E nem interessa o fato de o atual campeão paranaense não ser lá um grande time, pois o que mais importa não é a vitória ou a diferença de gols que abrimos, mas sim a forma como vencemos e os motivos que levaram a equipe à goleada. O Palmeiras mostrou conjunto, rapidez na saída de bola, inteligência na recomposição, jogadas ensaiadas, proximidade entre os setores, emfim: um sem número de qualidades vistas apenas em equipes campeãs. É claro que ainda faltam 37 partidas e que vários e muito mais difíceis compromissos virão, mas é inegável que o cartão de visitas da equipe foi um show de bola. E de esperança.

FERNANDO PRASS – 5
REGULAR

Nosso goleiro, sempre tão preparado para salvar o time, hoje não fez uma única defesa sequer. No máximo, saiu do gol em raríssimos cruzamentos e, por isso, como se dizia antigamente, sequer sujou o uniforme. 

TCHÊ TCHÊ – 6
BOM 

Como já se esperava e como sempre será, ora atuou na lateral direita, ora no meio-campo, conseguindo bom desempenho em ambos os setores. Como se tratou de sua estreia, ao que parece ficará mais à vontade à medida em que os jogos se sucederem, sendo uma importante peça para o elenco. A velocidade que deu ao meio-campo quando por lá atuou foi elogiável.

THIAGO MARTINS – 6,5
MUITO BOM

Todos vocês sabem a opinião que tenho a respeito deste rapaz, mas a verdade é que desta vez ele foi muito bem. Anulou completamente Ewandro, que mal tocou na bola o jogo todo, deu uma grande força a Vítor Hugo na marcação a Walter e, de quebra, ainda conseguiu marcar o seu gol. Tomara continue assim, já que Dracena parece estar constantemente contundido e Mina sabe-se lá quando poderá estrear.

VÍTOR HUGO – 6
BOM

Seu ponto alto foi anular o bom atacante Walter, ação na qual contou com a ajuda de Thiago Martins. Mas esteve bem também nas antecipações, sua principal qualidade como zagueiro.

EGÍDIO – 6,5
MUITO BOM

No primeiro tempo, devido à presença de Nikão e de Léo em seu setor, praticamente limitou-se à marcação, até porque o Palmeiras usava e abusava das jogadas pelo outro lado do gramado. Mas, após a expulsão do lateral-direito do Furacão, aos 15 da etapa final, pôde se soltar ao ataque e aí protagonizou vários bons lances e dois ótimos cruzamentos.

JEAN – 5,5
SATISFATÓRIO 

Com o tempo, o revezamento que fará com Tchê Tchê fará com que seu futebol apareça mais. Porém já hoje, quando pela primeira vez atuou ao lado do novo companheiro, já deu claros sinais que tal ideia poderá ser muito útil à equipe. Não fossem dois erros de passe e teria nota e avaliação ainda superiores.

MATHEUS SALES – 5,5
SATISFATÓRIO

Este rapaz acabou sendo sacrificado em razão da estreia de Tchê Tchê, pois como o novo palmeirense trocou toda hora de posição com Jean coube ao garoto a função de primeiro volante, a qual este jornalista prefere chamar de cabeça-de-área. E, como sabemos, ele tem uma saída de bola de muita qualidade. De qualquer forma, esteve longe de ir mal e cumpriu satisfatoriamente sua principal função nesta partida: marcar Vinícius e, posteriormente, Pablo e, desta forma, impedir o início de qualquer jogada ofensiva atleticana.

 CLEITON XAVIER – 7
ÓTIMO

Foi hoje o CX10 do qual tanto sentimos falta nos últimos tempos. Além de comandar o meio-campo e ser o grande cérebro da equipe, ainda mostrou que está bem fisicamente e que continua com ótima visão de jogo – prova disso o perfeito lançamento apara Gabriel Jesus, que culminou no primeiro gol da tarde.

