Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, na data do 74º aniversário do Divino, mais uma vez saiu da crise em cima do maior “pato” da sua centenária história.  

EM SÍNTESE - Sempre digo que a única coisa mais saborosa do que ganhar do Corinthians/SP é ser pai, e somente quem é pai e já ganhou do Corinthians/SP entende esta frase. Daí vocês podem ter a ideia do quão feliz este amigo de vocês ficou assim que terminou o derby deste domingo. Por sinal, tal sensação já seria predominante mesmo que nossa vitória tivesse sido imerecida, injusta ou fruto da sorte – imaginem, então, o grau de euforia em que fiquei após este 1 a 0 obtido com um futebol muito bom durante todo o jogo, com superioridades técnica, tática e de raça. Muitos podem dizer que se “eles” tivessem convertido o pênalti provavelmente a história deste clássico teria sido outra, e isso é verdade. Mas, como sabemos, o “se” não joga – Fernando Prass, sim. O que vale, meus amigos, é que melhoramos demais em relação a jogos passados e ganhamos um embalo importantíssimo para a decisão que teremos na próxima semana, pela Libertadores. Mas, por outro lado, eu nem sei por que estou tão feliz – afinal, esta já foi a 123ª vez que ganhamos “deles”. Já está até perdendo a graça…

 

FERNANDO PRASS – 7
ÓTIMO 

A verdade é que a marcação do Palmeiras neste domingo foi tão efetiva que ele fez apenas uma única defesa em todo o clássico. O detalhe é que tal defesa foi “a” defesa, foi o lance que definiu o jogo. Pegar um pênalti todo goleiro, vez ou outra, pega, mas o nosso goleiro os pega quase sempre. E o de hoje, é bom frisar, não foi Lucca quem o perdeu – foi Prass quem o ganhou.

JEAN – 5,5
SATISFATÓRIO 

Pela segunda vez apresentou alguns problemas defensivos, sendo que após um erro seu, ainda no primeiro tempo, por pouco Lucca não abriu o placar. Daí ter necessitado na cobertura constante de Arouca, que se desdobrou para ajudá-lo. No apoio foi um pouco melhor, mas após a entrada de Lucas retornou ao meio-campo e, como sempre, sumiu do jogo. Ponto positivo apenas para sua raça, que não faltou em nenhum dos setores em que atuou.

THIAGO MARTINS – 4,5
RUIM 

Não entendi por que ele foi mantido no time titular e Edu Dracena ficou no banco, mas também não quero que vocês pensem que eu pego no pé do garoto. Aliás, ele até vinha tendo uma boa atuação no derby, jogando na sobra e dano uma força a Vítor Hugo na marcação a André. Porém, de forma afobada e destrambelhada, errou o tempo da bola e cometeu o pênalti que, cá entre nós, poderia nos ter causado até mesmo a derrota. Então, repito aqui o que escrevi após a vitória sobre o Rio Claor/SP: a verdade é que este rapaz não está, pelo menos por enquanto, preparado para defender uma camisa tão pesada quanto a nossa.   

 VÍTOR HUGO – 7
ÓTIMO 

Fazia tempo que não mostrava aquele futebol que o transformou em um dos melhores zagueiros do País em 2015. Hoje, anulou completamente o tal do André Balada (se bem que, neste caso, não é preciso muita coisa, certo?), foi preciso nas antecipações e perfeito nas poucas coberturas a Egídio que precisou fazer. 

EGÍDIO – 6
BOM

Tendo ao seu lado Zé Roberto e também Gabriel Jesus, sentiu-se protegido o suficiente para apoiar bastante, sobretudo nos primeiros 45 minutos de jogo. É claro que errou um ou outro passe, um ou outro cruzamento – afinal, sabemos que sua técnica não é lá uma Brastemp. Mas diante de outras atuações que já teve, hoje foi mais uma vez bem. Aliás,foi dele a cobrança da falta que originou nosso gol. 

AROUCA – 6,5
MUITO BOM

Nada como ter atrás de si a presença de um Gabriel, não é mesmo? Graças à atuação do cabeça-de-área, pôde ao mesmo tempo anular Elias e ainda iniciar várias de nossas jogadas de ataque. Na etapa final, postou-se um pouco mais defensivamente, sobretudo após o gol de Dudu.

ROBINHO – 5
REGULAR

Se taticamente cumpriu bem a sua função, preenchendo o lado direito de nossa intermediária ofensiva, tecnicamente esteve bem abaixo do que poderia. Errou passes fáceis e só a acertou um lançamento, ainda na etapa inicial. Talvez anda esteja sentindo os mesmo problemas de saúde que o tiraram de campo no meio de semana.

GABRIEL – 6,5
MUITO BOM 

Que a atuação deste domingo seja a marca de sua efetiva volta à equipe, pois é inegável o bem que sua presença faz ao Palmeiras. Hoje, fez com que Guilherme e, depois, Romero, inexistissem em campo, roubou várias bolas e até no campo de ataque deu as caras. Será imprescindível na decisão contra o Rosário Central/ARG. 

