SEMPRE NÃO É TODO DIA

Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras que, mesmo novamente tendo em Fernando Prass seu destaque, deixou escapar o título da Copa Antel.

EM SÍNTESE - Torneios como o Palmeiras disputou no Uruguai são sempre muito cruéis: se vencidos, o campeão não fez mais do que sua obrigação – afinal, tratou-se de uma competição amistosa; se perdidos, seu perdedor sempre será motivo de críticas – afinal, a equipe não conseguiu o título nem mesmo de uma competição amadora. Assim, mais produtivo se torna a análise do que a equipe produziu – ou melhor: deixou de produzir – nesta primeira competição do ano. E exatamente como havia acontecido na vitória sobre o Libertad/PAR, também hoje, no empate com o Nacional/URU o que se viu foi uma equipe muito parecida com a do ano passado, tanto em suas virtudes quanto em seus defeitos. A exceção fica sendo a mudança do esquema tático inicial para o 4-3-3 e, também, a atuação da equipe, durante alguns minutos, sem a presença de um centroavante fixo – sem dúvida uma opção para específicos momentos de uma partida, sobretudo quando precisarmos de mais velocidade pelos lados do campo. Em relação à derrota nos pênaltis, nada além do normal: tivemos a chance de vencer, erramos demais e o time uruguaio foi um pouco menos incompetente. Ressalte-se, apenas, mais uma show de Fernando Prass, que me fez lembrar a antiga canção de Oswaldo Montenegro, cujo nome transformei no título desta crônica.

FERNANDO PRASS – 8
EXCELENTE 

Não fez uma única defesa durante todo o jogo, mas depois defendeu dois penais e ainda converteu o seu. Pena que tanta competência não tenha sido suficiente Durante toda a partida foi um simples espectador, já que o time paraguaio mal conseguiu acertar o nosso gol. 

LUCAS – 4,5
RUIM 

Não teve uma boa atuação. Defensivamente, levou um baile de Olivera, lateral-esquerdo reserva do Nacional/URU. Justamente por isso, não apareceu com talento uma única vez no ataque. Demorou para ser substituído.

EDU DRACENA – 5,5
SATISFATÓRIO 

Muito bem pelo alto, onde ganhou todas as bolas que disputou. Ainda no primeiro tempo, porém, deu uma “espanada” ridícula e quase nos causou um sério problema. Diante de sua experiência, deveria ter sido um dos cobrados nos pênaltis.

LEANDRO ALMEIDA – 6
BOM 

Este limitado zagueiro até que fez uma boa partida. É bem verdade que, na maioria do jogo, os atacantes uruguaios não causaram nenhum dano, mas ainda assim esteve atento à marcação e também nas antecipações.

ZÉ ROBERTO – 6
BOM 

Outro que se ateve apenas à marcação, já que Eroza e, principalmente, Fucile, realizaram várias jogadas pelo seu setor (aliás, precisou sempre de ajuda neste sentido, primeiro de Erik e depois de Gabriel Jesus). Valeu por ter convertido o pênalti.

MOISÉS – 6
BOM 

Não reeditou a ótima atuação de sua estreia, mas mesmo assim não foi mal. Errou um ou outro passe, é verdade, mas por outro lado repetiu a personalidade em todas as jogadas de que participou. Mais um que, devido à experiência, poderia ter sido um dos escolhidos para os penais.

AROUCA – 5,5
SATISFATÓRIO 

Parece começar este ano da mesma forma que terminou o anterior: dedicando-se ao máximo, mas não rendendo o mesmo futebol que o transformou em unanimidade nacional. Precisa estar esperto, pois agora a concorrência em seu setor, tanto em quantidade quanto em qualidade, aumentou muito.

ROBINHO – 6,5
MUITO BOM 

Mesmo sem brilhar os mesmo ter uma efetiva participação durante todo o jogo, foi o mais lúcido jogador do nosso time, principalmente nos lançamentos.

DUDU – 4
MUITO RUIM

Uma atuação atípica. Muito bem marcado, não conseguiu realizar uma única boa jogada – seja pelas pontas, onde começou, seja pelo meio, como um falso centroavante. Para piorar ainda mais, bateu muito mal o pênalti e contribuiu diretamente para a perda desta taça.

ALECSANDRO – 5
REGULAR 

Existe um fato indiscutível no futebol: centroavante tem de chutar a gol. Se não o faz, deixa de cumprir sua principal função. Mais uma vez, isso se deu com o amigo aí de cima, se bem que a seu favor deve se destacar o fato de as bolas, novamente, não lhe terem chegado. Valeu pela disposição e pela busca do jogo longe da área.