RÓGER GUEDES – 6,5
MUITO BOM

Creio que não conseguirá se manter no time por muito tempo, pois a volta de Dudu é iminente e, claro, o camisa 7 é um jogador mais pronto para ser o titular da posição. Mas a personalidade deste jovem atleta é algo elogiável, já que mesmo fazendo hoje apenas o seu terceiro jogo pareceu um veterano em campo. Além do gol que fez, dividindo a bola com o ex-palmeirense Thiago Heleno, protagonizou importantes jogadas pelo lado direito, trocou de posição com os demais atacantes e foi mais um perigoso homem de frente do nosso time. Apenas deveria ter sido substituído antes dos 39 da etapa final, pois visivelmente se cansou.

 LUCAS BARRIOS – 6,5
MUITO BOM

É dever de todo centroavante chutar a gol, e isso ele não fez nesta tarde. Talvez se buscasse mais o jogo conseguisse ter a bola mais tempo nos pés e, desta forma, concluir alguma vez. Porém, como não tem tal característica, espera muito que a jogada chegue até ele, e com isso nem sempre consegue render seu melhor futebol, como aconteceu hoje. Então, por que a nota e a avaliação acima? Porque ele foi um dos protagonistas em um dos lances capitais da partida: foi nosso centroavante quem iniciou a jogada para o segundo gol do Verdão, aquele que de fato “matou” a partida.

GABRIEL JESUS – 9
QUASE PERFEITO 

O “Menino Jesus” voltou com tudo. Fez dois gols, deu o passe para o outro, protagonizou várias e lindas jogadas individuais, deslocou-se pelos três lados do nosso ataque e, ainda por cima, voltou para ajudar Egídio na marcação. Uma atuação digna de quem já começa, infelizmente, a chamar a atenção de clubes europeu, e que só não foi ainda melhor porque, vez ou outra, exagerou nas firulas. Torço para que ele possa permanecer por muito tempo no Palmeiras, mas se continuar a ter apresentações como esta ficará difícil mantê-lo no clube.

CUCA – 6,5
MUITO BOM

Nosso treinador merece elogios desta vez. Primeiro, soube aproveitar muito bem o longo tempo que teve para treinar técnica, tática e fisicamente a equipe. Depois, acertou na escalação inicial, abrindo mão de um volante de marcação e escalando o nosso meio-campo com três jogadores hábeis e de ótimo toque de bola, o que deu muito mais qualidade ao time. Além disso, foi perfeito ao determinar o revezamento entre Jean e Tchê Tchê, o que deu ao mesmo tempo mais velocidade à equipe tanto pelo meio quanto pelo lado direito, e sem que isso a tornasse mais vulnerável em ambos os setores. No jogo especificamente, conseguiu fazer com que tudo o que foi trabalhado pudesse ser visto em campo, e o resultado foi não só uma vitória por goleada, mas sim um futebol elogiável e que há muito tempo não víamos o Palmeiras jogar. Cuca só vacilou, ao meu ver, no tocante a duas das três substituições que efetuou: quem deveria ter entrado no lugar de Róger Guedes (e muito antes do que apenas aos 39 minutos do segundo tempo) era Erik, um jogador de muita qualidade e que ainda não conseguiu jogar no Verdão o futebol que mostrou no Goiás, e não Rafael Marques que, embora tenha iniciado a jogada do quarto gol, é um jogador que todo mundo sabe até onde pode ir. Também não teria sacado Lucas Barrios e colocado Alecsandro, pois embora este seja o segundo artilheiro do time na temporada o paraguaio não vinha jogando mal e, sobretudo apos ter aberto mão de disputar a Copa América, merecia a chance de jogar uma partida completa. O técnico só acertou, mesmo, quando mandou a campo Moisés em lugar de Cleiton Xavier, pois com tal alteração atingiu dois objetivos: poupou o titular de um desgaste maior após longo tempo inativo e deu ao suplente, que com certeza será muito utilizado neste Brasileirão, um pouco de ritmo de jogo. Agora, a equipe terá de novo um bom tempo de treinamento – quatro dias e meio, para ser exato -, e a esperança é que o futebol possa ser ainda melhor diante da Ponte Preta/SP.

