MAGRA, É VERDADE. MAS, AINDA ASSIM, GOSTOSA.

Vitória sobre o Cruzeiro vale mais para o Brasileirão do que para a Copa do Brasil 

Meus amigos.

Vencer sempre é bom, independentemente da forma como veio a vitória e do grau de importância que ela possa – ou não – ter. Assim, os 2 a 1 que impusemos sobre o Cruzeiro/MG nesta noite tem lá o seu sabor, ainda que ele não tenha sido tão doce quanto poderia ou mesmo gostaríamos. Ganhamos, temos a vantagem de jogar por um empate em BH e, desta forma, estamos mais próximos das quartas-de-final do que o nosso tradicional adversário.

Mas, sinceramente, não é a Copa do Brasil que mais me prende a atenção neste momento. O torneio, claro, é o caminho mais curto para que cheguemos à próxima edição da Libertadores, mas nem sempre o caminho mais curto é o mais fácil – por sinal, muitas vezes ele se torna tortuoso e cansativo demais. E pior: pode nos roubar ao corpo a força e ao semblante a graça, como já diria o poeta Tomás Antônio Gonzaga.

E é por isso que na humilde opinião deste velho repórter o triunfo de hoje poderá nos ser mais importante no Campeonato Brasileiro. Antes, porém, segue uma rápida explicação dos motivos que nos levaram a ganhar.

Mesmo sem jogar bem e perdendo um importante jogador ainda na etapa inicial, mais uma vez conseguimos vencer. E melhor: ao contrário do que acontecera, por exemplo, diante do Flamengo/RJ e também em outras partidas vencidas, desta vez a equipe de Luxa não sobrou em campo, não nos pressionou, não impôs seu ritmo de jogo. Ficou, é fato, com a bola por mais tempo nos pés, mas não soube transformar tal superioridade em efetivo domínio de jogo.

“E por quê?”, pode perguntar o prezado palmeirense que ora me honra com sua leitura. Respondo-te: porque nosso meio-campo, inicialmente com quatro homens e posteriormente com três, soube ocupar os espaços, permitiu que o time mineiro tocasse a bola sempre longe de nossa área. Sim, bem sei, de novo Fernando Prass fez boas defesas, mas em todas as vezes que precisou nos brindar com seu talento nosso goleiro defendeu bolas chutadas da intermediária.

Outro ponto interessante foi nossa linha ofensiva. Barrios não brilhou, longe disso, mas o toque que deu para Cleiton Xavier marcar o primeiro gol é algo que somente quem sabe jogar, e muito, consegue fazer. Que me perdoem todos os que o odeiam, mas quando vi o paraguaio deixar o meia na cara do gol com apenas um toque foi impossível não me lembrar do antigo dono de nossa camisa 10 – afinal, foi um lance de pura magia. Além disso, destaco, também, mais uma ótima atuação de Dudu (que cruzamento preciso para Rafael Marques, não?) e um Zé Roberto que, mesmo muito pouco inspirado, sobretudo no primeiro tempo, deu uma inegável dose de qualidade a mais em nosso meio-campo. Por fim, não posso me esquecer de Marcelo Oliveira, que merece todos os elogios não só pela escalação inicial mas principalmente quando optou por um atacante para substituir um volante – naquele momento, ele mostrou coragem e a exata noção da grandeza do clube que dirige. 

Mas eu disse aí em cima que esta vitória poderá mais no servir no Brasileirão do que na própria Copa do Brasil, e o motivo é simples: não sei se a vantagem que obtivemos será suficiente para nos garantir entre os oito melhores do torneio (afinal, um simples 1 a 0 já será suficiente para dar a vaga ao nosso antigo xará), mas sei que ela pode servir de combustível para enfrentarmos o outro time mineiro no domingo e, de repente, conseguirmos algo que nem mesmo os mais otimistas palmeirenses imaginam: uma vitória. Esta, sim, certamente nos recolocará no G4. Isso é provável? Não, não é. Mas o improvável não é impossível.

Entenderam, agora, o título desta crônica pós-jogo?

Obs.: A não exibição de imagens deste jogo é proposital. Este site jamais exibirá imagens do Palmeiras quando o nosso time não jogar com camisas que sejam, em sua totalidade ou, ao menos, em sua maior parte verdes ou brancas.

26 Responses to MAGRA, É VERDADE. MAS, AINDA ASSIM, GOSTOSA.

  1. Palmeiras de azul é tão empogante que peguei no sono antes de acabar o primeiro tempo.

  2. Leonardo Madureira

    Eu percebi no jogo de ontem e no do flamengo uma tendência irritante em nosso time. O fato de fazer o gol e recuar. Dae toma o gol de empate e tenta desesperado o segundo gol, que antes, por algum motivo, não tentava. Po, não estávamos jogando assim até a pouco tempo atrás. Será possível a saída de um jogador desestabilizar tanto nossa mentalidade de jogo?

    • Márcio Trevisan

      Leonardo: sim, é possível.

      Principalmente se este jogador que sai da equipe for o maior “ladrão” de bola do futebol brasileiro e, ao mesmo tempo, um dos melhores no passe.