ERIK – 5,5
SATISFATÓRIO

Ganhou com mérito a posição no time titular, mas não reeditou a boa apresentação em sua estreia. Salvo alguns lances individuais de habilidade, não demonstrou nada do que realmente pode e sabe fazer.

MARCELO OLIVEIRA – 5,5
SATISFATÓRIO

Nosso treinador acertou na escalação inicial, galgando à condição de titular os dois jogadores que melhor havia se apresentado na quarta-feira – Moisés e Erik. Também foi bem na alteração do esquema tático inicial, dando mais liberdade a Arouca e ao próprio Moisés para saírem jogando e, com isso, deslocando Dudu da ponta-de-lança para a ponta, ora a direita, ora a esquerda. Por outro lado, continua sem conseguir resolver o problema da ligação direta entre a defesa (e, por vexes, até mesmo o goleiro) e o ataque e demora para mexer taticamente na equipe. Hoje, é fato, o fez, inclusive mandando a campo Rafael Marques como centroavante, mas bem depois do que poderia tê-lo feito. Em minha opinião, errou também na escolha do primeiro cobrador do pênalti na fase intercalada, já que nomes como Edu Dracena, Moisés e até mesmo Leandro Almeida são muito mais experientes do que o ainda adolescente Gabriel Jesus.

MATHEUS SALES – 5
REGULAR

Entrou no lugar de Arouca para melhorar a marcação e também dar mais qualidade à saída de jogo. E não conseguiu nem uma coisa, nem outra.

GABRIEL JESUS – 5,5
SATISFATÓRIO

Foi uma pena ter desperdiçado o pênalti decisivo, que nos fez perder a taça. Digo isso porque, após sua entrada, o Palmeiras melhorou muito ofensivamente – quase marcou, de cabeça, logo em seu primeiro lance e fez pelo menos duas ótimas jogadas pela esquerda. Tivesse convertido o penal, seria um dos melhores do time.

JOÃO PEDRO – 5,5
SATISFATÓRIO

Deveria ter entrado já no intervalo, dada a má jornada de Lucas. Assim que foi a campo, só aos 20 da etapa final, melhorou muito a marcação no setor e ainda deu as caras, vez ou outra, no ataque.

RAFAEL MARQUES – 5
REGULAR

Entrou para jogar onde não gosta, no comando do ataque, e por isso mesmo não conseguiu realizar nada que valesse destaque. Nota e avaliação acima se justificam apenas pelo gol de pênalti que fez – e que ainda assim quase perdeu.

ALLIONE – 4,5
RUIM 

Nem iria participar do jogo, já que Marcelo Oliveira havia optado por Régis. Mas, de última hora, o treinador mudou de ideia e ele teve mais uma chance de mostrar o seu futebol. Lamentavelmente, não conseguiu reeditar diante dos uruguaios o bom jogo que fizera frente aos paraguaios, e para piorar tudo ainda perdeu o pênalti.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

10 – DIVINO
09 – PERFEITO
08 – EXCELENTE
7,5 – ÓTIMO
07 – ÓTIMO
6,5 – MUITO BOM
06 – BOM
5,5 – SATISFATÓRIO
05 – REGULAR
4,5 – RUIM
04 – MUITO RUIM
3,5 – PÉSSIMO
03 – PÉSSIMO
2,5 – VERGONHOSO
02 – VERGONHOSO
1,5 – MEDONHO
1,0 – MEDONHO
0,5 – ENOJANTE
00 – ENOJANTE 

 

15 Responses to SEMPRE NÃO É TODO DIA

  1. Mal começou o ano e o Palmeiras já soma 3 jogadores lesionados e 2 sendo poupados com dores. Já passou da hora de reformular todo esse departamento médico.

    • Márcio Trevisan

      Ed: você continua achando que o DM machuca o atleta, e isso não é verdade.

      As contusões musculares que aconteceram (CX10 e Dracena) se devem ao histórico do primeiro e à idade avançada do segundo. Já a torção do tornozelo do Rodrigo pode acontecer com qualquer jogador.

      Em relação à reformulação, ela já está acontecendo – mas não em termos de pessoal. O que vem sendo reformulado são os aparelhos fisioterápicos e fisiológicos.

      Abs.

      • Márcio, não sei exatamente o que é, até porque sou totalmente leigo nesse assunto de preparação de jogador e tenho plena consciência de que posso estar dizendo besteira. Mas que é estranho é.

        Abraços.

  2. Não tem mais desculpas para o senhor MO. O time joga muito mal mesmo quando ganha. Não há variações táticas, é só chutão, insiste com Leandro Almeida numa teimosia absurda, enfim, não o vejo como esse grande treinador que parecia ser.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Ed.

