AREIA FINA ENTRE OS VÃOS DOS DEDOS

Mais dois pontos garantidos escapam das mãos do Palmeiras. Mas não hão de nos fazer falta.

EM SÍNTESE - É uma simples questão matemática: três pontos assegurados contra o Cruzeiro, mas três pontos assegurados contra o Corinthians/SP nos deixariam, hoje, com 40 pontos – ainda não livres do perigo, mas com certeza muito mais tranquilos e confiantes. Porém, mesmo com a soma de apenas dois pontos nestes dois jogos e a consequente obrigatoriedade de continuar lutando, o Verdão mostra mais uma vez que encontrou o melhor modo de jogar nesta reta final de Brasileirão.   

FERNANDO PRASS – 6
BOM

Sempre que o time precisou de sua ação, ele se mostrou pronto a ajudar. Não praticou nenhum milagre, mas fez boas defesas e também deu sorte com a bola no travessão que levou. No lance do gol, assim como acontecera em BH, não teve culpa total, mas poderia ter ficado mais esperto – afinal, quem estava à sua frente era o sempre inconfiável Juninho…
    

JOÃO PEDRO – 6
BOM

O esquema adotado por Júnior, com cinco jogadores no meio-campo, favorece seu ofensivo estilo de jogo. Hoje, por sinal, ele apareceu várias vezes e quase sempre no apoio, cruzando com muita qualidade. O problema é que, com isso, deixou seu setor desguarnecido e, mesmo com a constante e perfeita cobertura de Nathan, se nosso adversário tivesse um jogador acostumado a atuar pela ponta certamente teria nos gerado mais problemas. 

NATHAN – 7,5
ÓTIMO

O melhor do Palmeiras. Foi perfeito pelo alto, melhor ainda na cobertura a João Pedro, grudou em Luciano e depois em Romero, mostrou uma raça impressionante ao se jogar em direção à bola algumas vezes. É muito jovem, por isso sujeito a oscilações, mas se em um momento difícil como o que passamos já mostra este futebol, a tendência é que em mares mais calmos navegue com tranquilidade ainda maior. Ao contrário do que cheguei a pensar, talvez Lúcio demore um pouco mais para voltar à equipe…

TOBIO – 7
ÓTIMO

Quase tão bom quanto o seu jovem companheiro de zaga, que mais uma vez jogou pelo lado direito para favorecê-lo. Manteve o ótimo nível de atuação pela terceira partida seguida, sendo excelente nas jogadas aéreas e mostrando a conhecida raça argentina em todas as bolas divididas.

 JUNINHO – 6
BOM

Não fosse a ligeira vacilada que deu no lance do gol – poderia ter dado um bicão e chutado a bola para a lateral mas, meio desequilibrado, não conseguiu – receberia nota e avaliação ainda melhores, pois teve um bom desempenho em todo o jogo. Como as jogadas laterais do Verdão se concentravam em João Pedro, tratou de ficar mais na marcação e, com isso, impediu que Fagner apoiasse como costuma. Mas não precisaria ter levado o terceiro e bobo cartão amarelo.

MARCELO OLIVEIRA – 5
REGULAR

Mais uma atuação dentro da normalidade deste jogador comum – nem ruim, nem bom. Mas não cumpriu a contento sua principal função – anular Renato Augusto, que se transformou no melhor jogador do clássico.  

VICTOR LUÍS – 6
BOM

Sua principal qualidade foi ter impedido que Jadson tivesse qualquer chance de aparecer no jogo – se bem que, cá entre nós, o meia corintiano é pra lá de limitado. Mas o que sempre me chama a atenção é a voluntariedade deste rapaz, que disputa cada bola como se fosse a última da partida. Na Bahia, voltará à sua posição original. 

WESLEY – 6
BOM

Boa parte dos palmeirenses pega no pé deste jogador, e na maioria das vezes com razão. Mas as vaias que ouviu neste domingo não lhe foram justas, pois se entregou durante tida a partida, povoou o meio-campo e ainda deu uma força a Valdivia na armação. E quase deixa o campo como herói após acertar a trave direita de Cassio com um chute de fora da área.

VALDIVIA – 6,5
MUITO BOM

 Não se pode garantir se a contusão que sofreu logo nos primeiros minutos do clássico foi, de fato, tão dolorosa quanto ele fez parecer, já que se trata, como sabemos, de um dos grandes atores do futebol brasileiro. Se realmente doeu tanto quanto ele quis mostrar, então pode ser atribuída à ela sua atuação um pouco abaixo do que costuma ter. De qualquer forma, ainda assim deu bons passes e lançamentos (um para Juninho, no primeiro tempo, foi primoroso, mas o lateral, claro, desperdiçou) e teve participação no início do lance do gol. 