ZÉ ROBERTO – 7,5
ÓTIMO

Taticamente, foi sem dúvida o melhor jogador em campo. Afinal, foi o responsável por três funções: armar jogadas pelo lado esquerdo, ajudar Egídio na marcação ao perigoso setor direito corintiano e, também, ser muitas vezes quase que o ponta-esquerda do time. E o melhor é que conseguiu realizar tudo isso com competência e qualidade. Hoje, só não brilhou mais do que seu chefe.

ALECSANDRO – 5,5
SATISFATÓRIO

Não repetiu neste domingo o ótimo futebol que mostrou na quinta-feira, pois além de estar sempre bem marcado por Felipe ainda precisou, muitas vezes, voltar ao meio-campo e até iniciar algumas jogadas de ataque. Daí ter errado mais passes e perdido mais bolas do que normalmente costuma acontecer. Valeu pelo quase gol que marcou, que só não aconteceu porque Cássio fez não uma defesa, mas um milagre.

GABRIEL JESUS – 6
BOM 

Foi um dos responsáveis pelo fato de Fágner praticamente não ter aparecido uma única vez no apoio, já que durante todo o jogo ficou em cima do ótimo lateral-direito alvinegro. Conseguiu algumas jogadas individuais de qualidade, aplicou alguns dribles bonitos mas poderia ter sido mais efetivo no aspecto ofensivo, sobretudo no segundo tempo, quando caiu de rendimento. Quase fez um lindo gol, é verdade, mas se forçou o terceiro cartão para entrar “zerado” nas quartas-de-final, cometeu um erro – afinal, para seguirmos no campeonato sem depender de ninguém teremos de vencer o Mogi Mirim.

CUCA – 8
EXCELENTE 

Não houve um único profissional que se destacasse mais neste derby do que o nosso treinador. Na verdade, hoje ele aplicou naquele que, sem dúvida alguma, é o melhor técnico do País o que se chama de “nó tático”. Ao reforçar o lado esquerdo do nosso time optando pelo retorno de Zé Roberto à equipe titular, ele ao mesmo tempo anulou o setor mais perigoso do Corinthians/SP, já que Fágner foi o tempo todo muito incomodado por Gabriel, por Egídio e pelo próprio veteraníssimo palmeirense, e também reforçou nossas jogadas ofensivas por esta faixa do campo. Ou seja: resolveu dois problemas com uma única ação. Outro ponto a favor de Cuca foi a opção por Gabriel desde o começo da partida. Com o cabeça-de-área, melhoraram demais não apenas a nossa marcação à frente da zaga mas também a nossa saída de jogo, ora feita pelo próprio, ora por Arouca. Posicionar corretamente os jogadores em campo e definir com clareza quais as suas atribuições táticas é dever, claro, de todo treinador, mas como bem sabemos nem todos o sabem fazer a contento. Mais um ponto positivo: em nenhum momento o Palmeiras deu um chutão, tão comuns há bem pouco tempo. A equipe sempre soube sair jogando, e mesmo quando errou não se abateu – e tentou novamente. Nas substituições, ele acertou em cheio: Dudu estava louco de vontade de jogar, e isso é muito importante para qualquer jogador, sobretudo quando se trata de um clássico decisivo – pelo menos para nós, claro; Lucas deu ao setor direito um pouco mais de ofensividade, algo que o já cansado Jean então não mais conseguia propiciar; e Thiago Santos, com características semelhantes às de Gabriel, soube manter o nível na posição. Mas, infelizmente, tenho de salientar, também, um erro cometido por Cuca na opinião deste jornalista: Edu Dracena pode não estar bem, mas com uma só perna e cego de um olho é bem melhor do que Thiago Martins. E mais: no jogo de quarta-feira, com a infernal pressão que certamente sofreremos, é certo que o menino irá tremer – portanto, será hora do experiente zagueiro voltar ao time.

DUDU – 6,5
MUITO BOM

Talvez nem devesse ter sido relacionado para esta partida, já que voltou a sentir as mesmas dores musculares que o deixaram de fora das duas últimas partidas. Mas sua vontade de estar em campo e de dar mais um chapéu no arquirrival era tão grande que ele acabou sendo agraciado com um gol de cabeça (detalhe: tem apenas 1,67 m de altura…) e por pouco não fez outro. O problema é que pode ser desfalque para a decisão do meio de semana.

THIAGO SANTOS – SEM NOTA
EM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 10 minutos, sem tempo para ser analisado.

 LUCAS – 5,5
SATISFATÓRIO

A partir do momento em que entrou, voltaram a surgir jogadas pelo lado direito do nosso ataque – como o excelente lançamento que fez para Dudu, que só não marcou o segundo gol porque Gabriel Jesus tocou na bola antes que ela batesse na trave. Mas acredito que perdeu a posição para Jean.

FOTOS DA CAPA: César Grecco/Ag. Palmeiras

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
9,5 – PERFEITO
09 – QUASE PERFEITO
8,5 – EXCELENTE
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE