Veja as análises tática e técnica de todos os profissionais do Palmeiras, que mais uma vez aproveitaram-se do eterno “pato” para dar um bico na crise.

EM SÍNTESE - Para ser bem sincero, nem sei quantas vezes o Verdão entrou em campo diante de seu maior rival imerso em enorme crise – e em grande parte delas, conseguiu não apenas vencer, mas vencer e convencer (exatamente como preferimos todos nós, os sempre muito exigentes palmeirenses). Hoje, mais uma vez isso aconteceu, principalmente porque nossos jogadores perceberam que, se não vencessem, certamente passariam a integrar a ZR e provavelmente teriam outro comandante a partir desta segunda-feira. Ou seja: quando a água atingiu suas bundas, eles começaram a nadar.

FERNANDO PRASS – 6,5
MUITO BOM

Trabalhou muito pouco, é verdade, pois o ataque corintiano beirou o ridículo neste domingo. Mas, logo no começo do clássico, evitou com os pés um gol certo de Renato Augusto, que nos deixaria em desvantagem e poderia mudar completamente a história do jogo.

LUCAS – 5,5
SATISFATÓRIO

Como o adversário não tinha ninguém a atacar por seu setor, deitou e rolou no primeiro tempo, apoiando sempre – mesmo que sem muita qualidade. Na etapa final, com a entrada de Mendoza, fixou-se na marcação e, levando a pior em quase todas as jogadas que disputou com o atacante corintiano, acabou até substituído.

 

 JACKSON – 6
BOM

Atuação segura, como seguras têm sido suas atuações sempre que o time precisa dele. É fato que a ineficácia ofensiva corintiana facilitou sua vida, mas mesmo assim esteve sempre pronto a ajudar a equipe quando se fez necessário.    

VÍTOR HUGO – 7,5
ÓTIMO

Hoje ele teve uma atuação que justifica o empenho do Palmeiras em vencer o São Paulo/SP e conseguir sua contratação junto ao América/MG. Não cometeu um único erro em todo o jogo, foi ótimo nas antecipações, desarmes e jogadas aéreas, não dando um único espaço para o tal do Romero conseguir jogar. Quando não inventa, é um dos melhores zagueiros do País.

EGÍDIO – 4,5 
 RUIM

Parece existir uma maldição na lateral esquerda palmeirense. Afinal, o último jogador desta posição a não provocar a ira da torcida foi Leandro Bochecha, campeão paulista em 2008. De lá para cá, nada menos do que 13 jogadores foram titulares – Armero, Marcão, Jefferson, Wendel, Gabriel Silva, Rivaldo, Gerley, Juninho, Marcelo Oliveira, William Matheus, Eduardo, Fernandinho e Victor Luís – e um foi pior do que o outro. A esperança é que o amigo aí de cima melhore pois hoje, de novo, foi o pior jogador do nosso time, errando todos os cruzamentos e a grande parte dos passes, tendo muitas dificuldades defensivas com Fágner e esnobando com jogadas de efeito e sem nenhuma utilidade. Para piorar, ainda perdeu ótima chance, chutando em cima de Cássio, após perfeito toque de Kelvin.

GABRIEL – 6,5
MUITO BOM

Teve um trabalho danado neste jogo, pois além de cuidar de Jadson – o que fez com precisão – ainda precisou ficar esperto toda vez que Renato Augusto recuou para armar o jogo. Mas, como sempre acontece quando se limita a desarmar, foi de extrema utilidade ao Palmeiras.   

AROUCA – 6,5
MUITO BOM

Hoje jogou com muita liberdade, aparecendo várias vezes no campo de ataque e até mesmo em condições de finalização. Mas nem por isso se descuidou da marcação, não só retornando para compor o sistema defensivo no meio-campo mas também cobrindo, no primeiro tempo, os avanços de Lucas. Só precisa ter mais calma na hora do bote, pois hoje poderia ter sido expulso.

ZÉ ROBERTO – 7,5
ÓTIMO

Como a partida não teve um ritmo muito acelerado – aliás, bem ao contrário, por sinal -, conseguiu manter-se bem durante todo o clássico. E foi extremamente importante, pois soube permanecer à frente de Gabriel sempre que Arouca se mandou para o ataque mas também soube criar nossas jogadas pelo setor. Se isso já não bastasse, ainda fez um gol graças à tranquilidade que somente jogadores experientes conseguem ter e quase repetiu a dose na etapa final. 