MAZINHO – 7
ÓTIMO

Surpreendente atuação deste jogador que, como se sabe, é muito limitado em todos os aspectos. Mas, assim como já fizera contra Santos/SP e Cruzeiro/MG, destacou na função de ponta-de-lança e, também, na recomposição do setor de marcação de meio-campo, cobrindo o lado esquerdo. Errou lances, claro, mas foi muito importante para o Palmeiras no aspecto tático. Só saiu porque se cansou.

    

HENRIQUE – 7
ÓTIMO

Todo mundo sabe a opinião que tenho sobre este centroavante, fraco demais para ser o titular de um time como o do Palmeiras. Contudo, reconheço que nesta tarde ele esteve bem demais, sobretudo se levarmos em consideração suas enormes limitações técnicas. Além do gol que marcou, provando estar muito ligado na partida (afinal, Wesley tentou o chute a gol e errou), participou intensamente de toda a partida, deslocando-se por todas as faixas do gramado e não permitindo que Gil se impusesse em sua marcação. Mas o fato de ficar de fora do jogo em Salvador/BA talvez lhe seja benéfico, pois poderá descansar e dará a oportunidade a Dorival Júnior de escalar um jogador com características diferentes das suas.

DORIVAL JR. – 7
ÓTIMO

Mais uma vez nosso treinador foi bem demais. Pra começar, mostrou personalidade ao barrar Lúcio e manter Nathan, que havia se destacado no Mineirão e, hoje, voltou a jogar muito bem, sendo – como disse acima – o melhor do nosso time. Também manteve a coerência ao promover o retorno de Marcelo Oliveira, que só não atuou no meio de semana porque tem seus vínculos econômicos presos ao Cruzeiro/MG. Taticamente, Júnior parece ter encontrado uma fórmula ideal para jogos fora de casa e/ou diante de adversários mais fortes. O esquema 4-5-1 adotado nas duas últimas partidas só não nos garantiu a conquista de seis pontos porque a fatalidade parece não estar muito a fim de se afastar do time. Afinal, dadas as circunstâncias atuais, derrotas no Mineirão e no Pacaembu seriam os resultados mais esperados, e por muito pouco não conseguimos duas vitórias. Muitos, hoje, se surpreenderam quando ele optou por Diogo – e não Mouche – no decorrer do segundo tempo, mas o motivo foi simples: o Corinthians/SP insistia em jogadas aéreas, e o ex-atacante da Lusa é mais alto (por sinal, também de cabeça quase fez o gol da vitória, já nos acréscimos). Posso estar enganado, confesso, mas se Dorival Jr. tivesse sido contratado logo após a demissão de Gílson Kleina talvez não estivéssemos hoje na situação ainda incômoda em que nos encontramos.

DIOGO – 5,5
SATISFATÓRIO

Voltou bem ao time, ajudando a marcação na saída de bola, nos escanteios contra a nós e, claro, também no ataque, onde por muito pouco não marcou, de cabeça, após lindo cruzamento de João Pedro. 

FELIPE MENEZES – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

Jogou apenas quatro minutos, sem tempo para ser analisado.

 

WASHINGTON – SEM NOTA
SEM AVALIAÇÃO

 

Jogou apenas três minutos, sem tempo para ser analisado.


Concorda com as notas e as análises acima? Sim? Não? Aproveite o espaço abaixo e avalie você também a atuação do Palmeiras nesta partida.

Quadro de Avaliação

10 – Magnífico
9,5 e 9 – Excepcional
8,5 e 8 – Excelente
7,5 e 7 – Ótimo
6,5 – Muito Bom
6 – Bom
5,5 – Satisfatório
5 – Regular
4,5 – Ruim
4 – Muito Ruim
3,5 e 3 – Péssimo
2,5 e 2 – Horrível
1,5 e 1 – Ofensivo
0,5 e 0 – Vergonhoso

18 Responses to AREIA FINA ENTRE OS VÃOS DOS DEDOS

  1. Roberto Alfano

    Continuo afirmando, necessitamos de mais 03 vitórias para poder respirar e jogar melhor e com mais atenção, principalmente nos minutos finais.

    Temos que encarar todos os jogos que faltam como finais, para ao menos planejar melhor 2015.

    Na minha opinião o time recuou de mais.

    Abs.

    • Márcio Trevisan

      Olá, Alfano.