MOISÉS – 5
REGULAR

Voltou ao time após um bom tempo inativo e, claro, mostrou visíveis sinais de falta de ritmo. Com uma sequência maior de treinos e jogos, certamente não sentirá mais a perna presa. 

ALECSANDRO – 5
REGULAR

Não me parece ser útil quando entra já no fim do jogo, pois é um jogador que leva alguns minutos até se situar em campo. Hoje, teve apenas 16 minutos para mostrar seu futebol e pouco conseguiu produzir.

RAFAEL MARQUES – 6
BOM

Nem deveria receber nota e avaliação, já que atuou por apenas 6 minutos, mas como neste exíguo espaço de tempo conseguiu participar ativamente do lance do quarto gol, acabou merecendo a análise que ora você lê.

FOTOS DA CAPA: César Grecco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO

8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE

18 Responses to SHOW DE BOLA. E DE ESPERANÇA.

  1. O amor é verde.

    • Márcio Trevisan

      E branco também, Osni.

      Abs.

      P.S.: Vc estava sumido, rapaz. Que bom que voltou!

      • estudando e trabalhando bastante. Logo comento mais vezes. deixa acabar o semestre. Mas sempre estou olhando as postagens. abraços.

  2. Tiago Henrique

    Permita-me discordar de ti Márcio. Cuca é o principal responsável pelo futebol jogado pelo Palmeiras nesse sábado.

    Por isso acho que a nota dele deveria estar junto com a dos melhores do time, talvez abaixo só de Gabriel Jesus.

    Vc mesmo disse tudo o que o time demonstrou em campo, toque de bola, jogadas ensaiadas e tals. Vejo as substituições de outra maneira ele deu moral para o Barrios então tinha que dar a chance de Alecsandro mostrar pq podia continuar de titular isso faz ele manter o vestiário na mão. O RM e não o Erik é pq o RM entende muito mais de tática que o Erik que não vinha mostrando nada demais até agora e terá suas oportunidades. O principal acho que ele manteve o esquema tático pq não quis demonstrar aos adversários as varições que o time pode fazer. Ou seja, trocou 6 por meia dúzia propositadamente para conseguir vantagens em outros jogos que serão obviamente mais difíceis que este de ontem.

    Entendo seu ponto de vista, mas acredito que o Cuca utilizou as substituições para manter a luta por posições e para esconder o jogo dos adversários mais cascudos.

    Vc consegue ver dessa forma também?

    • Márcio Trevisan

      Tiago: vc tem toda a permissão do mundo para discordar de mim.

      Seu ponto de vista é válido, mas me parece um pouco romântico demais.

      Porém, há um detalhe: se vc estiver certo, então nossa esperança fica ainda maior.

      Abs.

      • Ele disse que quer pelo menos 3 variações táticas. Apresentou uma ontem, então deve ter duas guardadas no forno. Que estão sendo preparadas.

        Acho sinceramente que as variações táticas já estão sendo treinadas, mas serão utilizadas em momento oportuno. Ele quer neste momento fortalecer esta forma de jogar.

        Tomara que eu esteja certo então.
        kkk

  3. Roberto Alfano

    Boa tarde, a muito tempo não se via o Palmeiras jogar assim , com tática e técnica bem treinada.

    Parabéns Palmeiras e ao nosso Treinador Cuca, pelo apresentação de hoje.

    Temos um longo caminho, mais jogando assim vamos conquistar o Título.

    Abraço.

  4. boa tarde
    concordo com tudo que já foi escrito e ainda lembro que o time
    mostrou varias jogadas ensaiadas, coisa que há muito tempo não se via.
    outra coisa, esse tche tche vai dar muitas alegrias, mas esqueçam esse
    tal de erick…é fraco, e já teve suas chances…

    • Márcio Trevisan

      Oi, Antônio.

      Calma: Erik foi muito bem no Goiás e pode estar tendo problemas de adaptação à Cidade, à torcida, ao clube.

      Aguardemos, pois também se trata de um jogador muito jovem.

      Abs.