      Abs.

  3. Emilio Maranga

    Até quando vamos ficar jogando com esse azul nogento ??Falaram que é a camisa do centenário, mas ja vamos fazer 101 anos !! parabéns por não colocar fotos desse azul !!!

    • Márcio Trevisan

      Oi, Maranga.

      Agradeço o elogio.

      Infelizmente, não só no Palmeiras, mas em quase todos os clubes, o marketing e ânsia na venda de camisas mandam mais do que a tradição.

      O grande problema é que tem palmeirense que compra a camisa azul, a amarela, a verde-limão…

      Abs.

  4. Emilio Maranga

    Parece que todo palmeirense ta vendo o olque nosso segundo paneleiro não esta conseguindo ver !!! Nosso time não tem posse de imesnão chuta á gol e não temos mais descida de laterais !!!E agora que perdemos mais um volante??Eu temo por uma goleada contra o Galo Mineiro, ainda mais que temos a fama de recuperar times que fazem algum tempo sem ganhar .

  5. 1. Parabéns por não colocar foto do time com uniforme azul, amarelo, preto, laranja, abobora, cinza, prata, etc…
    2. Só aceito, verde e branco, com o 3ª uniforme com uma pequena fita em vermelho como lembrança das nossas origens e homenageando os maravilhosos jogadores que vestiram as cores do Palestra Itália.
    3. Vou defender uma tese sobre o porque do Palmeiras ter em todas as partidas menos posse de bola que os times adversários:-
    3.1. Gosto demais do Fernando Prass como goleiro debaixo das traves e mesmo saindo pra socar as bolas alçadas na área, mas… como bate mal os tiros de meta e reposições com chutes rasteiros após recuos de bola efetuado pelos nossos zagueiros, é impressionante a quantidade de bolas que vão pra fora da linha lateral, são lançadas pros atacantes próximos a linha lateral onde eles são espremidos pelos adversários, chutes pros nossos atacantes “anões” Dudu e Cristaldo que sempre perdem as divididas com os zagueiros altos dos adversários, ou mesmo lançamento no “vazio” onde só tem zagueiros adversários.
    3.2. Não bastasse o Prass ter essa péssima reposição de bola, TODOS os nossos zagueiros são péssimos pra sair jogando, o melhorzinho nesse quesito é o Vitor Ramos, quase todas as saídas de bola do Vitor Hugo, Jackson, Nathan e do inacreditavelmente medíocre Leandro Almeida são chutoes, chutoes e tome dezenas de chutões por partida.
    4. Moral da história os adversários estão o tempo todo interceptando estes chutoes e fazendo posse de bola sobre o Palmeiras.
    Essa é a min ha teoria sobre o porque da menor posse de bola do Palmeiras em todas as partidas.

    • Márcio Trevisan

      Jair: obrigado pelo elogio.

      Neste site o Palmeiras só aparecerá de verde e de branco, jamais de outra cor. É a minha forma de protestar contra esta falta de respeito à nossa história.

      Sua tese sobre nossa pequena posse de bola tem fundamento, e pode ser acrescida da afobação na hora de iniciarmos a jogada em nosso meio-campo.

      Abs.

  6. O comentário que fiz no post anterior eu repito. Tivemos sorte novamente, mas desta vez de não ter tomado mais gols. O MO não está conseguindo resolver o meio campo. O Jackson é bem melhor que o Leandro Almeida mas falhou novamente ontem como falhou contra o Flamengo. Passamos a ter problemas defensivos também nas laterais. o Egídio é fraco na marcação e, nos últimos 3 ou 4 jogos o Lucas também vem tendo sérios problemas na marcação. Os gols e as jogadas mais perigosas dos adversários tem saído do seu lado. Ou acerta logo, ou a maionese desanda de vez. A sorte não acompanha sempre.

  7. Nossa zaga é lenta, independentemente da formação que atua. Isso explica a quantidade de dribles e jogadas de ultrapassagens dos adversários que acabam resultando em gol.

    A saída do Gabriel, em minha opinião, é a grande responsável por essa situação. O Andrei é bom jogador, não compromete, e poderia inclusive ser adiantado para substituir o Arouca se a ausência deste se confirmar. Mas não tem a mesma pegada do Gabriel. Amaral também não.

    A solução passa, para mim, por um jogador do próprio Palmeiras, que está emprestado neste momento: JOÃO DENONI. Depois do Pierre (e antes do Gabriel), ele foi o jogador que melhor jogou nesta posição de cão de guarda, a meu ver. Como existe esta carência na equipe, seria uma alternativa barata, já com grande identificação com o time.

    Márcio, dá essa dica para o pessoal que você conhece por aí… rssss!

    Saudações palestinas e, Marcelo Oliveira: conserta essa peneira, pelo amor de Deus!!!!

    • Márcio Trevisan

      Marcelo: excelente a sua lembrança.

      Mas trazer agora o Denoni é impossível: ele está emprestado ao Atlético/GO até 31/12/2015.

      Abs.