      Se vc puxar pela memória, lembrará que aos 41 minutos Wesley acertou a trave direita de Cássio, e que aos 47 Digo cabeceou uma bola raspando o travessão. Então, desta vez, não houve tanto recuo, assim. E vou dizer mais: se o árbitro quisesse, poderia ter dado o penal sobre o Maicom…

      Mas vc tem razão: faltam-nos entre 9 e 10 pontos dos próximos 21 que disputaremos – é menos da metade, portanto plenamente possíveis de serem obridos.

      Aliás, acabo de colocar no ar uma matéria sobre isso.

      Abs.

  2. Jorge Farani

    Alguns amigos meus dizem que o Palmeiras está levando azar e eu contesto dizendo que ele está é dando sorte. Sorte de poder ter logo abaixo da sua classificação um “pelotão de mediocridades” que não decola, por isso mesmo não alcança esse timeco chamado Palmeiras.
    Meu saudoso pai já dizia: “quem não sabe rezar, xinga a Deus”.
    Espero que os 3 pontos perdidos contra o Figueirense mais os 4 contra Cruzeiro e Corinthians não façam falta no final de tudo.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Farani.

      Time ruim não pode perder gols e nem dar chance pro azar.

      Espero que o Palmeiras tenha entendido isso.

      Abs.

  3. No dia 29/08/2007, o Palmeiras enfrentou o SP no Palestra Itália. O trio de zaga do SP foi Alex Silva, Breno e Miranda. A partida começou com amplo domínio do Palmeiras e Valdívia arrebentando com o jogo. Desde o início, os três zagueiros se revezavam nas faltas até que na metade do primeiro tempo Valdívia teve que ser substituído com costelas quebradas após uma entrada criminosa do Alex Silva. Devido a essa contusão (costelas quebradas) o jogador desfalcou o Palmeiras em várias rodadas, atrapalhando muito a campanha do time naquele ano.
    A coluna Painel da Folha de São Paulo, publicou em 31/08/2007 uma nota atribuída a um conselheiro do SP que revelava a estratégia pré definida de quebrar o jogador do Palmeiras que poderia fazer a diferença e vinha fazendo naquele jogo.
    Essa partida foi aquela do gol anulado do Max, cujo impedimento foi determinado pelo goleiro de Hóquei do adversário.

    A lembrança desse fato, com a visualização da imagem em quadro aproximado da TV pode nos ajudar a entender o que poderia ter sido determinado pelo treinador adversário deste último domingo. Treinador que não possui boa imagem perante o público e que declarou a semana toda sobre a necessidade de ter cuidado com o meia palmeirense.
    Elias vai por baixo e dá a cotovelada.
    Então, antes de colocar em dúvida a contusão do nosso jogador, seria mais interessante para o Palmeiras que houvesse um pouco mais de atenção a certos detalhes e ao histórico dessa estratégia que não é mais novidade.
    Tivemos mais uma partida com dois pesos e duas medidas na parte disciplinar, sob o completo silêncio da imprensa.
    Para piorar, ouvimos pela imprensa que o jogador é de vidro e entre nós de que ele pode ter exagerado!
    Será que o Prass exagerou contra o Ituano em 2013?
    Valdívia exagerou contra o Bragantino em 2014?
    Kardec exagerou contra o Ituano em 2014?
    Ou será que mandar quebrar um jogador chave do adversário se tornou estratégia de treinador? É só uma dúvida!
    ==========
    Curiosidade: Após a conquista do Campeonato Paulista pelo Ituano, ouvi pelo rádio a cobertura da chegada do time em Itu. Nessa cobertura um torcedor ao ser entrevistado disse que estava no estádio da cidade para dar um grande abraço no zagueiro Alemão, considerado por ele o maior responsável pelo título, por ter quebrado o Kardec no primeiro tempo do confronto com o Palmeiras.

    • Márcio Trevisan

      Oi, Marco.

      Cada caso é um caso.

      Alemão é desleal, violento e mau-caráter. Por isso, quebrou Kardec no jogo contra o Itiano e sem que a arbitragem fizesse nada.

      Elias disputou uma bola pelo alto com Valdivia, atingiu as costelas do palmeirense sem intenção alguma de contundi-lo.

      Esta é a minha opinião.

      Abs.

    • Oi Marco, bom dia

      Acho interessante o seu comentário e como gosto de informações com dados reais, não é impossível a teoria de alguns “treinadores” agirem com má fé, afinal são seres humanos e existem o interesse financeiro na manutenção dos seus empregos.
      Quanto a imprensa, não é necessário nenhum dado real, para saber dos seus interesses e no tocante ao Valdivia, infelizmente ele mesmo deu motivos de sobra para ficar a desconfiança da sua postura, eu mesmo trato ele como “chileno enganador” e espero no final do campeonato rever a minha maneira de pensar e acho que o Dorival, tem parte de “culpa” da situação atual, pois foi uma grande jogada dar a braçadeira de capitão, pois obrigou o chileno tornar-se mais responsável e participativo.