  5. Infelizmente não pude ver e/ou ouvir esse jogo, estava em um casamento na cidade de Taubaté, durante a cerimonia apos o religioso fiquei sabendo do resultado de outros palmeirenses no evento e dizendo que o nosso time jogou bem e foi coeso.Acredito que essa parada apos o paulistão foi benéfica para o time e para o Cuca ajustar a equipe, mas no meu ver, e eu já vinha falando isso, o fato de Robinho ter sido desligado do elenco foi promissor, sempre soube nas alamedas do nosso parque Antartica que se tratava de atleta sem comprometimento com o time, e também, desagregador, não é elemento de vestiário, e eu até em certos momentos achava que isso ocorria com o Barrios, mas mudei radicalmente de opinião depois de ver e ouvir, o mesmo pedindo desligamento da seleção Paraguaia para se dedicar integralmente ao no nosso PALESTRA.

    • Márcio Trevisan

      Birochi: eu nunca dou muito ouvido a rumores das alamedas do Palestra, pois muitos deles são mentirosos.

      O que pode ter acontecido são duas situações ligadas a Robinho: sua saída deu espaço a entrada de Tchê Tchê, muito mais rápido, e Cleiton Xavier voltou a jogar muito bem depois de um longo tempo.

      Abs.

  6. Ótima vitoria. Pros adversários respeitarem o Palmeiras (como era antigamente).
    3 pontos, provável lider na primeira rodada e com saldo de 4 gols.
    Desde a época do Jorginho eu não via 3 coisas que aconteceram ontem:-
    1) O Palmeiras venceu jogando bem, objetivamente, com futebol vistoso e tentando fazer o maior número de gols possíveis.
    2) Todos os jogadores fizeram no mínimo um bom jogo, com harmonia, nenhum fez lambança em campo.
    3) O melhor de tudo, desde a época do Jorginho, nós não viamos o Palmeiras ficar treinando 1 semana, 10 dias, ou até mais de15 dias, e após este período apresentar uma MELHORA no futebol.
    Sempre depois das famosas “semana cheia de treinamentos” o futebol apresentado pelo time era vergonhoso, lamentável, assistindo as partidas quase tínhamos ataques cardíacos, tal a mediocridade apresentada.
    Este fenômeno começou na época do Luxemburgo, passou pelo Murici, Zago, Felipao,
    Kleina. Gareca, Dorival Júnior, Osvaldo de Oliveira, Marcelo Oliveira, etc…
    Parabéns pro Cuca, finalmente depois de um período de treino, o time MELHOROU !
    Márcio, será que depois de 7 anos de sofrimento (2009 a 2016) este período sabático de ver um péssimo futebol , ACABOU ?

    • Márcio Trevisan

      Jair: vc lembrou bem – a última vez que tinha visto o time jogar, de fato, um grande futebol, foi nos tempos de Jorginho.

      Claro que conseguimos grandes vitórias e algumas goleadas, mas não me recordo de elas terem sido obtidas jogando tão bem.

      É claro que teremos tropeços e possivelmente más fases até o fim do ano, mas é como eu disse: voltou a esperança.

      Abs.

  7. S.E.PRESIDENTE PRUDENTE

    MARCIO … AMANHECI COM O MELHOR TIME DO CAMPEONATO, ARTILHEIRO E O GOLEIRO MENOS VAZADO. SERA QUE SONHEI?

    • Márcio Trevisan

      Olá, Bibanco.

      Não, é fato. Aliás, por mim o Brasileirão já poderia ser encerrado.

      Abs.

  8. Olha não quero me iludir pois já vi esse filme do time estar bem e de repente tudo fica ruim novamente, mas dessa vez estou sentindo algo diferente. Se jogar sempre como jogou ontem dificilmente vamos ser batidos. Uma coisa é fato, Cuca já transformou a cara do time.

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Ed: percebo o mesmo que você.

      E digo mais: nem precisa jogar sempre o mesmo futebol do sábado – basta manter a postura e, com certeza, conseguiremos muito mais vitórias do que derrotas.

      Abs.

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