FELIZ 2016, PALMEIRENSE!

Parece pessimista, eu sei, mas na verdade o título acima é mais do que otimista – é realista. 

Nem é preciso que você me diga que quer ver o Palmeiras campeão em 2015. Por acaso, você acha que meu desejo é diferente do seu? Assim como você, quero muito ver o Verdão dar uma, duas ou, se possível, até mesmo três voltas olímpicas até o começo de dezembro. E isso, claro, poderá acontecer.

Mas provavelmente não acontecerá. E não é nem porque nosso time ainda precisa de algumas peças que evidentemente nos fazem falta ou que o nosso treinador, convenhamos, não seja lá um Oswaldo Brandão ou mesmo um Telê Santana. O que não me deixa acreditar muito em um título ainda nesta temporada é que estamos no que se chama de “ano de entressafra”.

Isso mesmo: assim como acontece na agricultura, no futebol também existe o tempo de plantar e o tempo de colher. E, entre um e outro, há de se ter a paciência para que as sementes germinem e deem frutos e para que estes fiquem maduros e possam ser colhidos. Aliás, isso aconteceu várias vezes na história do Palmeiras.

A Segunda Academia: maravilhosa. Mas demorou um tempo para dar certo.

Por exemplo: todo mundo sabe de cor e salteado todos os títulos obtidos pela Segunda Academia. Mas o que pouca gente sabe é que aquele time levou um tempo para começar a dar certo. Para que possam comprovar isso, basta ver que sete de seus protagonistas estrearam antes de 1972, quando de fato teve início este maravilhoso período de nossa história: Eurico e Luís Pereira (1968), Leão, Zeca e Edu Bala (1969), Leivinha (1971) e Nei (1972). Ou seja: grandes craques demoraram um, dois, três e até quatro anos para serem campeões no Verdão. Apenas Dudu, Ademir da Guia e César Maluco, remanescentes da Primeira Academia, haviam obviamente estreado antes – em 1964, 1962 e 1967, respectivamente.

Palmeiras de 1996: impossível esquecer.

Não ficaram satisfeitos? Ok: segue mais um exemplo. Após comandar o futebol paulista e brasileiro em 1993 e 1994, faturando naqueles dois anos nada menos do que cinco títulos expressivos, o Palmeiras passou 1995 em branco, conseguindo no máximo o vice-campeonato paulista (e com “direito” à vexatória goleada para o Grêmio/RS por 5 a 0, pela Libertadores). E o que tivemos logo no ano seguinte? Uma das mais completas equipes de futebol que o mundo já viu jogar, ainda que por apenas alguns meses. Em 1997, outro ano sem grandes conquistas (apenas um vice brasileiro), mas em 1998 e 1999…

Assim, o que acredito é que 2015 é o ano de plantar, e que 2016 será o ano de colher. E não apenas porque o time já terá sua base montada em janeiro próximo, algo que sempre facilita muito, mas também porque haverá ainda mais dinheiro em caixa – com o Avanti, com os patrocínios, com a Arena Palestra Itália ainda mais lotada.

Se o Palmeiras obtiver um título já neste ano, melhor; se obtiver dois ou até os três que disputará, muito melhor, claro. Mas se isso não acontecer restará a você, a mim, a nós termos a paciência necessária de esperar pelos dias melhores, pois eles sempre vieram.

E novamente virão.

13 Responses to FELIZ 2016, PALMEIRENSE!

  1. marcio corcordo com suas colocaçoes apenas acho que nosso elenco hoje nao deve nada a de outros rivais apenas esta nos faltando mais raça e pegada

  2. Emilio Maranga

    Para quem ja se acostumou a ser apenas coadjuvante e só ganha um paulista á cada 10 12 anos, que fiquem esperando e entrando nessa de semente plantada, enquanto nossos rivais ja colhem o fruto !!!E saboreiam cada vez mais !!!

    • Márcio Trevisan

      Oi, Emílio.

      Entendo sua posição, pois ela não difere da minha.

      Ainda que em meus tempos de adolescência tenha sofrido muito com o Palmeiras (foi moleque entre 1979 e 1985), como historiador do clube sei que, no passado, deitávamos e rolávamos. Depois, tive a sorte de ver os times de 1993, 1994 e 1996, todos sensacionais, e os de 1998 e 1999 – bem mais fracos tecnicamente, porém igualmente vencedores.

