CAP. 63: O PALESTRA NA II GUERRA MUNDIAL (PARTE 3)

A decisão da diretoria palestrina, então já palmeirense, derrubou os escusos interesses do São Paulo/SP. Inconformados com a chance que perderam em conseguir seu estádio e invejosos do sucesso da empreitada alviverde, seus dirigentes e simpatizantes deram início, então, a um terrorismo contra aqueles que chamavam de “italianos disfarçados de brasileiros”. E, para piorar ainda mais a situação, eis que Palestra Itália – então já Palmeiras – e São Paulo disputavam ponto a ponto o título do Campeonato Paulista de 1942.

Oberdan Cattani

Todavia, os são-paulinos não perderiam por esperar. Teriam a resposta por tudo o que fizeram no lugar onde nosso time sempre obteve seu brilho maior: dentro de campo.

Em meio a toda a confusão pela mudança do nome e do uniforme, a Società Palestra Itália, então já Sociedade Esportiva Palmeiras, seguia firme na luta pelo título paulista de 1942, tendo justamente o São Paulo/SP seu mais direto perseguidor, embora o Corinthians/SP também seguisse com chances de ganhar o troféu. Eis que o destino, contudo, resolveu aprontar das suas: justamente quando pela primeira vez atuaria com seus novos nome e uniforme, o adversário palmeirense seria o Tricolor. E mais: se vencesse o jogo, o Verdão seria o campeão daquele ano – já nossos adversário precisava vencer para passar a depender somente de suas forças para abocanhar o título na última rodada.

Noronha

Palmeiras e São Paulo/SP tinham equipes fantásticas. Nomes como os dos palmeirenses Oberdan, Junqueira, Del Nero, Waldemar Fiúme e Villadoniga tinham, pelo lado são-paulino, rivais do nível de Noronha, Luizinho Mesquita, Waldemar de Brito, Remo, Pardal e, claro, Leônidas da Silva, o melhor jogador do Brasil naquela época. Por isso, quando da chegada do grande jogo, em 20 de setembro de 1942, não foi surpresa que ambos os times estivessem empatados na liderança, com 34 pontos e, portanto, com as mesmas chances de conquistar o título.

Waldemar Fiúme

Diante deste quadro, e também inconformados por não terem tido sucesso na “aquisição” de todo o patrimônio do antigo Palestra Itália, os dirigentes são-paulinos criaram um clima de guerra para a partida que poderia definir aquele Campeonato Paulista. Por meio das rádios e dos jornais, insuflaram durante vários dias seus torcedores a recepcionarem da pior maneira possível os “traidores disfarçados da Nação”, como nos classificavam, quando entrássemos no gramado do Pacaembu para a grande decisão.

A hostilidade são-paulina era tão grande que até mesmo autoridades governamentais, como o então Capitão do Exército Sílvio de Magalhães Padilha, um dos homens que mais havia trabalhado pelas mudanças às quais o nosso clube teve de se submeter, chegou a pedir calma ao corpo diretivo tricolor e também a seus torcedores. Em nota assinada nos jornais, ele dava, entre outras palavras, um claro recado a quem fomentava a discórdia: “Nem a tolerância descabida, nem o exagero injustificável”.

Leônidas da Silva

O que nosso frustrado e invejoso adversário não sabia é que o Palmeiras preparava uma jogada de mestre para acabar com todos os planos de guerra que eles armavam contra nós. Em nosso próximo encontro, continuaremos a falar sobre o tema, sem dúvida alguma a página mais marcante e importante de toda a história do nosso clube.

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2 Responses to CAP. 63: O PALESTRA NA II GUERRA MUNDIAL (PARTE 3)

  1. Boa tarde, Márcio.

    Enfim chegou a grande matéria que eu esperava. Ansioso pela segunda parte.

    Abraços.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Guilherme.

      Ao todo, serão seis os capítulos que tratarão deste tema.

      Espero que goste.

      Abraços e obrigado pelo interesse.

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