      Perdoe-me pela demora na resposta.

      Estou com você. Tenho a impressão (na verdade quase uma certeza) de que nas mãos de um Tite, de um Cuca e até mesmo de um Luxa esta equipe daria um show a cada jogo.

      Abs.

  3. emilio maranga

    Márcio assisti os dois jogos e o jogo treino contra o River o time continua sem dar LIGA .MO , adora uma folga heim ? Por favor, avise-o que campeonato paulista,também derruba técnico principalmente se os 3 rivais estiverem melhores classificados !!!

    • Márcio Trevisan

      Olá, Maranga.

      Peço desculpas pela demora na resposta.

      Apesar do título da Copa do Brasil, também não estou totalmente convencido de que Marcelo Oliveira é um dos tops, embora tenha obtido três conquistas nacionais nos últimos três anos.

      Vamos ver como o time irá no Paulistão e nos primeiros jogos da Libertadores para ver se o cara merece, mesmo, ser o comandante desta equipe.

      Abs.

  4. Marcio, bom dia.

    Neste fim se semana, além do jogo do verdão, assisti aos jogos do Real Madri e Barcelona.
    Prestei muito atenção nos adversários destes times, Betis e Málaga, principalmente na saída de bola.
    Estes dois últimos times que citei, sofreram pressão o jogo todo das equipes maiores, e com raras exceções, fizeram ligação direta.
    Em muitos momentos dos jogos, virou ataque contra defesa, e mesmo assim, os times pressionados tentavam sair jogando, e ficou muito claro que, apesar das saídas com a bola no chão quase nunca resultarem em jogadas ofensivas, quebravam um pouco a pressão, pois o time em melhor situação no momento, tinha que tentar roubar a bola para somente depois organizar uma jogada.
    O Palmeiras precisará demais aprender a tocar a bola em seus inícios de jogada, caso contrário, em momento de pressão, principalmente na libertadores, será um “Deus me livre”.

    Abs

    • Márcio Trevisan

      Rodrigo: concordo com tudo o que vc falou.

      Tomara que isso já tenha entrado na cabeça do Marcelo Oliveira.

      Abs.

  5. Marcio, Só para constar, o Arouca pelo menos nestes dois jogos vem fazendo uma função diferente, talvez como opção para saída de bola, o MO o escalou como primeiro volante, não aparece tanto, mas fez uma função defensiva muito boa, tanto é que não fomos muito ameaçado e não tomamos gol. Estávamos acostumados ver ele se movimentando e sendo opção, agora ele ficou mais fixo. No 1º jogo o Matheus Salles fez a função de segundo volante e saia mais e no 2º jogo foi o Moisés.

    • Márcio Trevisan

      É verdade, Marcos, mas não me parece ser a melhor forma de se utilizar o Arouca.

      Até porque nosso primeiro marcador, que eu chamo de cabeça-de-área, será em breve (graças a Deus) o Gabriel.

      Quanto a não termos sofrido gols em dois jogos seguidos, algo que não acontecia desde julho do ano passado, os méritos são também para Edu Dracena e a estabilidade aérea que ele já deu à nossa defesa.

      Abs.

  6. Marcio, Sinceramente prefiro aguardar começarem as competições, até agora sem levar em conta a forma física normal de início de temporada, deu para perceber que o MO tem feito vários testes, alem de muita gente sem estrear na temporada.
    Mas a de salientar que preocupa os antigos erros, e a necessidade de variar o esquema tático. O MO e o time está muito refém deste esquema que isola e acaba queimando o centro avante, usa dois atacantes pelas pontas que acabam ficando fixos, e fecham os espaços para apoio dos laterais, e fica apenas um para aramar, que caso não tivermos este jogador como é o caso ou se bem marcado, o time não anda. A única solução é o contra ataque. Isso é muito pouco.

    • Márcio Trevisan

      Concordo com tudo o que vc falou, Marco, e completo: mesmo com a lesão do CX10 (mais uma lesão, por sinal!), há no elenco váris opções de qualidade para se montar o time.

      Então, é simples: agora é com o treinador.

      Abs.

  7. Roberto Alfano

    Boa tarde caro Trevisan e internautas, muito boa a sua avaliação, este é o clima da Libertadores, não tem moleza é duro, espero tenham aprendido a lição.

    Volto a dizer , falta um camisa 10, um meia de criação, para melhorar a ligação com o ataque, ainda da tempo de aperfeiçoar.

    Semana que vem inicia o Campeonato Paulista, boa sorte Verdão.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Obrigado pelo elogio.

      Camisa 10 tínhamos dois: um a gente mandou embora e o outro se apaixonou pelo DM.

      Abs.

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