      Mas, acredite: se é verdade que nunca mais teremos uma nova Academia, também é verdade que voltaremos a sorrir. Como disse, possivelmente ainda neste ano, mas cprovavelmente a partir de 2016.

      Abs.

  3. Ricardo Santo André

    Precisamos de um centroavante e um meia para substituir o Chileno, aquele que quando joga faz a diferença (principalmente contra times de menor expressão), mas como não joga nunca, poderia ser dispensado há dois anos atrás.

    • Ricardo Santo André

      Acabo de ler que não jogará contra o Mogi. Estamos poupando-o para o próximo amistoso que o Chile fará

  4. Marcio Concordo 100 % com seu post.
    Mas sabe porque as equipes demoram tanto pra ser campeãs ?
    Vamos pegar o exemplo da 2ª academia.
    Luiz Pereira = Jogador extraordinário, monumental, maior zagueiro da história do Palmeiras, ficou anos, isto mesmo, INTERMINÁVEIS anos, sendo ABSURDAMENTE reserva do Baldochi.
    Baldochi era um jogador medíocre. Resposta = NÃO !
    Mesmo sendo reserva do Brito na Copa de 70, deixar Luiz Pereira no banco vários anos é INACREDITÁVEL, INCONCEBÍVEL, ABSURDO, etc. etc. e tome etc. nisso.
    Segundo exemplo do time da 2ª academia.
    Emerson Leão, só virou titular quando “ENFRENTOU” o Filpo Nunes e depois de uma atuação extraordinária contra o Santos de Pelé, só foi titular a partir do jogo seguinte quando tascou a seguinte frase pro Filpo ” O senhor disse que o titular será CHICON e não LEON”, isto porque INACREDITAVELMENTE Filpo Nunes queria escalar o Chicão e não o Leão pro jogo depois do Santos, depois da atuação Estratosférica do Leão contra o time de Pelé.
    Filpo disse a Leão “é isto que eu queria, um jogador de grande personalidade. Você a partir de agora é o titular do gol”.
    Porque estou tocando nestes casos que você que é um maravilhoso Jornalista e Historiador já sabe de cor e salteado.
    Pra mim técnico de futebol é igual a Jockey “GANHA A CORRIDA O CAVALO QUE O JOCKEY MENOS ATRAPALHAR”
    Ou seja, o técnico de futebol que menos atrapalhar um time bom, vai ter seu time campeão com antecedência.
    Um abraço e parabéns pelas matérias sobre a historia do nosso AMADO e sofrido Palmeiras.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Jair.

      Muito obrigado pelos elogios – tomara eu de fato os mereça.

      E vc está correto em relação a Luís Pereira, Baldocchi e Leão.

      Abs.

    • Jair, boa tarde.
      Parabéns pelas suas comparações, estão corretas. Quanto ao comentário do Márcio, também estão certas, precisamos ter calma, pois também tive a felicidade de ver as Academias nascerem e as mesmas não foram criadas do dia para a noite, recentemente fiz este mesmo comentário e só me preocupa uma coisa, hoje somos o “curintian” de ontem (e o que é pior eles são o Palmeiras de ontem) é fundamental a torcida não agir igual, ou seja, ter calma e paciência para ver os frutos darem resultados. Depois de muitos anos temos uma Diretoria Profissional e Competente, temos um estádio maravilhoso, disponibilidade financeira, etc. sendo assim não tem como não obter vitórias e consequentemente títulos. Dá-lhe Verdão !!!!!!!

      • Márcio Trevisan

        Oi, Édson.

        Sua comparação entre nós e “eles” me deixou preocupado, pois é bem verdadeira.

        Abs.

  5. Paulo Eduardo Michelotto

    A semente está sendo plantada. Não dá para ficar exigindo títulos logo no começo. Mas quem sabe, não damos umas duas voltas olímpicas, já este ano?

  6. Marcio,

    “Infelizmente” concordo contigo. Principalmente se em uma das próximas janelas (seja no meio do ano ou no fim do ano) consigamos trazer mais uns três reforços nível A: um zagueiro, um volante e um meia canhoto.

    Enquanto isso vamos torcer, apoiar e acreditar jogo a jogo.

    Abraço, Hudson

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