      • Ele está emprestado, mas neste ano mesmo o Palmeiras já conseguir trazer de volta do próprio Atletico/GO o Mateus Muller, durante o Paulista o, antes do fim do empréstimo. Tudo é questão de negociar… rssss.

        Mas que ele cairia como uma luva no time, cairia. E sem gastar muito.

        Obrigado pela resposta, Márcio. Abs!

        • Márcio Trevisan

          Marcelo: de fato, impossível não é.

          Mas creio que o Palmeiras teria de pagar uma multa contratual. E é aí que o bicho pega: afinal, contratou-se mais de 20 jogadores e é preciso trazer de volta um que foi liberado?

          Abs e escreva sempre.

  8. Paulo Eduardo Michelotto

    Na minha opinião, o nosso time precisa segurar mais a bola. Falta ainda valorizar a posse da bola,principalmente quando começa a levar sufoco. Tem jogadores capazes de prender disto, daí a coisa vai melhorar muito.

    • Márcio Trevisan

      Concordo, Paulo.

      Às vezes, na ânsia de ir ao ataque, a bola acaba “queimando” nos pés dos jogadores.

      Abs.

  9. Uai, acho que assisti outro jogo. Concordo com o companheiro Valter, fomos massacrados o tempo todo. Se o Cruzeiro tivesse um time um pouco menos ruim teríamos sido desclassificados já ontem mesmo. O Palmeiras está um amontoado de cabeças-ocas que não sabem para onde vão dentro de campo. E se continuar assim, jogando como amadores, não só não passaremos nem dessa fase da copa do Brasil como ainda corremos sérios riscos de lutar contra o rebaixamento no brasileirão.

    • Márcio Trevisan

      Tadeu: vc não viu outro jogo.

      Apenas tem uma opinião diferente da minha a respeito do mesmo fato.

      E isso é normal: torcedores veem o futebol como podem e querem; jornalistas o veem como podem e devem.

      Abs.

      • PALESTRINO NATO

        Se for como o amigo disse, então assisti outro jogo. Mas, somos torcedores e cada um com seu coração. O importante é estarmos juntos e mostrar pra quem quer que seja que nesse clube existe união.

  10. Márcio,
    bom dia.
    Vitória é vitória, seja ele magra, insossa. É melhor ganhar do que empatar ou perder.
    Ontem ficou bem exposto que A.Girotto e Jackson tem que se reciclarem. No caso do volante, sem titubear eu colocaria um menino da base ( Daniel ). No caso do zagueiro torcer pra que o VR tenha condições de jogar domingo.
    O único jogador que está se desdobrando é o que muitos criticam ( Dudu ).
    Será que desaprendemos a jogar? Ou a nossa realidade é esta mesmo? Barrios, por enquanto só aquele que é solto na privada.
    MO que uma luz ilumine-o para ajustar o nosso time urgente.
    Abs

    • Márcio Trevisan

      Oi, Edson.

      Concordo: o que importa é vencer, e isso conseguimos.

      Quanto ao Barrios, de fato ele só deu o passe para o gol do Xavier. Mas que passe, não?

      Abs.

  11. Roberto Alfano

    Bom dia, muito bom seu comentário caro Trevisan, é verdade muito pouca vantagem, por isso temos que buscar uma vitória no próximo jogo e não pensar no empate.

    Agora para Domingo, vai ser pauleira, temos que jogar com alma e coração e conseguir um bom resultado.

    Temos que melhorar muito, creio que o M.O vai conseguir fazer o Palmeiras jogar e alcançar o G4.

    Abraço.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Alfano.

      Agradeço o elogio. E vc tem razão: se empatarmos com o Galo já estarei feliz da vida.

      Abs.

  12. Bom dia Márcio e Colegas,

    Não sei se sou eu o pessimista, mas não consegui assistir ao jogo com o mesmo otimismo que você descreveu aqui.

    Terminamos o primeiro tempo – se não me engano – com 12 finalizações do Cruzeiro contra apenas 2 do Palmeiras, posse de bola de 58% do Cruzeiro contra 42% do Palmeiras e número de passes errados bem maiores para o lado do Verdão.

    No segundo tempo, começamos de novo muito mal e levamos o gol de empate logo no começo. Só não levamos a virada porque os jogadores do Cruzeiro não foram felizes nas finalizações. Durante a maior parte do segundo tempo, a bola esteve mais próxima da nossa área do que da do Cruzeiro.

    Sinceramente, vencemos, mas não vi todo esse domínio da nossa parte. Acredito que há muito para ser corrigido e que o MO ainda tem muito trabalho a fazer para alcançar qualquer meta para esse ano, mesmo que seja uma vaga no G4.

    Um abraço.

    Valter

    • Márcio Trevisan

      Válter: vc não entendeu o que disse.

      Em nenhum momento salientei que fomos superiores – disse que não fomos pressionados, pois a marcação melhorou em relação aos últimos jogos.

      No que diz respeito à posse de bola, tê-la tido bem menos do que o adversário não me preocupa tanto, desde que o adversário não a transforme em efetivo domínio.

      Abs.

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