  4. Ronaldo Laranjal Paulista

    Boa tarde Márcio e palestrinos, estamos sofrendo mas acho que da para se safar este ano, apesar de que poderíamos estar disputando o titulo que seria muiiiiiito melhor, ou um G4. Márcio faltou computar 3 pontos contra o figueira estávamos ganhando ate 35 minutos do segundo tempo, então, nosso problema é o segundo tempo. Teve mais jogos que perdemos ou deixamos empatar nos minutos finais, além do mais: é jogo do parmera 5 minutos de acréscimo ou até o outro empatar ou ganhar.

    • Márcio Trevisan

      Fala, Ronaldo.

      É que eu me referi apenas às duas mais recentes partidas. Se for levar em conta todos os jogos que perdemos ou deixamos de ganhar no final…

      Quanto aos acréscimos, os 5 minutos ao final do segundo tempo já vinham sendo adotados na Copa do Mundo. E como nosso árbitros estão perdidos da silva, acabam imitando seus colegas (que aliás forma mal demais no Mundial).

      Abs.

  5. Rodrigo Mendes

    Bom dia amigos palmeirenses.

    Realmente, ficamos com esse gosto amargo do empate.
    Sobre a atuação do Valdívia, me lembrei na hora, deste artigo, com o título: O Garoto que Mancava…

    Concordo com as notas das atuações.

    E volto a ter esperanças com esse time.

    Abs

    • Márcio Trevisan

      Oi, Rodrigo.

      Valdivia pode ter valorizado o problemas, mas não temos como saber se isso de fato aconteceu.

      A esperança, meu amigo, é verde, e devemos mesmo mantê-la. Mas, sempre alertas!

      Abs.

  6. Márcio,
    boa noite, tudo bem?
    Não entendo o Dorival. Depois do gol, deveria ter tirado o Henrique e colocado o Mouche, Mazinho e colocado o Washington.
    Alguns jogadores que ele coloca, não entendo. O tar de Diogo, não jogava há tempos e volta num jogo decisivo e deixa no banco Mouche e Cristaldo.
    Vai ser burro assim no inferno. Parece que ele não gosta que o time ganhe jogos. Sempre faz a opção por jogadores errados. Parece o GK. Vai fazer o time ir pra série B novamente.
    Estou p..da vida. Tínhamos tudo pra golear nosso rival e embalar e este senhor “Dorival” nos faz esta bizarrice.
    Sinceramente, MO, Juninho, Diogo, Lucio não tem mais como jogar no time. Só a anta não enxerga.
    Abs

    • Márcio Trevisan

      Oi, Édson.

      Pensando com a cabeça do Júnior, entendo o que ele imaginou. E, vale lembrar, se o Diogo tivesse feito o gol no finalzinho, hoje nosso técnico seria um gênio…

      Agora, só uma coisa: de onde vc tirou que poderíamos ter goleado? O jogo foi equilibradíssimo e o empate justo.

      Abs.

  7. Ei Maciel, perfeito seu comentário, não preciso dizer mais nada.

  8. Márcio como você mesmo disse eu me surpreendi sim com a entrada do Diogo, naquele momento tinha que ter colocado um jogador mais veloz para liquidar a partida, Cristaldo, Mouche ou Bernardo, o castigo veio a cavalo, se quisesse segurar o jogo colocasse o Lúcio então para jogar com 3 zagueiros, você citou o Kleina, ela era para ter sido demitido nos 6 contra o Mirassol. Abraços.

    • Concordo Maciel.
      O Paulo Nobre deveria no minimo não ter renovado o contrato com o pseudo aprendiz de estagiário de técnico de futebol que esta aniquilando o Bahia neste ano no Campeonato Brasileiro.
      O ano de 2.014 esta perdido pro Palmeiras, por causa da renovação do contrato do Sr. Gilson Kleina.

      • Márcio Trevisan

        Jair: 2014 se perdeu para o nosso time também por causa da equivocada renovação de Kleina, mas não só por ela.

        Houve, infelizmente, outro equívocos. E muitos, por sinal.

        Abs.

    • Márcio Trevisan

      Então, Maciel: talvez vc tenha razão.

      Mas, às vezes, a confiança ainda é pouca – e não sem motivos.

      E o nosso amigo Kleina, de repente, poderá cair com o Bahia…

      Abs.

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