VALDIVIA – 7
ÓTIMO

Mesmo sem ter batido de frente com seus marcadores, mesmo visivelmente se livrando da bola antes que um choque mais grave pudesse acontecer, ainda assim foi muito importante nesta vitória. Além de ter iniciado a jogada do primeiro gol e dado a assistência para o segundo, deixou Zé Roberto na cara do gol na etapa final e foi perfeito quando decidiu prender a bola e evitar que ela passasse ao domínio corintiano. Neste que pode – ou talvez deve – ter sido seu útimo jogo pelo Palmeiras, deixou uma ótima impressão.  

KELVIN – 6,5
MUITO BOM

Enquanto atuou pela ponta-direita, foi importantíssimo – tanto porque impediu o apoio de Fábio Santos como também porque foi nosso mais agudo atacante – foi de seus pés, por sinal, que saiu o perfeito cruzamento ara o amigo 0í de baixo. Na etapa final, deslocado para o comando do ataque, caiu demais de produção (até porque nem biótipo de centroavante tem) e só apareceu em um lance de contra-ataque no qual deixou Egídio em ótima condição para finalizar – e o lateral, claro, chutou em cima de Cássio.  

RAFAEL MARQUES – 6,5
MUITO BOM

Como o time não teve nesta tarde a figura do centroavante, vez ou outra apareceu no setor. E numa dessas conseguiu, com muita inteligência, balançar as redes, surpreendendo o goleiro corintiano ao cabecear para o gol e não para o meio da área, como era esperado. Sua atuação, porém, foi novamente muito mais tática do que técnica, já que atuou em várias partes do gramado tanto ofensiva quanto defensivamente. 

OSWALDO DE OLIVEIRA – 6,5
MUITO BOM

Minha opinião sobre o nosso treinador não mudou absolutamente em nada após esta saborosa vitória sobre “eles”, por sinal a 122ª em 349 partidas (aconteceram também 107 empates e 120 derrotas): continuo com a certeza de que o melhor seria sua demissão e a contratação de um treinador que seja não apenas melhor taticamente, mas também mais vibrante e que consiga fazer o Palmeiras jogar quase sempre – e não apenas às vezes – como jogou hoje.  Mas, como todos sabem, minha análise se dá jogo a jogo, e neste o amigo aí de cima até que foi muito bem. Percebendo que a presença de um camisa 9 de verdade é inviável, pois os dois que temos no momento não dão conta do recado, ele de forma inteligente armou o time em seu insistente 4-2-3-1 com dois jogadores abertos – Kelvin e Rafael Marques. E quando isso aconteceu, Valdivia atuou mais centralizado. E quando isso aconteceu, Arouca teve liberdade para ajudar no ataque. E quando isso aconteceu, a defesa não ficou desprotegida, pois além de Gabriel também havia Zé Roberto a protegê-la. Ora, e como foi que Zé Roberto teve tanta presença ofensiva, chegando a marcar um gol e quase fazendo outro, já no segundo tempo? Elementar, meu caro palmeirense: quando isso aconteceu, Arouca retornou à nossa intermediária ofensiva. Tal situação fez com que Tite ficasse sem ter alternativas para armar o seu time (que vergonha, professor: levando banho tático do Oswaldinho???) que, além de abalado pela perda de seu melhor jogador, ainda está com parte de seus vencimentos atrasada há muito tempo. Oswaldo de Oliveira só não leva nota e avaliação superiores porque, mais uma vez, demorou-se demais para mexer no time. Arouca poderia ter sido expulso e ele só o sacou aos 36 da etapa final, e Kelvin, extenuado e sem nenhuma aptidão para o comando do ataque, deveria ter cedido seu lugar a Leandro bem antes do que apenas aos 42 do segundo tempo. De qualquer forma, que esta vitória sirva para, pelo menos, devolver ao Palmeiras a dose de confiança necessária para vencer a maior parte dos jogos pois, apesar de sempre ser delicioso ganhar “deles”, a verdade é que ainda estamos devendo – e muito – neste Brasileirão.

 AYRTON – 5
REGULAR

Só entrou porque Lucas teve até cãimbras de tanto correr atrás de Mendoza. Ficou na dele, somente compondo o setor.  

AMARAL – 5
REGULAR

Outro que só foi a campo porque Arouca corria o risco de ser expulso. Ficou à frente da zaga e nada mais.  

LEANDRO – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas 8 minutos, sem tempo para ser analisado. Mas deveria ter entrado muito antes.

FOTOS DA CAPA: CÉSAR GRECCO